Doutor Enfermeiro

Caro colega
Esta é uma preocupação séria que partilhamos consigo. Esperamos escrever em breve sobre este assunto.
Realmente difícil de entender pela maoria dos colegas que diariamente desempenham funções nos serviços de saúde.
Conforme já referido anteriormente poucos compreendem esta politização associada à actual Ordem dos Enfermeiros.
Este ponto que refere é obviamente, e em nosso entender, uma posição que muitos colegas têm dificuldade em entender. Pensamos que em breve pagaremos muito caro estas tomadas de posição dos actuais representantes da Ordem dos Enfermeiros.
Não deveriam estes colegas, que nos representam na Ordem, conhecer a realidade pela qual passam milhares de enfermeiros(as)?
Mas, como o colega já referiu também anteriormente, mantém-se completamente cegos, surdos e mudos, aparentemente insenssíveis a outras verdades que não as deles (problema detectado desde o início do mandato e que continuamente afasta as pessoas da Ordem), perante a actual realidade do sector da saúde e a actual realidade e dificuldades pelas quais os enfermeiros, especialmente os que prestam cuidados directos, passam nos dias de hoje. E ninguém parece querer escutar o que estes colegas têm para dizer.
Estão completamente desfasados da nova realidade que o sector da saúde nos apresenta e mantêm "políticas" do século passado quando a realidade do sector mudou drasticamente. Não foram capazes de reunir as competências necessárias que permitissem acompanhar os processos de mudança.
Talvez porque estas pessoas, apesar do mérito pessoal que têm e que tiveram no passado e óbviamente indiscutível, como é o caso da actual Bastonária, pertencem ao século passado e lá ficaram no que diz respeito às ideologias.
Não discutimos pessoas e os seus méritos. Colocamos, no entanto, muitas dúvidas nas actuais políticas, orientações, constantes determinações e decisões que são definidas sem que se perceba muito bem qual a estratégia e com isso, o futuro para a Enfermagem Portuguesa.
Cumprimentos
 

É a bastonária obcecada com os rácios e eu com este pensamento:tendo em conta o que eu considero ser uma prestação de cuidados de qualidade, o meu serviço estará dotado com o nº de enfermeiros suficientes?Que resultados obteriamos se todos fizessemos este raciocínio? Talvez só nessa altura , na posse dos resultados obtidos devessemos fazer afirmações do tipo "excesso/défice de enfermeiros em Portugal".E talvez chegassemos à conclusão de que afinal são os próprios enfermeiros actualmente no exercicio da profissão que contribuem indirectamente para o desemprego em enfermagem ao aceitarem pacificamente as condições de trabalho impostas por esta tendencia economicista.
 

Colega Manuela, está absolutamente correcto aquilo que diz. No entanto, todos sabemos que as dotação variam conforme orientação e estratégia política, pelo que todos sabemos que estamos num periodo de contenção. Em virtude desta conjuntura penso que é ridículo este fluxo formativo, ainda mais quando a qualidade está completamente posta em causa.
A falta de Enfermeiros que a bastonária tanto reclama, está relacionado com um cálculo completamente utópico de Enfermeiros, tão fantasista que o resultado está à vista: milhares de desempregados, humilhação da classe, exploração remunerativa e de direitos.... enfim a lista é longa.

Mesmo supondo que eram necessários mais Enfermeiros, a um ritmo de formação de 4000 enfermeiros/ano rapidamente atingiremos esse rácio e em poucos anos mais a Enfermagem será a classe com o mais alto nível de desemprego.

Agora pergunto eu, queremos lutar por uma carreira justa e digna, quando há tantos colegas que infelizmente estão no desemprego e oferecem-se para trabalhar praticamente sem direitos e a salários ao nível da escolaridade mínima? Sabe muito bem que nestas coisas das lutas sindicais, o poder de reivindicação é importante, e neste momento o poder dos Enfermeiros é quase nulo.

Todos sabemos que, por exemplo, o numerus clausus das faculdades de medicina servem para algo, não é?
 

Apoiado a 100%! A enfermagem caminha a passos largos para a calamidade do desemprego...Depois quem nos vai valer? A Ordem? Não me parece...
 

Caros colegas

Os argumentos e as ideias são comuns.

Simplesmente é nossa convicção que nós Enfermeiros(as) podemos fazer diferente, para muito melhor, se tivermos "coragem" suficiente para enfrentarmos de forma séria e credível, porque fundamentada, algumas das ideias expressas pelos actuais líderes da profissão enfermagem que insistem em convencer-nos que não existem outras formas de resolver os problemas desta nobre profissão.

E entendemos nesse ponto que não é verdade. Existem obviamente outras soluções. Só temos que as trabalhar.