terça-feira, fevereiro 27, 2007
O debate.
Fiquei um pouco desapontado com o programa “pós e contras”. Pensei que fossem discutidas as implementações, as melhorias, as alternativas, etc… Mas não. Na sua maioria assistimos a um debate entre comissão técnica e autarcas.
Os convidados do painel revelou-se um aspecto curioso. Em primeiro lugar, estavam dois membros da comissão técnica. Esta comissão deixa-me dúvidas. Quem os escolheu? Porque foram eles os escolhidos? Por via curricular? Experiência? Conhecimento?..
Parece-me que teria sido mais sensato constituir uma comissão de médicos, enfermeiros, bombeiros, INEM, etc…, ou seja, uma comissão multidisciplinar.
Depois, esta comissão baseou-se em dados estatísticos que assentam em médias nacionais… mas todos sabemos que falar de Lisboa ou de uma remota aldeia do interior não é bem igual. Sabemos também que o aspecto matemático é relevante, mas faltou a valorização do aspecto humano! Assistimos a horas de discurso destes dois senhores, mas na realidade nada diziam, ou seja, cada hora de discurso equivale a 10 minutos de informação propriamente dita. E ainda por cima, discurso político-demagógico. Tudo bem. Até concordo com esta comissão em muitos pontos, noutros não.
Os outros dois convidados também eram interessantes. Um deles, foi o autor de um artigo do género “dia de raiva”, e penso que era essa a justificação da sua presença. Deu um ou dois contributos de interesse. Ou outro elemento, era simpático sim senhor, deu também dois ou três contributos muito importantes, mas… parecia mais empenhado em publicitar as qualidades dos profissionais de medicina interna. Até chegou a fazer um pouco de marketing à medicina interna!
O Sr. Ministro Correia de Campos, apesar de eu não concordar com algumas ideias, pareceu-me sóbrio na maior parte das suas justificações. Não estou a ver é, por exemplo, o interesse do hospital da régua ter uma unidade de AVC’s (para estabilizar doentes agudos vítimas de AVC), quando os utentes vítimas desta patologia não serão direccionados para essa instituição. Ou seja, nas primeiras horas, após um AVC (as mais importantes!), não serão enviados doentes para a régua, pelo que esta unidade de AVC estará um pouco desvirtuada!
Os convidados eram muitos, pelo que os seus contributos não foram correctamente escutados e analisados. O colega Enf. Rui Marcelino (Enfermeiro-coordenador da VMER dos HUC e do SU dos HUC), explanou as suas preocupações, mas o seu tempo de antena não foi o desejado. Penso que teria sido importante a sua presença no painel não entre os convidados. É um homem inteligente e um excelente profissional. Lembro-me perfeitamente de ter conversado brevemente com ele há uns anos atrás.
Não vi esclarecidos alguns conceitos e medidas a implementar. Este debate pouco acrescentou ao que muitos de nós já sabíamos.
Os convidados do painel revelou-se um aspecto curioso. Em primeiro lugar, estavam dois membros da comissão técnica. Esta comissão deixa-me dúvidas. Quem os escolheu? Porque foram eles os escolhidos? Por via curricular? Experiência? Conhecimento?..
Parece-me que teria sido mais sensato constituir uma comissão de médicos, enfermeiros, bombeiros, INEM, etc…, ou seja, uma comissão multidisciplinar.
Depois, esta comissão baseou-se em dados estatísticos que assentam em médias nacionais… mas todos sabemos que falar de Lisboa ou de uma remota aldeia do interior não é bem igual. Sabemos também que o aspecto matemático é relevante, mas faltou a valorização do aspecto humano! Assistimos a horas de discurso destes dois senhores, mas na realidade nada diziam, ou seja, cada hora de discurso equivale a 10 minutos de informação propriamente dita. E ainda por cima, discurso político-demagógico. Tudo bem. Até concordo com esta comissão em muitos pontos, noutros não.
Os outros dois convidados também eram interessantes. Um deles, foi o autor de um artigo do género “dia de raiva”, e penso que era essa a justificação da sua presença. Deu um ou dois contributos de interesse. Ou outro elemento, era simpático sim senhor, deu também dois ou três contributos muito importantes, mas… parecia mais empenhado em publicitar as qualidades dos profissionais de medicina interna. Até chegou a fazer um pouco de marketing à medicina interna!
O Sr. Ministro Correia de Campos, apesar de eu não concordar com algumas ideias, pareceu-me sóbrio na maior parte das suas justificações. Não estou a ver é, por exemplo, o interesse do hospital da régua ter uma unidade de AVC’s (para estabilizar doentes agudos vítimas de AVC), quando os utentes vítimas desta patologia não serão direccionados para essa instituição. Ou seja, nas primeiras horas, após um AVC (as mais importantes!), não serão enviados doentes para a régua, pelo que esta unidade de AVC estará um pouco desvirtuada!
Os convidados eram muitos, pelo que os seus contributos não foram correctamente escutados e analisados. O colega Enf. Rui Marcelino (Enfermeiro-coordenador da VMER dos HUC e do SU dos HUC), explanou as suas preocupações, mas o seu tempo de antena não foi o desejado. Penso que teria sido importante a sua presença no painel não entre os convidados. É um homem inteligente e um excelente profissional. Lembro-me perfeitamente de ter conversado brevemente com ele há uns anos atrás.
Não vi esclarecidos alguns conceitos e medidas a implementar. Este debate pouco acrescentou ao que muitos de nós já sabíamos.
a
Foto: www.rtp.pt
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Por acaso para mim foi muito esclarecedor.
Depois de ouvir o que a comissão técnica explicou e o proprio ministro fiquei com a noção de que realmente se esta a tentar fazer algo de importante. Será, esperamos, uma boa reforma na área da urgencia hospitalar, assim se cumpra o preconizado e não se passe a fazer protocolos ("favores") a determinados srs. autarcas.
Quanto ao nosso colega, foi pena, mas penso que não acrescentou nada ao debate. Teve realmente pouco tempo de antena, mas pareceu-me algo nervoso e titubeante. Fiquei decepcionada. Precisavamos alguem mais acutilante e interventivo.
Depois de ouvir o que a comissão técnica explicou e o proprio ministro fiquei com a noção de que realmente se esta a tentar fazer algo de importante. Será, esperamos, uma boa reforma na área da urgencia hospitalar, assim se cumpra o preconizado e não se passe a fazer protocolos ("favores") a determinados srs. autarcas.
Quanto ao nosso colega, foi pena, mas penso que não acrescentou nada ao debate. Teve realmente pouco tempo de antena, mas pareceu-me algo nervoso e titubeante. Fiquei decepcionada. Precisavamos alguem mais acutilante e interventivo.
O Enf. Rui Marcelino (já tive o prazer de falar com ele), é um homem inteligente e com muita experiência... pena foi, o pouco tempo que teve! De facto, poderia estar um pouco nervoso.... mas também eram muitos convidados para pouco tempo e a pressão é muita!
Não tenho o prazer de conhecer e não duvido da sua inteligencia. Mas fiquei decepcionada.
Antes dele falaram o representante do INEM, dos Bombeiros e uma Geóloga. Tiveram o mesmo tempo e oportunidade e conseguiram expor os seus pontos de vista.
Antes dele falaram o representante do INEM, dos Bombeiros e uma Geóloga. Tiveram o mesmo tempo e oportunidade e conseguiram expor os seus pontos de vista.
Reparem no ridículo que é enaltecer (ou nem por isso) as qualidades de um enfermeiro... falou mal...mas afinal e sobretudo falou pouco... enfim
Interessava ouvir quem esteve a fazer as alterações no terreno e porquê que motivações... e depois quem as vai implementar = ministro! os convidados estavam muito bem colocados... e o discuro teria que ser necessariamente político porque era disso que se tratava... ouvindo os argumentos técnicos da mudança (daí os médicos)
De facto o Prof. Manuel Silva e o Dr. Martins BAtista foram convidados... como poderiam perfeitamente ter sido outros..., fizeram apenas o papel de advogado do diabo... da oposição
Quanto à escolha da comissão técnica e dúvidas sobre escolhas? talvez enfermeiros na comissão? muito interesse de facto...
Interessava ouvir quem esteve a fazer as alterações no terreno e porquê que motivações... e depois quem as vai implementar = ministro! os convidados estavam muito bem colocados... e o discuro teria que ser necessariamente político porque era disso que se tratava... ouvindo os argumentos técnicos da mudança (daí os médicos)
De facto o Prof. Manuel Silva e o Dr. Martins BAtista foram convidados... como poderiam perfeitamente ter sido outros..., fizeram apenas o papel de advogado do diabo... da oposição
Quanto à escolha da comissão técnica e dúvidas sobre escolhas? talvez enfermeiros na comissão? muito interesse de facto...
Já nem perco o meu tempo a ver esse programa...
Quer os prós, quer os contra, são os mesmos de sempre (peço desculpa mas já mete fastio...).
Do pouco que assisti tive oportunidade de ver mais do mesmo: indivíduos (médicos, como não poderia deixar de ser...) a auto elogiar-se continuamente (ò colega, e tal, meu caro amigo drº tal...; parecia que estava a ver o filme Titanic, naquela cena em que estão todos a fumar,a beber brandys e a vanglorizarem-se por serem os donos do mundo. Qual a semelhança?? Tirem as vossas conclusões!
Havia lá um que mais parecia estar num qualquer anúncio publicitário...
Quer os prós, quer os contra, são os mesmos de sempre (peço desculpa mas já mete fastio...).
Do pouco que assisti tive oportunidade de ver mais do mesmo: indivíduos (médicos, como não poderia deixar de ser...) a auto elogiar-se continuamente (ò colega, e tal, meu caro amigo drº tal...; parecia que estava a ver o filme Titanic, naquela cena em que estão todos a fumar,a beber brandys e a vanglorizarem-se por serem os donos do mundo. Qual a semelhança?? Tirem as vossas conclusões!
Havia lá um que mais parecia estar num qualquer anúncio publicitário...
Bem, aquilo é uma estação publica que tem como objectivo informar a população. Penso que o objectivo do programa era mesmo esse: informar.
Eu fiquei a saber algo mais.
E não tenha tantos pruridos com os medicos, eu não tenho. Nunca me morderam. Porque eu não deixei, claro.
Eu fiquei a saber algo mais.
E não tenha tantos pruridos com os medicos, eu não tenho. Nunca me morderam. Porque eu não deixei, claro.
Nunca vi enfermeiros com cargos de destaque como em outras profissões nem serem muito valorizados. Portanto, não existir um enfermeiro entre o painel de convidados não foi uma surpresa.
Reparem, nem nas greves! Notam-se as noticias que passam quando fazemos greve e a importância que lhes é atribuida!!!
Abraço
TM
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Reparem, nem nas greves! Notam-se as noticias que passam quando fazemos greve e a importância que lhes é atribuida!!!
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TM
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