segunda-feira, abril 30, 2007
SAP de Bragança - Ministro da Saúde compromete-se a analisar proposta da OE
"Após a audiência com o Senhor Ministro da Saúde, Prof. Correia de Campos, a Ordem dos Enfermeiros informa que:
- A questão dos SAP do distrito de Bragança foi apresentada como nota prévia à agenda da reunião por razões óbvias que se prendem com a segurança dos cuidados prestados àquela população.
- A Ordem dos Enfermeiros reitera que a existência de protocolos entre o Ministério da Saúde e diversas autarquias se traduz num aspecto positivo. Contudo, um serviço de porta aberta não pode ser assegurado por um único profissional de saúde.
- Por essa razão, a OE informou o Senhor Ministro da Saúde do conteúdo de uma carta enviada aos centros de saúde. Esse documento refere que «não é possível aceitar que um enfermeiro fique sozinho durante a noite (das 22H às 8H) sem considerar o perigo para a vida da população». Assim sendo, «a serem postos em prática os protocolos firmados, em moldes que não garantam a segurança técnica, não podem os enfermeiros e a sua Ordem aceitá-los, uma vez que não estão reunidas as condições mínimas para uma prática segura».
- Tal como está patente na missiva, «a Ordem dos Enfermeiros considera que as condições mínimas para uma prática segura na resposta de "serviço aberto" preconizado nos protocolos terão de contemplar a presença física de, pelo menos, um enfermeiro e um Auxiliar de Acção Médica».
- O Senhor Ministro da Saúde comprometeu-se a analisar esta proposta, ouvir todos os intervenientes e a fornecer uma resposta com a maior brevidade possível.
- A OE dará conhecimento desta decisão aos enfermeiros de Bragança, recomendando-lhes que encontrem soluções alternativas para dar resposta às necessidades de cuidados de enfermagem em segurança aos cidadãos ali residentes até que se conheça a decisão do Senhor Ministro da Saúde sobre esta matéria. Recordamos que os protocolos referentes ao distrito de Bragança entram em vigor amanhã, dia 27 de Abril.
- Nova audiência com o Senhor Ministro será agendada para continuar o aprofundamento das questões relacionadas com os Cuidados de Saúde Primários / reconfiguração dos centros de saúde."
- O Senhor Ministro da Saúde comprometeu-se a analisar esta proposta, ouvir todos os intervenientes e a fornecer uma resposta com a maior brevidade possível.
- A OE dará conhecimento desta decisão aos enfermeiros de Bragança, recomendando-lhes que encontrem soluções alternativas para dar resposta às necessidades de cuidados de enfermagem em segurança aos cidadãos ali residentes até que se conheça a decisão do Senhor Ministro da Saúde sobre esta matéria. Recordamos que os protocolos referentes ao distrito de Bragança entram em vigor amanhã, dia 27 de Abril.
- Nova audiência com o Senhor Ministro será agendada para continuar o aprofundamento das questões relacionadas com os Cuidados de Saúde Primários / reconfiguração dos centros de saúde."
Fonte: www.ordemenfermeiros.pt
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Volto a um assunto já falado num post anterior: E para isso falo da minha experiência:
Trabalhei numa instituição privada, em Portugal, na qual existiam protocolos para que os enfermeiros pudessem prescrever terapêutica. Existiam apenas dois protocolos para prescrição e implementação de terapêutica, concretamente para a abstinência de heroína, e depois era o discernimento clínico do enfermeiro que o fazia decidir qual deles implementar. No entanto era comum, e com o conhecimento do director clínico, a prescrição de: analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, anti-hipertensores, protectores gástricos, anti-heméticos, antidiarreicos e até antibióticos.
Acho bastante discutível a prescrição de antibióticos por parte dos enfermeiros, acho que deveriam ser apenas os médicos a faze-lo, ou então existir um protocolo específico para a prescrição destes. No entanto, o número de médicos era muito reduzido e não tinham tempo de observar todos o utentes, ocupando o tempo que passavam na instituição a observar os doentes mais graves; pelo que as circunstâncias obrigavam a que tal fosse necessário acontecer. Como é óbvio aprendi muito com os nossos colegas mais velhos, que já lá trabalhavam lá há mais tempo e com os médicos, com quem tínhamos uma excelente relação. Na instituição éramos todos colegas, profissionais de saúde, adultos, onde a opinião de cada um era ouvida, independentemente de ser enfermeiro ou médico, e o profissionalismo era a imagem de marca da instituição. É obvio que se um enfermeiro tivesse dúvidas sobre a introdução de determinado medicamento pediria apoio a um médico.
Falo disto na sequência a um comentário de um post publicado anteriormente neste blog e à criação, pelos vistos confirmada, das SIV e do SAP em Bragança, sem médico em presença física. Parece-me que este é o momento de tornar público que os enfermeiros tem discernimento clínico, que a s suas intervenções são baseadas em conhecimentos fundamentados em investigação científica, que a enfermagem é – também – isto, e que os enfermeiros não estão ligados em rede aos cérebros dos médicos quando tomam decisões. E que estão a tomar decisões permanentemente nos hospitais, centros de saúde, ou em quaisquer instituições onde quer que trabalhem.
Aproveito por saudar o Doutor Enfermeiro pela qualidade especial dos últimos posts e pelo aumento da regularidade de publicação. Aguardo ver aqui, neste espaço, mais assuntos relacionados com as politicas de saúde, que neste momento estão a sofrer grandes alterações.
Trabalhei numa instituição privada, em Portugal, na qual existiam protocolos para que os enfermeiros pudessem prescrever terapêutica. Existiam apenas dois protocolos para prescrição e implementação de terapêutica, concretamente para a abstinência de heroína, e depois era o discernimento clínico do enfermeiro que o fazia decidir qual deles implementar. No entanto era comum, e com o conhecimento do director clínico, a prescrição de: analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, anti-hipertensores, protectores gástricos, anti-heméticos, antidiarreicos e até antibióticos.
Acho bastante discutível a prescrição de antibióticos por parte dos enfermeiros, acho que deveriam ser apenas os médicos a faze-lo, ou então existir um protocolo específico para a prescrição destes. No entanto, o número de médicos era muito reduzido e não tinham tempo de observar todos o utentes, ocupando o tempo que passavam na instituição a observar os doentes mais graves; pelo que as circunstâncias obrigavam a que tal fosse necessário acontecer. Como é óbvio aprendi muito com os nossos colegas mais velhos, que já lá trabalhavam lá há mais tempo e com os médicos, com quem tínhamos uma excelente relação. Na instituição éramos todos colegas, profissionais de saúde, adultos, onde a opinião de cada um era ouvida, independentemente de ser enfermeiro ou médico, e o profissionalismo era a imagem de marca da instituição. É obvio que se um enfermeiro tivesse dúvidas sobre a introdução de determinado medicamento pediria apoio a um médico.
Falo disto na sequência a um comentário de um post publicado anteriormente neste blog e à criação, pelos vistos confirmada, das SIV e do SAP em Bragança, sem médico em presença física. Parece-me que este é o momento de tornar público que os enfermeiros tem discernimento clínico, que a s suas intervenções são baseadas em conhecimentos fundamentados em investigação científica, que a enfermagem é – também – isto, e que os enfermeiros não estão ligados em rede aos cérebros dos médicos quando tomam decisões. E que estão a tomar decisões permanentemente nos hospitais, centros de saúde, ou em quaisquer instituições onde quer que trabalhem.
Aproveito por saudar o Doutor Enfermeiro pela qualidade especial dos últimos posts e pelo aumento da regularidade de publicação. Aguardo ver aqui, neste espaço, mais assuntos relacionados com as politicas de saúde, que neste momento estão a sofrer grandes alterações.
Caro colega, a prescrição de medicamentos por parte dos enfermeiros, vai ser uma realidade, provávelmente durará um pouco mais nos países Ibéricos,pois como sabemos, somos mais conservadores. Nos países anglo-saxónicos, já é uma realidade. A sua implementação deve passar por uma efectiva autonomia na mesma, com formação adequada, e não com protocolos, porque aí não passa de uma manobra para prescrever de acordo com a vontade dos médicos ou instituições. A PRESCRIÇÃO POR PARTE DOS ENFERMEIROS, tem que passar por formaão específica com o apoio das entidades represenmtativas dos médicos e não contra eles, mas sempre com o objectivo da prescrição autonoma de acordo com diagnósticos de enfermagem e com necessidades de cuidados de enfermagem, e não para culmatar a falta de outros profissionais. Tem que ser um processo muito bem negociado, lembro novamente, não contra os médicos mas sim com o seu apoio, e tendo sempre em consideração que pode haver por parte do sistema politico aproveitamento da situação para a prestação de cuidados mais baratos. Ora aqui os enfermeiros têm que saber reivindicar o aumento da responsabilidade com um ordenado compatível. Leiam novamente nos comentártios do post anterior sobre uma monografia da ordem dos enfermeiros de Espanha Não chega dizer que não devemos prescrever ou estar nos SAP`s sózinhos, o que devemos é negociar contrapartidas, no9meadamente conpetências e autonomia e ordenado compatível com as responsabilidades assumidas. Como já tive a oportunidade de dizer na Inglaterra e nos EUA os enfermeiros estão em "SAP´S sózinhos mas têm foemação e específica para o efeito e ganham de acordo com a respaonsabilidade. Não podemos esquecer que os enfermeiros em Portugal nos últimos anos se tem recusado a executar determinados actos, alegando que não é da sua competências, depois não se queixem, por aparecerem outros técnicos a substituir os enfermeiros...
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