segunda-feira, junho 25, 2007

A comunicação social "acordou"...


A comunicação social vai acordando para a realidade dos factos. Parece-me a mim que começa a perceber que sem Enfermeiros não é possível realizar Interrupções Voluntárias da Gravidez (IVG). Nesta peça da RTP sobre os Enfermeiros e a IVG, florescem as preocupações relativas aos Enfermeiros objectores de consciência.

A Ordem dos Enfermeiros, "considerando as solicitações da Comunicação Social", publicou no seu site este esclarecimento:


" O artigo 92º do Estatuto da OE – o qual integra o Código Deontológico do Enfermeiro – estabelece o direito do enfermeiro ser objector de consciência. Ao fazer uso deste direito, o enfermeiro «assume o dever de proceder segundo os regulamentos internos da Ordem que regem os comportamentos do objector, de modo a não prejudicar os direitos das pessoas; declarar, atempadamente, a sua qualidade de objector de consciência para que sejam assegurados, no mínimo indispensável, os cuidados a prestar» e «respeitar as convicções pessoais, filosóficas, ideológicas ou religiosas da pessoa e dos outros membros da equipa de saúde». O mesmo artigo refere que «o enfermeiro não poderá sofrer qualquer prejuízo pessoal ou profissional pelo exercício do seu direito à objecção de consciência».

- Por sua vez, o Regulamento do Exercício do Direito à Objecção de Consciência (aprovado na Assembleia Geral da OE a 18 de Março de 2000) volta a reforçar a necessidade de o enfermeiro dar conhecimento atempado ao seu superior hierárquico da sua qualidade de objector, de modo a que haja a garantia de que há quem o substitua na prestação de cuidados. Nos casos em que possa estar em causa a prestação de cuidados, o direito do cidadão a cuidados de Enfermagem prevalece sobre o direito à objecção de consciência.

- A OE considera útil o levantamento que o Ministério da Saúde, através da Direcção-Geral da Saúde, está a efectuar relativamente ao número de profissionais de saúde objectores de consciência. Advogamos que, em função dos resultados deste levantamento, o Ministério da Saúde deve organizar serviços que assegurem uma resposta adequada e atempada às necessidades de cuidados da mulher. Consideramos ainda que o apoio dado às mulheres que solicitem a interrupção voluntária da gravidez deve ser protagonizado por uma equipa multidisciplinar – a qual deve integrar médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de Serviço Social, etc.

- Tendo por base o contacto que a Ordem tem mantido com colegas no terreno, estamos convictos de que existirá sempre um número suficiente de enfermeiros para viabilizar a nova Lei da IVG. Por conseguinte, acreditamos que a operacionalidade da lei não vai ser colocada em causa devido a enfermeiros objectores de consciência.

- Os enfermeiros que se declarem objectores de consciência no Sector Público não podem deixar de ter a mesma atitude no Sector Privado. Se se comprovar a existência desta contradição, a Ordem dos Enfermeiros encontrar-se-á no direito de encetar procedimentos disciplinares contra esses membros"

Comments:
Se bem ouvi na reportagem, a ordem dos médicos poderá abrir processos disciplinares contra enfermeiros?
E logo quem...!!! em que profissão mais abunda o lobbie dos privados... senão na profissão médica!
 
Foi um lapso, de tanto falarem da Ordem dos Médicos, pelo barulho que fazem por tudo e por nada.

Emf. Rui
 
A IVG na privada vai ser mais uma mina de Ouro: é fácil de fazer, rápida e muito lucrativa. Por isso, quem quizer ganhar dinheiro, é correr a comprar uns aspiradorzitos e umas curetas no MAxmat e alugar um espaço num centro comercial de prefer~encia ao lado de uma qualquer conhecida marca de roupa feminina que a competição promete ser grande!
 
Negócio com certeza. A decisão de o fazer é mais complexa...
 
"Se bem ouvi na reportagem, a ordem dos médicos poderá abrir processos disciplinares contra enfermeiros?
E logo quem...!!! em que profissão mais abunda o lobbie dos privados... senão na profissão médica!"

Logicamente que isto foi um erro do jornalista, pois o óbvio é que seja a Ordem dos Enfermeiros a instaurar processos disciplinares aos Enfermeiros, visto que a Ordem dos Médicos nada pode fazer relativamente à classe de Enfermagem!
 
Saudações.
Só pode mesmo ter sido um "lapsus lingua", pois o que o jornalista queria dizer era Ordem dos Enfermeiros (naturalmente!).
Ainda assim, confesso que durante uns segundos me ocorreram projecções mentais "menos positivas".
 
Realmente vocês devem ter razão. Contudo, não deve faltar vontade por parte da OM! Abraço a todos
 
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