sexta-feira, setembro 07, 2007

O Enf. J Azevedo (SE) respondeu ao "Simédicos"!!!


Penso que muitos se aperceberam da "tirada raivosa" do Sindicato dos Médicos (que podem ler uns posts abaixo...) contras as declarações do Enf. José Azevedo do Sindicato dos Enfermeiros.
Desta vez houve resposta, que deixo aqui na íntegra, sob a obrigatoriedade de ser lida:

a
"De quando em vez, os prosadores do Simédicos resolvem atirar-se a nós, sempre de forma indirecta e encapotada, sem se saber o perfil do autor, para falar ingenuamente de ódios alheios, que, no nosso caso, não existem, obviamente.
Desde o Hipócrates, com a sua conhecida teoria dos humores, nos quais incluía o bilioso, que certos médicos, tipo Simédicos gostam de usar chavões como o bilioso e truculento, mais que o habitual.
Se o Dr. Luís Pisco e os representados tivessem algum pejo, não se deviam deixar nomear para lugares de reconstrução duma área distorcida por eles. Ou entendem que a assistência primária está bem?!
Quanto ao terceiro mundismo só quer dizer que, nos centros de saúde os médicos estão a fazer de enfermeiros. O papel que lhes reservamos não é de ódio: é de dignidade, onde podem desempenhar o seu papel de médico, condignamente. Os Simédicos não perceberam a essência da mensagem. Nem admira. Nunca foram treinados para pensar.
Aquilo que dissemos está à vista de quem quiser ver.
As equipas multiprofissionais dão para rir, sobretudo a partir da douta afirmação que “na equipa de saúde o mais importante é o médico”. Tanta modéstia e tão perfeito conhecimento da equipa!
Luís Pisco não é o centro de todos os ódios: é um faz-que-faz um sistema que se limita a dar mais uns euros ao grupo que representa tentando reanimar o RRE, tristemente célebres.
Se há desemprego aí é porque os responsáveis ainda não entenderam que há médicos a mais, na área. Então essa de se dizer dos 1500 utentes como limite para cada médico de família é de morrer a rir. Será preciso passar para a versão USF para ir até aos 1750 (mais uma consulta e meia por dia).
A culpa não é vossa, caros Simédicos, que nem sequer tendes espaço na mente para perspectivar o que quer que seja; a culpa é de quem não discute, nem exige prova daquilo que considerais único e certo.
Foi com a nossa perspectiva que os tais países que racionalizam os gastos com saúde, diminuíram o excessivo “consumo de medicamentos”, muitos dos quais engordam as 550 toneladas de lixo perigoso. Triste fim do vosso receituário!
Nesses países este desperdício era impensável, sem medidas fortemente penalizadoras.
Tirai a ideia do ódio, porque aqui, não se odeia ninguém, pelo contrário, aspiramos por que os médicos sejam médicos, mesmo nos centros de saúde, mas numa óptica correcta. Não derivem a questão para o ódio e afins. Pensem alto! Olhem as estrelas; não chafurdem na lama!"

a
Fonte: www.sen.pt

Comments:
Podem ler e reflectir o panorama futuro que nos espera eventualmente a todos :
fonte : saudesa.blogspot.com

Manuel Delgado

Uma extensa e surpreendente entrevista ao Semanário Económico link


Os custos com pessoal subiram, qual é a influência dos médicos?

É significativa. Não posso precisar mas, por exemplo, no que respeita às horas extraordinárias dos médicos representam 75% a 80% das horas extraordinárias que se pagam no hospital. Depois há as cirurgias adicionais para doentes em espera, que são pagas à peça e entram nas contas de remuneração de pessoal.

Estes custos serão revistos?

Estes valores podem baixar, desde logo, através da moralização da hora extraordinária que não pode continuar a ser como um complemento remuneratório para o profissional ter uma vida mais desafogada.

E os ordenados dos médicos?

Primeiro temos que regular a hora extraordinária, muitas das horas extraordinárias fazem-se por interesse dos profissionais e não por necessidade dos hospitais. Mas para que isto seja combatido temos que criar formas de ter remunerações um pouco mais elevadas em função do mérito e não da posição no hospital.

É o fim das carreiras?

Há hoje remunerações superiores ao que as pessoas merecem, um grande desiquilíbrio que tem que ser corrigido. É, de facto, o modelo de carreiras que está em causa.

Tem algum fundo de verdade a saída de muitos médicos para o sector privado?

É ingenuidade pensar que o sector privado pode absorver os médicos do sector público, não têm mercado para isso. Há cerca 130 mil funcionários no sector público da saúde o sector privado se tiver se tiver 2% a 3% exclusivamente no privado já é muito.

Mas podem desviar os melhores?

Alguns dos melhores sim, mas não creio que haja impacto significativo na actividade pública. O sector privado tem capacidade para pagar mais, mas há outras motivações que talvez sejam mais relevantes: a capacidade de trabalhar com um volume de doentes que lhes permite uma maior diversificação nas patologias. No privado a sua actividade é mais confinada em termos de especialização, volume e experiência.

Por isso optam por estar nos dois…
De forma um pouco provocatória posso dizer que para o médico o melhor é manter o modelo actual: aprender no público e ganhar dinheiro no privado. Mas todos percebemos que este modelo não pode continuar porque é desperdiçar dinheiro público. É simpático para uma empresa privada ir buscar pessoas com experiência que tiveram formação no estrangeiro paga pelo Estado português. Quando um médico vai três meses a França, ou Estados Unidos, mantém a sua remuneração no seu hospital de origem e isto é dinheiro e não é pouco.

Esses custos de formação podem ficar contratualizados, obrigando o profissional a pagar do seu bolso se abandonar o sector público?

O futuro tem que encarar esta matéria com outra seriedade e outra consistência.

Faz falta emagrecer os quadros dos hospitais?

Os quadros de profissionais nos hospitais (gestores, auxiliares, médicos enfermeiros) garantem ao profissional uma permanência até à sua reforma e, muitas vezes, percebemos que se conseguíssemos emagrecer os quadros nalgumas valência médicas ou de enfermagem poderíamos ter muito mais economias mas temos que esperar que se reformem.

Agora vem aí a política da mobilidade...

Esta política permite uma flexibilidade importante, é uma oportunidade que temos porque permite identificar nos hospitais áreas onde há pessoal a mais ou onde podemos gerar eficiência através da diminuição de efectivos e isso permite que os profissionais sejam mobilizáveis para outras instituições. Todos sabemos que há uma diferença grande entre o interior do País, onde há poucos profissionais, e os grandes centros urbanos do litoral. É um trabalho que vai ser feito agora.

Ver onde há excedentes que podem ser utilizados noutros lados?

Sim, reabsorvê-los noutros lados.

Já que estamos a falar em privados, tem sido um critico das parcerias público-privadas (PPP), não na construção mas na parte da gestão. Porquê?

Nem tanto. Não sou bem um crítico, sou mais uma pessoa expectante, porque tenho as minhas dúvidas sobre os melhores resultados que os privados possam tirar da gestão da coisa pública. Tenho algumas dúvidas, até porque os estudos até agora realizados sobre a qualidade relativa entre hospitais públicos e de gestão privada públicos, não permitem tirar grandes conclusões. Por outro lado, as parcerias público-privadas têm um problema quando passam para a gestão, é que os contratos de gestão têm de ser plurianuais, a sete ou dez anos. Em três anos a evolução tecnológica é muito grande e as doenças podem mudar muito, a demografia muda com certeza. Esta evolução do conhecimento pode obrigar hospitais e serviços a utilizar coisas novas e mais caras.

Isso pode ficar previsto nos contratos.

Há sempre o risco de os modelos contratuais serem relativamente rígidos em relação á evolução das coisas. Claro que, no fundo, a maior dúvida é como é que o Estado vai garantir a supervisão e o controle da boa prática médica num serviço público que é gerido por um privado que tem um objectivo lucrativo. E o lucro nasce da diferença entre o custo e o preço.

Mas já chegou a dizer acreditar que não haveriam mais do que os actuais três concursos em PPP que estão em curso. Certo?
Penso que o ministério da Saúde neste ponto modificou a estratégia do Governo. Tirando o hospital de Cascais, o de Braga e o de Vila Franca de Xira, não deverão haver mais hospitais com modelo de gestão privada, é a minha convicção. Até porque o de Loures voltou à estaca zero. A próxima parceria será no Hospital de Todos os Santos.

A qual será apenas para a construção.

Exactamente. E admito até que o de Loures nem avance já.
semanário económico, carlos caldeira e teresa gens
 
"Os Simédicos não perceberam a essência da mensagem. Nem admira. Nunca foram treinados para pensar".
1) Como médico bem sei as coisas que estão mal (sabemos obviamente até mais do que aquelas que são públicas): isto é igual em todas as profissões
2) a classe médica - erradamente apelidada de corporativista (isto porque só os médicos sabem como se tratam uns aos outros...)- nunca foi bem representada quer em termos de sindicatos quer em termos de Ordem
3)Com comentários anormais deste enfermeiro não vale a pena discutir outros assuntos
 
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