domingo, janeiro 27, 2008
Venha daí um aplauso...
A Enf.ª Maria Augusta de Sousa foi reempossada. O meu dedo-adivinho não falhou.
Numa assembleia onde faltou quase toda a gente convidada, o discurso foi o previsto: OCDE, rácios, falta de Enfermeiros (pelo menos teve a decência em afirmar que os Enfermeiros andam a ser explorados), e o discurso lírico a que já estamos habituados.
Os Enfermeiros merecem mais. Hoje o tempo escasseia, mas no próximo post, humildemente (não passa de uma simples opinião pessoal!), explicarei à Digníssima Bastonária porque é que Portugal nunca vai ter um rácio médio como o da OCDE, a influência das competências e responsabilidades profissionais na dimensão quantitativa da classe, as consequências e significados do desequilíbrio entre os rácios das diferentes classes da saúde e as verdadeiras formas de estimular a criação de emprego.
a
Já que nos próximos 4 anos vamos ter "esta" Ordem, então as críticas construtivas e sugestões também são bem-vindas. Ou não?
Comments:
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Tem tudo a ver com o sistema politico-Nao se deve culpar a Ordem a torto e a direito.Vejam a sociedade como esta,o nivel de vida,etc.Qual a cultura participativa das pessoas?Anda-se anestesiado e espera-se que os outros resolvam os problemas.Olha-se para o umbigo.A accao deste governo transversa toda a sociedade.Quantos se movimentam?...Depois queixam-se.
Até que pode ser da culpa da falta de participação de todos na resolução de este ou de outros problemas, aliás, a sociedade portuguesa padece desse problema: falta de participação e/ou interesse.
Mas que a OE tem culpa nisto, tem. O problema em si é que a OE não assume o problema de desemprego em Enfermagem, como se fosse algo ainda inexistente na realidade virtual da Sra. MAS. Talvez devido à sua tendência politica.
O que quero dizer é que, a OE devia-se mostrar preocupada, agir e intervir junto dos órgãos devidos.
Mas pronto, vão ser mais quatro anos. A ideia de grupo da oposição não seria má, tendo em conta ao futuro que nos espera.
Mas que a OE tem culpa nisto, tem. O problema em si é que a OE não assume o problema de desemprego em Enfermagem, como se fosse algo ainda inexistente na realidade virtual da Sra. MAS. Talvez devido à sua tendência politica.
O que quero dizer é que, a OE devia-se mostrar preocupada, agir e intervir junto dos órgãos devidos.
Mas pronto, vão ser mais quatro anos. A ideia de grupo da oposição não seria má, tendo em conta ao futuro que nos espera.
Estou curioso com o papel e o trabalho da Secção do Norte...afinal é dissonante da lista da Bastonária, certo?
Vamos lá ver do que são capazes ...
Boa sorte para eles....
Teixeirinha
Vamos lá ver do que são capazes ...
Boa sorte para eles....
Teixeirinha
E que tal esperar para ver??? Pode ser que tenha aprendido alguma coisa com o último mandato... vamos ser positivos! Por favor!!!
Não temos que nos queixar. A classe teve opurtunidade para mudar. Portanto se quiseram assim agora vamos dar-lhe o benefício da dúvida!!!!!!!!!!!!!!!
Confesso que estava à espera de mais! Muito mais! No dia 11 de Dezembro de 2007 li a mensagem por si elaborada e após reflectir sobre o assunto escrevi o texto, que só recentemente lhe enviei.
Pelo que disse, penso que não há dúvidas: leu o meu texto muito na diagonal. Foi por isso que lhe escaparam algumas (muitas) coisas. A melhor forma de corrigir (!) a situação seria ler de novo o texto. Duvido que o vá fazer. Por isso hesitei sobre se devia ou não responder ao seu mais recente comentário em relação às minhas palavras.
“Antes de mais, deixe-me cumprimentá-lo(a), pois são estas o tipo de “discussões” para as quais o blog está vocacionado.
Respondendo às suas questões:
Deixe-me dizer-lhe antes de mais, que são as próprias Escolas de Enfermagem que hoje em dia fomentam a iniciativa pessoal e o empreendedorismo, remetendo a profissão para uma matriz do âmbito liberal-clássico, ou seja, os Enfermeiros são hoje profissionais liberais – com todas as vantagens e desvantagens que isso implica.”
Tanto quanto sei há escolas que mantêm a mesma postura de até aqui quanto a essa matéria. Sei também que de facto, nunca esconderam dos alunos, que trabalhar no âmbito liberal, pode ser uma oportunidade. Mas não podemos confundir as coisas: há escolas quem nem sequer têm professores com formação específica numa determinada área (p.e. Saúde Materna) para dar essas aulas. Portanto, assumir que de norte a sul do país há a preocupação de incutir nos alunos essas ideias, parece-me muito falacioso!
E mesmo que isso fosse uma realidade, não se esqueça do seguinte: primeiro – o desemprego não iria acabar; segundo – os enfermeiros poderiam não ter possibilidade de dar resposta a todo o tipo de solicitações, e isso a médio prazo, viria a desiludir os clientes; terceiro – é bom ter noção que a assistência em saúde no nosso país é gratuita, precisamente porque nos momentos “de ausência de saúde” a pessoa por um lado está vulnerável, e por outro, não tem condições para trabalhar, e por isso, é-lhe difícil custear as despesas que uma situação de doença possa acarretar; quarto – sei de iniciativas com parcial sucesso que vão ocorrendo aqui e ali, mas seria bom que alguém dissesse toda a verdade quanto a isso; hoje só há mercado para essas empresas porque tem havido da parte dos Governantes e por parte dos Altos Responsáveis das Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros total passividade quanto a isso; nos últimos tempos, alguns serviços públicos chegaram a um ponto lastimável, e quem de direito, em vez de tentar solucionar o problema, desviam as atenções, cortam nos financiamentos, abrindo caminho a esse tipo de iniciativas.
”Como sabe, a lei portuguesa define algumas regras para as acumulações.
Relativamente a Enfermeiros acumularem 40 + 40 horas, como sabe, tal é verdadeiramente raro hoje em dia. Nem tenho conhecimento de nenhum caso actual. A maioria dos “acumuladores” fá-lo entre o sector público/privado numa quantidade de horas razoáveis/semana.”
Bem sei que a nossa lei fala sobre as acumulações. Quanto aos 40 + 40, acredite que os há por aí, e não são poucos. E olhe que há alguns que fazem isso entre público e público. Acredite! E quanto à razoabilidade de que fala, é claro que só pode estar a brincar. Conheço colegas nossos que fazem 40 horas num público, 40 horas noutro público e + 20 horas num privado. E se eu algum dia estiver doente, prefiro ser atendido por essa pessoa, do que por uma outra que conheço, que pelos anos de serviço, até já nem tem de fazer as 35 horas semanais. Isto mostra claramente que há pessoas com uma capacidade de trabalho fantástica.
Mas o que está hoje em causa é o desemprego em Enfermagem. Quais os motivos? Os cidadãos comuns não estão ainda muito preocupados com o investimento na sua saúde, as escolas continuam a formar em excesso, as Instituições de Saúde funcionam com um rácio de profissionais inferior ao recomendado, há profissionais com mais que um emprego... e outras razões haverá!
“Tal como outros profissionais liberais, não é possível estabelecer uma “proibição” no que toca ao “volume negocial” de cada profissional.
A ideia de que o fim das acumulações colocará termo ao desemprego, também é manifestamente errada. A maioria das actuais acumulações não têm potencialidades para servir de emprego a tempo inteiro para alguém. Mesmo que atenuasse um pouco o problema, este logo se agravaria pois o fluxo de formandos é enorme.”
O que escreve demonstra que lhe falta uma certa agilidade de raciocínio para a solução do problema. Se os enfermeiros fossem de facto autónomos como se pinta por aí, preocupar-se-iam em buscar soluções próprias e deixavam apenas de olhar para os outros profissionais, alguns dos quais liberais. Claro que seria possível um modelo muito bem regulado no que toca ao duplo emprego. Repare (números fictícios): vamos supor que neste momento em Portugal estão 30 mil enfermeiros no activo; vamos supor que contabilizado o total de horas de todos os serviços públicos, precisaríamos de 35 mil enfermeiros; vamos supor que em cada ano, saem das escolas 2 mil enfermeiros e há 1000 enfermeiros que se reformam;
Perante estes números, é claro que teria de haver pessoas em duplo emprego. Mas ao ritmo de formação a que estamos a assistir, a situação de “falta de enfermeiros” já não é a real.
E se você tiver uma clínica privada, eu aceito que faça a gestão dos seus recursos da forma que bem entender (embora até aí, penso que pessoas como o Ministro da Saúde teriam uma palavra a dizer). Quanto às instituições públicas, aí as coisas mudam de figura. E não tenha dúvidas: muitas das acumulações têm potencialidade para servir de emprego a tempo inteiro. Basta apenas vontade. Ver os recibos verdes dessa forma, é querer enganar as pessoas. A vantagem dos recibos verdes é na sua globalidade favorável à entidade patronal. Bem sei que muitas pessoas na enfermagem ganharam muito dinheiro a recibos verdes. Mas mais ganhariam, se tivessem um vínculo contratual. Portanto isso não é desculpa.
E é óbvio que esta medida, por si só, não acabava com o desemprego em enfermagem. Como disse há pouco os motivos dessa maleita são vários. Do meu ponto de vista, este é apenas um deles. O que é inquestionável é que se este fosse aniquilado, teríamos apenas de nos preocupara com os outros motivos, e aos poucos, implementar medidas para os contrariar. A problemática do desemprego é multifactorial, sem dúvida. Mas defendermos que só com uma única medida é que lá chegamos, é pura demagogia. Fique sabendo que uma medida desta envergadura, teria um enorme impacto naquilo que é visto como “a união de uma classe”: se entrasse em vigor uma lei “de impedir que um enfermeiro tivesse 2 empregos, enquanto outros não têm nenhum”, acredite que um enfermeiro do Algarve sentir-se-ia respeitado por um enfermeiro de Trás os Montes, mesmo sem se conhecerem.
Portanto, quando diz “Dentro de 4 anos, a classe de Enfermagem contará com cerca de 75 mil Enfermeiros, e ao ritmo das admissões actuais, mais de 15 mil desempregados. Mesmo com um “emprego para cada Enfermeiro” o problema subsistirá.”, é bom ter a noção que as coisas só serão assim, se nada for feito entretanto.
”Afirma que “que o que está em causa não é a dicotomia trabalho-voluntariado”… Repare, o voluntariado acarreta trabalho desgastante (ex. bombeiros – por vezes dezenas de horas por semana), burnout…
Segundo a lógica de muita gente teremos de proibir os voluntariados também… Isto é demagógico. Digamos que, o que se quer proibir são as funções remuneradas. Temos que admitir o problema não é o trabalho, é o dinheiro.”
Quem começou com a demagogia, foi precisamente você: “Se o motivo da sua afirmação for o cansaço/burnout então, colegas, recomendo apenas trabalho e descanso. Trabalho-casa e casa-trabalho. Se forem voluntários em associações humanitárias, não podem porque cansa. Se prestarem serviço voluntário nos bombeiros, não podem porque cansa. Se forem desportistas nos tempos livres, não podem porque cansa. Já agora, recomendo abstinência (sim, essa mesmo) total, é que sabem, também cansa.”
Ninguém falou em proibir o voluntariado nem outras coisas afins. O que há é quem defenda que o duplo emprego, pode não ser um garante de uma qualidade nos cuidados prestados. Aliás, as minhas palavras de há pouco quanto à pessoa que trabalha 100 horas por semana, só são válidas porque em Portugal ainda não estamos especializados o suficiente ao ponto de um enfermeiro de Reabilitação ser um verdadeiro “expert” nessa área. No dia em que isso se verificar, a questão das acumulações vai assumir outros contornos.
Disse que o problema era o dinheiro. Pois olhe, há um grande professor da nossa Praça, que nem sequer é da área da saúde, e que diz: “O problema de Portugal não é a verba. É o verbo!”
E essa é a pura verdade.
Gostei de ver que se esforçou por responder ao meu artigo, mas passaram-lhe ao lado determinados pontos:
O aumento de ordenados e as consequências que isso poderia ter;
A exclusividade que é exigida mas que não é paga;
Grupos de profissões onde não há acumulações de emprego;
Chefe eleito pelos enfermeiros que trabalham num determinado serviço;
O enfermeiro com 7 empregos. Deve mantê-los?
Duplo emprego: Hospital – Escola;
Como vê, seja por falta de argumentos, seja por falta de querer debruçar-se sobre o problema, a sua visão das coisas ignora aspectos fundamentais.
Em jeito de conclusão: e se a Ordem exigisse que todos os concursos para enfermeiros em instituições públicas passassem pelo seu site. Isso é competência dos Sindicatos? Talvez sim, ou talvez não. Que eu saiba, há muitos jovens que têm sido colocados em determinados hospitais logo após o términos do curso, enquanto que outros, formados há mais de 3 anos, continuam no desemprego. Deve ou não preocupar-se a Ordem que todos os jovens recém licenciados tenham igual oportunidade de acesso a um cargo num hospital, seja ele em Bragança ou em Faro?
E se cada hospital criasse uma lista de enfermeiros com base nos seus curriculuns, e divulgasse quais os ítens que foram valorizados, e quais as pessoas que foram admitidas em cada ano?
E se o INEM seguisse este exemplo?
Como vê, falta muita transparência ao sistema. E falta também alguma honestidade: tenho ouvido muita gente falar em “empreendedorismo”, mas que eu saiba, poucos ou nenhuns foram os que largaram o seu emprego no Estado.
Dar receitas para os outros é muito fácil!
Pelo que disse, penso que não há dúvidas: leu o meu texto muito na diagonal. Foi por isso que lhe escaparam algumas (muitas) coisas. A melhor forma de corrigir (!) a situação seria ler de novo o texto. Duvido que o vá fazer. Por isso hesitei sobre se devia ou não responder ao seu mais recente comentário em relação às minhas palavras.
“Antes de mais, deixe-me cumprimentá-lo(a), pois são estas o tipo de “discussões” para as quais o blog está vocacionado.
Respondendo às suas questões:
Deixe-me dizer-lhe antes de mais, que são as próprias Escolas de Enfermagem que hoje em dia fomentam a iniciativa pessoal e o empreendedorismo, remetendo a profissão para uma matriz do âmbito liberal-clássico, ou seja, os Enfermeiros são hoje profissionais liberais – com todas as vantagens e desvantagens que isso implica.”
Tanto quanto sei há escolas que mantêm a mesma postura de até aqui quanto a essa matéria. Sei também que de facto, nunca esconderam dos alunos, que trabalhar no âmbito liberal, pode ser uma oportunidade. Mas não podemos confundir as coisas: há escolas quem nem sequer têm professores com formação específica numa determinada área (p.e. Saúde Materna) para dar essas aulas. Portanto, assumir que de norte a sul do país há a preocupação de incutir nos alunos essas ideias, parece-me muito falacioso!
E mesmo que isso fosse uma realidade, não se esqueça do seguinte: primeiro – o desemprego não iria acabar; segundo – os enfermeiros poderiam não ter possibilidade de dar resposta a todo o tipo de solicitações, e isso a médio prazo, viria a desiludir os clientes; terceiro – é bom ter noção que a assistência em saúde no nosso país é gratuita, precisamente porque nos momentos “de ausência de saúde” a pessoa por um lado está vulnerável, e por outro, não tem condições para trabalhar, e por isso, é-lhe difícil custear as despesas que uma situação de doença possa acarretar; quarto – sei de iniciativas com parcial sucesso que vão ocorrendo aqui e ali, mas seria bom que alguém dissesse toda a verdade quanto a isso; hoje só há mercado para essas empresas porque tem havido da parte dos Governantes e por parte dos Altos Responsáveis das Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros total passividade quanto a isso; nos últimos tempos, alguns serviços públicos chegaram a um ponto lastimável, e quem de direito, em vez de tentar solucionar o problema, desviam as atenções, cortam nos financiamentos, abrindo caminho a esse tipo de iniciativas.
”Como sabe, a lei portuguesa define algumas regras para as acumulações.
Relativamente a Enfermeiros acumularem 40 + 40 horas, como sabe, tal é verdadeiramente raro hoje em dia. Nem tenho conhecimento de nenhum caso actual. A maioria dos “acumuladores” fá-lo entre o sector público/privado numa quantidade de horas razoáveis/semana.”
Bem sei que a nossa lei fala sobre as acumulações. Quanto aos 40 + 40, acredite que os há por aí, e não são poucos. E olhe que há alguns que fazem isso entre público e público. Acredite! E quanto à razoabilidade de que fala, é claro que só pode estar a brincar. Conheço colegas nossos que fazem 40 horas num público, 40 horas noutro público e + 20 horas num privado. E se eu algum dia estiver doente, prefiro ser atendido por essa pessoa, do que por uma outra que conheço, que pelos anos de serviço, até já nem tem de fazer as 35 horas semanais. Isto mostra claramente que há pessoas com uma capacidade de trabalho fantástica.
Mas o que está hoje em causa é o desemprego em Enfermagem. Quais os motivos? Os cidadãos comuns não estão ainda muito preocupados com o investimento na sua saúde, as escolas continuam a formar em excesso, as Instituições de Saúde funcionam com um rácio de profissionais inferior ao recomendado, há profissionais com mais que um emprego... e outras razões haverá!
“Tal como outros profissionais liberais, não é possível estabelecer uma “proibição” no que toca ao “volume negocial” de cada profissional.
A ideia de que o fim das acumulações colocará termo ao desemprego, também é manifestamente errada. A maioria das actuais acumulações não têm potencialidades para servir de emprego a tempo inteiro para alguém. Mesmo que atenuasse um pouco o problema, este logo se agravaria pois o fluxo de formandos é enorme.”
O que escreve demonstra que lhe falta uma certa agilidade de raciocínio para a solução do problema. Se os enfermeiros fossem de facto autónomos como se pinta por aí, preocupar-se-iam em buscar soluções próprias e deixavam apenas de olhar para os outros profissionais, alguns dos quais liberais. Claro que seria possível um modelo muito bem regulado no que toca ao duplo emprego. Repare (números fictícios): vamos supor que neste momento em Portugal estão 30 mil enfermeiros no activo; vamos supor que contabilizado o total de horas de todos os serviços públicos, precisaríamos de 35 mil enfermeiros; vamos supor que em cada ano, saem das escolas 2 mil enfermeiros e há 1000 enfermeiros que se reformam;
Perante estes números, é claro que teria de haver pessoas em duplo emprego. Mas ao ritmo de formação a que estamos a assistir, a situação de “falta de enfermeiros” já não é a real.
E se você tiver uma clínica privada, eu aceito que faça a gestão dos seus recursos da forma que bem entender (embora até aí, penso que pessoas como o Ministro da Saúde teriam uma palavra a dizer). Quanto às instituições públicas, aí as coisas mudam de figura. E não tenha dúvidas: muitas das acumulações têm potencialidade para servir de emprego a tempo inteiro. Basta apenas vontade. Ver os recibos verdes dessa forma, é querer enganar as pessoas. A vantagem dos recibos verdes é na sua globalidade favorável à entidade patronal. Bem sei que muitas pessoas na enfermagem ganharam muito dinheiro a recibos verdes. Mas mais ganhariam, se tivessem um vínculo contratual. Portanto isso não é desculpa.
E é óbvio que esta medida, por si só, não acabava com o desemprego em enfermagem. Como disse há pouco os motivos dessa maleita são vários. Do meu ponto de vista, este é apenas um deles. O que é inquestionável é que se este fosse aniquilado, teríamos apenas de nos preocupara com os outros motivos, e aos poucos, implementar medidas para os contrariar. A problemática do desemprego é multifactorial, sem dúvida. Mas defendermos que só com uma única medida é que lá chegamos, é pura demagogia. Fique sabendo que uma medida desta envergadura, teria um enorme impacto naquilo que é visto como “a união de uma classe”: se entrasse em vigor uma lei “de impedir que um enfermeiro tivesse 2 empregos, enquanto outros não têm nenhum”, acredite que um enfermeiro do Algarve sentir-se-ia respeitado por um enfermeiro de Trás os Montes, mesmo sem se conhecerem.
Portanto, quando diz “Dentro de 4 anos, a classe de Enfermagem contará com cerca de 75 mil Enfermeiros, e ao ritmo das admissões actuais, mais de 15 mil desempregados. Mesmo com um “emprego para cada Enfermeiro” o problema subsistirá.”, é bom ter a noção que as coisas só serão assim, se nada for feito entretanto.
”Afirma que “que o que está em causa não é a dicotomia trabalho-voluntariado”… Repare, o voluntariado acarreta trabalho desgastante (ex. bombeiros – por vezes dezenas de horas por semana), burnout…
Segundo a lógica de muita gente teremos de proibir os voluntariados também… Isto é demagógico. Digamos que, o que se quer proibir são as funções remuneradas. Temos que admitir o problema não é o trabalho, é o dinheiro.”
Quem começou com a demagogia, foi precisamente você: “Se o motivo da sua afirmação for o cansaço/burnout então, colegas, recomendo apenas trabalho e descanso. Trabalho-casa e casa-trabalho. Se forem voluntários em associações humanitárias, não podem porque cansa. Se prestarem serviço voluntário nos bombeiros, não podem porque cansa. Se forem desportistas nos tempos livres, não podem porque cansa. Já agora, recomendo abstinência (sim, essa mesmo) total, é que sabem, também cansa.”
Ninguém falou em proibir o voluntariado nem outras coisas afins. O que há é quem defenda que o duplo emprego, pode não ser um garante de uma qualidade nos cuidados prestados. Aliás, as minhas palavras de há pouco quanto à pessoa que trabalha 100 horas por semana, só são válidas porque em Portugal ainda não estamos especializados o suficiente ao ponto de um enfermeiro de Reabilitação ser um verdadeiro “expert” nessa área. No dia em que isso se verificar, a questão das acumulações vai assumir outros contornos.
Disse que o problema era o dinheiro. Pois olhe, há um grande professor da nossa Praça, que nem sequer é da área da saúde, e que diz: “O problema de Portugal não é a verba. É o verbo!”
E essa é a pura verdade.
Gostei de ver que se esforçou por responder ao meu artigo, mas passaram-lhe ao lado determinados pontos:
O aumento de ordenados e as consequências que isso poderia ter;
A exclusividade que é exigida mas que não é paga;
Grupos de profissões onde não há acumulações de emprego;
Chefe eleito pelos enfermeiros que trabalham num determinado serviço;
O enfermeiro com 7 empregos. Deve mantê-los?
Duplo emprego: Hospital – Escola;
Como vê, seja por falta de argumentos, seja por falta de querer debruçar-se sobre o problema, a sua visão das coisas ignora aspectos fundamentais.
Em jeito de conclusão: e se a Ordem exigisse que todos os concursos para enfermeiros em instituições públicas passassem pelo seu site. Isso é competência dos Sindicatos? Talvez sim, ou talvez não. Que eu saiba, há muitos jovens que têm sido colocados em determinados hospitais logo após o términos do curso, enquanto que outros, formados há mais de 3 anos, continuam no desemprego. Deve ou não preocupar-se a Ordem que todos os jovens recém licenciados tenham igual oportunidade de acesso a um cargo num hospital, seja ele em Bragança ou em Faro?
E se cada hospital criasse uma lista de enfermeiros com base nos seus curriculuns, e divulgasse quais os ítens que foram valorizados, e quais as pessoas que foram admitidas em cada ano?
E se o INEM seguisse este exemplo?
Como vê, falta muita transparência ao sistema. E falta também alguma honestidade: tenho ouvido muita gente falar em “empreendedorismo”, mas que eu saiba, poucos ou nenhuns foram os que largaram o seu emprego no Estado.
Dar receitas para os outros é muito fácil!
Muito bem, esta discussão é complexa e extensa. Compreendo o seu “ponto de vista”, mas para analisar um problema temos de o fazer de todas as perspectivas. Se desejar, adicione-me via MSN Messenger (doutorenfermeiro@homail.com) e terei todo o prazer em discutir tudo isto consigo, ponto por ponto.
Antes de mais, o seu raciocínio é de certo modo tendencioso, pois apenas leva em conta os Enfermeiros do SNS. Há mais vida para além do SNS. Os Enfermeiros da privada também estão envolvidos no mercado.
O seu argumento assenta numa perspectiva teórica sem expressão na realidade. O meu, tem tradução na realidade. Repare no “estado da nação”.
“Tanto quanto sei há escolas que mantêm a mesma postura de até aqui quanto a essa matéria. Sei também que de facto, nunca esconderam dos alunos, que trabalhar no âmbito liberal, pode ser uma oportunidade.”
Várias escolas incentivam o empreendedorismo. Se até há alguns anos as perspectivas profissionais dos Enfermeiros não contemplavam o exercício liberal, hoje contemplam. Algumas escolas (principalmente privadas) apresentam esta “saída profissional” nos seus sites/panfletos.
“Quanto aos 40 + 40, acredite que os há por aí, e não são poucos. E olhe que há alguns que fazem isso entre público e público. Acredite! E quanto à razoabilidade de que fala, é claro que só pode estar a brincar. Conheço colegas nossos que fazem 40 horas num público, 40 horas noutro público e + 20 horas num privado”
Neste momento não conheço nenhum. A existir, será uma percentagem mínima.
“O que escreve demonstra que lhe falta uma certa agilidade de raciocínio para a solução do problema. Se os enfermeiros fossem de facto autónomos como se pinta por aí, preocupar-se-iam em buscar soluções próprias e deixavam apenas de olhar para os outros profissionais, alguns dos quais liberais. Claro que seria possível um modelo muito bem regulado no que toca ao duplo emprego.”
Repare, hoje em dia, numa conjuntura de desemprego, pede-se aos jovens (a própria OE pediu “imaginação”) para encetar pela via liberal. O termo liberal não se coaduna com limitações.
As acumulações são abordadas por muitos como se tratassem de uma obrigação para os Enfermeiros. Não é. SÓ acumula quem quer. Parece que queremos resolver um problema que afecta a Enfermagem. Não afecta, não há regime de obrigatoriedade. Logo, não é um problema. Se disser que um salário justo relativo ao emprego vinculado dissuadiria muitos colegas de acumularem, acredito.
“A exclusividade que é exigida mas que não é paga;”
É ilegal.
“Grupos de profissões onde não há acumulações de emprego;”
?
“Chefe eleito pelos enfermeiros que trabalham num determinado serviço”
É uma faca de dois gumes. Se o mesmo tomasse uma medida impopular mas necessária, provavelmente já não seria reeleito (por exemplo). Medida polémica.
“O enfermeiro com 7 empregos. Deve mantê-los?”
Aqui parte do princípio que cada emprego tem muitas horas. Suponha que é um Enfermeiros que faz assessoria técnica em 7 empresas. Dispensa 4 horas por semana a cada uma. Pergunto eu, deve mantê-los?
“Duplo emprego: Hospital – Escola;”
Até apoio.
Adicione-me, discutiremos mais em profundidade. Obrigado.
Antes de mais, o seu raciocínio é de certo modo tendencioso, pois apenas leva em conta os Enfermeiros do SNS. Há mais vida para além do SNS. Os Enfermeiros da privada também estão envolvidos no mercado.
O seu argumento assenta numa perspectiva teórica sem expressão na realidade. O meu, tem tradução na realidade. Repare no “estado da nação”.
“Tanto quanto sei há escolas que mantêm a mesma postura de até aqui quanto a essa matéria. Sei também que de facto, nunca esconderam dos alunos, que trabalhar no âmbito liberal, pode ser uma oportunidade.”
Várias escolas incentivam o empreendedorismo. Se até há alguns anos as perspectivas profissionais dos Enfermeiros não contemplavam o exercício liberal, hoje contemplam. Algumas escolas (principalmente privadas) apresentam esta “saída profissional” nos seus sites/panfletos.
“Quanto aos 40 + 40, acredite que os há por aí, e não são poucos. E olhe que há alguns que fazem isso entre público e público. Acredite! E quanto à razoabilidade de que fala, é claro que só pode estar a brincar. Conheço colegas nossos que fazem 40 horas num público, 40 horas noutro público e + 20 horas num privado”
Neste momento não conheço nenhum. A existir, será uma percentagem mínima.
“O que escreve demonstra que lhe falta uma certa agilidade de raciocínio para a solução do problema. Se os enfermeiros fossem de facto autónomos como se pinta por aí, preocupar-se-iam em buscar soluções próprias e deixavam apenas de olhar para os outros profissionais, alguns dos quais liberais. Claro que seria possível um modelo muito bem regulado no que toca ao duplo emprego.”
Repare, hoje em dia, numa conjuntura de desemprego, pede-se aos jovens (a própria OE pediu “imaginação”) para encetar pela via liberal. O termo liberal não se coaduna com limitações.
As acumulações são abordadas por muitos como se tratassem de uma obrigação para os Enfermeiros. Não é. SÓ acumula quem quer. Parece que queremos resolver um problema que afecta a Enfermagem. Não afecta, não há regime de obrigatoriedade. Logo, não é um problema. Se disser que um salário justo relativo ao emprego vinculado dissuadiria muitos colegas de acumularem, acredito.
“A exclusividade que é exigida mas que não é paga;”
É ilegal.
“Grupos de profissões onde não há acumulações de emprego;”
?
“Chefe eleito pelos enfermeiros que trabalham num determinado serviço”
É uma faca de dois gumes. Se o mesmo tomasse uma medida impopular mas necessária, provavelmente já não seria reeleito (por exemplo). Medida polémica.
“O enfermeiro com 7 empregos. Deve mantê-los?”
Aqui parte do princípio que cada emprego tem muitas horas. Suponha que é um Enfermeiros que faz assessoria técnica em 7 empresas. Dispensa 4 horas por semana a cada uma. Pergunto eu, deve mantê-los?
“Duplo emprego: Hospital – Escola;”
Até apoio.
Adicione-me, discutiremos mais em profundidade. Obrigado.
Mais uma vez, leu o texto à pressa e portanto não abordou vários aspectos. Desta vez, também respondeu muito rapidamente, e isso talvez não tenha ajudado…
Claro que há mais vida além do SNS. Nunca o neguei.
Claro que há escolas que incentivam ao empreendedorismo. Nunca o neguei.
A minha visão das coisas, segundo diz, não tem expressão na realidade, mas pelos vistos quem desconhecia que há enfermeiros em 40 + 40 em dois hospitais públicos é você!
Falou em percentagem mínima. Depende o que é o mínimo. Mostre-me números e talvez se chegue à conclusão que estes casos, serão tantos ou mais que os casos de empreendedorismo de que fala.
Falou em conjuntura de desemprego. Então o senhor, farta-se de criticar a Ordem, e depois aceita que nos venham pedir imaginação. Essa atitude dos nossos “ordenhistas” mais não passa de um desprezo para quem está numa situação de desemprego. O desemprego existe, porque fomos nós que o criamos. Foi o Governo que permitiu abertura das escolas privadas e aumento de vagas no público? Ok, está bem. Mas, e qual foi a nossa atitude séria perante isso. Zero!
Centremo-nos na discussão destes breves tópicos:
“A exclusividade que é exigida mas que não é paga;”
É ilegal.
O que eu lhe quis mostrar é que há hospitais que pagam aos enfermeiros o que a lei diz para pagar, e determinam no contrato que terá de haver autorização superior para desempenhar funções noutra instituição. Claro que aos olhos dos sindicatos, isto é ilegal. Mas na prática, o hospital faz o que quer, porque se aquele enfermeiro não aceitar, há mais uns quantos na lista de espera.
“Grupos de profissões onde não há acumulações de emprego;”
?
Este meu comentário surgiu porque há uns tempos fez referência aos médicos, aos advogados, aos professores. Segundo o seu ponto de vista, todos fazem duplo. A minha resposta a isso foi: “nós comparámo-nos a quem bem entendermos. Se prefere comparar-se com os médicos, advogados e professores, eu prefiro: os jogadores e os treinadores de futebol, os pilotos de aviões, os Presidentes da República… Tanto quanto se saiba, não há Presidentes da República a acumular dois cargos, pilotos de aviões a trabalhar em duas companhias, treinadores ou jogadores em duas equipas… Quanto a este último exemplo, quando muito, tem jogadores numa equipa e na selecção do seu país. Mas até aí, isso só acontece uma a duas vezes por mês, e quando estamos a falar de um bom craque, são enormes as dores de cabeça para a entidade patronal”
“Chefe eleito pelos enfermeiros que trabalham num determinado serviço”
É uma faca de dois gumes. Se o mesmo tomasse uma medida impopular mas necessária, provavelmente já não seria reeleito (por exemplo). Medida polémica.
Medidas impopulares? Olhe que não, olhe que não! Imagine: num serviço trabalham 20 enfermeiros. A cada 2 anos, esses 20 enfermeiros elegem o seu representante. Essa pessoa teria apenas funções de líder. Esqueçamos a designação chefe. Em termos de vencimento, não ganharia mais por estar naquele cargo. Em termos de decisões teria a vida facilitada: bastava-lhe respeitar as “guidelines” (internacionais, de preferência) e as normas emanadas pelo Ministério da Saúde e Conselho de Administração. Tudo o resto teria de ser efectuado à luz da opinião da maioria no grupo. Seria um processo simples, mais justo e mais económico que o actual.
“O enfermeiro com 7 empregos. Deve mantê-los?”
Aqui parte do princípio que cada emprego tem muitas horas. Suponha que é um Enfermeiros que faz assessoria técnica em 7 empresas. Dispensa 4 horas por semana a cada uma. Pergunto eu, deve mantê-los?
Não ponha em mim palavras que eu não disse. Como seria possível considerar que cada emprego tem muitas horas se uma semana só tem 168? O que eu lhe tentei mostrar foi o seguinte: você trabalha num hospital e faz 40 horas; é amigo de um cirurgião, que tem uma clínica e o “convida” para ir fazer meio horário a essa clínica. Nessa clínica conhece um outro médico que o convida a ir fazer mais meio horário noutro local… A minha pergunta é esta: parece-lhe eticamente correcto aceitar estes convites, quando sabemos que há enfermeiros no desemprego? E olhe que nem sequer estou a culpabilizar as pessoas que aceitam estes convites. Penso que um Bastonário de uma Ordem Profissional, um Ministro da Saúde, um 1º Ministro ou até um Presidente da República não podem mostrar-se impávidos e serenos perante isto. Porquê? Tudo em nome da igualdade social. Nós até temos um ministro para isso…
Duvido que consiga uma classe unida, se ao mesmo tempo vê como normal este tipo de acontecimentos.
Quanto à acessória em 7 empresas, não se deixe enganar: isso não serão 7 empregos. Serão 7 clientes.
“Duplo emprego: Hospital – Escola;”
Até apoio.
Vamos lá clarificar as coisas: eu também apoio que haja mais ligação entre escolas e serviços. Seria excelente que um enfermeiro de bloco de partos fosse dar aulas de saúde materna, e que um enfermeiro de Medicina Interna fizesse o mesmo em relação a esses conteúdos programáticos! Mas as minhas palavras aqui dirigem-se a outra situação lamentável. Há muito quem fale contra o duplo emprego (e eu não estou a dizer que sou a favor): hospital/clínica, hospital/centro de saúde, hospital/hospital… O problema é que se esquecem que há muito quem faça duplo a dar aulas. Tenho colegas que dão aulas sem sequer ter qualquer tipo de formação pós graduada. O que hoje se assiste é um constante atropelo ao bom senso! Assim não vamos lá.
Adicione-me, discutiremos mais em profundidade. Obrigado.
Acredite que gostaria muito de falar consigo, fosse no Messenger ou até pessoalmente. Mas julgo que queremos duas coisas diferentes para a Enfermagem: eu acredito que seria possível existir um Serviço Nacional de Saúde capaz de dar resposta muito satisfatória aos problemas de saúde das populações: quer a título individual, quer a título escolar, quer a título de empresas… até mesmo no âmbito privado.
Já pensou que o ministro poderia criar clínicas com funcionamento idêntico ao dos privados? Aí até conseguiria encher um pouquinho mais os cofres do Estado!!!
E esse SNS trataria de igual modo todos os utentes e todos os profissionais. E se em determinado momento houvesse 1000 enfermeiros no desemprego, as vagas nas escolas de Enfermagem seriam imediatamente reduzidas tendo em vista o não agravamento do número de desempregados. E esses desempregados, entrariam numa lista de candidatos a emprego (de âmbito nacional; totalmente transparente; divulgada com antecedência…), com um coeficiente de ponderação superior aos outros recém formados…
Como vê, soluções não faltam para acabar de vez com os “problemas conjunturais”. O que falta, sem dúvida, é VONTADE. Aceito que isso afecte o Ministro. Acho gravíssimo que o mesmo se passe com os Enfermeiros.
Temos portanto ideais diferentes. Já não é de agora. Veja por exemplo a questão dos medicamentos. Eu não vejo como fundamental o facto de os enfermeiros prescreverem medicamentos. Eu preferia antes que os enfermeiros reivindicassem uma obrigatoriedade para que os médicos estivessem 100% disponíveis a fazer os ajustes necessários na medicação dos pacientes.
É como as nossas especialidades. Se tirar Saúde Materna, vai andar a granjear que faz partos. Pois bem, basta que tenha pela frente um parto instrumental, ou que se tenha de ir para cesariana, e lá se vai a especialidade.
Vou estar ausente uns dias por compromissos pessoais, mas em breve conversaremos.
Claro que há mais vida além do SNS. Nunca o neguei.
Claro que há escolas que incentivam ao empreendedorismo. Nunca o neguei.
A minha visão das coisas, segundo diz, não tem expressão na realidade, mas pelos vistos quem desconhecia que há enfermeiros em 40 + 40 em dois hospitais públicos é você!
Falou em percentagem mínima. Depende o que é o mínimo. Mostre-me números e talvez se chegue à conclusão que estes casos, serão tantos ou mais que os casos de empreendedorismo de que fala.
Falou em conjuntura de desemprego. Então o senhor, farta-se de criticar a Ordem, e depois aceita que nos venham pedir imaginação. Essa atitude dos nossos “ordenhistas” mais não passa de um desprezo para quem está numa situação de desemprego. O desemprego existe, porque fomos nós que o criamos. Foi o Governo que permitiu abertura das escolas privadas e aumento de vagas no público? Ok, está bem. Mas, e qual foi a nossa atitude séria perante isso. Zero!
Centremo-nos na discussão destes breves tópicos:
“A exclusividade que é exigida mas que não é paga;”
É ilegal.
O que eu lhe quis mostrar é que há hospitais que pagam aos enfermeiros o que a lei diz para pagar, e determinam no contrato que terá de haver autorização superior para desempenhar funções noutra instituição. Claro que aos olhos dos sindicatos, isto é ilegal. Mas na prática, o hospital faz o que quer, porque se aquele enfermeiro não aceitar, há mais uns quantos na lista de espera.
“Grupos de profissões onde não há acumulações de emprego;”
?
Este meu comentário surgiu porque há uns tempos fez referência aos médicos, aos advogados, aos professores. Segundo o seu ponto de vista, todos fazem duplo. A minha resposta a isso foi: “nós comparámo-nos a quem bem entendermos. Se prefere comparar-se com os médicos, advogados e professores, eu prefiro: os jogadores e os treinadores de futebol, os pilotos de aviões, os Presidentes da República… Tanto quanto se saiba, não há Presidentes da República a acumular dois cargos, pilotos de aviões a trabalhar em duas companhias, treinadores ou jogadores em duas equipas… Quanto a este último exemplo, quando muito, tem jogadores numa equipa e na selecção do seu país. Mas até aí, isso só acontece uma a duas vezes por mês, e quando estamos a falar de um bom craque, são enormes as dores de cabeça para a entidade patronal”
“Chefe eleito pelos enfermeiros que trabalham num determinado serviço”
É uma faca de dois gumes. Se o mesmo tomasse uma medida impopular mas necessária, provavelmente já não seria reeleito (por exemplo). Medida polémica.
Medidas impopulares? Olhe que não, olhe que não! Imagine: num serviço trabalham 20 enfermeiros. A cada 2 anos, esses 20 enfermeiros elegem o seu representante. Essa pessoa teria apenas funções de líder. Esqueçamos a designação chefe. Em termos de vencimento, não ganharia mais por estar naquele cargo. Em termos de decisões teria a vida facilitada: bastava-lhe respeitar as “guidelines” (internacionais, de preferência) e as normas emanadas pelo Ministério da Saúde e Conselho de Administração. Tudo o resto teria de ser efectuado à luz da opinião da maioria no grupo. Seria um processo simples, mais justo e mais económico que o actual.
“O enfermeiro com 7 empregos. Deve mantê-los?”
Aqui parte do princípio que cada emprego tem muitas horas. Suponha que é um Enfermeiros que faz assessoria técnica em 7 empresas. Dispensa 4 horas por semana a cada uma. Pergunto eu, deve mantê-los?
Não ponha em mim palavras que eu não disse. Como seria possível considerar que cada emprego tem muitas horas se uma semana só tem 168? O que eu lhe tentei mostrar foi o seguinte: você trabalha num hospital e faz 40 horas; é amigo de um cirurgião, que tem uma clínica e o “convida” para ir fazer meio horário a essa clínica. Nessa clínica conhece um outro médico que o convida a ir fazer mais meio horário noutro local… A minha pergunta é esta: parece-lhe eticamente correcto aceitar estes convites, quando sabemos que há enfermeiros no desemprego? E olhe que nem sequer estou a culpabilizar as pessoas que aceitam estes convites. Penso que um Bastonário de uma Ordem Profissional, um Ministro da Saúde, um 1º Ministro ou até um Presidente da República não podem mostrar-se impávidos e serenos perante isto. Porquê? Tudo em nome da igualdade social. Nós até temos um ministro para isso…
Duvido que consiga uma classe unida, se ao mesmo tempo vê como normal este tipo de acontecimentos.
Quanto à acessória em 7 empresas, não se deixe enganar: isso não serão 7 empregos. Serão 7 clientes.
“Duplo emprego: Hospital – Escola;”
Até apoio.
Vamos lá clarificar as coisas: eu também apoio que haja mais ligação entre escolas e serviços. Seria excelente que um enfermeiro de bloco de partos fosse dar aulas de saúde materna, e que um enfermeiro de Medicina Interna fizesse o mesmo em relação a esses conteúdos programáticos! Mas as minhas palavras aqui dirigem-se a outra situação lamentável. Há muito quem fale contra o duplo emprego (e eu não estou a dizer que sou a favor): hospital/clínica, hospital/centro de saúde, hospital/hospital… O problema é que se esquecem que há muito quem faça duplo a dar aulas. Tenho colegas que dão aulas sem sequer ter qualquer tipo de formação pós graduada. O que hoje se assiste é um constante atropelo ao bom senso! Assim não vamos lá.
Adicione-me, discutiremos mais em profundidade. Obrigado.
Acredite que gostaria muito de falar consigo, fosse no Messenger ou até pessoalmente. Mas julgo que queremos duas coisas diferentes para a Enfermagem: eu acredito que seria possível existir um Serviço Nacional de Saúde capaz de dar resposta muito satisfatória aos problemas de saúde das populações: quer a título individual, quer a título escolar, quer a título de empresas… até mesmo no âmbito privado.
Já pensou que o ministro poderia criar clínicas com funcionamento idêntico ao dos privados? Aí até conseguiria encher um pouquinho mais os cofres do Estado!!!
E esse SNS trataria de igual modo todos os utentes e todos os profissionais. E se em determinado momento houvesse 1000 enfermeiros no desemprego, as vagas nas escolas de Enfermagem seriam imediatamente reduzidas tendo em vista o não agravamento do número de desempregados. E esses desempregados, entrariam numa lista de candidatos a emprego (de âmbito nacional; totalmente transparente; divulgada com antecedência…), com um coeficiente de ponderação superior aos outros recém formados…
Como vê, soluções não faltam para acabar de vez com os “problemas conjunturais”. O que falta, sem dúvida, é VONTADE. Aceito que isso afecte o Ministro. Acho gravíssimo que o mesmo se passe com os Enfermeiros.
Temos portanto ideais diferentes. Já não é de agora. Veja por exemplo a questão dos medicamentos. Eu não vejo como fundamental o facto de os enfermeiros prescreverem medicamentos. Eu preferia antes que os enfermeiros reivindicassem uma obrigatoriedade para que os médicos estivessem 100% disponíveis a fazer os ajustes necessários na medicação dos pacientes.
É como as nossas especialidades. Se tirar Saúde Materna, vai andar a granjear que faz partos. Pois bem, basta que tenha pela frente um parto instrumental, ou que se tenha de ir para cesariana, e lá se vai a especialidade.
Vou estar ausente uns dias por compromissos pessoais, mas em breve conversaremos.
Citando-o "Já que nos próximos 4 anos vamos ter "esta" Ordem, então as críticas construtivas e sugestões também são bem-vindas. Ou não?"
Dr. Enfermeiro, claro que sim... Isso é que é preciso são críticas construtivas, sem demagogia e com ideias que façam avançar a profissão. Para isso temos os blogs, para darmos a nossa opinião.
No entanto esta também é precisa nas assembleias, nos congressos ... Enfim temos que participar. Com as novas tecnologias até podemos enviar mail a sugerir algo. =)
Abraço e já agora boa semana a todos.
Dr. Enfermeiro, claro que sim... Isso é que é preciso são críticas construtivas, sem demagogia e com ideias que façam avançar a profissão. Para isso temos os blogs, para darmos a nossa opinião.
No entanto esta também é precisa nas assembleias, nos congressos ... Enfim temos que participar. Com as novas tecnologias até podemos enviar mail a sugerir algo. =)
Abraço e já agora boa semana a todos.
O dia mais feliz do "Dr." Enfermeiro (uau! E em apenas 3 anitos, que prodígio!) e das suas focas:
-O dia das colocações na Faculdade!
Há testemunhos fidedignos que asseguram que o mesmo foi para casa a correr, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face, e terá dito alto e bom som:
-Mamã, papá, consegui, entrei numa Faculdade (ou lá onde aprendem "enfermagem"...) de Enfermegem, a minha 1ª opção, o meu sonho de criança tornou-se realidade, vou ser Doutor, andar de helicóptero e de ambulância, vou ser Ministro da Saúde, Presidente da República, enfim, o céu é o limite, este é o dia mais feliz da minha vida!
...
Verdadeiro ou Falso?
lolll
-O dia das colocações na Faculdade!
Há testemunhos fidedignos que asseguram que o mesmo foi para casa a correr, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face, e terá dito alto e bom som:
-Mamã, papá, consegui, entrei numa Faculdade (ou lá onde aprendem "enfermagem"...) de Enfermegem, a minha 1ª opção, o meu sonho de criança tornou-se realidade, vou ser Doutor, andar de helicóptero e de ambulância, vou ser Ministro da Saúde, Presidente da República, enfim, o céu é o limite, este é o dia mais feliz da minha vida!
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Verdadeiro ou Falso?
lolll
O dia mais feliz do "Dr." Enfermeiro (uau! E em apenas 3 anitos, que prodígio!) e das suas focas:
-O dia das colocações na Faculdade!
Há testemunhos fidedignos que asseguram que o mesmo foi para casa a correr, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face, e terá dito alto e bom som:
-Mamã, papá, consegui, entrei numa Faculdade (ou lá onde aprendem "enfermagem"...) de Enfermegem, a minha 1ª opção, o meu sonho de criança tornou-se realidade, vou ser Doutor, andar de helicóptero e de ambulância, vou ser Ministro da Saúde, Presidente da República, enfim, o céu é o limite, este é o dia mais feliz da minha vida!
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Verdadeiro ou Falso?
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-O dia das colocações na Faculdade!
Há testemunhos fidedignos que asseguram que o mesmo foi para casa a correr, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face, e terá dito alto e bom som:
-Mamã, papá, consegui, entrei numa Faculdade (ou lá onde aprendem "enfermagem"...) de Enfermegem, a minha 1ª opção, o meu sonho de criança tornou-se realidade, vou ser Doutor, andar de helicóptero e de ambulância, vou ser Ministro da Saúde, Presidente da República, enfim, o céu é o limite, este é o dia mais feliz da minha vida!
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Verdadeiro ou Falso?
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