sexta-feira, abril 04, 2008

O segredo está no "molho" ou está na "massa"?


1 - A Ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou que as negociações para a carreira médica hospitalar vão ser iniciadas o mais rapidamente possível. O desejo é equiparar o sector empresarial do estado - com bons salários (médicos a auferir mais de 7000 euros/mensais e nem estamos a falar de chefias!) - e o sector público.
E a carreira dos Enfermeiros?

2 - Na mais recente reunião da ANEM (Associação Nacional de Estudantes de Medicina) e a OM (Ordem dos Médicos) os temas foram interessantes. A qualidade da formação médica, o desbloqueamento de mais vagas no ensino público e a possibilidade da abertura de faculdades privadas, dominaram.

A posição da OM não deixou margem para dúvidas: o bastonário pediu à ANEM para ajudar a "fazer pressão junto de quem de direito para que as vagas diminuam, porque quando a oferta é muita, o valor de mercado diminui substancialmente". Algumas previsões (e fontes) informais apontam para reduções de 30%... já para este ano!!

O bastonário, Dr. Pedro Nunes, continuou dizendo que as faculdades privadas de Medicina "não vão abrir" - desregulariam a oferta ao mercado!

As Universidades Públicas que tentam, insistentemente, fazer aprovar planos de estudos para o referido curso, vêem-nos chumbados repetidamente (porque será?). Ou seja, os cursos não podem abrir...

Finalmente o bastonário afirmou pretender que o curso de Medicina seja o "high standard do know how científico".
(Enfermagem apresenta-se neste momento com vagas para dar, vender, alugar e sub-alugar, no ensino público, privado e assim-assim, com planos de estudos vergonhosos e aprovados de ânimo leve, o que vai contribuindo para um low standard...)
a
Conclusões: Poucos alunos em Medicina (para poderem auferir salários milionários!) no sentido de proporcionar uma qualidade formativa de alto nível, com o intuito de dignificar e prestigiar a profissão! Três "C's": curto, claro e conciso.
Como é que a OM pode tudo e algumas Ordens não podem nada?

Quem disse que a vida não é simples?

Comments:
Muito bem dr.enfermeiro,tenho que concordar consigo.
O segredo não está mo molho nem na massa, está no poder da classe médica, parece-me.
Agora também me parece que esta ministra da saúde reconhece a importancia dos enfermeiros, por isso tenho algumas esperanças. A ver vamos, como diz o cego.

luis
 
Com que então a Ministra da Saúde parece gostar de enfermeiros?!...
A ministra da saúde não tem gostos e se os tivesse e alguém desse conta que gostava de enfermeiros (que disparate) diriam de imadiato que os tinha estragados.
Veja-se o que está a acontecer com as USF em que mente e deixa mentir descaradamente ao montarem a peça dos €300 mensais para enfermeiros, para encobrirem os €4370 dos collegas médicos.
Ontem os inventores de doenças reuniram 70 inventores. Se até aqui era um ragabofe a inventar e vender doenças, já com medicamentos e respectiva comissão da venda, com o cartel de 70 os enfermeiros que se cuidem, porque o negócio promete.
Estão a ver por que se chama clientes aos padecentes?
Os enfermeiros não se devem preocupar com o que não têm, para poderem valorizar o que ainda têm.
Não temos uma Ordem, mas temos sindicatos mais operativos do que os dos médicos.
O problema é das tácticas e das estratégias.
Os enfermeiros já começa a perceber que a ingerência dos seus colegas de trabalho, médcios de profissão, nas nossas lutas, são veneno mortífero disfarçado.
Dedicam-se a desacreditar as tentativas de organização de lutas.
Depois do Abril de 74 diziam: deixem os enfermeiros lutar, porque quanto mais vier para eles, mais virá para nós (médicos)...
Agora dizem, melhor, pensam: vamos dar cabo das lutas dos enfermeiros usando a nossa influência junto de alguns ingénuos, para que as nossas regalias (de médicos) não sofram com isso.
E enquanto tivermos governantes apoiados pelas farmácias e afins, a vidinha não está má.
Pudera!
Gardingo
 
Eu não disse que a ministra gosta dos enfermeiros, ela deve gostar dos filhos dela se os tiver, o que eu disse foi que ela "reconhece a importancia dos enfermeiros", quanto a não termos ordem e termos sindicato... são pontos de vista. Relembro que o SEP assinou o acordo dos famigerados 300 euros para os enfermeiros das USF.
luis
 
Os Médicos tem uma Ordem, ao contrário dos Enfermeiros, que tem uma "espécie" de Ordem, que funciona como uma organização que vive à custa dos Enfermeiros PARA SERVIR OS INTERESSES DAQUELES QUE A COMPOE.
 
O Blog Cogitare em Enfermagem encerra hoje portas e abre um novo capitulo, ou seja um NOVO Blog que o convido a ver, comentar e participar.

Neste novo espaço teremos agora uma nova rubrica que será assegurada por comentadores externos que iremos convidar para que assegurem a sua opinião sobre determinados assuntos que todos queremos ver esclarecidos.

Em destaque Temos o artigo de Opinião da autoria da Enfermeira Lucília Nunes, sendo já certo que mais e de diversos autores se seguirão preferencialmente um por mês, no entanto se assim for possível ou necessário, colocaremos mais artigos de forma mais frequente.

Estendemos a passadeira Vermelha para que nos possam visitar no novo Espaço agora criado e cujo nome será:COGITARE EM SAUDE.

Pediamos era para actualizar o Link para o novo blog.

Abraços e bom fim de semana
 
quinkas disse:

"Os Médicos tem uma Ordem, ao contrário dos Enfermeiros, que tem uma "espécie" de Ordem, que funciona como uma organização que vive à custa dos Enfermeiros PARA SERVIR OS INTERESSES DAQUELES QUE A COMPOE".

Totalmente de acordo!!!

NEL.
 
Ó homem mas você é doente mental? Parece sofrer de uma obecessão com a classe médica. Está constantemente a tentar COMPARAR e, pior, EQUIPARAR, médicos e enfermeiros. Tem noção do ridículo? Não me parece! Meta uma coisa na sua cabecinha dura: você é enfermeiro! Não tente ser o que não é. Porque por mais que diga que tem orgulho na sua profissão salta à vista que essa é apenas uma manobra para esconder a frustração que vive bem dentro de si. Felicidades!
 
Ao anónimo das 3:29.

A presunção de superioridade patente no seu discurso não lhe fica bem, além de que os erros ortográficos, com certeza toldado por uma raiva qualquer (vide obecessão, penso que seria obsessão?), também permitem adivinhar um certo grau de inferioridade intelectual que lhe retiram crédito às declarações pelo que seria certamente de bom tom fazer uma errata e falar como qualquer ser humano educado e com declarações desprovidas de conteúdo vociferante contra o que é e o que não é um enfermeiro pois está evidente que desconhece.


Quanto ao tema em si. Afinal faltam médicos ou não faltam? Num dia vê-se a OM nos HUC e CHC a "inspeccionar" qual ASAE, os serviços de Urgência quanto ao número de médicos, que alegadamente estariam abaixo dos exigíveis para um bom préstimo de Medicina aos utentes, noutro advoga-se que há excesso?

Não, não se trata de inveja por sermos enfermeiros, aliás qualquer contribuinte português não-médico se deveria importar com isto, porque se criam mecanismos para o estado ficar refém de uma instância corporativa como é uma Ordem, seja ela qual for (Enfermeiros, Médicos, Advogados, Arquitectos, Engenheiros, Notários, Farmacêuticos, Professores) e aos interesses individuais dos seus membros (penso que há um tal de Vital Moreira que também disse isto ou coisa semelhante, foi das poucas coisas que concordei com ele mas pronto).

Ou seja irá haver todo um poder de exigência que se elevará acima do moralmente correcto que é por exemplo a coacção e poder reivindicativo que tentam impedir qualquer mudança no sector da Saúde contra os médicos ou que não os beneficie ( e não são só os enfermeiros que dizem isto, perguntem aos AH's).

Com isto não se pretende que eles padeçam de altas taxas de desemprego nem vejam os seus direitos retirados mas apenas que o mercado seja regulado mas a favor do Estado (que somos todos nós, aí uns 10000000) e não somente a favor de uns poucos (médicos:30000?), sendo que para isso a oferta de médicos tem de exceder a procura, simplesmente por esta razão, não por invejas, mas porque no fundo acabará por ser melhor para todos (ou a maioria).

Contudo, como em qualquer profissão de Saúde a oferta tem de ser regulado para que o excedente seja mínimo, pois não são profissões coadunáveis com tempos elevados de inacção, e penso que isto deveria ser exactamente para todos os cursos de Saúde, não só para Medicina, como para Enfermagem ( onde parece que os economistas e gestores que estão à frente do aparelho não percebem aquilo que acabei de referir, pode ser que os indicadores de saúde daqui a 10 anos reflictam isso...).

Portanto não falem em Inveja dos outros, falem antes em justiça e altruismo(se quiserem explico-lhes o verdadeiro sentido da palavra neste contexto).

Pergunto agora, porquê tanto medo da OM?
 
Quem tem medo compra cão.
Noutros países já meteram os médicos nos eixos. E que bem que eles rolam e rodam!...
Em Portugal é que vivemos numa medicocracia não por força da sua capacidade, mas por distracção de outos onde se incluem na primeira linha os enfermeiros.
Soubessem os enfermeiros valorizar aquilo que são e fazem e a nobre cagança daqueles que pensam que sempre que alguém coloca os médicos ao nível dos humanos mortais vêm logo com o chavão da inveja.
Estes petulantes militantes não conseguem perceber que há pessoas, entra as quais me incluo que gostam daquilo que são (enfermeiros) e que até teriam meios de provar que têm um coeficiente intelectual superior ao de muitos analfabetos ilitraciados, com 18 em matemática e que a falta de visão humanista de uns outros parecidos os escolhe para médicos. Depois só vêem números e mais números; quanto ao humanismo personalizado que os devia enformar: "népia"!
De homem para homem não vai força de boi, diz o povo. Desafio aqueles que pensam que eu ao criticar os médicos (não sou caso único, mas que cada um fale por si) estou a invejar-lhe a sorte, a escolher as armas e o terreno para discutir problemas de saúde sem a protecção dos habituais compradores de consciências médicas, como farmácias , laboratórios e quejandos. Venham sem essas armaduras provar aquilo que sabem e valem e constatarão que, se vos tirarem aqueles que vos usam para negócios lucrativos recíprocos e as ajudas dos enfermeiros que vos enriquecem o currículo, vereis como sois pequenos e totalmente dependentes.
Os ataques que vos faço é justamente por influência da escandalosa importancia que vos dão, quando a não tendes senão por influência dos outros, nos quais incluo os enfermeiros.
O problema é de tempo, o tam que no seu discurso há-de permitir o apagamento de certos imaginários inconscientes, como são todos, vos tirem a aura de deuses infalíveis.
Quando os enfermeiros perceberem que o vosso problema são os números e que a matemática é um meio para a dialéctica e não um fim em si mesmo (daí a vossa ignorância umbilical. Lá dizia o falecido Abel de Salazar que os médicos que só sabem medicina, nem médicos são...).
Se vos déssem para trabalho de casa a obrigação de lerdes algo sobre o que são os outros, sobretudo os enfermeiros, não confundirieis "aquilo que fazem" com "o que são e conseguem demonstrar"; não confudirieis o fazer com o ser.
Já vos passou pela cabeça que, uma vez que não tendes vergonha para receberdes proventos à custa do ptrabalho dos enfermeiros, alguém possa pensar em dispensar-vos.
Vêde a magnanimidade dos enfermeiros comparada com a vossa tacanhez: quando começaram a usar a expressão "consulta de enfermagem", pensaram denunciá-los por abuso de confiança. Porém, agora que precisam de mamar o chorudo suplemento remuneratório de €4370, usam as nomenclaturas inventadas pelos enfermeiros e, pior do que isso; usam o seu trabalho para se atribuirem o tal suplemento, sem qualquer escrúpulo. E aqui talvez haja uma pontinha de inveja: não ter a mesma lata de sugar o suor dos outros em proveito próprio.
A culpa não é vossa, ó auto convencidos de superioridade congénita, é de quem põe os vossos sindicalistas em lugares de governo e não dá aos enfermeiros igual capacidade de mostrarem o que são capazes de fazer.
Talvez encurtassemo o tempo de por os médicos dos centros de saúde a tratarem doenças e não a fingirem que as previnem.
Quanto dinheiro se poupava!
Quanto melhoaria a qualidade!
Os ceguetas que vos dão mais importância do que a que tendes é que são os culpados. Quando tomarem mais Platão e menos prozak, começam a ver tudo mais claro, por evidente.
Ó tio convencido, deixe de ser ridículo e pensar que alguém inveja a sua sorte, ao ponto de se complexar. Pergunte à águia se quer ser cavalo ou burro e a estes se querem ser águias. Tinha certamente respostas negativas.
O qyue os enfermeiros querem é serem avaliados por aquilo que valem e fazem, enquanto enfermeiros e não como complexados de médicos ou administradores, outra casta de convencidos que emerge dos números, que, em saúde só servem para mostrarem e demonstrarem a sua insuficiência e desadequação. E se não fossem os enfermeiros a corrigir estas anomalias e a desgraça ainda seria maior.
Vá lá doutor, escolha o terreno de luta para verificar que o meu, o nosso problema não é a inveja do que outros são. Ia fazer-lhe bem ao ego.
Gardingo
 
Caro enfermeiro, porque não tentar resolver os problemas da vossa classe de forma minimamente inteligente ao ponto de, para tal, não ter de agredir uma outra classe (OM) que nada tem a ver com o assunto? Trata-se de trabalhar em conjunto e não de uma luta constante, luta essa que nem tem razão de existir... Cada um é o que é e, da mesma forma que o senhor tem orgulho em pertencer a enfermagem, também eu tenho muito orgulho em pertencer a medicina. E fique sabendo, que uma não existe sem a outra (o que vale para ambos os sentidos(... Por isso, deixe-se destes discursos, no mínimo, ridículos que não lhe ficam nada bem ;) E, se porventura, considera que a sua classe não lhe dá as regalias que precisa é simples: mude-se para uma outra! Agora não agrida quem nada tem contra vocês e dedique-se ao seu trabalho, seja ele qual for.

Assinado: alguém orgulhosamente pertencente à Ordem dos Médicos!
 
Mas tem algum trauma com médicos? Olha que andar a ver o site da ANEM é muito triste! Mais um traumatizado que queria medicina. Mas vou-lhe dizer uma cosia engraçada..no dia em que os enfermeiros fizerem bancos de 24 horas e trabalharem no dia seguinte..em vez dos turnos de 8 horas..vão poder queixar-se com razão! A vossa profissão é necessária..mas a medicina é igualmente fundamental! Ou o país perfeito é aquele que não tem médicos?
Se tem orgulho em ser enfermeiro..começa logo por pecar no nome do blog..depois a obsessão com médicos e pior..com estudantes de medicina..demonstra claramente a importância e o valor que eles têm. Pessoalmente sou da opinião que a enfermagem +é muito importante mas que deviam ser feitos testes de personalidade para ver quem tem vocação para ser enfermeiro..o senhor com tantos traumas seria certamente excluído. É por haver enfermeiros (e infelizmente médicos) com essa mentalidade que a saúde em Portugal mais parece um circo. Vi num outro post seu a chamar classes inferiores aos restantes elementos que fazem parte da estrutura hospitalar..resta o consolo de saber que se tem esse tipo de ideais hierárquicos nunca estará em 1º lugar..porque nesse ponto de vista primeiro estão os médicos! Tristeza..e mais triste é apagar os comentários que não concordam consigo!
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
"Mas tem algum trauma com médicos? Olha que andar a ver o site da ANEM é muito triste!"

Olhe que não! No site da ANEM estes factos não se encontram documentados. Foram colegas seus que me vieram contar...
logo, as restantes ilações acercas de traumas, tire-as o amigo!

De qualquer modo repare que, da mesma forma que alguns posts versam sobre médicos, outros versam sobre fisioterapeutas, paramédicos, TAE, bombeiros, farmacêuticos... enfim...

Não será ligeiramente egocêntrico afirmar-se como o centro das atenções dos posts?
Até nisso....
 
O caro Anónimo das 12:14 PM escreveu:
"Caro enfermeiro, porque não tentar resolver os problemas da vossa classe de forma minimamente inteligente ao ponto de, para tal, não ter de agredir uma outra classe (OM) que nada tem a ver com o assunto?"

COMO É QUE NÃO TEM NADA A VER COM O ASSUNTO?
Tem muito a ver com o assunto, quer pelos ataques directos e miseráveis que "alguns" não-enfermeiros fazem à classe de Enfermagem (lembra-se daquele triste prós-e-contras? Qual figura triste...feita pelo peras).
Mais: sois fonte directa de crise estatal, pelos "incentivos" que pretendem auferir (e que auferem); os tais quase 5 MIL EUROS. Quer mais injustiça que esta? Quer maior escândalo que este( tirando as "listas de espera" de oftalmologia - e as outras todas ? Será que não têm um pingo de vergonha?
Inveja???
Tenham vergonha na cara...
 
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