segunda-feira, maio 26, 2008
A formação pré-graduada em Enfermagem!
A partir de um repto de um(a) colega e do comentário de outro(a), este post serve de ponto de partida a uma discussão saudável e importante para o futuro da profissão de Enfermagem.
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Por exemplo, no Canadá, um dos países mais desenvolvidos do mundo no que toca à Enfermagem, aperceberam-se - há uns anos atrás - do mesmo erro. Já nem injectáveis administravam...
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"Acontece que é visível a obsessão com o "bio", se não concorda, veja as centenas de posts deste blog a apelar à anatomia, fisiologia, aos fármacos, etc..."
Não é uma obsessão - é uma indispensabilidade!
O "psico-social" está ser desenvolvido entre os Enfermeiros e segue no trilho desejado. O "bio", apesar de ser uma necessidade dos profissionais de Enfermagem, parece estar a ser renegado... o que é mau numa profissão que se quer apelidar de científica. É que para tudo na vida é preciso compreender a respectiva base bio-fisiológica...
Há várias teses e estudos que lançam o alerta para a significativa fragilidade dos Enfermeiros nesse âmbito. E se queremos ser uma profissão assente em pilares sólidos, é fundamental tentar eliminar as nossas fragilidades... Na generalidade e entre muitas outras coisas:
> Como podem os Enfermeiros serem bons profissionais se não sabem que medicação estão a administrar (não conhecem grupos terapêuticos, indicações, efeitos secundários, diluições/reconstituições, interacções, etc)?
> Como querem cuidar de doentes em estados demenciais se não dominam a etiologia e desenvolvimento destas patologias?
> Como podem, os Enfermeiros, "vigiar" doentes monitorizados, se não sabem interpretar ritmos cardíacos adequadamente?
> Como queremos abarcar - nos Centros de Saúde - a prevenção primária em toda a sua plenitude, se os conhecimentos não o permitem?
> Como podem, os Enfermeiros, ser especialistas em cuidados continuados/geriatria se não conhecem a pormenorizadamente a fenomenologia científica do envelhecimento e patologias relacionadas?
Por exemplo, no Canadá, um dos países mais desenvolvidos do mundo no que toca à Enfermagem, aperceberam-se - há uns anos atrás - do mesmo erro. Já nem injectáveis administravam...
Aperceberam-se a tempo. Começaram a ter problemas com o emprego, reconhecimento profissional e esferas de actuação - a Enfermagem estritamente psicossocial não era a mais adequada!
Hoje, podemos vê-los de estetoscópio ao pescoço (para lidar com os diagnósticos de Enfermagem do âmbito respiratório/ventilatório e não só!) e a prescrever fármacos (com o mesmo propósito: lidar com os diagnósticos de Enfermagem). Juntaram tudo isso à força da estratégia psicossocial.
O resultado é óptimo: os utentes estão satisfeitos. Os Enfermeiros tratam-nos "dos pés à cabeça" sem ter que recorrer a "pedidos" (muitas vezes, quase por favor...) a outros profissionais... Mas também sabem reconhecer quando um doente precisa de ser enviado para o médico.
Em Portugal, começaram a florescer os Técnicos de Gerontologia, Podologistas, Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica para tudo e mais alguma coisa (para fazer ECG's, colher sangue, reabilitar, administrar preparações para a imagiologia, etc...), aproveitando para isso, por vezes, lacunas em áreas menos dominadas em termos técnico-científicos e/ou abandonadas pelos Enfermeiros!
Em tempos, os Enfermeiros faziam tudo isto e muito bem. O emprego não se promove só com reptos de rácios. Com essa argumentação ninguém lá vai: os espanhóis bem sabem disso!
Só com o psicossocial a profissão não sobrevive. Rapidamente alguém se lembraria de abrir as portas a Sociólogos e Psicólogos...
O segredo da profissão está no equilíbrio entre todos os saberes, considerando que, dependendo da área em que o Enfermeiro exerce, há necessidades técnico-científicas específicas, e como tal o domínio de determinado saber deve ser orientado para as necessidades em questão. É obvio que não se pede o domínio das mesmas matérias a Enfermeiros dos Cuidados Críticos e da Saúde Mental...
Comments:
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... Três breves observações às opiniões expressas:
i. Discordo que a dimensão psicossocial dos cuidados já esteja bem desenvolvida entre nós;
ii. Não considero que seja a dimensão "biológica" per si que confira cientificidade a uma área do conhecimento;
iii. Rejeito que o "bio" esteja a ser renegado na enfermagem, mas acredito que passou a dividir o lugar predominante que ocupava com outras dimensões do saber necessárias aos cuidados que prestamos.
Penso assim porque as coisas mudaram e o foco da atenção já não é tão fácil de identificar - ao corpo junta-se agora a mente, a emoção, a componente espiritual da vida de cada pessoa; a doença e a saúde emergem de realidades socio culturais que não dominávamos; já sabemos que os niveis mais profundos de cada um de nós são inacessíveis à linguagem comum e muitos dos problemas de saúde não são sequer sensíveis às limitações da abordagem técnica, muito útil nos casos críticos r/c causa orgânica, mas, mesmo nesses, insuficiente por si para garantir uma abordagem integral dos problemas da pessoa. As exigências de quem cuidamos são outras, e as necessidades r/c doenças crónicas e envelhecimento assinalaram o final da era mecanicista em que o trabalho biomédico de reparação contínua se esgotou.
Sobre as competências dos enfermeiros para todas aquelas funções que se foram "perdendo", penso que muitas seriam talvez adequadas ao nivel de exigência de outros tempos, para além de serem realizadas num espírito de clara subserviência ao médico(enfermeira=auxiliar do médico).
Na actualidade, as exigências são outras e talvez devêssemos interiorizar a ideia de que na enfermagem nunca se pára de estudar, pressuposto válido para os mais novos e para os que já cá andam há mais tempo, pois as lacunas são transversais a todos, para além de que, metaforicamente, a licenciatura não é senão uma "autorização" para "começar a estudar"; o mestrado para "começar a investigar"; o dout. para "começar a ensinar".
Estudar honestamente.
cumprimentos,
Vanda
vandaveiga@hotmail.com
Dia 5 de Junho, todos ao MS. Lisboa, 10,30h.
i. Discordo que a dimensão psicossocial dos cuidados já esteja bem desenvolvida entre nós;
ii. Não considero que seja a dimensão "biológica" per si que confira cientificidade a uma área do conhecimento;
iii. Rejeito que o "bio" esteja a ser renegado na enfermagem, mas acredito que passou a dividir o lugar predominante que ocupava com outras dimensões do saber necessárias aos cuidados que prestamos.
Penso assim porque as coisas mudaram e o foco da atenção já não é tão fácil de identificar - ao corpo junta-se agora a mente, a emoção, a componente espiritual da vida de cada pessoa; a doença e a saúde emergem de realidades socio culturais que não dominávamos; já sabemos que os niveis mais profundos de cada um de nós são inacessíveis à linguagem comum e muitos dos problemas de saúde não são sequer sensíveis às limitações da abordagem técnica, muito útil nos casos críticos r/c causa orgânica, mas, mesmo nesses, insuficiente por si para garantir uma abordagem integral dos problemas da pessoa. As exigências de quem cuidamos são outras, e as necessidades r/c doenças crónicas e envelhecimento assinalaram o final da era mecanicista em que o trabalho biomédico de reparação contínua se esgotou.
Sobre as competências dos enfermeiros para todas aquelas funções que se foram "perdendo", penso que muitas seriam talvez adequadas ao nivel de exigência de outros tempos, para além de serem realizadas num espírito de clara subserviência ao médico(enfermeira=auxiliar do médico).
Na actualidade, as exigências são outras e talvez devêssemos interiorizar a ideia de que na enfermagem nunca se pára de estudar, pressuposto válido para os mais novos e para os que já cá andam há mais tempo, pois as lacunas são transversais a todos, para além de que, metaforicamente, a licenciatura não é senão uma "autorização" para "começar a estudar"; o mestrado para "começar a investigar"; o dout. para "começar a ensinar".
Estudar honestamente.
cumprimentos,
Vanda
vandaveiga@hotmail.com
Dia 5 de Junho, todos ao MS. Lisboa, 10,30h.
Quando se procurou autonomia para a enfermagem, a maioria fugiu para o mais fácil!! Agora a enfermagem vai-se afogando em psico sociologia delirante e definhando dia após dia qual moribundo lúgubre...
Esquecem-se todos (ou quase...) é que se de um lado temos os médicos com o "bio" do outro lado temos os psicólogos, sociólogos, assistentes sociais, animadores sociais, educadores sociais, animadores culturais e cada vez mais técnicos "psico-sociais" na área dos cuidados às crianças e aos idosos...
Ao mesmo tempo que a enfermagem caminha cegamente apara o vazio da psicosocialite crónica outros há que ocupam aquilo que era habitual os enfermeiros fazerem e que lá vamos olhando para o lado...Só um pequeno exemplo: qundo terminei o curso era impensável alguém (que não enfermeiro) puncionar uma veia…hoje em dia….até os técnicos de RX! Mas é engraçado…os enfermeiros não podem fazer o RX!
Acontece que o que é mais valorizado neste momento (e não vai deixar de o ser...) são as competências técnicas, aquilo que os profissionais podem efectivamente fazer (basta pensar nos cursos campeões de desemprego – a área psico social, claro...). Claro que a parte psicossocial é importante, mas sejamos reféns de algo transversal a muitas (senão a quase todas) as áreas do conhecimento…
Será que os enfermeiros são cegos? Sinceramente, não compreendo a generalidade dos meus colegas…e às vezes dá vontade de desistir…
FILIPE
Esquecem-se todos (ou quase...) é que se de um lado temos os médicos com o "bio" do outro lado temos os psicólogos, sociólogos, assistentes sociais, animadores sociais, educadores sociais, animadores culturais e cada vez mais técnicos "psico-sociais" na área dos cuidados às crianças e aos idosos...
Ao mesmo tempo que a enfermagem caminha cegamente apara o vazio da psicosocialite crónica outros há que ocupam aquilo que era habitual os enfermeiros fazerem e que lá vamos olhando para o lado...Só um pequeno exemplo: qundo terminei o curso era impensável alguém (que não enfermeiro) puncionar uma veia…hoje em dia….até os técnicos de RX! Mas é engraçado…os enfermeiros não podem fazer o RX!
Acontece que o que é mais valorizado neste momento (e não vai deixar de o ser...) são as competências técnicas, aquilo que os profissionais podem efectivamente fazer (basta pensar nos cursos campeões de desemprego – a área psico social, claro...). Claro que a parte psicossocial é importante, mas sejamos reféns de algo transversal a muitas (senão a quase todas) as áreas do conhecimento…
Será que os enfermeiros são cegos? Sinceramente, não compreendo a generalidade dos meus colegas…e às vezes dá vontade de desistir…
FILIPE
Não entendo as suas duvidas expressas no post!! De facto as 5 questões que coloca no inicio do post são de muito facil resposta...chama o MEDICO... Que mais quer??Sp assim foi e não ha a minima razao para que assim n continue a ser...
abc
abc
Nas diluições e reconstituições chamar o médico para quê?
Normalmente não sabe e depois finge que sabe e inventa...
Normalmente não sabe e depois finge que sabe e inventa...
Caro colega Dr Enf:
mais um post em total acordo! well done
Lá virão os invejosos comentar, comentar, comentar.....
Mas já diz o grd provérbio "os cães ladrão, a caravana passa"
cumprimentos
mais um post em total acordo! well done
Lá virão os invejosos comentar, comentar, comentar.....
Mas já diz o grd provérbio "os cães ladrão, a caravana passa"
cumprimentos
A partir deste ponto, os comentários deste post ficam sujeitos a moderação.
Todas as opiniões são válidas, desde que a respectiva argumentação não seja ofensiva.
Todas as opiniões são válidas, desde que a respectiva argumentação não seja ofensiva.
Gostaria apenas de perguntar onde é k o meu comentário foi ofensivo para alguem?Não terá sido antes "inconveniente"...?
abc
abc
Será que todos os médicos quando prescrevem azitromicina, vancomicina, Aciclovir, meropnem, alimentação parentérica ou anfotericina, por exemplo, sabem como se prepara, qual a reconstituição e diluição necessária? Pela minha experiência pessoal a resposta é : muitas vezes não, e não vejo nenhum drama nisso...o mais importante é saberem as suas indicações e a sua dosagem correcta (entre outros aspectos, claro)...a responsabilidade maior na administração é claramente a do enfermeiro, por isso ele é que tem de saber como se prepara e administra, ou é algum disparate o que digo?
DE estou de acordo com o seu post Este aspecto nota-se também na formação em serviço e do hospital, os temas são de bradar aos céus, parece que nem podemos ousar falar sobre patologias, sobre fisiologia. Para terminar gostaria apenas de fazer um pequeno ensaio sobre as causas desta situação. Nas décadas de 80 e 90 o curso de enfermagem teve um salto, não de qualidade do ensino mas sim na qualidade dos alunos, de facto nessa altura os típicos alunos que tentavam medicina, farmácia, bilogia, entre outros cursos, abriram os olhos e viram na enfermagem uma profissão de futuro (e era!!!) e subiram as médias de entrada no curso, o que fez com que o mesmo subisse de estatuto e de dimensão e visibilidade, infelizmente este facto não teve a respectiva evolução na qualidade de formação algun professores pensavam que podiam continuar a ensinar as mesmas coisas que se ansinavam há 30 anos, não podiam, os alunos eram mais espertos percebiam questionavam e os professores não souberam lidar com isso, resultado tentar encontrar áreas que os fracos professores da época fossem capazes de dominar de modo a encher o interesse destes alunos com capacidades mais elevadas, infelizmente a direcção de interesse isotérico enviou a nossa profissão para um poço sem fundo. Abraços (E)!
Estou totalmente de acordo com o k diz no seu post Dr. Enfermeiro.
Sou apenas um recem licenciado, mas assisto neste momento a cenas k me deixam simplesmente de boca aberta; alunos/estagiários k admitem nao saber o significado de apirético, eupneico, n sabem os valores de referência dos SV, o k quer dizer k assumem como normal qualquer valor k o monitor lhes dê.
Assumem como normal 60 ou 70 ciclos respiratórios por minuto!!!
É grave a banalização k s está a passar dos conhecimentos k s passam nas escolas.
Neste momento as teses... baseiam-se em temas como: burn-out nos enfermeiros, a vida social...; com isto n quero dizer k sejam áreas de menos interesse mas....
É grave numa situação de aspiração de conteúdo alimentar n s saber montar um sistema de aspiração, o k é uma sonda de aspiração etc...
Os erros médicos são montes vezes detectados e corrigidos por NÓS enfermeiros; mas esse louvor ninguém nos dá.
Agora erros nossos são alvo de bombardeamento constante, mesmo dos nossos pares.
Estamos no fim da linha (se visto como uma linha de montagem), visto que a somos NÓS k passamos 24 horas/dia ao lado do doente, k temos k assumir a responsabilidade das nossas acções INDEPENDENTES e do resultado das prescritas pelos outros.
Sou apenas um recem licenciado, mas assisto neste momento a cenas k me deixam simplesmente de boca aberta; alunos/estagiários k admitem nao saber o significado de apirético, eupneico, n sabem os valores de referência dos SV, o k quer dizer k assumem como normal qualquer valor k o monitor lhes dê.
Assumem como normal 60 ou 70 ciclos respiratórios por minuto!!!
É grave a banalização k s está a passar dos conhecimentos k s passam nas escolas.
Neste momento as teses... baseiam-se em temas como: burn-out nos enfermeiros, a vida social...; com isto n quero dizer k sejam áreas de menos interesse mas....
É grave numa situação de aspiração de conteúdo alimentar n s saber montar um sistema de aspiração, o k é uma sonda de aspiração etc...
Os erros médicos são montes vezes detectados e corrigidos por NÓS enfermeiros; mas esse louvor ninguém nos dá.
Agora erros nossos são alvo de bombardeamento constante, mesmo dos nossos pares.
Estamos no fim da linha (se visto como uma linha de montagem), visto que a somos NÓS k passamos 24 horas/dia ao lado do doente, k temos k assumir a responsabilidade das nossas acções INDEPENDENTES e do resultado das prescritas pelos outros.
Quando tirei o curso de enfermagem, sempre me incutiram que tinhamos que aprender para cuidar de uma forma holistica um doente abrangendo o Saber Ser, o Saber Estar e o Saber Fazer, sendo estes indissociáveis na nossa practica diária.
Actualmente já não revejo isso no ensino de enfermagem!
Há questões ás quais os docentes não se sentem preparados para responder ou fazer.
Os docentes na minha opinião deveriam fazer estágios mas tb como alunos para reciclarem os seus saberes mas na pratica! Como é possivel ensinar e transmitir com segurança conhecimentos, atitudes, tecnicas se muito mudou! E a actualização practica!??
Se antes bastava um profissional para cuidar de um doente, agora precisamos de vários! O doente é "espartilhado" por varios profissionais!
Actualmente já não revejo isso no ensino de enfermagem!
Há questões ás quais os docentes não se sentem preparados para responder ou fazer.
Os docentes na minha opinião deveriam fazer estágios mas tb como alunos para reciclarem os seus saberes mas na pratica! Como é possivel ensinar e transmitir com segurança conhecimentos, atitudes, tecnicas se muito mudou! E a actualização practica!??
Se antes bastava um profissional para cuidar de um doente, agora precisamos de vários! O doente é "espartilhado" por varios profissionais!
Doutor enfermeiro, agradeço que tenha aceite o meu repto. De facto, com tanta celeuma, estava na hora de saber o que, os nossos ilustres colegas aqui presentes, entendem dever ser a formação pré-graduada em enfermagem.
Considero que levanta questões muito pertinentes no seu post, mas mantendo-me sempre coerente à minha linha de pensamento e raciocínio, entendo que não devemos excluir nenhuma das possibilidades na análise, nenhuma mesmo. Assim, adianto algumas perspectivas que podem incendiar o debate (no bom sentido, claro!)
1º Qual a escola que não tem no seu plano de estudo as disciplinas de anatomia, fisiologia, farmacologia, bioquímica, etc? se existem, não estão a cumprir o quesitos legais, pois existem Dec-lei que o obrigam, são matérias obrigatórias! E com um nº de créditos significativos, relativamente ao total do curso.
*Dúvida: quantos são efectivamente os alunos que se dedicam “de corpo e alma” a essas matérias e fazem delas as suas preferidas? Muito poucos. Sabem o que acho? Só dão conta da sua importância muito mais tarde e depois ‘expia-se’ sobre os culpados ;-)
2º É indefensável que a nossa formação tenha predomínio de uma perspectiva mais bio-orgânica ou mais Psico-social, somos Pessoas e como tal indivisíveis, não somos propriamente um puzzle, portanto é inquestionável que os conhecimentos provindos destas duas áreas do conhecimento são imprescindíveis, complementares e se interpenetram na acção que desenvolvemos junto dos nossos ‘doentes/utentes’, nem consigo compreender como fazem essa destrinça e “separam as águas” com tanta liquidez.
Quando administram um fármaco via SNG e têm a preocupação simultânea de alimentar primeiro e de informar o doente “está a tomar o pequeno-almoço”, reparem quantos conhecimentos se entrecuzam neste pequeno gesto.
3º Aceito que existam escolas/docentes de menor qualidade, e pelo que vou lendo por aqui, provável/ existem mesmo, mas não caiam na tentação de meter tudo num mesmo saco. Existem outros tantos que assim não são… e na prática de cuidados, só existem exemplos Major da Enfermagem? Ai, ai, ai… o que eu vou vendo e silenciando.
4º Esperava que neste debate surgissem ideias sólidas e concretas quanto à formação pré-graduada, num espírito construtivo, mas ainda surgiram poucas. Apreciei o post da Vanda e reafirmo o que ela referiu “já sabemos que os níveis mais profundos de cada um de nós são inacessíveis à linguagem comum e muitos dos problemas de saúde não são sequer sensíveis às limitações da abordagem técnica, muito útil nos casos críticos r/c causa orgânica, mas, mesmo nesses, insuficiente por si para garantir uma abordagem integral dos problemas da pessoa. As exigências de quem cuidamos são outras, e as necessidades r/c doenças crónicas e envelhecimento assinalaram o final da era mecanicista em que o trabalho biomédico de reparação contínua se esgotou.”
5º Observo há 1 ou 2 anos um deslumbramento técnico muito ligado aos colegas das VMER e emergência pré-hospitalar, UCI, etc. cujo trabalho admiro profundamente (tb já trabalhei em UCI), mas não é só deste tipo de cuidados que vive a Enfermagem, existem outros mundos, igualmente complexos e desafiadores, alguns bem actuais, como os cuidados paliativos e continuados e que nós, no bom estilo que nos caracteriza, estamos a deixar passar ao lado, vamos fazendo nos duplos e triplos empregos, e deixando que outros profissionais intervenham junto destes doentes, nós administramos terapêutica e fazemos pensos, isto é, técnicas avulsas, é pena!!! Que Enfermagem é esta? Aí concordo, as escolas têm que incluir também estas matérias nos seus curricula e desenvolver competências a este nível.
6º Fez um exercício muito curioso, que foi comparar temas dos artigos publicados na Nursing de 2 anos de décadas diferentes, faça o mesmo exercício relativo ao Journal of Advanced Nursing (uma das mais conceituadas do mundo), experimente e observe que curiosos são os resultados!
Para responder a um outro colega: Não há cães, nem caravana…existe um missão que nos deve unir e engrandecer como disciplina e profissão. Cordialmente. PS
Considero que levanta questões muito pertinentes no seu post, mas mantendo-me sempre coerente à minha linha de pensamento e raciocínio, entendo que não devemos excluir nenhuma das possibilidades na análise, nenhuma mesmo. Assim, adianto algumas perspectivas que podem incendiar o debate (no bom sentido, claro!)
1º Qual a escola que não tem no seu plano de estudo as disciplinas de anatomia, fisiologia, farmacologia, bioquímica, etc? se existem, não estão a cumprir o quesitos legais, pois existem Dec-lei que o obrigam, são matérias obrigatórias! E com um nº de créditos significativos, relativamente ao total do curso.
*Dúvida: quantos são efectivamente os alunos que se dedicam “de corpo e alma” a essas matérias e fazem delas as suas preferidas? Muito poucos. Sabem o que acho? Só dão conta da sua importância muito mais tarde e depois ‘expia-se’ sobre os culpados ;-)
2º É indefensável que a nossa formação tenha predomínio de uma perspectiva mais bio-orgânica ou mais Psico-social, somos Pessoas e como tal indivisíveis, não somos propriamente um puzzle, portanto é inquestionável que os conhecimentos provindos destas duas áreas do conhecimento são imprescindíveis, complementares e se interpenetram na acção que desenvolvemos junto dos nossos ‘doentes/utentes’, nem consigo compreender como fazem essa destrinça e “separam as águas” com tanta liquidez.
Quando administram um fármaco via SNG e têm a preocupação simultânea de alimentar primeiro e de informar o doente “está a tomar o pequeno-almoço”, reparem quantos conhecimentos se entrecuzam neste pequeno gesto.
3º Aceito que existam escolas/docentes de menor qualidade, e pelo que vou lendo por aqui, provável/ existem mesmo, mas não caiam na tentação de meter tudo num mesmo saco. Existem outros tantos que assim não são… e na prática de cuidados, só existem exemplos Major da Enfermagem? Ai, ai, ai… o que eu vou vendo e silenciando.
4º Esperava que neste debate surgissem ideias sólidas e concretas quanto à formação pré-graduada, num espírito construtivo, mas ainda surgiram poucas. Apreciei o post da Vanda e reafirmo o que ela referiu “já sabemos que os níveis mais profundos de cada um de nós são inacessíveis à linguagem comum e muitos dos problemas de saúde não são sequer sensíveis às limitações da abordagem técnica, muito útil nos casos críticos r/c causa orgânica, mas, mesmo nesses, insuficiente por si para garantir uma abordagem integral dos problemas da pessoa. As exigências de quem cuidamos são outras, e as necessidades r/c doenças crónicas e envelhecimento assinalaram o final da era mecanicista em que o trabalho biomédico de reparação contínua se esgotou.”
5º Observo há 1 ou 2 anos um deslumbramento técnico muito ligado aos colegas das VMER e emergência pré-hospitalar, UCI, etc. cujo trabalho admiro profundamente (tb já trabalhei em UCI), mas não é só deste tipo de cuidados que vive a Enfermagem, existem outros mundos, igualmente complexos e desafiadores, alguns bem actuais, como os cuidados paliativos e continuados e que nós, no bom estilo que nos caracteriza, estamos a deixar passar ao lado, vamos fazendo nos duplos e triplos empregos, e deixando que outros profissionais intervenham junto destes doentes, nós administramos terapêutica e fazemos pensos, isto é, técnicas avulsas, é pena!!! Que Enfermagem é esta? Aí concordo, as escolas têm que incluir também estas matérias nos seus curricula e desenvolver competências a este nível.
6º Fez um exercício muito curioso, que foi comparar temas dos artigos publicados na Nursing de 2 anos de décadas diferentes, faça o mesmo exercício relativo ao Journal of Advanced Nursing (uma das mais conceituadas do mundo), experimente e observe que curiosos são os resultados!
Para responder a um outro colega: Não há cães, nem caravana…existe um missão que nos deve unir e engrandecer como disciplina e profissão. Cordialmente. PS
Doutor Enfermeiro o seu post é simplesmente magnifico e até mesmo pertinente,
tendo em conta o actual percurso formativo.
tendo em conta o actual percurso formativo.
A nossa classe está morrer....
Como é que ninguém vê?
Sabiam que no hospital militar paragam a 2,5 euros/hora?
Há 13 anos pagavam-me a 2100 escudos!
Como é que ninguém vê?
Sabiam que no hospital militar paragam a 2,5 euros/hora?
Há 13 anos pagavam-me a 2100 escudos!
Nos últimos dias gastei("nao perdi", termo vulgar/ usado em abuso) algum do meu tempo a ler post's e + post's, e respectivos comentários. Só uma coisa posso concluir todos pensam que estamos mal, que temos de mudar, comparamo-nos a todos e mais alguns...mas não elogiamos o muito que fazemos nas condições que temos...deixo para reflectir do comentário de PS, d'onde deveriamos partir para nos orgulharmos e eneltecermos ou invés de nos melindrarmos uns aos outros e ser motivo de frustração...
"nós administramos terapêutica e fazemos pensos, isto é, técnicas avulsas, é pena!!!"
Digam-me quem mais sabe fazer estas técnicas com o devido conhecimento??? então porquê avulsas??? porque são feitas diariamente sob forma de rotina!!!
Trabalho num serviço de Medicina com muito gosto (raramente exemplo nos post's ou comments, julgo por preconceito...)onde diariamente ponho em pratica procedimento como administração de terapeutica, pensos, algaliação, entubação,etc,etc e nem por isso considero técnicas avulsas, pois sei que se nao fosse eu a fazer ningem mais faria, ou plo menos correctamente.
Apoiemo-nos no que somos, sabemos e fazemos, e deixemo-nos de criticar e denegrir a nossa classe, não é assim que conseguiremos retomar o que já nos foi "roubado" em tão pouco tempo.
"nós administramos terapêutica e fazemos pensos, isto é, técnicas avulsas, é pena!!!"
Digam-me quem mais sabe fazer estas técnicas com o devido conhecimento??? então porquê avulsas??? porque são feitas diariamente sob forma de rotina!!!
Trabalho num serviço de Medicina com muito gosto (raramente exemplo nos post's ou comments, julgo por preconceito...)onde diariamente ponho em pratica procedimento como administração de terapeutica, pensos, algaliação, entubação,etc,etc e nem por isso considero técnicas avulsas, pois sei que se nao fosse eu a fazer ningem mais faria, ou plo menos correctamente.
Apoiemo-nos no que somos, sabemos e fazemos, e deixemo-nos de criticar e denegrir a nossa classe, não é assim que conseguiremos retomar o que já nos foi "roubado" em tão pouco tempo.
Continuo sem perceber porque não existe um plano de estudos único para todas as escolas ( isto à luz do idealmente desejável).
Acho inconcebível que tendo um enfermeiro exactamente as mesmas responsabilidades e eventuais competências em todo o Portugal porque haverá de ser a sua formação diferente?
Só servirá para alimentar as discrepâncias que abundam por esse país fora e divergir do actual paradigma que é convergir na formação. Diversidade só em cadeiras opcionais. Se a OE não tem legalmente competências pedagógicas para isso tem com certeza no seu seio enfermeiros suficientemente competentes para desenvolver um parecer técnico nesse aspecto.
A minha ideação vai no sentido de não existirem diferentes formas de abordar a enfermagem, de diferentes concepções de cuidados, defendo a uniformização total.
Que um enfermeiro formado no Uganda, um enfermeiro formado nos EUA, que um enfermeiro formado em Portugal tenha exactamente as mesmas competências, a mesma forma de ver a Saúde, podendo haver pequenas variações individuais mas a mesma matriz geral, a mesma visão, a mesma abordagem.
Se defendo isto para o Mundo defendo também isso para Portugal. Não digo que não existam cadeiras opcionais mas que não desvirtuem o conceito que queremos de um Enfermeiro e da sua formação (sabemos o que queremos?).
É nisto que penso quando falo em não poder haver espaço para algumas “independências” nem para diferentes formas de abordagem.
Esta questão faz-me lembrar a Educação. Como é possível existir mais do que um modelo de manual escolar para uma mesma disciplina? Não é o mesmo programa?
http://saudeeportugal.blogspot.com
Acho inconcebível que tendo um enfermeiro exactamente as mesmas responsabilidades e eventuais competências em todo o Portugal porque haverá de ser a sua formação diferente?
Só servirá para alimentar as discrepâncias que abundam por esse país fora e divergir do actual paradigma que é convergir na formação. Diversidade só em cadeiras opcionais. Se a OE não tem legalmente competências pedagógicas para isso tem com certeza no seu seio enfermeiros suficientemente competentes para desenvolver um parecer técnico nesse aspecto.
A minha ideação vai no sentido de não existirem diferentes formas de abordar a enfermagem, de diferentes concepções de cuidados, defendo a uniformização total.
Que um enfermeiro formado no Uganda, um enfermeiro formado nos EUA, que um enfermeiro formado em Portugal tenha exactamente as mesmas competências, a mesma forma de ver a Saúde, podendo haver pequenas variações individuais mas a mesma matriz geral, a mesma visão, a mesma abordagem.
Se defendo isto para o Mundo defendo também isso para Portugal. Não digo que não existam cadeiras opcionais mas que não desvirtuem o conceito que queremos de um Enfermeiro e da sua formação (sabemos o que queremos?).
É nisto que penso quando falo em não poder haver espaço para algumas “independências” nem para diferentes formas de abordagem.
Esta questão faz-me lembrar a Educação. Como é possível existir mais do que um modelo de manual escolar para uma mesma disciplina? Não é o mesmo programa?
http://saudeeportugal.blogspot.com
Queria partilhar isto convosco...
Artigo retirado de http://www.medscape.com/viewarticle/572313_3
The newest generation to enter our workforce, and the largest since the Boomers, is Generation Y, born between 1980 and 2000 — also known as the Millennials, Generation Next, MyPod generation, GenY, Digital Natives, Echoboomers, and the Boomerang Generation (Kogan, 2001).
This generation is globally aware, well educated, wired, and technologically sophisticated. Nexters have positive expectations and a desire for collective action (Zemke, Raines, & Filipczak, 2000). Life experience of the Nexters has created a generation that possesses traits such as a lack of trust in corporations, a focus on personal success, and a short-term career perspective. Nexters have a desire to improve everyday life by volunteering and giving back.
This generation has a great ability to multitask and maintain several dialogues, which makes them versatile communicators. While this generation communicates through technology, they remain quite savvy in verbal communication skills (Melik, 2007).
Nexters have been exposed to technology from birth, using technology since their years as a toddler. Nexters access information 24/7; therefore, they expect to work anytime and anyplace. Using the Web for information and social networking is part of the Nexter's core competencies. Web-based social networking and accessing information on such sites as LinkedIn, Facebook, and MySpace are normal practices.
YouTube already has a few videos created by young members of the nursing profession. Each video exhibits out-of-the-box thinking, with the intent to recruit people into the nursing profession. One video done by students at Decker School of Nursing is titled "Bring Nursing Back" (2006). This video has had 140,000 views through November 2007. The other, created by emergency center nurses from the University of Alabama, recruits candidates through a hip approach ("UAB Emergency Room Rap," 2007). This video has been posted not only to YouTube, but has also appeared on Yahoo video.
Parents of this generation have been highly invested and involved with their growth. Some critics call this generation coddled. They may require more mentoring up front, but have shown an ability to make dramatic and constructive changes to the workforce in the short time they have been a part of it. According to Claudia Tattanelli, CEO, Universum Communications, this generation gets a bad rap but has an "incredible will to make changes" ("The bottom line on next gen workers," 2007).
As a whole, younger workers can take great work risks; therefore, they are more mobile and able to pursue better jobs anywhere. The workplace will need to adapt to the attitudes and needs of this generation (Rasmus, 2007).
Each generation comes to the workforce table with different life experiences. Each communicates and perceives verbal and nonverbal messaging differently. While this does create complex work environments, it also presents a wonderful opportunity to put these diverse approaches to initiate new innovative practices.
Reflictamos nisto, quando fazemos críticas a gerações e não a casos mais específicos...
Artigo retirado de http://www.medscape.com/viewarticle/572313_3
The newest generation to enter our workforce, and the largest since the Boomers, is Generation Y, born between 1980 and 2000 — also known as the Millennials, Generation Next, MyPod generation, GenY, Digital Natives, Echoboomers, and the Boomerang Generation (Kogan, 2001).
This generation is globally aware, well educated, wired, and technologically sophisticated. Nexters have positive expectations and a desire for collective action (Zemke, Raines, & Filipczak, 2000). Life experience of the Nexters has created a generation that possesses traits such as a lack of trust in corporations, a focus on personal success, and a short-term career perspective. Nexters have a desire to improve everyday life by volunteering and giving back.
This generation has a great ability to multitask and maintain several dialogues, which makes them versatile communicators. While this generation communicates through technology, they remain quite savvy in verbal communication skills (Melik, 2007).
Nexters have been exposed to technology from birth, using technology since their years as a toddler. Nexters access information 24/7; therefore, they expect to work anytime and anyplace. Using the Web for information and social networking is part of the Nexter's core competencies. Web-based social networking and accessing information on such sites as LinkedIn, Facebook, and MySpace are normal practices.
YouTube already has a few videos created by young members of the nursing profession. Each video exhibits out-of-the-box thinking, with the intent to recruit people into the nursing profession. One video done by students at Decker School of Nursing is titled "Bring Nursing Back" (2006). This video has had 140,000 views through November 2007. The other, created by emergency center nurses from the University of Alabama, recruits candidates through a hip approach ("UAB Emergency Room Rap," 2007). This video has been posted not only to YouTube, but has also appeared on Yahoo video.
Parents of this generation have been highly invested and involved with their growth. Some critics call this generation coddled. They may require more mentoring up front, but have shown an ability to make dramatic and constructive changes to the workforce in the short time they have been a part of it. According to Claudia Tattanelli, CEO, Universum Communications, this generation gets a bad rap but has an "incredible will to make changes" ("The bottom line on next gen workers," 2007).
As a whole, younger workers can take great work risks; therefore, they are more mobile and able to pursue better jobs anywhere. The workplace will need to adapt to the attitudes and needs of this generation (Rasmus, 2007).
Each generation comes to the workforce table with different life experiences. Each communicates and perceives verbal and nonverbal messaging differently. While this does create complex work environments, it also presents a wonderful opportunity to put these diverse approaches to initiate new innovative practices.
Reflictamos nisto, quando fazemos críticas a gerações e não a casos mais específicos...
Fiz a minha formação base à cerca de 10 anos numa das escolas consideradas "de prestígio" e sinceramente acho que já na altura existiam grandes lacunas no ensino da vertente biológica. Certo é que a maioria de nós não gostava muito de estudar essas matérias, as notas acabavam por ser mais baixas mas mesmo assim quase toda a gente passava e isso era o que parecia interessar... até começarmos a trabalhar e a apercebermo-nos o quão frágeis são os nossos conhecimentos de anatomia e fisiologia, por exemplo... e não me venham com histórias a dizer que ficaram a saber muito disso (durante o curso)porque devem mesmo ser a excepção à regra... O que não quer dizer que as restantes vertentes não sejam igualmente importantes, mas tal como o DE diz, essas já são objecto de suficiente ensino e atenção por parte dos conselhos pedagógicos das escolas. Penso mesmo que existe algum tipo de facilitismo nestas disciplinas dentro das escolas pois continua a parecer que é mais importante termos duas e três vezes administração, gestão ou pedagogia ao longo da nossa formação (incluindo o CCF)do que começar a apostar num bom e aprofundado ensino das cadeiras da vertente biológica. E não concordo quando dizem que isto é assim nas escolas pk os enfs. que leccionam não têm conhecimentos suficientes da vertente biológica e por isso não lhe dão a devida atenção, no caso de serem médicos (como era no meu caso o prof de anatomia) era a mesma coisa ou pior pk ele ía lá para receber o dele e estava-se nas tintas para aquilo que aprendíamos ou não e ainda gozava com as nossas caras... Por isso... moral da história...todas as vertentes são importantes ou não fosse a nossa missão cuidar do ser humano de forma holística... mas parece que as escolas, na tentativa de se demarcarem do modelo bio-médico, investiram e orientaram o ensino dando ênfase às restantes vertentes. É necessário perceber que este assunto não é um mero assunto de opinião, é uma dificuldade sentida por alguns enfermeiros em relação a eles próprios ou em relação àquilo que observam nos alunos que orientam e isto reflecte-se na nossa importancia social, na nossa visibilidade profissional e nos cuidados que prestamos (e que um dia poderemos vir a receber...) ou continuam a achar que não???
Paula
Paula
Não se enquadra neste tema mas gostava que lessem isto...
Texto retirado do blogue: http://medicoexplicamedicinaaintelectuais.blogspot.com/
Autonomia sem responsabilização às vezes dá asneira...
Maternidades dão orientações erradas para deitar os bebés
CARLA AGUIAR PAULO SPRANGER
DN
As maternidades portuguesas adoptam e recomendam práticas erradas no acompanhamento dos recém-nascidos, acusa o pediatra Mário Cordeiro.
"É intrigante e perturbador constatar que 18 anos depois de existir uma orientação técnica da Direcção--Geral da Saúde a dizer que as crianças não se devem deitar de lado, porque isso aumenta para o dobro a probabilidade de morte súbita, mas de costas, profissionais de saúde continuem a recomendar essa prática", disse o médico ao DN.
Um estudo concluído no final do ano passado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, baseado em inquérito às mães, a seguir à alta médica, constatou que "em 90% dos casos foi-lhes recomendado pelas enfermeiras que deitassem os bebés de lado".
Esta situação leva aquele pediatra a considerar que é preciso "questionar e responsabilizar os directores de serviço dos hospitais que não fazem um acompanhamento do modo como os profissionais estão a seguir as orientações técnicas e as evidências científicas".
Mas o que é isto afinal??? Paternalismo? Ou um ataque velado à prática de enfermagem?
Quem conduziu o estudo? Que autoridade moral têm para para falar de acompanhamento e orientações técnicas, num país onde se espera meses ou anos por uma cirurgia, onde um médico espanhol opera mais numa semana do que 5 médicos portugueses num ano?
Texto retirado do blogue: http://medicoexplicamedicinaaintelectuais.blogspot.com/
Autonomia sem responsabilização às vezes dá asneira...
Maternidades dão orientações erradas para deitar os bebés
CARLA AGUIAR PAULO SPRANGER
DN
As maternidades portuguesas adoptam e recomendam práticas erradas no acompanhamento dos recém-nascidos, acusa o pediatra Mário Cordeiro.
"É intrigante e perturbador constatar que 18 anos depois de existir uma orientação técnica da Direcção--Geral da Saúde a dizer que as crianças não se devem deitar de lado, porque isso aumenta para o dobro a probabilidade de morte súbita, mas de costas, profissionais de saúde continuem a recomendar essa prática", disse o médico ao DN.
Um estudo concluído no final do ano passado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, baseado em inquérito às mães, a seguir à alta médica, constatou que "em 90% dos casos foi-lhes recomendado pelas enfermeiras que deitassem os bebés de lado".
Esta situação leva aquele pediatra a considerar que é preciso "questionar e responsabilizar os directores de serviço dos hospitais que não fazem um acompanhamento do modo como os profissionais estão a seguir as orientações técnicas e as evidências científicas".
Mas o que é isto afinal??? Paternalismo? Ou um ataque velado à prática de enfermagem?
Quem conduziu o estudo? Que autoridade moral têm para para falar de acompanhamento e orientações técnicas, num país onde se espera meses ou anos por uma cirurgia, onde um médico espanhol opera mais numa semana do que 5 médicos portugueses num ano?
Mais uma discussão pertinente para a Enfermagem
Modelo Biomédico Vs Modelo BioPsicoSocial
É puramente verdade que para os médicos temos o "bio", para os psicólogos temos temos o "psico" e para os sociólgos temos o "social". Então para que serve afinal o enfermeiro?!?! Um dos primeiros palavrões que aprendemos quando iniciamos o curso é o "Holismo". É esta uma palavra chave para percebermos a razão do Modelo BioPsicoSocial da Enfermagem. A intervenção do enfermeiro deve incidir nestas três áreas, nunca esquecendo de integrar umas nas outras. Os psicologos, os sociologos e os médicos centram a sua intervenção numa destas áreas, esquecendo muitas vezes (quase sempre...) as áreas restantes, e portanto cabe-nos a nós mobilizar recursos no sentido de cuidar de uma destas dimensões com o minimo de repercussões negativas nas restantes. É também uma realidade o facto do Enfermeiro necessitar de desenvolver a sua propria formação, ao longo de toda a sua vida, já que a área da saúde está em constante mudança.
Ora tanto palavreado para que?!
Para concluir que mesmo que as escolas incidam a sua formação no "psicosocial", dão pelo menos as bases ao nivel "bio", toda a restante formação deve ser desenvolvida por cada um (Enfermeiros e estudantes), principalmente com Bolonha e as suas "Horas de trabalho autónomo". Em relação a estas "horas de trabalho autónomo" para quem não sabe, são horas que correspondem a 40% a 60% das horas totais de cada cadeira e são destinadas ao desenvolvimento autónomo de cada aluno. Ou seja metade do curso vai ser da responsabilidade de cada um. Ou seja, a formação das escolas vai ter de incidir ainda mais nas bases e na disponibilização e formação em relação a formas de pesquisa e autoformação, de forma a capacitar os alunos ao desenvolvimento autónomo. Esta capacitação pelo menos espera-se que faça com que os futuros enfermeiros não sejam como alguns colegas nossos que, por exemplo, administram medicação sem saber nada acerca do mesmo, alguns nem sabem o grupo farmacológico, e esta informação está apenas a uma bula de distância!!
Acho que me perdi um pouco... Mas a ideia chave que queria transmitir é que as escolas não têm de apostar mais na "bio", têm é de fazer com que as temáticas básicas sejam eficientes e sejam realmente bases de sustentação aos posterior estudo de cada um.
Modelo Biomédico Vs Modelo BioPsicoSocial
É puramente verdade que para os médicos temos o "bio", para os psicólogos temos temos o "psico" e para os sociólgos temos o "social". Então para que serve afinal o enfermeiro?!?! Um dos primeiros palavrões que aprendemos quando iniciamos o curso é o "Holismo". É esta uma palavra chave para percebermos a razão do Modelo BioPsicoSocial da Enfermagem. A intervenção do enfermeiro deve incidir nestas três áreas, nunca esquecendo de integrar umas nas outras. Os psicologos, os sociologos e os médicos centram a sua intervenção numa destas áreas, esquecendo muitas vezes (quase sempre...) as áreas restantes, e portanto cabe-nos a nós mobilizar recursos no sentido de cuidar de uma destas dimensões com o minimo de repercussões negativas nas restantes. É também uma realidade o facto do Enfermeiro necessitar de desenvolver a sua propria formação, ao longo de toda a sua vida, já que a área da saúde está em constante mudança.
Ora tanto palavreado para que?!
Para concluir que mesmo que as escolas incidam a sua formação no "psicosocial", dão pelo menos as bases ao nivel "bio", toda a restante formação deve ser desenvolvida por cada um (Enfermeiros e estudantes), principalmente com Bolonha e as suas "Horas de trabalho autónomo". Em relação a estas "horas de trabalho autónomo" para quem não sabe, são horas que correspondem a 40% a 60% das horas totais de cada cadeira e são destinadas ao desenvolvimento autónomo de cada aluno. Ou seja metade do curso vai ser da responsabilidade de cada um. Ou seja, a formação das escolas vai ter de incidir ainda mais nas bases e na disponibilização e formação em relação a formas de pesquisa e autoformação, de forma a capacitar os alunos ao desenvolvimento autónomo. Esta capacitação pelo menos espera-se que faça com que os futuros enfermeiros não sejam como alguns colegas nossos que, por exemplo, administram medicação sem saber nada acerca do mesmo, alguns nem sabem o grupo farmacológico, e esta informação está apenas a uma bula de distância!!
Acho que me perdi um pouco... Mas a ideia chave que queria transmitir é que as escolas não têm de apostar mais na "bio", têm é de fazer com que as temáticas básicas sejam eficientes e sejam realmente bases de sustentação aos posterior estudo de cada um.
Lá vai mais uma acha para arder na fogueira.
Foi pelo mecanicismo que se começou a pensar que o homem era uma máquina.
No tempo do Descartes que até inventou o discurso do método, que lhe permitia ir da análise para a sintese e vice-versa. Para ele o homem era visto como uma máquina que montava e desmontava como um relógio. Feitas as primeiras experiências verificou-se que desmontar esta máquina humana era fácil, o problema era ao montar com o funcionamento incluído.
Na sua "mathesis Universalis" Descartes não conseguia arranjar a corda como nos relógios para pôr a máquina humana a funcionar.
A Enfermagem nunca será uma ciência no sentido da tal mathesis; será, sobretudo uma Arte.
Para ser uma ciência o objecto do nosso agir - o homem - tinha de ser máquina, que se monta e desmonta e tem moto-continuo ou outra fonte de energia, sempre a mesma.
Mas isso nem o Frankenstein conseguiu. Não foi além do monstro desajeitado e não humano.
Para que a Enfermagem fosse uma ciência as máquinas tinham de ser todas iguaizinhas e funcionarem da mesma maneira.
Deus, ou quem as suas vezes fizer, ao conceber o homem como um ser constituído por uma corpo, uma alma, e um espírito, estava a fabricar peças únicas.
Podemos não saber quando é que a alma entra no corpo; podemos não saber quem a põe lá; podemos não saber que esse composto de corpo e alma e mais uma coisita, que é o espírito. Mas sabemos que é uma unidade indivisível e única. É parecida a outras unidades da espécie, mas não é igual. Pode ser que a colonagem resolva este problema. Mas os colones não precisam de enfermeiros.
Logo essa coisa do "bios" lá vai querendo dizer vida. Podemos até chamar-lhe alma, porque anima a matéria inerte: dá-lhe vida.
Mas se há algo totalmente assientífico é o "bios", porque sendo alma ninguém sabe de onde veio e onde está. O outro cirurgião que era bruto como um pneu que rola vazio, dizia com certo orgulho que nunca tinha encontrado a alma na ponta do bisturi. Se fosse mais inteligente ia encontrá-la nouutra ponta, que não a do bisturi.
Quanto mais não fosse, por decantação não há nenhum enfermeiro, novo ou velho, que não tenha conhecimentos bastantes de farmacologia para saber o que está a dar e para que serve, nem que tenha de ler o vadameco.Já na era do império do mito se exigia que o remédio dissesse para que coisa servia e que doença curava. A era da razão ainda viria muitos milénios à frente.
O problema é que faltam os arquétipos aos jovens estudantes de Enfermagem.
Mas esse também não é umproblema novo. Já Platão (sec V a.C.) se debatia com a invenção dos modelos das suas teorias. Não tendo arquétipos ou modelos, nos serviços, os alunos vão ter de inventar, porque se os não têm nos serviços, ou melhor; os que têm nos serviços não têm nada de comparável com o que ouvem dizer na escola, onde estão uns senhoras que abandonaram a Enfermagem para se dedicarem à investigação, digamos abstracta, sem modelos.
Alguns já perceberam isso e mandam os alunos perguntar a quem sabe, outros ainda não evoluiram para aí.
Se o conecimento da ciência é universal e necessário, no bios não há esse tipo de conhecimento, logo não há ciência, há vida.
Para mantê-la animada, com vida, passe o pleonasmo, é preciso ter muita arte. É preciso muita Enfermagem.
Ora se o homem é também espírito que vive em conjunto com outros espíritos (excluímos os malignos que peregrinam pelo mundo para perdição das almas)desencadeia um fenómeno que se chama sociedade onde o espírito social origina algumas problemáticas que temos de saber resolver.
Tratar o homem no seu "habitat", é próprio do enfermeiro que já vem falando dum ramo da Enfermagem; a Enfermagem transcultural, há muitos anos e em várias latitudes.
Se nós até temos duas matrizes: a humana do João Cidade, mais conhecido por S. João de Deus e a técnica da Florence, para aquilo que de científico os Enfermeiros devem conhecer (reduziu drasticamente a mortalidade o que deixou os médicos da época cheios de inveja e dos 100 do colégio da OM só dois é que apioaram as suas teorias).
Portanto vamos pelo arquétipo bio-psico-social, o se quisermos pelo corpo, pela alma e por mais qualquer coisa que é o espírito, sem esquecermos que não há universalidade no conhecimento. Temos de estudar e conhecer caso-a-caso. Coisas do bios, ou da vida, se preferirem.
Não desesperem que com o tempo as coisas melhoram, porque o levantamento dos erros e asneiras praticadas está feito.
Foi pelo mecanicismo que se começou a pensar que o homem era uma máquina.
No tempo do Descartes que até inventou o discurso do método, que lhe permitia ir da análise para a sintese e vice-versa. Para ele o homem era visto como uma máquina que montava e desmontava como um relógio. Feitas as primeiras experiências verificou-se que desmontar esta máquina humana era fácil, o problema era ao montar com o funcionamento incluído.
Na sua "mathesis Universalis" Descartes não conseguia arranjar a corda como nos relógios para pôr a máquina humana a funcionar.
A Enfermagem nunca será uma ciência no sentido da tal mathesis; será, sobretudo uma Arte.
Para ser uma ciência o objecto do nosso agir - o homem - tinha de ser máquina, que se monta e desmonta e tem moto-continuo ou outra fonte de energia, sempre a mesma.
Mas isso nem o Frankenstein conseguiu. Não foi além do monstro desajeitado e não humano.
Para que a Enfermagem fosse uma ciência as máquinas tinham de ser todas iguaizinhas e funcionarem da mesma maneira.
Deus, ou quem as suas vezes fizer, ao conceber o homem como um ser constituído por uma corpo, uma alma, e um espírito, estava a fabricar peças únicas.
Podemos não saber quando é que a alma entra no corpo; podemos não saber quem a põe lá; podemos não saber que esse composto de corpo e alma e mais uma coisita, que é o espírito. Mas sabemos que é uma unidade indivisível e única. É parecida a outras unidades da espécie, mas não é igual. Pode ser que a colonagem resolva este problema. Mas os colones não precisam de enfermeiros.
Logo essa coisa do "bios" lá vai querendo dizer vida. Podemos até chamar-lhe alma, porque anima a matéria inerte: dá-lhe vida.
Mas se há algo totalmente assientífico é o "bios", porque sendo alma ninguém sabe de onde veio e onde está. O outro cirurgião que era bruto como um pneu que rola vazio, dizia com certo orgulho que nunca tinha encontrado a alma na ponta do bisturi. Se fosse mais inteligente ia encontrá-la nouutra ponta, que não a do bisturi.
Quanto mais não fosse, por decantação não há nenhum enfermeiro, novo ou velho, que não tenha conhecimentos bastantes de farmacologia para saber o que está a dar e para que serve, nem que tenha de ler o vadameco.Já na era do império do mito se exigia que o remédio dissesse para que coisa servia e que doença curava. A era da razão ainda viria muitos milénios à frente.
O problema é que faltam os arquétipos aos jovens estudantes de Enfermagem.
Mas esse também não é umproblema novo. Já Platão (sec V a.C.) se debatia com a invenção dos modelos das suas teorias. Não tendo arquétipos ou modelos, nos serviços, os alunos vão ter de inventar, porque se os não têm nos serviços, ou melhor; os que têm nos serviços não têm nada de comparável com o que ouvem dizer na escola, onde estão uns senhoras que abandonaram a Enfermagem para se dedicarem à investigação, digamos abstracta, sem modelos.
Alguns já perceberam isso e mandam os alunos perguntar a quem sabe, outros ainda não evoluiram para aí.
Se o conecimento da ciência é universal e necessário, no bios não há esse tipo de conhecimento, logo não há ciência, há vida.
Para mantê-la animada, com vida, passe o pleonasmo, é preciso ter muita arte. É preciso muita Enfermagem.
Ora se o homem é também espírito que vive em conjunto com outros espíritos (excluímos os malignos que peregrinam pelo mundo para perdição das almas)desencadeia um fenómeno que se chama sociedade onde o espírito social origina algumas problemáticas que temos de saber resolver.
Tratar o homem no seu "habitat", é próprio do enfermeiro que já vem falando dum ramo da Enfermagem; a Enfermagem transcultural, há muitos anos e em várias latitudes.
Se nós até temos duas matrizes: a humana do João Cidade, mais conhecido por S. João de Deus e a técnica da Florence, para aquilo que de científico os Enfermeiros devem conhecer (reduziu drasticamente a mortalidade o que deixou os médicos da época cheios de inveja e dos 100 do colégio da OM só dois é que apioaram as suas teorias).
Portanto vamos pelo arquétipo bio-psico-social, o se quisermos pelo corpo, pela alma e por mais qualquer coisa que é o espírito, sem esquecermos que não há universalidade no conhecimento. Temos de estudar e conhecer caso-a-caso. Coisas do bios, ou da vida, se preferirem.
Não desesperem que com o tempo as coisas melhoram, porque o levantamento dos erros e asneiras praticadas está feito.
Sou estudante de enfermagem e revejo-me inteiramente naquilo que o DE diz.
Chegamos à Escola e levamos injecções de cuidar, cuidar, cuidar, cuidar... Qualquer questão mais "biológica" é desvalorizada.
Em estágio, esse mesmo tipo de perguntas, muitas vezes tem como resposta um levantar do sobrolho como quem diz "Who cares?"
Faz-me confusão administrar o que quer que seja sem perceber o que estou a fazer, porque o estou a fazer e as implicações que isso pode ter, mas lá está: colocamos questões viradas para o psico-social e temos direito a um sorriso de orelha a orelha, por muito ridícula que seja a situação; tentamos compreender os motivos que levam ao tratamento X do doente Y e dizem-nos que isso não é da nossa competência. Enfim... depois vêm falar-nos de holismo.
Chegamos à Escola e levamos injecções de cuidar, cuidar, cuidar, cuidar... Qualquer questão mais "biológica" é desvalorizada.
Em estágio, esse mesmo tipo de perguntas, muitas vezes tem como resposta um levantar do sobrolho como quem diz "Who cares?"
Faz-me confusão administrar o que quer que seja sem perceber o que estou a fazer, porque o estou a fazer e as implicações que isso pode ter, mas lá está: colocamos questões viradas para o psico-social e temos direito a um sorriso de orelha a orelha, por muito ridícula que seja a situação; tentamos compreender os motivos que levam ao tratamento X do doente Y e dizem-nos que isso não é da nossa competência. Enfim... depois vêm falar-nos de holismo.
Pois caro Nuno eu também sou estudante e fiz o meu EC de Enfermagem Médica à pouco tempo e não bastava dar a resposta do psicossocial, e ninguem me deixava administrar o quer que seja sem que antes eu desse respostas a perguntas como: O que é? Para que serve naquela situação? Como actua? Efeitos secundários mais comuns? E formas e procedimentos de administração. E as respostas a estas perguntas em muitas situações eu não tinha aprendido na escola, e não deixei de pesquisar in loco estas questões, muito antes da administração de terapêutica.
Nuno gostava de lhe fazer duas perguntas: Qual a sua escola? E tem acompanhamento permanente de um professor?
Nuno gostava de lhe fazer duas perguntas: Qual a sua escola? E tem acompanhamento permanente de um professor?
Subiu muito o nível dos comentários! Sim, porque dizer mal, deitar abaixo sem construir, vale o que vale, no meu entender, muito pouco ou nada!
Pelo que leio já há alguns consensos:
1º É inquestionável a necessidade de abordar/aprofundar o bio-psico-social como vertentes conjugadas e, no seu conjunto, são indissociáveis da prática de enfermagem;
2º Que existe formação sobre anatomia, fisiologia, fisiopatologia, farmacologia, etc também todos a admitem; há tb quem admita que afinal durante o curso não lhe deu a devida importância, a isto chama-se honestidade;
3º Ainda que indelével, todos reconhecem ter responsabilidade na sua auto-formação, é bom lembrar que estamos a falar de adultos, mais de andragogia, do que de pedagogia, portanto cada um também tem a sua quota responsabilidade no processo de formação; nas escolas devem ser dados os princípios e as ferramentas, indicar o caminho e cada um deve percorrê-lo, dando o seu máximo e exigindo igualmente o máximo dos outros e do processo. No espírito de Bolonha é isto que se pretende, centrar o processo no aluno e na aprendizagem.
4º O que observo é que os alunos, muitas vezes, desejam um caminho sem “pedras”, com a “papinha toda feita” e de preferência dentro do clima do ‘nacional porreirismo’, que devemos evitar a todo o custo, mas é cada vez mais dominante (os professores porreiros e que facilitam, são os melhores); desculpem, isto é sem nenhum tipo de ofensa, já o afirmei em muitos contextos, esta geração dos mais novos é a que os sociólogos chamam a geração “Peter Pan”, vivem num mundo de fantasia, sempre com uma “fada sininho” a retirar-lhes as dificuldades do caminho (eu pecadora me confesso, pois por vezes actuo do mesmo modo com os meus filhos), não amadurecem e é clara a sua inabilidade social. Na verdade, muitos jovens não estão preparados, enquanto cidadãos, para enfrentar dificuldades, quando elas surgem, perdem facilmente o ‘norte’ e começam a procurar culpados e não são capazes de aprender a aprender dentro da própria dificuldade.
Desde a minha primeira intervenção neste blog que afirmo, cada um faça o melhor que pode e deve, afirmem-se pela positiva e no sentido de engrandecer a profissão e a nossa classe, com brio e profissionalismo. E isso não quer dizer que se silenciem as opiniões críticas, pelo contrário, por essa razão lancei este repto ao DE. PS
Pelo que leio já há alguns consensos:
1º É inquestionável a necessidade de abordar/aprofundar o bio-psico-social como vertentes conjugadas e, no seu conjunto, são indissociáveis da prática de enfermagem;
2º Que existe formação sobre anatomia, fisiologia, fisiopatologia, farmacologia, etc também todos a admitem; há tb quem admita que afinal durante o curso não lhe deu a devida importância, a isto chama-se honestidade;
3º Ainda que indelével, todos reconhecem ter responsabilidade na sua auto-formação, é bom lembrar que estamos a falar de adultos, mais de andragogia, do que de pedagogia, portanto cada um também tem a sua quota responsabilidade no processo de formação; nas escolas devem ser dados os princípios e as ferramentas, indicar o caminho e cada um deve percorrê-lo, dando o seu máximo e exigindo igualmente o máximo dos outros e do processo. No espírito de Bolonha é isto que se pretende, centrar o processo no aluno e na aprendizagem.
4º O que observo é que os alunos, muitas vezes, desejam um caminho sem “pedras”, com a “papinha toda feita” e de preferência dentro do clima do ‘nacional porreirismo’, que devemos evitar a todo o custo, mas é cada vez mais dominante (os professores porreiros e que facilitam, são os melhores); desculpem, isto é sem nenhum tipo de ofensa, já o afirmei em muitos contextos, esta geração dos mais novos é a que os sociólogos chamam a geração “Peter Pan”, vivem num mundo de fantasia, sempre com uma “fada sininho” a retirar-lhes as dificuldades do caminho (eu pecadora me confesso, pois por vezes actuo do mesmo modo com os meus filhos), não amadurecem e é clara a sua inabilidade social. Na verdade, muitos jovens não estão preparados, enquanto cidadãos, para enfrentar dificuldades, quando elas surgem, perdem facilmente o ‘norte’ e começam a procurar culpados e não são capazes de aprender a aprender dentro da própria dificuldade.
Desde a minha primeira intervenção neste blog que afirmo, cada um faça o melhor que pode e deve, afirmem-se pela positiva e no sentido de engrandecer a profissão e a nossa classe, com brio e profissionalismo. E isso não quer dizer que se silenciem as opiniões críticas, pelo contrário, por essa razão lancei este repto ao DE. PS
Colega Ps...
Por favor leia o meu penúltimo comentário (6:55)...
As críticas intergeracionais existirão sempre...
Por favor leia o meu penúltimo comentário (6:55)...
As críticas intergeracionais existirão sempre...
O ensino de Enfermagem está a ser "banalizado"...
Nos Ensinos Clinicos os estagiários de certas escolas não têm o acompanhamento continuo de um professor. Penso que isto ainda é admissivel nos estágios de fim de curso, mas no 1º e 2º ano isto é um acto de perfeita irresponsabilidade por parte de quem está a formar DOUTORES ENFERMEIROS...Alegam que o enf. tutor substitui esse professor, mas será que esse enf. é um super-homem/mulher, conseguindo orientar corectamente um grupo de 3/4/5 alunos...Como será que o enf. tutor vai avaliar esses alunos, se, por vezes,não sabe os objectivos do estágio, os critérios de avaliação...É que o professor da escola SUPERIOR de Enfermagem só apareceu no campo de estágio uma ou duas vezes.
Esta é uma grave lacuna que afecta de forma decisiva a formação dos futuros enfermeiros...Temos que acabar com a formação em série de enfermeiros...Temos que primar pelo ensino de qualidade, para uma prestação de cuidados com qualidade...Os enf. cuidam de seres humanos, não são trab. fabris de uma linha de produção.
Nos Ensinos Clinicos os estagiários de certas escolas não têm o acompanhamento continuo de um professor. Penso que isto ainda é admissivel nos estágios de fim de curso, mas no 1º e 2º ano isto é um acto de perfeita irresponsabilidade por parte de quem está a formar DOUTORES ENFERMEIROS...Alegam que o enf. tutor substitui esse professor, mas será que esse enf. é um super-homem/mulher, conseguindo orientar corectamente um grupo de 3/4/5 alunos...Como será que o enf. tutor vai avaliar esses alunos, se, por vezes,não sabe os objectivos do estágio, os critérios de avaliação...É que o professor da escola SUPERIOR de Enfermagem só apareceu no campo de estágio uma ou duas vezes.
Esta é uma grave lacuna que afecta de forma decisiva a formação dos futuros enfermeiros...Temos que acabar com a formação em série de enfermeiros...Temos que primar pelo ensino de qualidade, para uma prestação de cuidados com qualidade...Os enf. cuidam de seres humanos, não são trab. fabris de uma linha de produção.
Comentário ao comentário anterior:
"Como será que o enf. tutor vai avaliar esses alunos, se, por vezes,não sabe os objectivos do estágio, os critérios de avaliação...É que o professor da escola SUPERIOR de Enfermagem só apareceu no campo de estágio uma ou duas vezes."
Se o enfermeiro tutor não conhece os objectivos do estágio, devo-lhe dizer que então é uma pessoa muito irresponsável. Irresponsável por ter assumido a formação de futuros colegas sem questionar os objectivos do estágio ou quais as competências que se pretendem que o estudante desenvolva/adquira. Todas as escolas têm a sua forma de trabalhar e não me compete a mim dizer qual a melhor ou a pior, pois para isso teria que estar dentro de cada uma delas para poder ajuizar correctamente, mas espera-se que a escola, quando estabelece contactos com o serviço e enfermeiros tutores, explicite o que se pretende com esse estágio e possa disponibilizar documentação de apoio que possa suportar a prática do tutor.
Há escolas e escolas, hà enfermeiros e enfermeiros. Assim como eu já assisti a situações em que os alunos são completamente ignorados pelos enfermeiros tutores pois estes só estão interessados no papel a dizer que foram tutores para efeitos curriculares. Já para não falar em práticas de humilhação publicas e multidisciplinares quando o aluno diz não saber ler um traçado do ECG.
M Neves
"Como será que o enf. tutor vai avaliar esses alunos, se, por vezes,não sabe os objectivos do estágio, os critérios de avaliação...É que o professor da escola SUPERIOR de Enfermagem só apareceu no campo de estágio uma ou duas vezes."
Se o enfermeiro tutor não conhece os objectivos do estágio, devo-lhe dizer que então é uma pessoa muito irresponsável. Irresponsável por ter assumido a formação de futuros colegas sem questionar os objectivos do estágio ou quais as competências que se pretendem que o estudante desenvolva/adquira. Todas as escolas têm a sua forma de trabalhar e não me compete a mim dizer qual a melhor ou a pior, pois para isso teria que estar dentro de cada uma delas para poder ajuizar correctamente, mas espera-se que a escola, quando estabelece contactos com o serviço e enfermeiros tutores, explicite o que se pretende com esse estágio e possa disponibilizar documentação de apoio que possa suportar a prática do tutor.
Há escolas e escolas, hà enfermeiros e enfermeiros. Assim como eu já assisti a situações em que os alunos são completamente ignorados pelos enfermeiros tutores pois estes só estão interessados no papel a dizer que foram tutores para efeitos curriculares. Já para não falar em práticas de humilhação publicas e multidisciplinares quando o aluno diz não saber ler um traçado do ECG.
M Neves
a ignorancia a mae de todos nós contudo acho que não se devia falar sem conhecimento de causa, pois isso fazes as crianças, os adolescentes e quem é limitado! srs enfermeiros, nenhum gerontologo vos quer roubar lugar, pois as vossas competencias diferem das nossas (eu sou licenciada em Gerontologia). vejamos, se as nossas competencias são diferentes das vossas qual é o vosso problema?
acredito que a situação dos enermeiros em Portugal não esteja facil, tal como para nenhum profissional esta,mas acho que é muita falta de profissionalismo criticarem uma profissao apenas por ser recente! informem-se leiam as competencias do gerontologo em portugal, pesquixem no google o que se passa em espanha e no brasil quanto a Gerontologia e depois sim comentem.. a vida esta tão mal para licenciados e não licenciados que se calhar poderiamos ocupar o nosso tempo de uma maneira melhor.. e não estar a metermo nos no trabalho uns dos outros. n ha paciencia para rivalidades mesquinhas numa altura destas!
se alguem quiser deixar de comentarios infelizes e ignorantes e quiser perguntar, eu terei imenso gosto em esclarecer, agora por favor, deixem se de parvoices pah!
outra coisa muito importante, sabem o que é uma equipa multidisciplinar? no nosso pais que se corta sempre nos recusros humanos não existe muito mas nós, tecnicos de saude ou qualque outro profissional deveria saber a importancia da mesma...
acho muito tristes licenciados, mestrados, doutores comentarem sem conhecimento de causa, todos temos um pouco de ignorantes dentro de nós, mas há quem abuse !
com os melhores cumprimentos, andreia almeida
acredito que a situação dos enermeiros em Portugal não esteja facil, tal como para nenhum profissional esta,mas acho que é muita falta de profissionalismo criticarem uma profissao apenas por ser recente! informem-se leiam as competencias do gerontologo em portugal, pesquixem no google o que se passa em espanha e no brasil quanto a Gerontologia e depois sim comentem.. a vida esta tão mal para licenciados e não licenciados que se calhar poderiamos ocupar o nosso tempo de uma maneira melhor.. e não estar a metermo nos no trabalho uns dos outros. n ha paciencia para rivalidades mesquinhas numa altura destas!
se alguem quiser deixar de comentarios infelizes e ignorantes e quiser perguntar, eu terei imenso gosto em esclarecer, agora por favor, deixem se de parvoices pah!
outra coisa muito importante, sabem o que é uma equipa multidisciplinar? no nosso pais que se corta sempre nos recusros humanos não existe muito mas nós, tecnicos de saude ou qualque outro profissional deveria saber a importancia da mesma...
acho muito tristes licenciados, mestrados, doutores comentarem sem conhecimento de causa, todos temos um pouco de ignorantes dentro de nós, mas há quem abuse !
com os melhores cumprimentos, andreia almeida
gostaria de ver o meu comentario publicado neste blog para assim esclarecermos eventuais duvidas que possam surgir aos srs enfermeiros
Por favor, Andreia, enumere-me as competências dos gerontólogos que diz serem diferentes das nossas. Os objectivos do vosso curso, afixados pelas vossas escolas, são de enfermagem, ou, quanto muito, de pós-graduação em gerontologia para profissionais de saúde. A vossa profissão só vai aumentar mais o buraco financeiro na saúde. Está a surgir como uma resposta social "disfarçada" para calar a população, daí a divulgação nos meios de comunicação social que tem havido. Em Portugal é muito difícil que a vossa profissão vingue. Sabemos que os enfermeiros são baratos, estão disponíveis, são competentes para tudo o que aprendem os gerontólogos e MUITO, MUITO mais; além disso aprendem a cuidar da pessoa humana pelo modelo BIOPSICOSSOCIOCULTURAL (por favor, colegas enfermeiros não se ofendam com o meu comentário mas é a realidade actual).
Cumprimentos.
Cumprimentos.
Dê-me o seu e-mail que terei todo o gosto em enviar-lhe as competências do gerontólogo!
Eu compreendo que os enfermeiros estejam habituados a que a saúde se resuma a enfermeiro-médico, mas isso mudou! existem outros técnicos que podem complementar o vosso trabalho ou até realizar funções que nada estão relacionadas com as vossas... se gerontologia não fosse necessária não teria sido criada. quer saber quantos gerontólogos estão desempregados de momento? é um numero reduzido (também não somos muitos ainda) se calhar significa alguma coisa não?
deixe-me perguntar lhe, alguma vez trabalhou com um gerontólogo? algum gerontólogo já lhe roubou emprego? o mercado económico está mau, para os enfermeiros pior porque são muitos os licenciados (pois além de escolas privadas existem em grande parte das universidades 2 turmas por ano) mas a culpa não é dos gerontólogos!
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Eu compreendo que os enfermeiros estejam habituados a que a saúde se resuma a enfermeiro-médico, mas isso mudou! existem outros técnicos que podem complementar o vosso trabalho ou até realizar funções que nada estão relacionadas com as vossas... se gerontologia não fosse necessária não teria sido criada. quer saber quantos gerontólogos estão desempregados de momento? é um numero reduzido (também não somos muitos ainda) se calhar significa alguma coisa não?
deixe-me perguntar lhe, alguma vez trabalhou com um gerontólogo? algum gerontólogo já lhe roubou emprego? o mercado económico está mau, para os enfermeiros pior porque são muitos os licenciados (pois além de escolas privadas existem em grande parte das universidades 2 turmas por ano) mas a culpa não é dos gerontólogos!
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