sábado, agosto 23, 2008
O regresso do quepe?
Li aqui que, em certas instituições, existem intenções em retomar novamente o uso da mítica figura do quepe (conhecido como o "chapéu das Enfermeiras"). Mas não só: as batas com saia também.
Tenho imenso respeito e consideração pelos símbolos da história da Enfermagem. Mas não passam disso mesmo: uma reconstituição simbólica do caminhos traçados pela Enfermagem no seu rumo à actualidade.
Em pleno séc. XXI é perfeitamente ridículo e descabido colocar a hipótese de reimplementar costumes/vestes desadequadas. Não só porque porque não existem argumentos lógicos que a sustentem (que benefício acarreta o uso do quepe, por exemplo?), mas porque traduzem uma regressão aos tempos do serventilismo e submissão. Muitas colegas lutaram contra a dissipação e desaparecimento desses velhos tempos, porque haveriam agora de voltar? A imagem dos Enfermeiros já não se compadece com estes objectos.
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É curioso que há alguns anos, em visita a um hospital privado, reparei que as Enfermeiras usavam um mini-quepe sem qualquer utilidade (os homens, logicamente, não), a não ser a de inferiorizar e subalternizar a classe. Perguntei de quem tinha partido a ideia. Aparentemente tinha sido do director (médico), quem mais (com uma subtil ajuda de uma Enfermeira-Directora retrógrada)? Sem razões ou explicações.
Parece-me mais um aparente sinal da regressão da Enfermagem nas suas várias frentes (até no vestuário!)... São os denominados objectos do not walk the line. A outros profissionais não é imposta qualquer "regra", pelo contrário, é habitual o predomínio de objectos simbolicamente over the line, sinónimos de prestígio e elevado status social (ex. gravata). Portanto, as ilações são fáceis de extrair - para quê usar quepe?
Mas já não me espantará se, na praça pública, surgir alguém a propalar o regresso aos tempos em que os Enfermeiros não se podiam casar...
Comments:
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Quepe e srªs enfermeiras a apertar as batas aos srs médicos.
Ora então porque não?
Com os enfermeiros que temos nas gestao das instituições, nao me admira nada.
Ora então porque não?
Com os enfermeiros que temos nas gestao das instituições, nao me admira nada.
Caros amigos, não se admirem, pois já há 12 anos atrás no Hospital Amadora-Sintra já era obrigatório o uso deste adorno por parte das nossas colegas enfermeiras. Mas o ridículo da situação não se reservava exclusivamente às senhoras, pois aos enfermeiros também eram "impostas" obrigações estéticas ligadas ao comprimento da barba e cabelo, por exemplo...
Como vêem, isto não vem apenas de agora... Enquanto tivermos trogloditas nas Administrações e Enferemiros Directores a dizerem AMEN AMEN a tudo, paciência !!!....
Isto vai de mal a pior...
Como vêem, isto não vem apenas de agora... Enquanto tivermos trogloditas nas Administrações e Enferemiros Directores a dizerem AMEN AMEN a tudo, paciência !!!....
Isto vai de mal a pior...
Cruzes, credo! Era o que faltava...
Não acredito que as nossas colegas aceitem tal atentado à nossa dignidade profissional. Gostava de saber de onde surgiu esta ideia.
Não acredito que as nossas colegas aceitem tal atentado à nossa dignidade profissional. Gostava de saber de onde surgiu esta ideia.
Associo ao quepe, do ponto de vista semiológico, uma conotação ambivalente: (i) submissão ligada à hierarquia militar e ao ascendente, a dada altura religioso, da profissão (ii) autoridade e poder da enfermeira (feia, de dedo esticado a impôr as regras ao doente).
Regeito ambas visto que, numa análise pragmática, este é um signo que dá da profissão uma imagem estereotipada que contraria a evolução da relação dos enfermeiros com o mundo - com o conhecimento, com as instituições, com os outros profissionais, com o cidadão e com a sociedade -, com que me identifico.
Porém, se não sou favorável ao quepe, também não considero adequadas algumas reações que me parecem exageradas em relação ao que foram as regras do passado.
Não entendo porque é que em muitos locais os enfermeiros ostentam objectos que no mínimo os transformam em autênticas árvores de Natal: clamps de hemodiálise pendurados na farda, garrotes de borracha ou de laboratórios, imensas canetas, tesouras no bolso com correntes de plástico fluorescentes que até parecem aqueles brinquedos que se vendem no Papagaio sem Penas, telélés da moda presos à cintura, adesivos no bolso, estetoscópio, crachás com bonecos, aquelas bolsinhas de plástico com a chancela do laboratório tal tal... Já para não falar em ténis, crocks de todas as cores, cabelos soltos a voar para cima do que calhar, enfim...
(Numa reportagem televisiva achei ridículo que, enquanto o jornalista fazia perguntas ao enfermeiro, a imagem que estava a aparecer eram as socas do dito enfermeiro com uns bonecos presos.)
Penso que falar de quepes não é falar do chapéuzinho branco; é discutir uma estética própria da profissão, neste caso ligada à imagem visual que se pretende passar. Dependendo de onde se parte para a discussão, o ponto de chegada também pode ser diferente.
Sou da opinião que se deve começar pela relação terapêutica que se pretende estabelecer com a pessoa de quem se cuida, tendo como pressuposto que cada profissional pode encontrar um ponto de equilíbrio entre a sua individualidade (os piercings, os cabelos, as unhas, étc) e a imagem que o momento exige de si (discrição e distinção, na minha opinião), atendendo ao contexto em que está. Isto é válido para as opções individuais que cada profissional faz e para as escolhas das instituições, que nem sempre são fundamentadas no bem estar das pessoas, quando por exemplo se trabalha numa enfermaria em que as portas dos quartos são cor de laranja, as ombreiras verdes e os enfermeiros fardam-se de vermelho.
Vanda
Regeito ambas visto que, numa análise pragmática, este é um signo que dá da profissão uma imagem estereotipada que contraria a evolução da relação dos enfermeiros com o mundo - com o conhecimento, com as instituições, com os outros profissionais, com o cidadão e com a sociedade -, com que me identifico.
Porém, se não sou favorável ao quepe, também não considero adequadas algumas reações que me parecem exageradas em relação ao que foram as regras do passado.
Não entendo porque é que em muitos locais os enfermeiros ostentam objectos que no mínimo os transformam em autênticas árvores de Natal: clamps de hemodiálise pendurados na farda, garrotes de borracha ou de laboratórios, imensas canetas, tesouras no bolso com correntes de plástico fluorescentes que até parecem aqueles brinquedos que se vendem no Papagaio sem Penas, telélés da moda presos à cintura, adesivos no bolso, estetoscópio, crachás com bonecos, aquelas bolsinhas de plástico com a chancela do laboratório tal tal... Já para não falar em ténis, crocks de todas as cores, cabelos soltos a voar para cima do que calhar, enfim...
(Numa reportagem televisiva achei ridículo que, enquanto o jornalista fazia perguntas ao enfermeiro, a imagem que estava a aparecer eram as socas do dito enfermeiro com uns bonecos presos.)
Penso que falar de quepes não é falar do chapéuzinho branco; é discutir uma estética própria da profissão, neste caso ligada à imagem visual que se pretende passar. Dependendo de onde se parte para a discussão, o ponto de chegada também pode ser diferente.
Sou da opinião que se deve começar pela relação terapêutica que se pretende estabelecer com a pessoa de quem se cuida, tendo como pressuposto que cada profissional pode encontrar um ponto de equilíbrio entre a sua individualidade (os piercings, os cabelos, as unhas, étc) e a imagem que o momento exige de si (discrição e distinção, na minha opinião), atendendo ao contexto em que está. Isto é válido para as opções individuais que cada profissional faz e para as escolhas das instituições, que nem sempre são fundamentadas no bem estar das pessoas, quando por exemplo se trabalha numa enfermaria em que as portas dos quartos são cor de laranja, as ombreiras verdes e os enfermeiros fardam-se de vermelho.
Vanda
eu concordo com o quepe pois é o simbolo da enfermagem e distingue de outros profissionais de saude.
na minha instituiçao as enfermeiras e enfermeiros andam muito mal fardados , o doente não sabe se é medico se enf ou se auxiliar;não falando nos cabelos nos socos de todas as cores cheios de furos que são um perigo,as batas verdes dos blocos por cima da farda ; hoje em dia já ninguem se preocupa em andar bem fardado
na minha instituiçao as enfermeiras e enfermeiros andam muito mal fardados , o doente não sabe se é medico se enf ou se auxiliar;não falando nos cabelos nos socos de todas as cores cheios de furos que são um perigo,as batas verdes dos blocos por cima da farda ; hoje em dia já ninguem se preocupa em andar bem fardado
eu sou a favor do quepe e de ver um
ou uma enfermeira bem fardada, dignifica a classe.
Sou a favor das fardas.
ou uma enfermeira bem fardada, dignifica a classe.
Sou a favor das fardas.
Eu também acho que ficaria muito bonito o tal quepe por cima da cabecita das Enfermeirinhas, nem que fosse só no Carnaval!
Já agora...e para os Enfermeiros? Que tal um lacinho ao pescoço?
Já agora...e para os Enfermeiros? Que tal um lacinho ao pescoço?
A Vanda é contra os quepes, mas também é contra muitas outras coisas que nós usamos no dia a dia:
clamps de hemodiálise pendurados na farda
garrotes de borracha ou de laboratórios
imensas canetas
tesouras no bolso com correntes de plástico fluorescentes que até parecem aqueles brinquedos que se vendem no Papagaio sem Penas
telélés da moda presos à cintura
adesivos no bolso
estetoscópio
crachás com bonecos
aquelas bolsinhas de plástico com a chancela do laboratório tal tal...
Já para não falar em ténis
crocks de todas as cores
cabelos soltos a voar para cima do que calhar
A menina é FREIRA?
clamps de hemodiálise pendurados na farda
garrotes de borracha ou de laboratórios
imensas canetas
tesouras no bolso com correntes de plástico fluorescentes que até parecem aqueles brinquedos que se vendem no Papagaio sem Penas
telélés da moda presos à cintura
adesivos no bolso
estetoscópio
crachás com bonecos
aquelas bolsinhas de plástico com a chancela do laboratório tal tal...
Já para não falar em ténis
crocks de todas as cores
cabelos soltos a voar para cima do que calhar
A menina é FREIRA?
Ao anónimo das 8:22
MENINA é outra forma de nos desvalorizarmos a nós mesmos, não acha? É uma forma descuidada de se dirigir a uma colega. Tenha tento na língua, quero dizer, nos dedos das mãos.
Quanto à questão de ser freira, é estranho que, como profissional de enfermagem (?), deixe transparecer o preconceito que parece ter em relação a essa condição. Não seja preconceituoso que isso não é coisa de enfermeiro.
Vanda
MENINA é outra forma de nos desvalorizarmos a nós mesmos, não acha? É uma forma descuidada de se dirigir a uma colega. Tenha tento na língua, quero dizer, nos dedos das mãos.
Quanto à questão de ser freira, é estranho que, como profissional de enfermagem (?), deixe transparecer o preconceito que parece ter em relação a essa condição. Não seja preconceituoso que isso não é coisa de enfermeiro.
Vanda
O quê??? Quepe??? Saia??? Eu não uso saias e não é no serviço que me vão obrigar!! Os enfermeiros andarem fardados, acho bem, agora voltar ao antigamente...
O Quepe não é um componente útil para a fardamento dos enfermeiros, apenas um acessório que faz parte da História da Enfermagem...Colegas será que estamos a INVOLUIR!
A Enfermagem enquanto Ciência tem de EVOLUIR...
PlanetaM
A Enfermagem enquanto Ciência tem de EVOLUIR...
PlanetaM
Não concordo com o uso de algo, que não tem nenhuma função pelo contrário, só encomoda!O enfermeiro deve ter uma farda prática e confortável, nada de saias, quepes, uniformes apertadinhos, batinhas curtas...pois isso não é confortável de certeza e não nos deixa trabalhar normalmente. Concordo que devemos andar bem fardados, nada de cabelos soltos,brincos até aos ombros, pulseiras (tudo o que posso afectar assépsia), o resto axo k é uma questão de imagem (as socas coloridas, as canetas, o tlms, etc). O enfermeiro não é feito só da imagem, mas tb do conhecimento e da presença.Não adianta andarmos todos engomadinhos se não sabemos agir qdo é preciso.
Creio que o que se procura é higiene e praticidade, o mais certo seria trabalhar de touca, luvas e macacão. Tenho certeza que esse uniforme seria o mais seguro possível, só que desfiguraria totalmente a classe. Além de achar horrível.
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