segunda-feira, outubro 13, 2008

A aventura continua...

(Clicar na imagem para ampliar e ler)
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Tenho recebido (o que agradeço!) imensos e-mails sobre as administração de vacinas e injectáveis nas farmácias. Todos eles falam em usurpação de funções, tendo como agravante o facto de, em muitas farmácias, essa administração ser realizada por técnicos/ajudantes. Um exemplo:
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"Olá caro colega.
Não posso deixar de descrever o que se passou/observei hoje (09/10/2008) numa farmácia em loures. Passo a relatar o episódio: Cerca das 12h30, ao dirigir-me a uma farmácia e esperando pela minha vez de atendimento, vejo uma senhora a comprar a vacina da gripe. Após o pagamento, um dos ajudantes técnicos diz à senhora para se dirigir ao interior da farmácia, que a vacina ia ser administrada pelo outro AJUDANTE TÉCNICO que já se encontrava no seu interior.
Questionei o ajudante técnico do balcão sobre a legalidade do acto, ao qual ele respondeu que o seu colega tinha o curso ministrado por enfermeiros. Voltei a questionar sobre se ele sabia sobre as possíveis consequências e como resolvê-las. Respondeu me que tinha um kit de emergência, e mais nada sabia dizer.
De referir que o ajudante técnico que administrou a vacina nem se deu ao trabalho de vir ao balcão defender-se. Importante referir: a farmácia em causa fica na Rua da República em Loures e tem o nome comercial de Farmácia Sálvia. Não vi nenhum cartão ou cartaz a dizer que aquela farmácia tem pessoal habilitado para estes actos.
Um grande abraço". [Colega identificado]
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Recebi também esta interessante ilustração gráfica , que encima este post, e dispensa qualquer palavra (cortesia: Enf. Miguel Rocha).

Comments:
Os enfermeiros não terão nada mais complexo com que se entreterem? E que tal o desemprego? As escolas de enfermagem que nascem como cogumelos? Terão mesmo que se restringir a uma questão tão trivial como a administração de uma vacina e passar meses (sim, já são meses) a bater na mesma tecla? Quererão instituir uma competição para averiguar quem é que pica melhor que quem? E, a propósito, se os enfemeiros têm 4624 horas (Valha-nos Deus!!!) dedicadas à administração de uma vacina, então fechem-se todos os cursos de enfermagem pois são um desperdício de dinheiros públicos dos contribuintes. Acrescento ainda, que na maioria dos centros de saúde as vacinas são administradas em cubículos, em pé, em cerca de um minuto e está a andar. Todo esse palrar fica muito bonito no papel (questionário de saúde, blá, blá, blá e etc.) mas não corresponde nem de perto à realidade. Os cidadãos sabem que podem contar com as farmácias e com os profissionais das farmácias para administrar a vacina da gripe, e sabem (viva o bom senso!) que não são precisas 4624 horas para administrar uma vacina e saber como agir em conformidade em caso de anafilaxia (algo que, apesar de tudo, é extremamente infrequente). Os enfermeiros, pensando cair em graça, com toda esta "guerra", estão apenas a cair em (mais) desgraça.

Cumprimentos.
 
Eu acho que muitos farmacêuticos não tem a MENOR ideia do que são os enfermeiros, o que fazem os enfermeiros, E MUITO MENOS nunca entraram dentro de uma instituição de saúde (hospital, CS, etc...).... só pode, tamanha é a ignorância.
 
Ah, os cidadãos não vão as farmácias por causa dos farmaceuticos, essa é boa! Vão porque é prático... muitos idosos até pensam que são enfermeiros!
 
Sem dúvida que é grande a dislexia/caquexia entre a "nata" de "cientistas das mitocôndrias" (mitochondria scientist) que por aqui "penumbram".
Escreveu um determinado comentador o seguinte: "muitos farmacêuticos não tem a MENOR ideia do que são os enfermeiros".
Ao que eu complemento; SEGURAMENTE, meu caro. Não sabem nem procuram saber, pese embora que também não é meu grande interesse (na verdade é mesmo nulo) em saber o que é que um farmacêutico faz. É de tal forma elementar que a avaliar por uma simples ida ao estabelecimento comercial rápida e facilmente (muito menos de 2 minutos, quanto mais 4624 horas...) se concluirá qual os quais as suas (deles) competências.
Não entendem que a vacinação é muito mais do que uma "pica". Enquadra-se num PROGRAMA complexo que visa o bem maior, não redutível (pese embora a tentativa). O que se assiste é ILEGAL, diria mesmo, um atentado à saúde pública.
Perturba-me que estes cientistas (mais aqueles que que lhes aparam o jogo) não alcancem os efeitos de tal incúria...
A ver vamos, como diz o ceguinho!
 
Aquela imagem diz tudo!
Desassossego
 
rmo só deixa descortinar ignorância com os seus comentários.
 
Convinha aprenderem a escrever sem erros ortográficos...
 
Convinha aprenderem a escrever sem erros ortográficos...
 
Convinha aprenderem a escrever sem erros ortográficos...
 
Está muito bem ilustrado.
Parabens ao autor.

Só falta nas farmácia sapateiros, de fivela afiada, para dar as ditas picas aos utentes.

Que lindo.
 
Sou enfermeiro, com orgulho nas funções e na preponderância que a profissão para com os trâmites que norteiam a saúde.
no entanto, toda esta abordagem ácerca da administração de injectáveis pelos farmacêuticos, deve-se pautar pelo rigor de factos e exemplos plausíveis.

è que, de facto, pela Lei, é uma usurpação de funções dos enfermeiros, do mesmo que quando lutarmos pela prescrição de medicação, a comunidade cientifica vai-se lembrar disto!!!!

facto: os farmacêuticos são os especialistas dos medicamentos (licenciados em ciencias farmacêuticas). não há mais nenhum grupo profissional que domine os fármacos, vamos ser realistas

quem determina como administrar, doses, posologias, etc, são os farmacêuticos, é um facto

mas "Rmo" tem razão: no CS, os enfermeiros mandam utentes embora, se acontecer alguma intercorrÊncia, contacte-se o INEM, porque na rua não há enfermeiros - temos que ser realistas, e melhorar a qualidade da nossa assistência, estudarmos mais, sermos exigentes,não é apenas com este bla bla que vamos lá.

já num post do DE em maio deste ano, ele aconselhava, e MUITO BEM, os colegas a aumentarem os seus conhecimentos, serem ricos de informação cientifica, exigentes, porque sdabemos muito bem que a qualidade da formação actual é quase banal salvo meia duzia de escolas do país.

temos que ser realistas.

Enfermagem Ruleeessss
 
4624 correspondem a 240 ECTs, isto é, a uma licenciatura, ou seja, o requesito mínimo para exercer enfermagem, portanto, incluindo outras funções, contribuir para a imunização comunitária. e você RMO é licenciado em enfermagem? eu estou a pensar em tirar um curso de 20 horas e ir despensar medicação para a farmácia! que acha? será preciso um mestrado integrado para despensar medicação? sabe perfeitamente a que me refiro... competência não é picar mas tudo o resto que comporta o controlo da imunização e da imunização segura.
 
"Ah, os cidadãos não vão as farmácias por causa dos farmacêuticos, essa é boa! Vão porque é prático... muitos idosos até pensam que são enfermeiros!"

Sim...alguns idosos pensam que os farmacêuticos são .......o Pai Natal e o Coelhinho da Páscoa! Tenho pena de si!
 
Mais uma vez os enfermeiros deixaram fugir para outros algo que era muito (só) deles. E não vai ficar por aqui...

Mas sejamos francos, os enfermeiros dos centros de saúde fizeram por isso. Ao longo dos tempos estes não têm cultivado uma postura de serviço ao cliente. Esquecem-se que ao ser funcionários do SNS possuem como missão primordial, o serviço ao cliente.

Vou contar uma história.
Recentemente alguém tinha o filho mais novo para vacinar. Quando esse alguém se dirigiu ao centro de saúde da sua área de residência para proceder à respectiva vacinação foi confrontado com a seguinte informação "Vacinas 3ªs feiras das 14h00 às 16h00".
Esse alguém trabalha durante o dia e sai às 16h30. Este alguém conhece enfermeiros que trabalham num centro de saúde que não fica muito longe da sua área de residência. Deste modo telefonou aos seus amigos, combinou uma hora e vacinou o filho quando lhe deu mais jeito.
Se este alguém não possuísse esta cunha que opções escolheria?

Hipótese 1 - Perdia 1/2 dia de trabalho e vacinava o filho no centro de saúde
Hipótese 2 - Ia à farmácia que fica a 300 metros de casa e vacinava o filho (a vacinação do PNV ainda não é possível na farmácia)
Hipótese 3 - Deixava passar e não vacinava

Das 3 opções, se este alguém não estivesse por dentro da informação da saúde, provavelmente nunca optaria pela hipótese 1.
Felizmente este alguém possui informação e conhece profissionais de saúde e escolheu uma opção credível.
Este alguém era eu. E eu sou enfermeiro e como enfermeiro tenho vergonha do tipo de cartaz informativo do C.S.

Com esta pequena história nós vemos as razões que levam por vezes a serem autorizadas opções impensáveis.
Nós enfermeiros temos que perceber uma vez por todas que existimos porque existem pessoas que precisam de nós e que nós existimos para as servir.
Logo o nosso serviço tem que ir obrigatoriamente ao encontro dos nossos clientes, caso contrário outros poderão ocupar esse espaço. É assim, na saúde como em qualquer ramo da economia. Quando a oferta não satisfaz a procura abre-se a porta ao aparecimento de outro tipo de oferta que possa satisfazer essa procura. Se os enfermeiros julgam que a sua existência está assegurada, tirem o cavalinho da chuva.

Deste modo os enfermeiros, dando tiros nos pés atrás uns dos outros, afastam cada vez mais os clientes de si.
A existência de burocracias e de horários standardizados nos CS para vacinação correspondem a uma postura clássica de funcionalismo em nada virada para as necessidades do cliente.

Ponham-se a pau, o mundo já não é o que era e está a mudar mais depressa que o esperado.
 
Sejamos sérios.
Quantos enfermeiros dos Centros de Saúde (C.S.) onde se faz vacinação possuem formação e actualização em SBV? e em SAV????
Quantos conhecem o algoritmo para reacções anafilácticas?
Será que em todos os centros de saúde existe adrenalina na sala de vacinação?
Sejamos sérios!!!
É preciso mudar. É necessário mostrar à população que somos ou estamos diferentes, não com retórica mas sim com actos.
Profissionalismo e competência, procura-se.
 
Pelos comments prévios, acho que os enfermeiros precisam não de se sobrevalorizar, mas de ser REALISTAS.
os especialistas em medecamentos, são os Farmacêuticos, quer queiramos quer não!
todas as indicações referentes a determinado fármaco, são eles que as formulam, e todos os outros apenas as TÊM que seguir.

sou enfermeiro, e nós temos que salvaguardar a enfemagem, não deste modo. porque farmacêuticos têm licenciatura de 6 anos, abordando a farmacologia, que nem no nosso curso, nem em medicina é abordado!!!

e a culpa é nossa!! aos enfermeiros no CS, fizeram um estudo (é melhor nem dizer qual - pois é vergonhoso para a classe) e todos os enfermeiros, TODOS, em 5 CS não sabiam a dose de adrenalina a administrar, (isto porque está na ordem do dia as reacções anafiláticas!!).

Já em outros comentários, concordo com um post do DE (maio de 2008), devemos estudar, actualizar conhecimentos... há colegas que meramente administram mas não sabem quais as indicações para tal administração!

temos que ser realistas
 
Pois, acho que a intenção da imagem é boa mas é também um pouco alheada da realidade. Os Enfermeiros que geralmente administram vacinas estão inseridos em Centros de Saúde e sobre estes pode-se dizer que:

-Muito poucos são aqueles que cursaram SAV
- Muitos deles não sabem o algoritmo da anafilaxia
-Limitam-se a aplicar a vacina, sem questionário prévio, sem critérios de elegibilidade (no caso da vacina da gripe, por exemplo, a elegibilidade é portada pela prescrição médica)
-Na maioria dos caos o acto de vacinação é isolado, sem articulação com outras acções de promoção de saúde

Quanto à invasão ilegal da área dos enfermeiros, há que ser-se objectivo e reportarmo-nos à lei que permite a aplicação das vacinas nas farmácias. Essa lei torna a tal ilegalidade em algo legal. Apelidar esta prática de criminosa é um fundamentalismo, pois crime dá direito a processo judicial e até agora não se viu nenhum.

Mas a culpa desta situação é dos enfermeiros, que não souberam capitalizar esta e outras competências em oportunidades de negócio. Até as "doulas" que são mais "Doudas" já entraram na prática da "mercantilização" do parto natural.
Porque é que os enfermeiros não adoptam a filosofia reversa? Abram Centrais de Enfermagem, onde administram as vacinas mas também onde o cliente as possa comprar. Se a lei mudou para os farmacêuticos, também poderá mudar para os Enfermeiros...é questão de negociação!
 
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