sábado, outubro 11, 2008
"Cuidados Paliativos são pela vida!"
Porque 2/3 da população portuguesa não sabe o que são cuidados paliativos (cabalmente uma área de actuação dos Enfermeiros), deixo-vos hoje - Dia Mundial dos Cuidados Paliativos - um excelente artigo (publicado também no Jornal Reconquista) da autoria da Enfª Paula Sapeta (Professora-Coordenadora e Presidente do Conselho Científico na Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias - Castelo Branco/Membro da Direcção da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos), a quem aproveito desde já para cumprimentar e agradecer a amabilidade, acerca do tema.
"Na semana em que se comemora o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, dia 11 de Outubro, e a Semana Nacional dos Cuidados Paliativos, curiosamente reaviva-se nos jornais o tema da Eutanásia, parece paradoxal que se apele a uma prática que conduz com certeza à morte e não se reacenda o debate acerca dos Cuidados Paliativos e da sua emergência, os quais são a única a resposta aceitável para o sofrimento, porque apelam à Vida e à verdadeira Dignidade.
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Vivemos numa “sociedade olímpica”, onde os meios de comunicação nos bombardeiam continuamente com estereótipos, imagens ideais de juventude eterna, de beleza e num apelo constante à acumulação de bens materiais, de fama e de poder, com pouco tempo e disponibilidade para se pensar profundamente num assunto tão ‘escabroso’, como é a nossa finitude e a morte, sem cair na tentação do caminho mais fácil e rápido, que é como eu entendo a Eutanásia.
Um estudo publicado, em 1994, no “Journal of the American Medical Association”, concluiu que os esforços feitos pelos serviços médicos para prolongar a vida das pessoas com doença crónica avançada, determinam que apenas se prolongue o processo de morte e de agonia, e demasiadas pessoas morreram ligadas a máquinas, sozinhas e com dores. O referido estudo, incidiu sobre mais de 10 mil pessoas, realizou-se durante 8 anos e traça um panorama desolador das circunstâncias frias e dolorosas em que morrem as pessoas e da dificuldade em mudar mentalidades. “O problema é que os médicos não sabem quando devem parar” diz Steven Schoreder, presidente da Fundação Wood Johnson, que patrocinou o estudo. O sofrimento físico e a angústia que este tipo de tratamentos provoca nos doentes está, com frequência, na origem dos pedidos de eutanásia. Este é o maior risco, os doentes terminais estão sujeitos a um sofrimento absolutamente inútil, que lhes provoca angústia existencial, que juntamente com a falta de ajuda e de horizontes (esperança) os conduz ao desespero e a pedir a eutanásia. Sobre a qual se geram opiniões diametralmente opostas, onde o consenso parece ser difícil. Admite-se a hipótese de aceitar a decisão do doente quanto ao termo da sua vida ser feito por outrem e de forma rápida, abreviando o sofrimento.
Sempre que estes debates se acendem lembro-me imediatamente de uma eloquente frase do Prof. Daniel Serrão “nestas culturas, que subconscientemente recusam a morte humana como um fenómeno biológico, natural e inevitável e que tudo esperavam de uma medicina orgulhosamente triunfadora, aquilo que os defensores da eutanásia estão a querer dizer aos médicos é, muito brutalmente, o seguinte: se a vossa tecnologia não consegue salvar esse homem então matai-o!”
A solução para o problema que surge face ao sofrimento da pessoa não deve consistir em “acabar” com a pessoa que está a sofrer, como desejam os defensores da eutanásia, mas sim, pôr um fim ao seu sofrimento, utilizando todos os meios disponíveis, e são muitos.
Vivemos numa “sociedade olímpica”, onde os meios de comunicação nos bombardeiam continuamente com estereótipos, imagens ideais de juventude eterna, de beleza e num apelo constante à acumulação de bens materiais, de fama e de poder, com pouco tempo e disponibilidade para se pensar profundamente num assunto tão ‘escabroso’, como é a nossa finitude e a morte, sem cair na tentação do caminho mais fácil e rápido, que é como eu entendo a Eutanásia.
Um estudo publicado, em 1994, no “Journal of the American Medical Association”, concluiu que os esforços feitos pelos serviços médicos para prolongar a vida das pessoas com doença crónica avançada, determinam que apenas se prolongue o processo de morte e de agonia, e demasiadas pessoas morreram ligadas a máquinas, sozinhas e com dores. O referido estudo, incidiu sobre mais de 10 mil pessoas, realizou-se durante 8 anos e traça um panorama desolador das circunstâncias frias e dolorosas em que morrem as pessoas e da dificuldade em mudar mentalidades. “O problema é que os médicos não sabem quando devem parar” diz Steven Schoreder, presidente da Fundação Wood Johnson, que patrocinou o estudo. O sofrimento físico e a angústia que este tipo de tratamentos provoca nos doentes está, com frequência, na origem dos pedidos de eutanásia. Este é o maior risco, os doentes terminais estão sujeitos a um sofrimento absolutamente inútil, que lhes provoca angústia existencial, que juntamente com a falta de ajuda e de horizontes (esperança) os conduz ao desespero e a pedir a eutanásia. Sobre a qual se geram opiniões diametralmente opostas, onde o consenso parece ser difícil. Admite-se a hipótese de aceitar a decisão do doente quanto ao termo da sua vida ser feito por outrem e de forma rápida, abreviando o sofrimento.
Sempre que estes debates se acendem lembro-me imediatamente de uma eloquente frase do Prof. Daniel Serrão “nestas culturas, que subconscientemente recusam a morte humana como um fenómeno biológico, natural e inevitável e que tudo esperavam de uma medicina orgulhosamente triunfadora, aquilo que os defensores da eutanásia estão a querer dizer aos médicos é, muito brutalmente, o seguinte: se a vossa tecnologia não consegue salvar esse homem então matai-o!”
A solução para o problema que surge face ao sofrimento da pessoa não deve consistir em “acabar” com a pessoa que está a sofrer, como desejam os defensores da eutanásia, mas sim, pôr um fim ao seu sofrimento, utilizando todos os meios disponíveis, e são muitos.
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É importante observar nos serviços de saúde e no acompanhamento aos doentes em fim de vida, que a esmagadora maioria não pede para morrer, pede frequentemente que lhe retirem o sofrimento, incluindo o existencial. Este apelo que nos fazem, é claramente um pedido de Cuidados Paliativos e não um pedido de Eutanásia.
Se os Cuidados Paliativos são consensualmente considerados um direito humano, e uma intervenção de primeira linha, há que lutar pela sua difusão e implementação. Todos devem ter direito a eles, mesmo os que venham a optar pela eutanásia. Esta será sempre uma medida de último recurso, sejamos nós a favor ou contra ela.
Para mim é incomodativa esta celeuma recorrente em torno da Eutanásia, debatê-la é perder ainda mais tempo. É prioritária a discussão sobre as necessidades de Cuidados Paliativos, no nosso distrito, e em Portugal. Estamos num distrito envelhecido, muitos dos nossos idosos têm doenças crónicas, incapacitantes, as quais irão avançar para uma fase de irreversibilidade, sem cura e com certeza preferiam ver equacionadas soluções para os seus problemas de incapacidade e dependência, e imagino que se sintam receosos face a uma sociedade que se apressa em discutir um fim rápido para os que estão a morrer.
É importante observar nos serviços de saúde e no acompanhamento aos doentes em fim de vida, que a esmagadora maioria não pede para morrer, pede frequentemente que lhe retirem o sofrimento, incluindo o existencial. Este apelo que nos fazem, é claramente um pedido de Cuidados Paliativos e não um pedido de Eutanásia.
Se os Cuidados Paliativos são consensualmente considerados um direito humano, e uma intervenção de primeira linha, há que lutar pela sua difusão e implementação. Todos devem ter direito a eles, mesmo os que venham a optar pela eutanásia. Esta será sempre uma medida de último recurso, sejamos nós a favor ou contra ela.
Para mim é incomodativa esta celeuma recorrente em torno da Eutanásia, debatê-la é perder ainda mais tempo. É prioritária a discussão sobre as necessidades de Cuidados Paliativos, no nosso distrito, e em Portugal. Estamos num distrito envelhecido, muitos dos nossos idosos têm doenças crónicas, incapacitantes, as quais irão avançar para uma fase de irreversibilidade, sem cura e com certeza preferiam ver equacionadas soluções para os seus problemas de incapacidade e dependência, e imagino que se sintam receosos face a uma sociedade que se apressa em discutir um fim rápido para os que estão a morrer.
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Este assunto diz respeito a todos, porque todos somos potenciais candidatos a Cuidados Paliativos, directa ou indirectamente. Penso neste assunto como enfermeira e como pessoa, e sinto responsabilidades em alertar a nossa comunidade, incluindo a científica, sobre o sentido que devemos dar aos nossos esforços. É preciso aceitar o carácter finito da intervenção médica, isto é, há um momento em que se devem assumir os limites e a inexistência de cura, ou seja, de humanizar o fim da vida. Nessa fase, todo o tratamento e cuidados devem ser activos, globais, objectivados no alívio de sintomas, como por exemplo a dor; numa comunicação que ofereça verdadeira ajuda, sendo obrigatório incluir neste plano a família e o respectivo apoio social. Tal só é possível com o trabalho de uma equipa multidisciplinar (médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, etc), que possuam a formação adequada, como é exigido em qualquer outra área de especialidade. Estes são os pilares onde assenta a filosofia dos Cuidados Paliativos.
Em Portugal, a OMS estima que, anualmente, cerca de 60000 pessoas precisam de Cuidados Paliativos. A sua doença e a proximidade da sua morte atinge directamente os membros das suas famílias, e pelo menos duas ou três pessoas têm que alterar as suas rotinas, o que aumenta para 180 mil o número daqueles que beneficiariam com cuidados paliativos. Estima-se também que apenas cerca de 10% destes têm acesso a este tipo de cuidados. As 15 Unidades credenciadas (ver equipas) que existem actualmente no nosso país, são manifestamente insuficientes para as necessidades dos portugueses. Tratando-se de um Direito Humano, há claramente que mover mais meios para modificar este panorama.
Apesar de tudo, somos privilegiados, temos no distrito de Castelo Branco uma Unidade de Cuidados Paliativos no Hospital do Fundão, cujo exemplo paradigmático que nos tem dado, deveria ser replicado, pois as necessidades assim o exigem.
Este assunto diz respeito a todos, porque todos somos potenciais candidatos a Cuidados Paliativos, directa ou indirectamente. Penso neste assunto como enfermeira e como pessoa, e sinto responsabilidades em alertar a nossa comunidade, incluindo a científica, sobre o sentido que devemos dar aos nossos esforços. É preciso aceitar o carácter finito da intervenção médica, isto é, há um momento em que se devem assumir os limites e a inexistência de cura, ou seja, de humanizar o fim da vida. Nessa fase, todo o tratamento e cuidados devem ser activos, globais, objectivados no alívio de sintomas, como por exemplo a dor; numa comunicação que ofereça verdadeira ajuda, sendo obrigatório incluir neste plano a família e o respectivo apoio social. Tal só é possível com o trabalho de uma equipa multidisciplinar (médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, etc), que possuam a formação adequada, como é exigido em qualquer outra área de especialidade. Estes são os pilares onde assenta a filosofia dos Cuidados Paliativos.
Em Portugal, a OMS estima que, anualmente, cerca de 60000 pessoas precisam de Cuidados Paliativos. A sua doença e a proximidade da sua morte atinge directamente os membros das suas famílias, e pelo menos duas ou três pessoas têm que alterar as suas rotinas, o que aumenta para 180 mil o número daqueles que beneficiariam com cuidados paliativos. Estima-se também que apenas cerca de 10% destes têm acesso a este tipo de cuidados. As 15 Unidades credenciadas (ver equipas) que existem actualmente no nosso país, são manifestamente insuficientes para as necessidades dos portugueses. Tratando-se de um Direito Humano, há claramente que mover mais meios para modificar este panorama.
Apesar de tudo, somos privilegiados, temos no distrito de Castelo Branco uma Unidade de Cuidados Paliativos no Hospital do Fundão, cujo exemplo paradigmático que nos tem dado, deveria ser replicado, pois as necessidades assim o exigem.
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Os milhões de Euros gastos em terapêuticas inúteis e na infinita espiral de exames complementares de diagnóstico, totalmente desnecessários, e que só trazem mais sofrimento e retiram qualidade aos últimos meses e dias de vida, poderiam ser canalizados para a constituição de mais equipas e serviços de cuidados paliativos. Vejamos o exemplo da nossa vizinha Espanha, onde qualquer região tem dezenas e até centenas de equipas de suporte e unidades de cuidados paliativos, sobretudo ligadas a estruturas de saúde na comunidade, oferecendo cuidados de proximidade. Esse é o caminho, a direcção que devemos tomar, esse deverá ser o debate a agendar na ordem de prioridades e de decisão dos nossos políticos e dos responsáveis pela Saúde".
Os milhões de Euros gastos em terapêuticas inúteis e na infinita espiral de exames complementares de diagnóstico, totalmente desnecessários, e que só trazem mais sofrimento e retiram qualidade aos últimos meses e dias de vida, poderiam ser canalizados para a constituição de mais equipas e serviços de cuidados paliativos. Vejamos o exemplo da nossa vizinha Espanha, onde qualquer região tem dezenas e até centenas de equipas de suporte e unidades de cuidados paliativos, sobretudo ligadas a estruturas de saúde na comunidade, oferecendo cuidados de proximidade. Esse é o caminho, a direcção que devemos tomar, esse deverá ser o debate a agendar na ordem de prioridades e de decisão dos nossos políticos e dos responsáveis pela Saúde".
Comments:
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MAIS UMA VEZ QUERO DAR PARABENS AO DR. ENF PELO ARTIGO INFORMATIVO.
AS unidades de cuidados paliativos são insuficientes para as necessidades e para lá entrar é muito complicado,concordo com a opinião do autor do artigo.
flor
AS unidades de cuidados paliativos são insuficientes para as necessidades e para lá entrar é muito complicado,concordo com a opinião do autor do artigo.
flor
É com muita satisfação que acompanho a luta que a Professora Paula Sapeta tem travado para mostrar a importância dos cuidados paliativos. Contudo, esta é uma realidade que não está tão proxima quanto gostariamos.
Apesar de tudo, deixo o meu apoio à melhor professora que alguma vez tive =), com esperança que daqui a um ano as coisas estejam muito melhores =)
Apesar de tudo, deixo o meu apoio à melhor professora que alguma vez tive =), com esperança que daqui a um ano as coisas estejam muito melhores =)
Eis um belo exemplo das complicações que pomos em tudo o que fazemos e o eterno recurso àqueles que já nada têm a ver com a coisa: os médicos, pois o paliativo entra depois de esgotada a ciência e influência do médico.
Fora com ele e tudo se pode simplificar com vantagem para o moribundo se os enfermeiros assumirem uma área que é 100/100 da sua responsabilidade.
Pensamos logo em unidades até com a possibilidade de fazerem tomografias e afins, quando o conforto possível e a higiene florencina devem ser a base de apoio da Enfermagem. O médico que vá enganar outro pois este está desenganado como diz o povo.
Devemos começar por pensar em tratá-lo no seu habitat normal com a proibição de o mandar morrer ao hospital como costuma fazer-se agora para não aborrecer os programas de televisão.
Infelizmente a credibilidade na infalibilidade médica é de tal ordem que até chegam (os familiares) a pensar que retardar umas horas a morte à custa de elevados sacrifícios é atingir a imortalidade.
Dizem os imortais que a partir dos 350 anos a vida é muito monotona.
A euntanásia...
E a distanásia?
Vamos lá a tomar conta disto, começando as escolas por incutir nos enfermeiros que sendo licenciados há coisas que são da sua exclusiva responsabilidade, que podem assumir por si sem precisarem dos parasitas que nos roubam tudo, certo?
Fora com ele e tudo se pode simplificar com vantagem para o moribundo se os enfermeiros assumirem uma área que é 100/100 da sua responsabilidade.
Pensamos logo em unidades até com a possibilidade de fazerem tomografias e afins, quando o conforto possível e a higiene florencina devem ser a base de apoio da Enfermagem. O médico que vá enganar outro pois este está desenganado como diz o povo.
Devemos começar por pensar em tratá-lo no seu habitat normal com a proibição de o mandar morrer ao hospital como costuma fazer-se agora para não aborrecer os programas de televisão.
Infelizmente a credibilidade na infalibilidade médica é de tal ordem que até chegam (os familiares) a pensar que retardar umas horas a morte à custa de elevados sacrifícios é atingir a imortalidade.
Dizem os imortais que a partir dos 350 anos a vida é muito monotona.
A euntanásia...
E a distanásia?
Vamos lá a tomar conta disto, começando as escolas por incutir nos enfermeiros que sendo licenciados há coisas que são da sua exclusiva responsabilidade, que podem assumir por si sem precisarem dos parasitas que nos roubam tudo, certo?
Os enfermeiros têm aqui uma área em que podem dar um grande contributo, principalmente porque (acho eu...), somos o grupo profissional de saúde com mais formação, competências, capacidades e com uma experiência quase diária com esta fase da vida. Devemos "chamar a nós" este trabalho, pois sabemos o quão bem o podemos fazer. Além do mais esta é uma área em que podemos "servirmo-nos" das nossas intervenções autónomas para melhorar a qualidade de vida e a dignidade da pessoa.
Obrigada pelo artigo.
Obrigada pelo artigo.
Felicito a intervenção, passei igualmente pelo blog http://sala-de-enfermagem.blogspot.com/ e vi um testemunho que todos deviamos ler...
Sei que o dia já passou, mas continuamos a ser cuidadores de excelência.
Parabéns pelo blog, espero que continue
Sei que o dia já passou, mas continuamos a ser cuidadores de excelência.
Parabéns pelo blog, espero que continue
Caro Colega Romeiro, não obstante compreender o teor da sua mensagem, na essência está errado, porque parte de pressupostos igualmente errados; os cuidados paliativo são científicos (não é quando se esgota a ciência), conhece os tratados de medicina e de enfermagem paliativa? são tão cientificos quanto os outros! E depois os cuidados paliativos só existem enquanto resultado do trabalho de uma equipa multidisciplinar que inclui o médico, obviamente!!!
E nós enfermeiros trabalhamos de modo interdisciplinar com todos, com as nossas funções, incluindo a família, que tb faz parte da equipa;
Não devemos ter tantos complexos, isso torna-nos pequenos, façamos o que nos pertence e bem, esse é o passo que marca a diferença!
já existem escolas que investem nesse tipo de formação, acredite, e fazem um trabalho muito sério!
Deixo uma sugestão, porque não decide fazer formação nesta área? Fazia bem, porque sendo uma área de excelência para a Enfermagem, exige formação tal como qualquer outra, e assim 'afinava' melhor as ideias acerca dos cuidados paliativos!
E nós enfermeiros trabalhamos de modo interdisciplinar com todos, com as nossas funções, incluindo a família, que tb faz parte da equipa;
Não devemos ter tantos complexos, isso torna-nos pequenos, façamos o que nos pertence e bem, esse é o passo que marca a diferença!
já existem escolas que investem nesse tipo de formação, acredite, e fazem um trabalho muito sério!
Deixo uma sugestão, porque não decide fazer formação nesta área? Fazia bem, porque sendo uma área de excelência para a Enfermagem, exige formação tal como qualquer outra, e assim 'afinava' melhor as ideias acerca dos cuidados paliativos!
“Os cuidados paliativos são a esperança de viver, de forma humana, o tempo de morrer.”
São um dever de todos os profissionais de saúde e um direito de todos os doentes e famílias que percorrem a trajectória do fim de vida.
Cabe a cada um de nós dignificar a nossa prática, alertando para a sua aplicação nos nossos serviços, quando indicados.
Tão grave é desistir de curar/tratar, como é cair na obstinação terapêutica inútil, que tem como único objectivo aliviar as consciências cobardes de quem não quer saber mais sobre a vida e a morte.
Discutir a eutanásia e a sua legalização, como forma de dar dignidade à vida, não é mais do que ocultar o sofrimento que todos teremos que vivenciar perante a perda e que nos torna humanos para dar origem uma nova forma de sofrimento. A culpa por matar, a culpa por não se despedir, a culpa pela cobardia de existir.
Lutar pela implementação da filosofia dos Cuidados Paliativos em todas as unidades onde se prestam cuidados de saúde é garantir que todos teremos um fim de vida com dignidade, com os melhores cuidados de saúde à nossa situação e no local escolhido por nós!
Parabéns pelo artigo!
Filomena Correia
São um dever de todos os profissionais de saúde e um direito de todos os doentes e famílias que percorrem a trajectória do fim de vida.
Cabe a cada um de nós dignificar a nossa prática, alertando para a sua aplicação nos nossos serviços, quando indicados.
Tão grave é desistir de curar/tratar, como é cair na obstinação terapêutica inútil, que tem como único objectivo aliviar as consciências cobardes de quem não quer saber mais sobre a vida e a morte.
Discutir a eutanásia e a sua legalização, como forma de dar dignidade à vida, não é mais do que ocultar o sofrimento que todos teremos que vivenciar perante a perda e que nos torna humanos para dar origem uma nova forma de sofrimento. A culpa por matar, a culpa por não se despedir, a culpa pela cobardia de existir.
Lutar pela implementação da filosofia dos Cuidados Paliativos em todas as unidades onde se prestam cuidados de saúde é garantir que todos teremos um fim de vida com dignidade, com os melhores cuidados de saúde à nossa situação e no local escolhido por nós!
Parabéns pelo artigo!
Filomena Correia
O primeiro prémio de investigação em enfermagem em portugal foi atribuído nesta área dos cuidados este ano e não se soube de nada.
RS
RS
Ora aí está um exemplo interessante!
Uma associação de profissionais de saúde vocacionada para um fim comum.
Que bom seria se outras associações fizessem algo do género. Ando farto de ver Associação Portuguesa de X (Médicos) e Associação Portuguesa de X (Enfermeiros)... Esse não é o caminho...
Penso que em breve chegar-se-á à conclusão de que muito há a ganhar se as farmácias se localizarem (à semelhança do que acontece com os hospitais) junto dos centros de saúde. Nesse dia, muitos dos problemas que já se levantaram neste blogue vão deixar de existir. Constatar-se-á que estas 3 profissões podem conviver naturalmente, em prole do utente.
Quanto ao choque anafilático, fiquei um pouco baralhado... Há dias, numa conversa de café alguém me disse que foi com a filha (mais ou menos 5 anos) fazer uma vacina, e que o enfermeiro fez o procedimento sem que a criança vertesse qualquer lágrima.
O que é mais importante, mas sobretudo, o que convencerá mais a opinião pública: um enfermeiro que diz que “sabe de cór” o que fazer em caso de reacção anafilática, ou um farmacêutico que tem a fama de dar um injectável numa criança sem ela dar por isso?
Saudações,
Sr. Dr. Cirurgião da Naifa.
Uma associação de profissionais de saúde vocacionada para um fim comum.
Que bom seria se outras associações fizessem algo do género. Ando farto de ver Associação Portuguesa de X (Médicos) e Associação Portuguesa de X (Enfermeiros)... Esse não é o caminho...
Penso que em breve chegar-se-á à conclusão de que muito há a ganhar se as farmácias se localizarem (à semelhança do que acontece com os hospitais) junto dos centros de saúde. Nesse dia, muitos dos problemas que já se levantaram neste blogue vão deixar de existir. Constatar-se-á que estas 3 profissões podem conviver naturalmente, em prole do utente.
Quanto ao choque anafilático, fiquei um pouco baralhado... Há dias, numa conversa de café alguém me disse que foi com a filha (mais ou menos 5 anos) fazer uma vacina, e que o enfermeiro fez o procedimento sem que a criança vertesse qualquer lágrima.
O que é mais importante, mas sobretudo, o que convencerá mais a opinião pública: um enfermeiro que diz que “sabe de cór” o que fazer em caso de reacção anafilática, ou um farmacêutico que tem a fama de dar um injectável numa criança sem ela dar por isso?
Saudações,
Sr. Dr. Cirurgião da Naifa.
Aproveito para dar a minha opinião em relação a um tema que sempre me apaixonou: O CUIDAR. Não concordo com o colega que nega a importância do papel do médico nesta área do cuidar. O seu papel é tão importante como os de todos os profissionais que estão envolvidos no processo de viver até ao último dia, hora e segundo da vida da pessoa. Por outro lado sinto a necessidade de expressar uma reflexão que tem "rondado o meu espirito", todos os enfermeiros, bons profissionais, inteiros no saber e sentir, CUIDAM... durante todo o ciclo de vida do Ser Humano. A doença sem cura, a ausência de alternativas terapêuticas curativas remete-nos para as situações mais desafiadoras com que me tenho confrontado, quando cuido do doente e família na sua própria casa.
As bases e princípios inerentes a todos os ítens definidos pela associação de cuidados paliativos em Portugal, estão obrigatoriamente presentes nos cuidados que prestamos enquanto profissionais de enfermagem, comunicamos, apoiamos, ajudamos, aliviamos sintomas, promovemos reuniões familiares, acompanhamos no luto, enfim, ELEVAMOS A ENFERMAGEM AO SEU EXPOENTE MÁXIMO.
Talvez o colega que se refere ao pael do médico se remeta um pouco a alguma má experiência vivida durante a sua vida profissional, porque de facto parece que só agora alguns médicos descobriram que afinal é necessário comunicar com o doente... e com a família.
De qualquer modo considero fundamental e promovo a importância dos enfermeiros investirem nos cursos de formação aconselhados pela nossa associação de cuidados paliativos, o que claramente não posso aceitar é DESVALORIZAR uma equipa de saúde em fase de crescimento que quer e teima em se especializar em CUIDAR EM CASA O DOENTE E FAMÍLIA SEM ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS CURATIVAS.
Enf. Paula Caetano
Directora Técnica
www.primuscare.pt
As bases e princípios inerentes a todos os ítens definidos pela associação de cuidados paliativos em Portugal, estão obrigatoriamente presentes nos cuidados que prestamos enquanto profissionais de enfermagem, comunicamos, apoiamos, ajudamos, aliviamos sintomas, promovemos reuniões familiares, acompanhamos no luto, enfim, ELEVAMOS A ENFERMAGEM AO SEU EXPOENTE MÁXIMO.
Talvez o colega que se refere ao pael do médico se remeta um pouco a alguma má experiência vivida durante a sua vida profissional, porque de facto parece que só agora alguns médicos descobriram que afinal é necessário comunicar com o doente... e com a família.
De qualquer modo considero fundamental e promovo a importância dos enfermeiros investirem nos cursos de formação aconselhados pela nossa associação de cuidados paliativos, o que claramente não posso aceitar é DESVALORIZAR uma equipa de saúde em fase de crescimento que quer e teima em se especializar em CUIDAR EM CASA O DOENTE E FAMÍLIA SEM ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS CURATIVAS.
Enf. Paula Caetano
Directora Técnica
www.primuscare.pt
Olá, sou recém formado e como muita gentinha, estou em casa à espera de bom tempo!
Estou aqui com uma dúvida existencial...
A Senhora Enfermeira Paula Caetano é directora da Primus Care?
O nome soa a americanice.
Não nos quer dizer como se chega a um cargo desses?
Ou pelo menos, não nos quer dizer como se consegue trabalhar nessa empresa?
Mais: é directora de toda a empresa ou só da componente relativa à Enfermagem?
Para terminar: porque é que escreveu “Enf” e “Directora Técnica”?
Não seria mais correcto “Enfermeira” e “Directora Técnica”?
EU SEI! É O PRESTÍGIO!
Rui Mendes (Sub Região de Saúde de Viana do Castelo)
Estou aqui com uma dúvida existencial...
A Senhora Enfermeira Paula Caetano é directora da Primus Care?
O nome soa a americanice.
Não nos quer dizer como se chega a um cargo desses?
Ou pelo menos, não nos quer dizer como se consegue trabalhar nessa empresa?
Mais: é directora de toda a empresa ou só da componente relativa à Enfermagem?
Para terminar: porque é que escreveu “Enf” e “Directora Técnica”?
Não seria mais correcto “Enfermeira” e “Directora Técnica”?
EU SEI! É O PRESTÍGIO!
Rui Mendes (Sub Região de Saúde de Viana do Castelo)
Um excelente artigo....
Hoje sinto-me triste por pertencer a um SNS podre, e digo isto, porque ninguém faz nada para mudar. Sabemos das necessidades, dos meios e recursos necessários e ninguém faz nada, tudo procura seu "tacho". Hoje saturei e vou começar a falar já que quem de direito e dever não o faz...
1 - por onde começar, hospitais...
Altura de vacas magras, reduz-se parametros e afirma-se que não eram necessários, cuidados assegurados qualidade excelente tipo talho e despersonalizado, pago à tarefa. Por outro lado compram-se carros para a administração, paga-se a gasolina da administração e da família, paga-se a revisão dos carros e mudança de pneus, da administração e famílias. Paga-se deslocações e portagens as conhecidas ajudas de custos, à administração e família, concursos em que as empresas que concorrem já têm preços definidos, e a administração já definiu as condições anteriormente. Telemoveis oferecidos à administração e familiares com todas as chamadas pagas. Viagens de férias pagas pelas grandes e pequenas empresas concorrentes. Outro luxos tipo quadros, canetas, livros tudo pago pelo hospital, para a administração e familiares.
Atribuição de bolsas a uns elementos e a outros não na mesma instituição, sem qualquer tipo de justificação. Despensas de serviço se qualquer critério para uns e para outros não é possível o hospital não suporta.
Alarmes, maquinas de lavar, equipamentos para consultorios privados, obras em casa tudo pago pelos hospitais.
2 - Departamentos de formação para uns e outros não, com direito a subida de indice mesmo em epoca de congelamento.
3 - Isenção de propinas, para ESPECIALIDADES, MESTRADOS E DOUTORAMENTOS para uns e para outros, nem adivinham. Concursos de selecção para as anteriormente referidas com entrada de elementos sem constarem nas listas de candidaturas e entradas directas sem critérios minimos.
4 - Saídas para o estrangeiro com direito a bolsa.
5 - Acumulação de horários e vencimentos.
tudos isto em epoca de vacas magras, dificuldades financeiras de à +- 2 anos para cá.
6 - Mudanças de serviços e instituições sem critérios e só para alguns ...
7 - Fazer turnos em serviços sem doentes, inclusivé de chefia...
8 - querem mais, porque existem muitas coisas mais...
Fico a aguardar e vou revelando..
tentando ir cada vez mais ao especifico....espero que chegue a abrir olhos e futuramente vou procurar ter mais coragem e revelar mais...
Hoje sinto-me triste por pertencer a um SNS podre, e digo isto, porque ninguém faz nada para mudar. Sabemos das necessidades, dos meios e recursos necessários e ninguém faz nada, tudo procura seu "tacho". Hoje saturei e vou começar a falar já que quem de direito e dever não o faz...
1 - por onde começar, hospitais...
Altura de vacas magras, reduz-se parametros e afirma-se que não eram necessários, cuidados assegurados qualidade excelente tipo talho e despersonalizado, pago à tarefa. Por outro lado compram-se carros para a administração, paga-se a gasolina da administração e da família, paga-se a revisão dos carros e mudança de pneus, da administração e famílias. Paga-se deslocações e portagens as conhecidas ajudas de custos, à administração e família, concursos em que as empresas que concorrem já têm preços definidos, e a administração já definiu as condições anteriormente. Telemoveis oferecidos à administração e familiares com todas as chamadas pagas. Viagens de férias pagas pelas grandes e pequenas empresas concorrentes. Outro luxos tipo quadros, canetas, livros tudo pago pelo hospital, para a administração e familiares.
Atribuição de bolsas a uns elementos e a outros não na mesma instituição, sem qualquer tipo de justificação. Despensas de serviço se qualquer critério para uns e para outros não é possível o hospital não suporta.
Alarmes, maquinas de lavar, equipamentos para consultorios privados, obras em casa tudo pago pelos hospitais.
2 - Departamentos de formação para uns e outros não, com direito a subida de indice mesmo em epoca de congelamento.
3 - Isenção de propinas, para ESPECIALIDADES, MESTRADOS E DOUTORAMENTOS para uns e para outros, nem adivinham. Concursos de selecção para as anteriormente referidas com entrada de elementos sem constarem nas listas de candidaturas e entradas directas sem critérios minimos.
4 - Saídas para o estrangeiro com direito a bolsa.
5 - Acumulação de horários e vencimentos.
tudos isto em epoca de vacas magras, dificuldades financeiras de à +- 2 anos para cá.
6 - Mudanças de serviços e instituições sem critérios e só para alguns ...
7 - Fazer turnos em serviços sem doentes, inclusivé de chefia...
8 - querem mais, porque existem muitas coisas mais...
Fico a aguardar e vou revelando..
tentando ir cada vez mais ao especifico....espero que chegue a abrir olhos e futuramente vou procurar ter mais coragem e revelar mais...
o naifada muito gosta de andar +por aqui.
De cirurgião não têm nada porque se fosse não tinha tempo para vir aqui,deve ser um medico de centro de saúde , desgraçado.
De cirurgião não têm nada porque se fosse não tinha tempo para vir aqui,deve ser um medico de centro de saúde , desgraçado.
Será que devemos defender a multiplicação de Unidades de Cuidados Paliativos?
Ou será que deveremos defender a integração dos Cuidados Paliativos em toda e qualquer área da prestação de cuidados de saúde, desenvolvendo de forma intensiva competências nos profissionais para este tipo de abordagem?
Pensem nisto.
Ou será que deveremos defender a integração dos Cuidados Paliativos em toda e qualquer área da prestação de cuidados de saúde, desenvolvendo de forma intensiva competências nos profissionais para este tipo de abordagem?
Pensem nisto.
Não sei se ainda venho a tempo de opinar neste post, mas fica a intenção. Concordo em absoluto com a ideia de os cuidados paliativos não serem restritos a unidades próprias. Acho isso absolutamente degradante para a sociedade - soa-me a guethos que, por muito que reunam "todas as condições", não deixam de ser o sítio para onde se vai morrer.
Aliás, as recomendações da OMS mais recentes nesta área são justamente no sentido de abranger todos os serviços com cuidados paliativos, devendo apenas os casos mais complexos ser referenciados para centros mais especializados.´O que deve ser adaptado são as condições físicas e humanas dos serviços para que se possa respeitar a dignidade das pessoas em final de vida. Também o que se pensava que seria a "fase terminal" é hoje muito discutível, assim como as situações abrangidas nesse conceito e que requerem cuidados paliativos - já não é "apenas" quem tem uma morte prevísivel a curto prazo, numa situação irreversível pelo conhecimento actual e progressiva, que tem necessidade de cuidados paliativos, e sobre isto há muita discussão que ainda não foi feita.
Aliás, vou até mais longe nesta minha opinião, excedendo a problemática dos cuidados paliativos e questionando qual é a legitimidade que as instituições de saúde têm para departamentalizar a assistência na doença, obrigando as pessoas a "encaixarem-se" em serviços desenhados de acordo com a visão dos profissionais de saúde e devidamente "rotulados": infecciologia, psiquitria, neurologia, cirurgia, ... etc. Porque é que toda a gente tem que ficar a saber que a pessoa vai ser internada no serviço A, B ou C? A protecção de dados está violada logo à priori. Conheço um hospital espanhol onde o indivíduo doente pertence a um único serviço - são os profissionais que se deslocam lá para o atender: entrou com uma fractura e é atendido pela ortopedia; desencadeou um EAM, vem a cardiologia de outro local atendê-lo; se necessita de apoio da psiquiatria, vem o pessoal dessa especialidade. Se precisa de fazer exames, não sai da instituição para lado nenhum - é tudo feito ali. Penso que está mais de acordo com o respeito que merecemos como profissionais e como potenciais doentes que todos somos.
Vanda
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Aliás, as recomendações da OMS mais recentes nesta área são justamente no sentido de abranger todos os serviços com cuidados paliativos, devendo apenas os casos mais complexos ser referenciados para centros mais especializados.´O que deve ser adaptado são as condições físicas e humanas dos serviços para que se possa respeitar a dignidade das pessoas em final de vida. Também o que se pensava que seria a "fase terminal" é hoje muito discutível, assim como as situações abrangidas nesse conceito e que requerem cuidados paliativos - já não é "apenas" quem tem uma morte prevísivel a curto prazo, numa situação irreversível pelo conhecimento actual e progressiva, que tem necessidade de cuidados paliativos, e sobre isto há muita discussão que ainda não foi feita.
Aliás, vou até mais longe nesta minha opinião, excedendo a problemática dos cuidados paliativos e questionando qual é a legitimidade que as instituições de saúde têm para departamentalizar a assistência na doença, obrigando as pessoas a "encaixarem-se" em serviços desenhados de acordo com a visão dos profissionais de saúde e devidamente "rotulados": infecciologia, psiquitria, neurologia, cirurgia, ... etc. Porque é que toda a gente tem que ficar a saber que a pessoa vai ser internada no serviço A, B ou C? A protecção de dados está violada logo à priori. Conheço um hospital espanhol onde o indivíduo doente pertence a um único serviço - são os profissionais que se deslocam lá para o atender: entrou com uma fractura e é atendido pela ortopedia; desencadeou um EAM, vem a cardiologia de outro local atendê-lo; se necessita de apoio da psiquiatria, vem o pessoal dessa especialidade. Se precisa de fazer exames, não sai da instituição para lado nenhum - é tudo feito ali. Penso que está mais de acordo com o respeito que merecemos como profissionais e como potenciais doentes que todos somos.
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