terça-feira, novembro 11, 2008

A imutável "essência" da Enfermagem?


"A definição de enfermagem não é para toda a vida. Creio que a enfermagem é modificada pela época em que é praticada e depende, em grande parte, do que fazem os outros profissionais de saúde."

- Virgínia Henderson -

Contribuição: A. Mafra

Comments:
Devido a um problema na reordenação dos posts, os comentários que havia no momento foram apagados. Eram 4. Aqui ficam:

Comments:

Nem mais dr. enfermeiro, nem mais!!
# posted by Anónimo : 7:53 PM

Este post é para calar todos aqueles que querem uma enfermagem estática e amorfa, presa aos seus próprios fantasmas de subjgação aos outros prifissionais de saúde e, principalmente à não assunção de responsabilidades, responsabilidades essas que infelizmente têm vindo a ser assumidas por outras classes, só tenho pena que não assumam também as higienes (e não cuidados de higiene, pq na prática todos sabemos que aquilo não são cuidados). Vamos de uma vez por todas exigir um conteúdo funcional e um papel/estatutos proficional condicentes com o nosso grau de licenciado e não nivelar por baixo, não nos vamos nivelar pelas tarefeiras e pelos bachareis, pois esses parecem ser aqueles que não querem a "modificação pela época".
# posted by Anónimo : 8:55 PM


Um aplauso ao dr enf e ao comentário anterior! Para calar muito boa gente e sua essência!
# posted by Anónimo : 9:09 PM


Prefiro pensar em Henderson a partir dos 14 componentes que ela sublinha como partes integrantes do cuidado básico de enfermagem:

1. Respirar normalmente
2. Comer e beber adequadamente
3. Eliminar resíduos orgânicos
4. Movimentar-se e manter posturas desejáveis
5. Dormir e descansar
6. Selecionar roupas adequadas – vestir-se e despir-se
7. Manter a temperatura do corpo dentro da variação normal, adaptando a roupa e modificando o ambiente
8. Manter o corpo limpo e arrumado, proteger a pele
9. Participar em várias formas de recreação
10. Evitar os perigos ambientais e evitar ferir os outros
11. Comunicar com os outros expressando emoções, necessidades, medos ou opiniões
12. Adorar de acordo com a própria fé.
13. Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização
14.Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que leva ao desenvolvimento e á saúde normais e usar os serviços de saúde disponíveis.

Estes princípios elementares da enfermagem são o desenvolvimento da filosofia subjacente aos cuidados de enfermagem: substituição do indivíduo nos fenómenos da vida relacionados com a protecção da sua saúde, com a cura ou uma morte tranquila, nas tarefas para os quais a pessoa se encontra incapacitada e que faria se para tal tivesse conhecimentos, força e vontade, não é?

Penso que o texto se auto explica e dispensa outras considerações.

A menos que deixemos a nossa natureza humana, a enfermagem continuará a ser a ajuda mais próxima que se pode dar a alguém, em matéria de saúde.

A evolução implica alargamento de campos de intervenção (prefiro falar em enriquecimento de tarefas), mas não é mandatório que se faça à custa de entregar (formalmente ou não) a AAM os cuidados primordiais (o que seria mais uma manobre de re-engenharia da profissão).

Quanto à opinião de que a higiene não são cuidados de higiene, então são o quê? Ontem prestei cuidados de higiene a uma pessoa. Aspirei-lhe a naso e orofaringe e fiz higiene oral com auxilio de aspirador e dispositivos adequados; fiz-lhe uma lavagem ocular porque verifiquei que apresentava secreções purulentas;lavei-lhe a cabeça, onde apresenta um afundamento do craneo e uma sutura; lavei-lhe o resto do corpo. Verifiquei a integridade da pele. Fiz mobilizações passivas dos membros inferiores que apresentam um padrão espástico muito acentuado. Cortei-lhe as unhas, que já feriam as palmas das mãos. Verifiquei que segue o som. Não sei se vê. Não fala. Levantei-o para uma cadeira de rodas, com dispositivo próprio.
Durante a higiene verifiquei que necessitava de reforço hídrico, que fez. Alimentei-o. Não prestei cuidados de enfermagem? Fiz o quê? Não é isto (também) que é suposto fazer?

VV
# posted by VV : 10:58 PM
 
Concordo na evolução do conceito e do que é a enfermagem; hoje há procedimentos inimagináveis há 15 ou 20 anos e Henderson foi visionária até esse ponto. Portanto não estagnemos, e temos obrigatoria/ que evoluir.
Mas porque será que sinto que estes debates resultam sempre áridos? debatem-se ideias, perspectivas, cada um na sua e não se acrescenta um horizonte de mudança, é pena!
Provavel/ temos mesmo de aceitar que serão os teóricos a estudar e a avançar com as perspectivas novas, resta saber se os enfermeiros que estão na prática têm a mesma sensibilidade e abertura para aceitar, ou só o fazem enquanto andam nas escolas, e precisam dos prof.s depois viram costas e voltam ao modelo da 'rotina'
Será? estamos mal, porque é com a investigação que poderemos fazer avançar o conhecimento, como em qq outra ciência!! Acham que não?
Não virem as costas aos teóricos, é da sinergia entre todos que poderá nascer a mudança, e nem todos os prof. estão 'fora da realidade' como dizem, é um engano! obviamente q existem excepções más, e no contexto das práticas não existem tb? há de tudo em todo o lado!
Mas que façamos investigação acerca de dimensões da prática clinica dos enfermeiros e não de aspectos médicos, o que temos é de fazer progredir a nossa ciência.
PS
 
Oh! W para isso não preciso de estudar 4 anos de enfermagem.
 
Esta definição calou muita gentinha...
 
Grande post...Gostei!
 
Para mim há cuidados de higiene susceptíveis de serem executados obrigatoriamente por enfermeiros, há cuidados de higiene susceptíveis de serem supervisionados obrigatoriamente por enfermeiros e há cuidados de higienes susceptíveis de serem executados por qualquer pessoa ( incluí namorada (o), cônjuge, próprio, o vizinho, o padeiro, ...)
Há cuidados de higiene que até a nossa bastonária era capaz de executar! outros que ela deveria obrigatoriamente executar em articulação com o das Naifas!
Uma pergunta geral: alguém julga que os enfermeiros têm o controlo sobre os cuidados de higiene neste país, como técnica própria de enfermagem? Há fisioterapeutas e outros profissionais da área (terapeutas ocupacionais, educadores sociais, formados em geriatria, a ensinarem cuidados de higiene (só aspectos mais técnicos – o vestir e despir no doente com AVC, os cremes a utilizar, as massagens, …). Enquanto isso o que fazemos? Nós lavamos os doentes e os terapeutas ensinam o mais complexo, o que devem fazer em casa, nós lavamos e às vezes dizemos meia dúzia de “lírices”.
A esmagadora maioria dos cuidados de higiene a dependentes são executados por não enfermeiros, mas quando chegam ao hospital passam a ser uma técnica espantosa e espectacularmente diferenciada da enfermagem. Há casos que sim, mas muitos não…
Os enfermeiros deveriam seleccionar os casos mais complexos para eles, apostar na educação para a saúde a sério (incluí enfermeiros nas escolas), apostar na supervisão do “banho” em vez de dar sempre o “banho” ( incluí enfermeiros nos lares, para a supervisão e formação, em suma para direcção técnica dos cuidados prestados) …

Assumidamente Abespinhado
 
O GOVERNO DÁ!

Vais ter relações sexuais?
O governo dá preservativos

Já tiveste?
O governo dá a pílula do dia seguinte.

Engravidou?
O governo dá o aborto.

Teve um filho?
O governo dá o abono de Família.

Está desempregado?
O governo dá o Subsidio de Desemprego.

És viciado e não gostas de trabalhar?
O governo dá o rendimento mínimo garantido!


AGORA...
Experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha para ver o que é que te acontece!!!!!

VAIS GANHAR UM PACOTE DE IMPOSTOS NUNCA VISTO !!!!!

PARABÉNS TROUXA !!!

M.C. - again
 
Concordo plenamente com o Abespinhado.
 
E com esta discussão, parece que enfermagem é só banhos.
1º: Os cuidados de higiene (e conforto) são imprecindiveis e importantes ao óptimo cursar de um internamento (desde que não levem para o simples dar banho.
é necessário é dar-lhe ciência ao acto!).
2º concordo com o abespinhado, quando afirma que, "às vezes dizemos meia dúzia de lírices". a maior parte dos nurses, nos seus ensinos não fazem nada de novo, isto é,aquilo que os prestadores directos (familia, pessoa afecta...) já faziam antes! ou seja, é uma enfermagem sem marca.
é algo que todos podem fazer, porque para muitos não passa disso... um banho
3º as práticas na evidência, evidenciam que quando se sai da escola de qualidade questionável, penetra-se na rotina, que os "enfermeiros séniores" (lololol) têm implementada no serviço. o sumo de saber cientifico, o Know-how que os novos colegas podem trazer raramente é aceite. e entra-se na estagnação da praticar técnicas de enfermagem (o melhor enfermeiro é que canaliza a veia à primeira, o melhor é o que entuba à primira, etc... isto não é ciencia. é técnica. Ponto)
4º Grande post DE. Diz tudo em pouco. Brutal
5º A nossa OE... para que raio existe?!
Pagar quotas (não é cotas como muitos teclam)? receber uma revista que descrimina as viagens ao oriente nos encontros internacionais do ICN... quem paga?
pagamos quotas aos... cotas, da OE andarem a gozar viagens sem proveito, nem visibilidade, para a enfermagem portuguesa...
 
Os enfermeiros precisam de executar obrigatoriamnte os cuidados de higiene para:

"Aspirei-lhe a naso e orofaringe ... fiz-lhe uma lavagem ocular ... Verifiquei a integridade da pele...Fiz mobilizações passivas dos membros inferiores que apresentam um padrão espástico muito acentuado. ...Verifiquei que segue o som... Não sei se vê... Não fala... ...necessitava de reforço hídrico..."
 
"...Creio que a enfermagem é modificada pela época em que é praticada e depende, em grande parte, do que fazem os outros profissionais de saúde."

Ora aí está, a Enfermagem é aquilo que os outros determinam que seja, nomeadamente os médicos. Os outros ditam aquilo que a enfermagem é, dando origem a uma profissão cuja identidade é amorfa pois depende dos outros para ser aquilo que é. A Enfermagem é influenciada, mas não influencia, não evolui mas muda sempre no mesmo nível evolutivo.
A grande verdade é que a definição da Enfermagem não é esculpida pelos enfermeiros mas pelas outras profissões, e cada uma vai dando o seu golpe de cinzel numa profissão já muito desfigurada.
 
Li este artigo no site do SINDICATO DOS ENFERMEIROS, não sei se alguém tem conhecimento disto.
Leiam e divulguem.

Progressão (mudança de escalão)
20-Oct-2008
Surgem interpretações díspares acerca da progressão nos escalões, porque, entretanto, se estipulou que os Enfermeiros podiam esperar e, por que não (?) tentar ver se caía no esquecimento o débito relativo ao descongelamento.

Deixamos aqui um exemplo de estudo de caso, que se repete.

1 — A progressão dos Enfermeiros hospitalares faz-se ao fim de 3 anos, de acordo com o art.º 17º, do DL nº 437/91, de 08/11:

"A mudança de escalão dentro de cada categoria verifica-se após a permanência de três anos no escalão anterior e avaliação de desempenho de Satisfaz.".



2 — A progressão dos Enfermeiros de cuidados de saúde primários, faz-se ao fim de dois anos e meio, de acordo com o nº2, do art.º 59º, do DL nº437/91, 08/11:

"2 — O tempo de serviço prestado em estabelecimento da área dos cuidados de saúde primários determinará, em cada ano, a redução de dois meses para mudança de escalão.".



3 — O nº1, art.º 1º, da Lei nº 43/2005, de 29/08, "Progressões", diz:

"1 — O tempo de serviço prestado pelos funcionários, agentes e outros trabalhadores da administração pública central, regional e local e pelos demais servidores do Estado entre a data de entrada em vigor da presente lei e 31 de Dezembro de 2006 não é contado, para efeitos de progressão, em todas as carreiras, cargos e categorias, incluindo as integradas em corpos especiais.".



4 — O tempo de serviço prestado entre 01/09/05 e 31/12/06, extensivo a 31/12/07, não é contado, para efeitos de progressão...
Entretanto:

4.1 — Não existe qualquer referência ao tempo de serviço prestado entre a última progressão e o dia 31 de Agosto de 2005, o que significa que será contado, acrescentando-lhe o tempo de serviço prestado a partir de 01/01/08, desde que totalize três anos ou dois anos e meio, os enfermeiros têm direito a progredir para o escalão seguinte;

4.2 — Os artº's 17º e 59º, do DL nº437/91, de 08/11, não foram revogados pela Lei nº 12-A/2008, de 27/02, significanto que o processo de progressão dos enfermeiros se mantém em vigor, enquanto não for cumprido o disposto no nº1, do art.º 101º, embora tenham decorrido os 180 dias, aí citados, período estabelecido para rever as carreiras de regime especial e os corpos especiais;

4.3 — A avaliação de desempenho dos enfermeiros é feita de acordo com os artº's 43º a 53º, do DL nº 437/91, de 08/11 e o Despacho nº 2/93 com as alterações introduzidas pelo Despacho nº2/94, que regulamentam o processo;

4.4 — O facto de não contar o tempo de serviço entre 01/09/05 e 31/12/07, por razão de congelamento, a avaliação de desempenho manteve-se e um enfermeiro pode mudar de escalão no fim do mês de Janeiro, desde que detivesse 35 meses de serviço no escalão em 31 de Agosto de 2005, sem ter de esperar pela avaliação de desempenho relativa ao ano de 2007, como refere o citado "parecer jurídico";

4.5 — Isto porque o nº2, do art.º 44º do DL n~412/98, de 30/12, que introduziu alterações ao DL nº437/91, de 08/11, refere:

"2 — A menção qualitativa atribuída nos termos do número anterior é relevante, para todos os efeitos legais, até à atribuição de nova menção.".

4.6 — E o nº1, diz exactamente:

"1 — A menção qualitativa da avaliação do desempenho é obrigatoriamente considerada na progressão e promoção na carreira.".

5 — Todos os enfermeiros que, somando o tempo de serviço prestado antes do dia 1 de Setembro de 2005 com o tempo de serviço prestado a partir de 1 de Janeiro de 2008, completem 3 anos de serviço, devem mudar de escalão de acordo com o art.º 17º ou 2,5 anos de serviço, de acordo com o art.º 59º, do DL nº 437/91, de 08/11.

6 — De salientar que a avaliação do desempenho dos enfermeiros é feita por períodos de três anos, conforme a alínea b), do nº1, do art.º 46º, do DL nº437/91, de 08/11, processo que decorreu normalmente e se alguma anomalia existiu, foi o congelamento da progressão dos escalões e consequente não contagem do tempo de serviço no período compreendido entre 01/09/05 e 31/12/07, para efeitos de progressão, mas os enfermeiros não podem ser penalizados duplamente se o fim do triénio não coincidir com o 31/12/07.
 
Estou como o Virtual. Grande Post! Brutal!!
 
Para o 'claramente Abespinhado'
Fazer a supervisão do banho... só banhos em certos casos... mais 'susceptiveis', depois mete a Bastonária no meio desta real confusão, em jeito de ofensa...
Detesto ouvir aquelas frases matinais "Oh D. Maria vá lá dar banho ao 9", quando percebo que o 9 é um idoso com dispneia grave e cianose intensa...e um cansaço quase mortal.
Bom Amigo, ainda vai ter de aprender a "essência" da enfermagem, porque não é de um banho, tipo lavagem automática de carros que estamos a falar...oxalá nunca venha a estar verdadeiramente doente e dependente, de modo a perceber as diferenças dos cuidados de higiene e de conforto, do diagnóstico de necessidades ou de problemas novos que esse momento privilegia, da interacção e da tranquilidade de uma comunicação bem conduzida, para reduzir a fragilidade da nudez perante um estranho, da vulnerabilidade que deverá sentir naqueles minutos, oxalá nunca o sinta na pele, porque eu acredito que um BOM Enfermeiro lhe fará sentir toda a diferença.
Esta nova ideia de que o Enfermeiro se deve situar só na área da concepção e da supervisão de cuidados, prestados por outros profissionais, é que está a MATAR a essência da Enfermagem.
Reflicto muito sobre isto, e como me revolta ver estes comentário pobres, mal intencionados e a desviar o caminho da enfermagem.
Tenham bom senso e não se deixem levar, não se envergonhem do que fazemos, temos é de o fazer BEM.
Um dia seremos nós a ser cuidados por qq técnico, naturalmente com a supervisão do distante enfermeiro!
O futuro depende muito de nós, do que pensamos e fazemos.
PS
 
Finalmente!!!!
Abespinhado rules....
VV, vai para freira.
 
E os malandros dos farmacêuticos?
 
Qual a percentagem dos enfermeiros que dão banhos e dos que prestam cuidados de higiene e cconforto?

Será que o povo sabe a diferença? Será que nota a diferença?

Quando um enfermeiro ensina um cuidador informal, ensina a dar banho ou ensina cuidados de higiene e conforto? O cuidador informal "virou" enfermeiro na arte do banho?

Amigos, esse vosso "amarro" ao banho não vos leva a lado nenhum ...e acreditem que valorizo bastante os cuidados de higiene e conforto, por isso referi que há situações em devem ser prestados por enfermeiros, mas não generalizem ...

Então as ajudantes de lar dão banhos e os enfermeiros prestam cuidados de higiene e conforto, é assim ...que simplicidade fantástica!

Cada vez acho mais que é preciso revolução neuronal na cabeça de muitos enfermeiros, urge uma mudança radical de mentalidades ...

BBUMMM!!!

Já estão Abespinhados?
 
Não quero a VV na feira, parece inteligente e poderá contribuir para a nossa discussão. É capaz de ser recém formada a mais e ainda vir formatada com o sistema operativo ES (eclesiástico-escolar).

Pensava que era professora!!

Sempre abespinhado!
 
Sempre abespinhado,

Em resposta à penúltima missiva - esta última, na senda de alguns comentários algo ofensivos e sem conteúdo de interesse para a enfermagem, comenta-se a si mesma - que me dirigiu, queria apenas dizer-lhe que "enfermeiro de saúde pública", para mim, não equivale minimamente ao que supostamente "enfermeiro de família" quereria designar. É que "saúde pública", como todos aprendemos na escola, é um conceito abrangente, que só se focaliza no indivíduo a nivel metafórico: a metáfora de um corpo de pessoa transposta para uma população. Portanto, caro colega, mais uma vez rejeito essa terminologia. Enfermeiro de saúde pública é outra coisa. Como vê, nem enfermeiro de família nem de s. pública.

Quanto à cisma de bipolarizar os modelos biomédico e psico-social, considero-a vã e resume um pensamento ultrapassado, "retro", nada condizente com a pós-modernidade em que parece que vivemos. Já há outras visões mais abrangentes e outros discursos menos saturados que dão uma perspectiva de futuro mais interessante às ciências da saúde. Continuar com esta lenga lenga não é estimulante!...

Sobre as tarefas que "deixámos" de realizar (Rx, ECG, colheitas de sangue, gestão logística, étc.), nem me pagam para continuar a realizar esse trabalho nem estou para andar a fazer pedidos de material, de medicamentos, a gerir stocks, a mandar arranjar torneiras, étc. Embora deter e gerir recursos seja sinónimo de poder, hoje há outros aspectos mais interessantes do que os exemplos dados, e que se situam ao nivel do poder do conhecimento ou do "poder do saber" (Foucault). Interessa-me mais saber ler e interpretar um ECG do que fazê-lo; interessa-me mais poder pedir análises de sangue a uma pessoa que teve um episódio de melenas, saber interpretar os resultados e agir de acordo com essa informação, do que vir de agulhinha pic pic pic tirar sangue. Que coisa mais desinteressante e ultrapassada. Isso é que é estar retido no passado, naquilo que o passado teve de mais servil.

Outra questão que focou: a dos medicamentos. Porque é que não concorda com a autonomia do enfermeiro na prescrição e administração especificamente de antibióticos?

Finalmente... (estou a brincar, ok?... mas, aproveite que, embora eu não me IRRITE com facilidade, posso-me cansar de ter que explicar as coisas numa linguagem muito simples, muito simples...) Não fiz nenhuma comparação entre contenção física, sedação terminal e eutanásia. Sublinhei, subtilmente, o risco que há em valorizar o denominador comum entre estas 3 situações e que pode ser mais frequente do que se possa imaginar. E é. E além de mais, se como referiu, é fundamental envolver a família, toda a equipa e o próprio doente na tomada de decisão sobre a contenção física, acha que isso é feito quando um homem "enfarta" a gritar, amarrado a uma cama? Acha que estas coisas se podem passar normalmente e apenas entre duas pessoas? Qual é o mal de alargar a decisão a outro profissional para bem do doente? Sendo inclusivamente que a proposta de imobilização é um último recurso, e que parte quase sempre de quem lida mais com o doente (a menos que o médico não queira saltar da cama para prescrever "contenção química" e diga para amarrar o doente, algo que o enfermeiro não faz se não achar adequado)? E não é só imobilizar de qualquer maneira e virar as costas. Leia a circular e pense bem no que lá está escrito, nas linhas e nas entrelinhas. Veja como se imobiliza uma pessoa e diga, sinceramente, se se seguem aquelas recomendações quando se "amarra" alguém.

Para finalizar, não desanime: a acreditar em Pareto, haverá sempre enfermeiros que avaliam TA's e outros que avaliam MAP's; haverá sempre enfermeiros que retiram o ar às seringas de fraxiparina e outros não; haverá sempre enfermeiros que pensarão que o ensino terapêutico sobre alimentação a pessoas que tomam ACO's é ensinar quem toma pílulas e outros estarão a pensar nos anticoagulantes orais; haverá sempre enfermeiros que escrevem pastas e outros fazem registos da actividade de enfermagem; haverá sempre enfermeiros que dirão "cliente", "utente" ou o que estiver na moda e outros que não; haverá sempre enfermeiros a dizer que o traçado "tem alterações" e outros a precisar que o doente apresenta uma FA com RV rápida; haverá sempre enfermeiros a colocar almofadas sob a região popliteia (e quem sabe, a contribuir desse modo para uma FA) e outros a insistirem na região gemelar; haverá sempre enfermeiros a tentar "dar saltos" e outros a tentar dar "saltos quânticos" (1); haverá sempre enfermeiros que dão banhos e outros prestam cuidados de higiene e conforto. Haverá sempre excelentes enfermeiros e outros menos exigentes consigo mesmos. É assim a vida. Por isso é que é bom trabalharmos por turnos, à vez, e temos "rotinas", não é?

Quanto às Avés Marias que alguns associam aos meus comentários, não tenho formação católica nem sou católica de nenhuma das maneiras possíveis. Fui baptizada e, quando achei conveniente, redigi um pedido de exclusão do meu nome dos registos da Igreja Católica. Portanto, a avaliar por tanta coerência, seria no mínimo estranho que andasse no serviço a dizer essas palavras. Mas respeito a fé dos outros, como é meu dever moral e ético, i.e., como pessoa e como enfermeira.

(1) Os "saltos quânticos" não têm nada a ver com o Nelson Évora, ok? Era uma metáfora está bem? É como dizer que nos podemos bronzear ao sol e nunca em frente a uma fogueira, certo? É novamente o retorno à Alice no País das Maravilhas, de Charles Lutwidge Dogson ou Lewis Carrol se preferir. Perde um bocado o interesse, como nas anedotas, mas pronto, for preciso explicar melhor...

cumprimentos,

VV
 
lendo os comentários, parece que alguns não sejam escritos por enfermeiros, pois revelam desconhecer as competencias/funções da enfermeiro, dentro da equipa de saúde.
A equipa de saúde exerce-se na multidisciplinariedade, mais ou menos alargada e especifica.

O mais importante é que haja consciência da interdependência mas sem intreferências abusivas, cada um competente na sua área profissional, num clima de respeito e confiança tendo como objectivo central "a satisfação das necessidades do utente/cliente/doente- é ele o centro da acção conjunta. "tão certo quanto isto"

Ninguém cresce sozinho.

Vigilante1
 
Viva a enfermagem que temos!
 
Porque é importante a capacidade de prescrever pastilhas e outras cenas até agora proibidas?

Porque só assim a enfermagem poderá efectivamente evoluir e constituir-se como profissão realmente autónoma.

Imaginem-se não enfermeiros e proprietários de um grande lar para idosos, imaginem que pretendem dotá-lo com recursos humanos para as diversas actividades com os idosos, quem contratariam?

Para a prestação de cuidados directos aos idosos seriam as ajudantes de lar (higiene, alimentação, ..), depois poderíamos ter animadores, fisioterapeutas, um médico (muito bem pago, que há poucos) para prescrever pastilhas e tratamentos e um enfermeiro para os executar (barato, que há muitos) …

Agora imaginem que os enfermeiros poderiam, autonomamente, prescrever e executar, prevenção e tratamentos das úlceras de pressão, prescrever ajudas técnicas, prescrever ENG para alimentação, Algaliação, prescrever cremes hidratantes e pomadas diversas, laxantes para um intestino mais preguiçoso, uma coisita para a azia dos idosos depois de um jantar mais festivo e que caiu pior nos estômagos mais frágeis, iniciar imediatamente SBV e SAV, incluindo administração de fármacos e acompanhar o idoso à urgência hospitalar.

Nesta última hipótese já valeria a pena pagar como técnico superior ao enfermeiro para o ter lá? Não seria uma real mais-valia? E o enfermeiro não poderia continuar a ter uma actuação holística, não poderia ter uma atitude pico social no seu trabalho, não poderia ser o responsável pela prestação de cuidados de higiene aos utentes por si seleccionados e por requererem um cuidar mais diferenciado?

E quem advoga que os enfermeiros no privado sempre podem prescrever os medicamentos de venda livre, não é bem assim…até porque quando pedirem a receita para poder “meter” no IRS, o que fazem? Talvez fosse melhor para os doentes e povo em geral, diminuir os medicamentos de venda livre, tornando parte deles (e acrescentar outros) passíveis de serem prescritos por enfermeiros e /ou farmacêuticos, o que acham?

E é sempre possível, a nível hospitalar e mesmo ambulatório, o médico sinalizar determinados fármacos que determinado doente não deverá fazer, sinalizar para o enfermeiro, para o farmacêutico e para outros médicos…seria uma segurança maior do que actual!

Esta autonomia, que preconizo para a enfermagem, não colide com as funções dos médicos. Em primeiro lugar a vigilância do médico deverá manter-se e em segundo não falamos de tratar nenhuma doença, como facilmente se percebe, trata-se de dotar o cuidar de enfermagem de novas e importantes ferramentas de trabalho, que não retiram nenhuma outra já detida: Cuidados de higiene, mobilizações, posicionamentos, transferências, …mas não se fiquem por aí!...é precisamente devido a termos enfermeiros a passarem boa parte do seu tempo com cuidados menos diferenciados é que estamos neste patamar.

Essa justificação do aproveitar a higiene para fazer tudo e mais alguma coisa é uma grande treta, se fosse por isso teríamos cada vez mais competências, e isso é falso: exemplo – continuamos a fazer as higienes dos doentes com AVC mas a reabilitação é feita pelos fisioterapeutas (muitas vezes na própria enfermaria). Ou seja o enfermeiro lava (ou presta cuidados de higiene e conforto) e o fisioterapeuta reabilita o doente. Amigos é isto que querem para a enfermagem? Tudo bem eu não…

De alguém já profundamente Abespinhado!
 
Pois...
e para completar o cenário, existem hospitais com enfermeiros especializados em reabilitação, por exemplo, que em vez de os aproveitar abrindo lugar nos quadros (porque muitos têm vagas e não as abrem - ver o processo que foi desencadeado pelo SEP em Coimbra) mantendo-os a prestar cuidados gerais isto tudo com o "deixa andar" de muitos enfermeiros directores sendo, ainda por cima, alguns deles especialistas em reabilitação.
Somos nós a cavar a nossa própria sepultura...como toda a gente sabe.
 
No site do SEN:
"Senhora Ministra,

No dia 11/11/2008, os Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (FENSE), reuniram em Coimbra para analisar e decidir possíveis tomadas de posição face ao inaceitável comportamento que vem sendo assumido pelo Gabinete dirigido por Vossa Excelência no referente ao processo negocial da Carreira de Enfermagem aplicável aos serviços Públicos Administrativos, bem como Acordo Colectivo de Trabalho para os Hospitais EPE.

Destacamos como factores mais que evidentes os seguintes:

*

Aos dias 23 de Outubro de 2008 estas estruturas sindicais, convocadas pelo Gabinete de Vossa Excelência, reuniram com o Senhor Secretário de Estado tendo este apresentado um documento que apelidou de proposta da revisão da Carreira de Enfermagem e que mais não significava do que um insulto à profissão de Enfermagem, razão porque foi, de forma fundamentada, rejeitada pelas estruturas sindicais presentes.


*

Nessa reunião comprometeu-se o Gabinete de Vossa Excelência a entregar nova proposta aos dias 31 de Outubro de 2008, o que não se verificou. Tendo vindo o Gabinete, através de telefonemas, adiar a entrega de nova proposta, o que consideramos uma atitude lamentável.


*

Também o plano de negociação está comprometido por incumprimento do Ministério da Saúde.



É no contexto descrito que requeremos reunião urgente com Vossa Excelência, tendo como objectivos a clarificação da situação e desenvolvimento imediato do processo negocial.



Com os melhores cumprimentos,

José Correia Azevedo — Sindicato dos Enfermeiros

Fernando Rodrigues Correia — Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem "
 
Senhor abespinhado, não quer explicar melhor a parte da “vigilância do médico”?

Senhora W, afinal o que são os MPA´s?
 
Imaginem uma corrida...

Na linha da frente vai a Neurocirurgia, a Obstetrícia, a Anestesia...
Atrás vêm os enfermeiros.
Mais atrás vêm os fisioterapeutas.
Depois os técnicos de diagnóstico.
Depois os AAM...

Como é que vocês querem competir com os médicos, se já há uma competição feroz entre as várias especialidades médicas. Hoje já há sub especialidades.
Convençam-se que o vosso trabalho, APESAR DE ÚTIL, é secundário a uma actividade principal, que é exercida por um médico.
Mesmo os gestores, um dia destes vão ser arrumados para a prateleira. Basta que no seio da Medicina surja uma Pós Graduação intitulada “Gestão Organizacional Médica”. Até nesse âmbito continuaremos a dominar.
Engane-se quem pensa que o enfermeiro é o elo entre todos os elementos da equipa de saúde. Quem sabe até nesse domínio, pode aparecer uma especialidade médica. Que tal “Gestão Holística de Cuidados”?

Saudações “penetrantes”,
Senhor Doutor Cirurgião da Naifa.
 
Pois é naifas...
infelizmente irá existir sempre gente que só olha para o próprio umbigo...
e nisso, a tua profissão é mestre.
 
Caro "naifas", cada vez mais gosto de o ler... Não tenho dúvida de que é isso mesmo que vai acontecer quando, neste País, os médicos forem tantos como os enfermeiros são actualmente ( talvez daqui a 20-30 anos) e os enfermeiros neste entretanto deixarem que tal vá acontecendo.

Quando houver médicos em excesso concerteza que se apropriarão daquilo de tudo que consideram "seu" e só o não fazem agora porque não lhes interessa de momento.
 
A prova disso é o regresso , embora para já em surdina e sem grandes alaridos, da discussão do "acto médico" ( que em boa hora o Jorge Sampaio mandou para o fundo da gaveta e tanta comixão fez na classe médica ). Com Ministro da Saúde médicos, não demoraré muito esse desejo antigo dos médicos pois é a forma ideal de reforço do poder absoluto dado que tudo o que seja intervenção na saúde se do mais insignificante ao mais complexo estará abrangido pela definição de acto médico. Depois, enfermeiros e todos os outros técnicos de saúde podem deixar de se preocupar com "autonomias " e competências próprias de cada profissão porque deixam de ser desnecessárias porque TUDO se fár como o médico quiser... Espero bem estar enganado, mas já levo muitos anos disto e sei bem o que a casa gasta...
 
Dr. Naifadas :

Achei piada aos termos “Gestão Organizacional Médica” e “Gestão Holística de Cuidados”? . Não estão mal "alembrados" não senhor... Só não percebi a contradição evidente entre gestão holística de cuidados e "sub-especialidades " médicas. Pro definição, "sub" é uma parte de qualquer coisa. Ora uma parte e pior uma sub- parte é contraditório com o todo da visão holística... digo eu.
 
"Senhor abespinhado, não quer explicar melhor a parte da “vigilância do médico”?"

Fazer vigilância médica, obviamente...

HTA, EAM, HBP, Diabetes, IRC, ICC, ...

Muito comuns nos idosos...

Precisam de tratamento, acompanhamento e vigilância médica.

Obviamente, Abespinhado ...
 
"Qual é o mal de alargar a decisão a outro profissional para bem do doente?"

VV:

Não se trata de alargar a decisão, trata-se de um (o médico) ter o poder de decidir, uma vez que é ele quem prescreve. O enfermeiro, pode iniciar a contenção física e depois terá de comunicar ao médico, o qual, autónomamente, poderá prescrever, ou não. Nem está escrito sequer que o médico deve ouvir o parecer do enfermeiro. Aliás se o médico quiser pode, simplesmente prescrever a contenção física e pronto.

Alguém que também leu a circular e não gostou do que leu
 
pnto de situação: muito se fala/escreve, pouco de novo se divulga.
Não duvido das nossa capacidades, adquiridas em contexto prático do exercício profissional, e dos vaticio0nios acima dispostos.
são reais, assumem o direito a colocar a profissão no lugar que lhe é devido.

no entanto... o nosso ensino ainda está como POLITÉCNICO.
necessário... urge.. passar a universitário. ponto.
Percebem?
Formação, investir na nossa formação própria, aumentar /ou desenvolver o nosso corpus de conhecimento. Porquê, se já fazemos um trabalho bem feito?
Porque, apesar de ser um trabalho bem feito, (excepções...!!!) e quer queiramos, quer não, como o médico quiser é como tem que ser.
excepto situações disparatadas em que uma prescrição possa estar mal efectuada, ou é inadequada para doente. aí, deixamos os médicos assumirem a responsabilidade na administração e/ou efectuação do acto.

este contexto é estabelecido na lei, orque a nossa formação assim o exige (como disse ainda é ensino politécnico.. é a visão que muitos médicos ainda têm de nós, e muitas vezes a culpa abrange os próprios enfs que não detêm sólidos conhecimentos para uma actuação não farmacológica).

Naifas, não queremos competir com os médicos. dái o enredo de manifs e greves e reuniões sem fim (raio de Ordem que anda na desordem) para redefinição dos principios e designios da carreira.

VirtualEnfermeiro
 
Subscrevo inteiramente o comentário da VV das 2.53; pela eloquência, conteúdo e porque está no caminho e no pensamento certo, sem dúvida!
não me sinto confortável com alguns comentários...só surge celeuma qd os 'estrelados' emanam opiniões tecnicistas, falam sem conhecimento da pós-modernidade, que aponta uma enfermagem igualmente pós-moderna, a propósito, já leram o livro da Jean Watson sobre a Enfermagem Pós-moderna? pois vejam o que se tenta recuperar na pós-modernidae!'...exactamente!!! é o recuperar a totalidade, do Ser Humano e do Cuidar.
Mas como é uma teórica...não interessa, não é?!...Fiquem bem! Vou sair deste debate...
PS
 
A reformulação dos conhecimentos formais é uma constante, sendo que para cada caso o Enfermeiro cria novos conhecimentos, que servem de base ao seu pensamento acerca de um determinado caso particular.

Assim ou evoluimos e nos adpatamos ao meio e a sociedade exigente em que estamos inseridos ou corremos o risco de sermos obsoletos.

Se analisarmos bem as coisas estamos a pagar pela pouca ambição e falta de trabalho do passado..
 
Há ali uns anónimos que não dizem o nome para não serem vistos.
Tentam por os enfermeiros contra os médicos e estes contra aqueles.
Médico não é muito inteligente; sabe-se, por experiência...
Mas dizer tantas alarvices como aquela da corrida: anestesistas, ortopedias, carteiristas colhedores de analgesias, enfermeiros, terapêutas....
é demasiado estúpida para ser dita por médico, mesmo tendo em conta as suas mais que comprovadas limitações.
Por exemplo: o médico prescreve; o médico prescreve; o médico prescreve e subsume-se na prescrição.
Mas porque prescreve, também adquire o direito de meter o nariz no que não prescreve nem tem nada que prescrever, pois os outros não precisam da sua sabedoria, nomeadamente os enfermeiros.
Quando as técnicas de Florense reduziram a mortalidade de 42 para 2%.
Tal como hoje, já havia médicos prescritores, mas foram organizados por ela que lhes impôs o processo clínico (de doente acamado e não pertença do médico omnipotente).
Infelizmente, por ingenuidade os enfermeiros não estão preparados para lidarem com lacraus, que não podem deixar de picar as vítimas, por instinto, mesmo que com a picada percam a vida como a laboriosa abelhinha.
Não precisam de anunciar novas especialiades mesmo a de gestão para fingirem de enfermeiros chefes. A Universidade Católica já está a fazer isso, anunciando cursos de gestão para médicos para a sua Ordem reconhecer e depois serem lançados na total dominação da saúde.
Alguém dizia que os enfermeiros serão alternativa, por serem mais baratos.
Mas ser mais barato não é um crime de menosprezo; é uma mais-valia, pois além de fazerem o que fazem melhor que os médicos, fazem-no mais barato.
Os lacraus a que me refiro andaram a ler o "Assim falava Zaratustra" de de Nietzsche e procuram que o médico seja o tal Super-homem, por este escritor anunciado. Tentou-o com vários personagens que vão desde o ermita, passando pelo palhaço, até ao cardeal.
Deviam ter lido o "Crepúsculo dos Idolos" do mesmo autor.
Bloguistas, estai atentos, pois por mais estúpidos que sejam os médicos, e não é difícil a procura; difícil é a escolha, não iriam fazer como o lacrau fez à rã que lhe deu boleia, para a outra margem do rio, (se não souberem eu depois conto) aos enfermeiros que são uma boa parte, senão a melhor dos êxitos da medicina. Ver a redução de 42 para 2.
Os médicos por muito estúpidos que fossem, admitamos, não se iriam expor tanto perante os responsáveis pelos seus êxitos.
Por isso aquelas figuras sinistras como o naifas e o aifas e o caifas, são construtos de mentes imaginativas que gostam de espectáculos.
Como são anónimos, não têm nome, obviamente. Por isso podemos supô-los vestidos de tudo.
Médicos é que não são, pois esses andam demasiado acagaçados a tentarem suspender o avanço da enfermagem.
Basta que a Ordem dos Enfermeiros cumpra os fins a que se destina e lá temos o caldo entornado, pois tem o mesmo direito de aprovar cursos de gestão feitos na Católica, na Apostólica e na Romana, que tem a Ordem dos Médicos.
Além disso não quer dizer que essas especialidades são para exercer; podem servir para perceberem melhor o que é gestão.
Médico sabe que a Enfermagem é um projecto dinâmico, não só no estrangeiro, como em Portugal.
No dia em que a Ordem impuser o direito consuetudinário detido pelos enfermeiros como é detido pelos médcios e imposto pela sua Ordem, os enfermeiros vão deixar de se preocupar se está escrito ou não. É hábito fazer: o hábito faz lei=direito consuetudinário (o dos costumes que fazem lei).
Não tenham pressa, Enfermeiros: lá chegaremos.
Se conseguimos chegar até aqui é porque temos pernas para andar.
Quem anda a mamar na "Vaca Sagrada" importada da India, nós sabemos. Queremos é saber quem anda a mexer no nosso queijo.
Deixem os médicos em paz, pois eles são o que são, também por culpa dos enfermeiros.
Imaginem que os enfermeiros desatam a dar médicamentos sem terem aquele respeito de texto biblico, pela receita médica.
Cumpre-se uma das célebres máximas do Tino de Rans que prescreveu: "se o meu chefe der uma ordem e eu não a cumprir, o meu chefe não manda nada".
Aqui chegados, estamos no reino do saber puro e duro, onde só quem tem dedos pode tocar a viola.
E os enfermeiros sabem tocar.
Assim: "A mulher é como a guitarra/Não é qualquer um que a prende e faz vibrar...Mas quando agarra, prende-lhe a alma...".
Imaginem substituindo a mulher pela Enfermagem, que bela metáfora!
Já vou Hermengarda.
 
Senhor Gardingo, aprecio esta sua tentativa (carocha) de se fazer passar por um 007 da Enfermagem, vindo para aqui falar no filho de Pourushaspa e de Dugdhova. Acredite que me impressionaria mais se encarnasse na Olga Kurylenko...
Bem sei que fazem o vosso trabalho com muito orgulho e dedicação. Parabéns. Mas se querem algo mais, talvez devam mudar de profissão. Não se metam em guerras, sobretudo naquelas em que poderão ser vocês as maiores VÍTIMAS.
Olhem à vossa volta:
- os senhores dos sindicatos não têm um discurso afinado e coerente na hora da verdade;
- a Ordem e a Bastonária refugiam-se muito bem nos “castelos” excepto, claro, em momentos de campanha;
- os vossos mestres e doutorados fazem uma coisa absolutamente incrível (e condenável): vão dar aulas, desligando-se totalmente da prática do dia a dia...
- os directores (and friend´s) exploram-vos até vocês rebentarem; os chefes ídem;

É ESTA A ENFERMAGEM QUE QUEREM?

Há muitas semelhanças entre a Enfermagem dos nossos dias e as seitas religiosas. Há uma elite (?) que dita as regras e ao mesmo tempo consome o dízimo dos fiéis (vocês!)... Pelo que vejo diariamente, há muito quem goste de ir no conto do vigário.

Saudações,
Sr. Dr. Cirurgião da Naifa.
 
Vêm para aqui expor as necessidades humanas básicas preconizadas por Virginia Henderson. só falta Nancy roper, João mohana, dorothea Horem... para quê?


Falam de banhos para "lavar" corpos. (ah e tal, quero fazer o resto que é mais fixe...)
vêm para aqui expor teóricas pós-modernistas, não aplicáveis à nossa realidade.

antes de recomendarem leituras impressionaistas dessa enfermagem, lembrem-se. Portugal é o único país onde não existem auxiliares de enfermagem (pelo menos no espaço europeu). por alguma razão quem emigra, é sempre muitissimo bem recebido, e alcança sucesso (e não só pelo exercício tecnicista da profissão).

Além do problema da formação, que já disse, é necessário evoluir para formação universitária (e deixar o poliTÉCNICO), o outro problema reside na OE!!! (nada de novo eu sei)


agora vejam o mercado a funcionar na congenere dos médicos:

Vagas para especialista em dermatologia (2007):1
Vagas para especialista em ortopedia (2007): 2
... e podia continuar até referir especialidades que nem vagas abriram. Surpreendidos não! e estas vagas são disponiveis a nível nacional.
Lei da oferta e de procura a funcionar. não é preciso explicar nada.


VirtualEnfermeiro
 
Existem duas enfermagens:

A virtual e a real.

A virtual é praticada nos papéis de escolas e da ordem, nalguns comentários deste blog e também em muitos papéis de instituições de saúde.

A real é aquela que conhecem... e é essa que REALMENTE conta.

VV: utilize mais o óptimo cérebro que a selecção natural lhe forneceu e não se limite a debitar meia dúzia de "lírices" escolares.

Já percebi que não é professora, mas continua a insistir...
"hoje há outros aspectos mais interessantes do que os exemplos dados"

Gostaria que me desse (de preferência muitos …) exemplos dos tais “aspectos mais interessantes” hoje executados por enfermeiros, proibidos de executar antes de sermos bachareis ou licenciados, implementados efectivamente junto dos doentes, com ganhos de saúde evidentes, quantificáveis e que sejam amplamente reconhecidos pelas instituições de saúde e pela sociedade em geral.
NOTA: Cara VV, concordo que é mais importante saber interpretar um ECG ou um hemograma do que colher o sangue. Mas eu escrevi o contrário? Não me parece. Mas não acha uma mais-valia para a profissão manter essas funções, ou algumas delas?
Cumps

Bué-da-Abespinhado!
 
HÁ COMENTÁRIOS NESTE BLOGUE QUE SÃO UMA VERGONHA. APROVEITAM-SE 3 OU 4 "COMENTADORES". OUTROS VE-SE QUE SÃO O MESMO.
A MONTANHA PARIU UM RATO E COLEGA VV NÃO OFEREÇA MAIS PEROLAS A PORCOS.
EDU
 
TAE TAE TAE TAE paramédicos...
 
Axo que os cuidados de higiene devem ser executados pela enfermagem até porque mais ninguém tem paciência...
 
A proposta para a carreira de paramédico que está prestes a ser aprovada e regulamentada, é constituída por 6 anos de formação, 2 mais 2 mais 2 com 3 etapas. Isto é com o mesmo timming da formação inicial de 1 médico..., resultante da mesma 1 licenciatura para técnicos de emergência médica, vulgo , paramédico! Saudações
 
“(Direitos dos trabalhadores)

“Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito:

À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna;
 
“(Direitos dos trabalhadores)

“Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito:

À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna;
 
Anonimo isso foi no Cogitare não foi? Passei por lá e achei que desta vez o lifepassenger passou-se.

"Ora recordemos novamente a realidade, temos Enfermeiros especialistas de quadro e carreira e temos Enfermeiros com o curso de Especialidade que desempenham as mesmas funções de Especialistas, na mesma Instituição, mas que por não se abrir vagas no quadro, fazem o mesmo trabalho mas não auferem como tal…

Assim de acordo com a Constituição Portuguesa teríamos ..“trabalho igual salário igual” está claro que actualmente isto …NÃO se aplica aos Enfermeiros"
 
" Nursing against the odds : how health care cost cutting, media stereotypes, and medical hubris undermine nurses and patient care "
por Suzanne Gordon
 
O naifas acusou o toque...
 
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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!