quarta-feira, novembro 05, 2008

Irrita-me...


Irrita-me solenemente a falta de visão de alguns Enfermeiros.
Irrita-me muito mais a falta de ambição de outros tantos.
Irrita-me a resistência à evolução e desenvolvimento.
Irrita-me que contra-argumentem os paradigmas evolutivos com base na "essência da Enfermagem" (a Enfermagem é uma convenção, é aquilo que nós quisermos que seja, é aquilo que a sociedade exige...).

Sem evolução profissional os Enfermeiros seriam, ainda hoje, os responsáveis pelos arranjos florais na mesinha-de-cabeceira dos utentes (tal como era ensinado nas escolas!), pela limpeza do suor da testa dos médicos, etc. Quem perseguiu essa "essência" rigidamente, perdeu-se num emaranhado de concepções inúteis, sem aplicabilidade prática, que se desvaneceram num vazio de conteúdo, obrigando, posteriormente, à reinvenção da profissão (tal como vai acontecendo em alguns países).
O que os Enfermeiros hoje conhecem como funções de Enfermagem nem sempre o foram. Sem esta mudança, nos dias que correm, nenhum Enfermeiro poderia cateterizar/canalizar uma simples veia. Não poderia introduzir uma sonda nasogástrica. Dois exemplos, haveria muitos outros.
É fácil compreender que os cuidados de Enfermagem não teriam a continuidade/autonomia desejada se, para cada um destes procedimentos, fosse necessário a presença de um clínico. Esses cuidados seriam constante e permanentemente quebrados, interrompidos e espartilhados/fraccionados.
Talvez, actualmente, muitos ainda não compreendam de uma forma sustentável e lógica, porque é que os Enfermeiros deveriam poder prescrever alguns fármacos "generalistas" (com a consequente necessidade de repensar a formação em Enfermagem!), mas daqui a alguns anos, ninguém porá em causa esta inevitabilidade, e o tempo em que os Enfermeiros não podiam prescrever fará parte de uma passado, tal e qual como quando os Enfermeiros não podiam puncionar ou faziam arranjos florais. Não se trata da infeliz teoria do mini-médico. Trata-se sim, de munir a Enfermagem dos instrumentos necessários para exercer de forma autónoma. Raciocinemos de forma inversa: porque não consideramos nós que os médicos invadem o campo da Enfermagem (e que supostamente muitos o concebem como puramente médico?).
Um exemplo: considero que, o que hoje conhecemos como Medicina Geral e Familiar, não é mais do que terreno da Enfermagem. Apesar de estar convencionado como exercício da medicina, não tenho margem para dúvidas. Na cadeira onde está sentado um médico de clínica geral, deveria estar um Enfermeiro! Simples.
.
Irrita-me que os muitos Enfermeiros não dêem a devida importância à formação contínua e à actualização científico-profissional.
Irrita-me a inércia dos Enfermeiros relativamente à conquista/evolução de novos campos de actuação/aumento da sua esfera competencial (e que se resignem às funções delegadas).
Irrita-me a exagerada heterogeneidade conceptual/formativa/opinativa que ainda prevalece no seio da classe.
Irrita-me que a escolas fomentem o serventilismo em detrimento da dignidade profissional.
Irrita-me que se escolha apenas o caminho da dimensão psico-sócio-espiritual em Enfermagem, desprezando a sua dimensão bio-orgânica, química e farmacológica!
Irrita-me que os Enfermeiros só se apercebam dos erros estratégicos depois deles terem sido cometidos.

Comments:
Apetece-me aplaudi-lo. Tirou-me as palavras da boca!!!!!
Abraço.
 
Concordo consigo, quase inteiramente...
Isto porque também me irrita o comodismo e a acomodação em que os enfermeiros estagnaram, na pouca cientificidade, no fazer por fazer, sem substância e sem a tal 'essência';
Também concordo quando generaliza a todos, enfermeiros, inclua tb os enfermeiros-chefes, os supervisores e os professores, há de tudo em todos os sectores, generalizou-se o 'nacional porreirismo';
No entanto, deixo uma 'aragem' de frescura para as excepções, para os enfermeiros, chefes (aí são poucos) e para os supervisores (esses ainda menos), e na docência também há excepções, acredite! sou docente, e que esforço faço para não repetir 'lenga-lenga', e faço de cada aula um momento vivo
A essência de enfermagem é o «cuidar» não tenha dúvidas, o qual inclui essa dimensão psico-social-emocional...e todas as outras, umas sem as outras não fazem sentido! Não nos deixemos cair no outro extremo, no deslumbramento técnico e na sua aridez...
Ah! ainda bem que mudou o rumo neste blog, este ultimo post estava mesmo a baixar o nível... não deixe que isso aconteça...
Interessa um debate construtivo e 'picado' de ideias novas, para ajudarmos a reconstruir o que está ruir.
 
"Ah! ainda bem que mudou o rumo neste blog, este ultimo post estava mesmo a baixar o nível... não deixe que isso aconteça..."

Ex.mo colega,
esses posts existem para denunciar, refectir e agitar. De tal forma se conseguiu que, se algum colega do CHCB o desejar, será marcada uma reunião com a vice-presidente da comissão parlamentar de saúde para "conversar" sobre a questão abordada no post.
Obviamente, os comentários dexem sempre de nível. É a emotovidade a falar.
Obrigado pelo comentário caro PS.
 
Excelente! Mais uma vez o dr. enfermeiro ao seu melhor nível!
 
Texto retirado do Forum de Enfermagem:

"Nursing Holocaust

A associação “Nursing Geographic” levou a cabo um profundo estudo acerca das consequências a médio e longo prazo que as actuais mudanças ao nível do ambiente da Enfermagem. Para tal socorremo-nos dos mais modernos super-computadores e dos mais avançados modelos matemáticos de previsão. Após inserir nos programas de extrapolação as variáveis actuais e as variáveis de tendência chegamos a conclusões alarmantes:
Verifica-se um aquecimento geral ao nível da Enfermagem, na qual um maior número de Enfermeiros trabalha para aquecer. Tal situação, que numa primeira fase levou ao congelamento das carreiras, agora está-se a reverter, nua forma do descongelamento fictício das mesmas. A reprodução desregulada de da espécie “Enfermeiricus” deu origem a profundos desiquilíbrios no seu ecossistema, onde os recursos de subsistência começam a rarear devido à sobre-povoação, o que aumenta ainda mais o efeito de estufa, ou seja, verifica-se uma curva exponencial com mais enfermeiros a trabalharem para aquecer. Alguns espécimes, que nem para aquecer conseguem aceder aos meios de subsistência vivem arredados da matilha principal, numa espécie de hibernação forçada denominada “Desemprego” devido às alterações climáticas no continente Enfermagem. Alguns espécimes astutos em debandada conseguem entrincheirar-se em locais onde estas alterações ainda não se fazem sentir com tanta acuidade como nas escolas de Enfermagem ou na Ordem dos Enfermeiros, devido a fenómenos micro-climáticos locais. No entanto as nossas previsões prevêm que as alterações destrutivas também assolarão estes micro-climas à medida que o substrato que as suporta se dilui. Com esta proliferação desenfreada de Enfermeiricus, os seus predadores naturais, com relevo para os “Medicus Eureus”, assim chamado devido ao seu metabolismo ser efectuado à base da substância Ácido Eurico e “Administratus Parvus” vão-se multiplicando, face à facilidade de obtenção de presas fáceis. Estes predadores apresentam um apetite voraz por mão de obra barata, o que os torna numas máquinas naturais de exploração da espécie Enfermeiricus. O estado de debilidade da espécie Enfermeiricus deu origem ao aparecimento de infecções oportunistas, como é o caso do “Farmaceutoma Vacinans” Devido ao enfraquecimento dos anti-ciclones Sindicais que outrora protegiam a Enfermagem, devido ao aquecimento global e ao desiquilíbrio da espécie, esta tem sido fustigada por tornados e furacões, nomeadamente o furacão Sócrates, que assume uma classe V quando atinge o Continente Enfermagem, com os efeitos catastróficos conhecidos, nomeadamente ao nível da variável carreira, que sofreu danos profundos.
Os nossos modelos matemáticos revelam que a tendência demonstrada é a da destruição de todo o ecossistema da saúde, começando pela base da pirâmide e acabando nos estratos predatórios. De facto, só um grande esforço comum poderá inverter este processo: a reciclagem da carreira dos Enfermeiricus, o controlo do número de espécimes de Enfermeiricus de acordo com os recursos de subsistência e a eliminação de certos predadores de locais onde estes não são uma espécie nativa. A extração e exploração desenfreada do “ Doentóleo” , principal combustível da indústria privada de Saúde detida pelo “Medicus Eureus” e “Administratus Parvus” culminará com a redução drástica dos recursos desta matéria prima, e consequente crise neste sector, uma vez que o baixo investimento nos sistemas públicos de produção, mas económicos, leva à corrosão pela “Baldalização” do “Medicus Eureus” , o que desvia o “Doentóleo” para a indústria privada, com um maior consumo de matéria prima relativamente à pública! O próprio fluxo migratório do Enfermeiricus altera de sentido, dirigindo-se para as paragens do privado, onde a predação dos Medicus Eureus e dos Administratus Parvus” é mais intensa.
Caso este esforço não se inicie já e de uma forma intensa, o nosso modelo matemático mostra que o continente Enfermagem caminha para o Holocausto num futuro dentro de 5-10 anos. Este continente, a desaparecer de forma Pangística dará início ao colapso do planeta “Saúde” e tudo o que conhecemos desaparecerá.""
 
Concordo absolutamente com o post, a enfermagem não deve ser uma profissão estagnada. Já fazemos muito que legalmente ainda não nos é reconhecido como nosso, mas aí nós e a OE temos as nossas respopnsabilidades...
Desassossego
 
Concordo.Triste realidade a nossa.
ENFERMAGEM.
 
Colegas,
temos de passar da IRRITAÇÃO à ACÇÃO;
temos de passar da INERCIA à PROACTIVIDADE;
temos de passar do SERVENTISMO ao AUTONOMISMO.

Sei que a presente indefinição do futuro da profissão, o excesso de enfermeiros no mercado de trabalho, a opressão permanente dos nossos superiores hierarquicos, estão a BLOQUEAR AQUELES QUE ENCONTRAM A SAIDA DO LABIRINTO.
AS SAIDAS SÃO CADA VEZ MAIS ESCASSAS ... NÃO SERÁ MAIS FACIL DESTRUIR O MURRO DO LABIRINTO?

Cumprimentos, PlanetaM
 
Doutor Enfermeiro este "post" é MAGNIFICO, resume na integra o que sinto.

O planeta m tem razão. Quando é que passámos acção?

Pois irritado já ando há muito tempo. E as minhas intervenções isoladas junto de quem nos representa tem-se revelado infrutíferas.

Na minha opinião este "blog" poderia ser o ponto de partida para um outro rumo.

Cumprimentos!

Nel.
 
Seus usurpadores de funções! Porque é que não continuaram a fazer arranjos florais e a limpar o suor da testa dos médicos? Tinham que entrar nas áreas de influência dos outos profissionais de saúde? Afinal como é? Agora também querem substituir os especialistas de medicina geral e familiar ? Hilariante !!!!
 
Muito bem escrito. Concordo em absoluto. Resume na perfeição o que eu sinto e como acho que a enfermagem e os enfermeiros deveriam ser.
Os meus parabéns por mais um grande post.
 
Olha o ANONIMO das 1:37 deve de ser daqueles "especialistas de medicina geral e familiar" que nunca fizeram especialidade nenhuma, só se baldaram sempre aos internatos para especialidades. E que depois foram promovidos a "especialistas". Sim esses "especialistas" que andam a ganhar fortunas com as USF's utilizandos os indicadores que foram construidos para a ENFERMAGEM. São esses "especialistas" que andam a fazewr formações sobre tratamento de feridas/Úlcersa, utilizando, por exemplo, como bibliografia trabalhos feitos por ENFERMEIROS....
Quando é que que vocês, "especialistas" olham para a pessoa e não para o DOENTE. Sim porque para vocês todos são doentes. Para atingir os indicadores/metas, nas USF'S, cerca de 80% das pessoas são hipertensas, uns com e outros sem complicações... Isso não é aldrabar???? E o acompanhamento á grávida???? Vem Hpje para fazer Citologia (regista consulta), vem no próximo mês para ver resultado (regista consulta) e medica, daqui a 3 meses vem outra vez para renovar medicação e/ou pedir novos exames... Coincidencias por aquaso essa utente nem está grávida... Isso não é aldrabar???? E os ENFERMEIROS coniventes com isto..... È verdade Dr. Enfermeiro, isto alem de IRRITAR-ME, também me ENOJA.
Um abraço
 
"Seus usurpadores de funções!"

hehehe grande comentário ao belissimo e urgente post do doutorenfermeiro. Comentário não, fortes argumentos, que defendem outro ponto de vista. Ou então não!

"Contra factos não há argumentos" já dizia a minha avózinha que nem sabe escrever, ou se há são desta natureza.

Parabéns pelo post!
 
Comentarios inoportunos à parte, penso que este post reflete o sentimento de muitos enfermeiros, pena é nao haver muitos com atitudes proactivas capazes de alterar o panorama actual...
 
Como sempre, excelentemente elucidativo!
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Só queria que os sindicatos e a OE lessem este post. É como diz no bog da EnfermagemPT: "Muito bem Sr DR ENFERMEIRO!"
 
Parabens pelo artigo. Estou plenamente de acordo. Uma questão alguèm sabe o que diz a proposta entregue pelo governo sobre a carreira de enfermagem? Porque tanto tempo para a revelarem??
 
Pergunta á Ministra da Saúde.
Ela deve saber.
 
Haja alguem que pense como eu sobre os médicos de Medicina Geral e Familiar.

Pedir exames e ler os relatórios e por carimbos qualquer pessoa sabe fazer!

Quantos vezes não vamos atras deles, já com a papinha toda feita, por só o carimbo deles para encaminhar utentes para o hospital... Enfim...
 
nao deves ser enfermeiro para andares tao irritado,cpomo consegues tratar os doentes
 
Tanta irritação por coisas que só os doutores/enfermeiros são culpados.
Quando diz:
"O que os Enfermeiros hoje conhecem como funções de Enfermagem nem sempre o foram. Sem esta mudança, nos dias que correm, nenhum Enfermeiro poderia cateterizar/canalizar uma simples veia. Não poderia introduzir uma sonda nasogástrica. Dois exemplos, haveria muitos outros".

Tanta mentira que até faz pena!...

Sou enfermeiro desde 1973 sempre exerci funções num hospital geral e desde sempre executei esses procedimentos, creio mesmo que a autonomia que se conquistou foi graças ao empenhamento dos enfermeiros que nunca abdicaram da sua formação nas várias áreas das ciências.

É bem triste ver ao que chegaram os enfermeiros, e observar como alguém que se diz enfermeiro que tem centenas de visitas por dia utilize a escrita fácil, a bisbilhotice, a falta de rigor para se promover.

Mas só compra quem quer ou quem não pensa por si e precisa de um mentor do seu nível.

Divirtam-se
PA
 
ainda actual:

http://www.youtube.com/watch?v=Y5yaFEkmJrw
 
"Sou enfermeiro desde 1973 sempre exerci funções num hospital geral e desde sempre executei esses procedimentos"


Há muita história para trás antes de 1973, sabia?
 
ou ainda e com mensagem aos jovens :

www.youtube.com/watch?v=xyN1A2IOtbA&feature=related
 
"É bem triste ver ao que chegaram os enfermeiros, e observar como alguém que se diz enfermeiro que tem centenas de visitas por dia utilize a escrita fácil, a bisbilhotice, a falta de rigor para se promover."

Como pode um anónimo promover-se?
 
Finalmente um post que diz aquilo que tenho dito nos poucos comentários que tenho feito. Ao menos a si lêm-no.

Parabéns! Um excelente post. Para mudarmos a sociedade, temos de começar de dentro para fora!
 
Ai melher tanta irritação. Isso deve ser a menopausa!
 
"Um exemplo: considero que, o que hoje conhecemos como Medicina Geral e Familiar, não é mais do que terreno da Enfermagem. Apesar de estar convencionado como exercício da medicina, não tenho margem para dúvidas. Na cadeira onde está sentado um médico de clínica geral, deveria estar um Enfermeiro! Simples."

Só um louco pode fazer uma afirmação destas, mesmo sendo enfermeiro. Com enfermeiros a fazer de médicos a taxa de mortalidade deste país disparava! Doutor Enfermeiro, trata-se, que está a precisar. Estes seus delírios estão a atingir os limites da sanidade mental.
 
Continue Dr. Enfermeiro.

Tenho muita consideração por si, apesar de ser anónimo, no meio de tanta gente...admiro-o pela coragem

Dor de cotovelo há muita. Deixe-os falar, os caes ladram, mas a caravana passa.

Um abraço.
 
Concordo, é uma excelente reflexão a do DE, e este é um bom espaço de debate e partilha.
Concordo tb com o colega que indica que a mudança tem de ocorrer de dentro para fora, é dentro de cada um que a mudança tem de ser operada.
Tem, DEVE existir uma cultura de exigência nos serviços, por parte das chefias e directores (sem ser ditatura como o outro 'esvaziado' colega, da celeuma abaixo), mas uma cultura que exija e imponha qualidade, anda tudo numa atitude morna e acomodada.
Não fiquem à espera de um Decreto, de ordens do MS ou da OE, ou de outro lado qualquer.
Aprumem-se nos principios e nos valores, prestem cuidados de qualidade, orgulhem-se do que fazem, e deixem-se de atirar culpas para o sistema, para as carreiras, para os sindicatos, para os professores, escolas, etc.
Trabalho de dia e de noite, independentemente do vencimento ser sempre o mesmo se trabalhasse das 9/17h ou das 8/16h, faço-o por gosto pessoal, para bem de todos, e sobretudo da enfermagem.
parafraseando o gato fedorento...'falam, falam mas não vos vejo a fazer nada'
Lancem ideias para a mudança, para mudar o que está mal...
Que saudades dos anos 80 e do clima de competição positiva e construtiva que existia entre colegas. Chorava por não conseguir fazer mais ao doente e lhe garantir bons cuidados e qd a chefe me chamava a atenção, que respeito, que mal me sentia por ter errado...hoje qd se chama a atenção, são mil politiquices, uns mimados... reivindicativos mas sem substracto.
 
Pobre doutor enfermeiro depois que contou a SUA história, " e como se impunha perante aadministração..."
todas as mentiras que escreveu naquela postagem...

aprendeu uma máxima:

posso contar todas as miragens que me passem pela "cabeça" porque já passei no exame.

e passou mesmo - cada UM tem aquilo que merece.

Parabéns anónimo das 10.03 fez o DE sair do covil.
vigilante
 
é por causa de colegas como o das 10:03 que a enfermagem está a chegar aonde está na actualidade.

já em comments anteriores manifestava a minha posição, em todo coincidente com a do carissimo DE:
urge, aos enfermeiros uma mentalidade de constante e sólida arquitectura do saber, do nosso saber cientifico
actualizações constantes das bases de actuação farmacológica (porque como o Naifas já disse e com razão, HÁ muitos enfs que administram sem terem conheciemtno de perfil farmacológico, sobre a droga que manipulam...)
é preciso assumir o tratamento aos doentes com a segurança no agir autonomo (implica conhecimentos sólidos) deter uma ciência capaz de actuar com base num alicerce farmacológico e não farmacológico
(este ultimo, deveriamos dominá-lo por completo e irrita-me que muitos colegas nem sabem como posicionar um doente com manifestação de dispneia, outros não sabem efectuar cinesiterapia - não são só os especialistas) e muitos colegas só sabem fazer tratamentos de pensos tipo "chapa 5" hidrogel e uns dividendos do laboratório...

e vêm para cá dizer que trabalham desde 1973!!!!

são colegas dessa altura que agora andam em congressos a verbalizar conhecimentos não actuais, desempenham cargos muitos de gestão, de participação em comissões etc. que nada de benéfico à enfermagem têmm dado.


exemplo: os colegas da OE.

parafraseando caro DE "irrita-me.. que estes platelmintes da enfermagem não vão para a reforma"

enfermagem ruuullllllllleeeeesssssssssssssssss
 
Um post rico em conteúdo e feliz nas reivindicações. Mais um grande artigo!!!
 
Sobre o post...

"Irrita-me que os muitos Enfermeiros não dêem a devida importância à formação contínua e à actualização científico-profissional."

Já se questionou sobre as REAIS possibilidades que os enfermeiros têm para se formar ao longo da vida? com congressos a 400 euros? cursos com mensalidades a 400 euros, étc.? Sabe qual é o ordenado MÉDIO de um enfermeiro em Portugal?
E o que é que diz sobre o apoio institucional mesmo naquilo que são os direitos dos enfermeiros, e do reconhecimento pela formação feita, e da inveja que paira nas organizações de saúde, da discriminação, do afastamento, das represálias internas e externas aos enfermeiros que estudam? Bom, olhando já agora para os reflexos que as competências adquiridas têm na vida profissional, não vale a pena irritarmo-nos com a formação.


"Irrita-me a inércia dos Enfermeiros relativamente à conquista/evolução de novos campos de actuação/aumento da sua esfera competencial (e que se resignem às funções delegadas)."

A profissão não evolui casuisticamente; há um todo que enforma a mudança e esse conjunto é que dirá o que a profissão vai ser no futuro. Penso que muitos de nós não aceitam novas funções porque isso não lhes acrescenta nada como profissionais. Vou-lhe dar alguns exemplos:
1. Uma colega nossa iniciou uma consulta de apoio à pessoa com diabetes; essa consulta era contabilizada como “consulta médica”. O colega continuaria a realizá-la? Eu não!
2. Houve tempos em que os enfermeiros eram os primeiros ajudantes em intervenções cirúrgicas major; eu conheço alguns desses enfermeiros que já estão reformados. Eles eram bons. Eram primeiros ajudantes e de primeira categoria. Nos registos das intervenções cirúrgicas que ajudavam, vinha lá o nome deles como primeiros ajudantes. Mas, o salário que lhes era pago era de enfermeiro. E mais, o que era dito aos doentes era que tinham sido dois médicos a operar. É claro que não queremos novos campos de intervenção, à sombra dos outros, à esmola. Por isso, acabou-se a mama e agora se não houver primeiro ajudante MÉDICO, ninguém avança!
3. Também havia o hábito de serem os enfermeiros a “encerrar a pele”!... Suturar, algo a que tantos ambicionam. Mas era um trabalho “menor” diga-se de passagem, porque a parte nobre, prestigiante, lá dentro, nas entranhas, nos mistérios do corpo… era com o médico. Para que nos interessa essa esmola? Fazer o que os outros não querem?
4. Gessos… Era uma tarefa que os enfermeiros assumiam com naturalidade – alinhar, engessar! Hoje já não se encontra esse facilitismo porque as circunstâncias mudaram: os enfermeiros abriram os olhos e já souberam dizer NÃO! Libertaram-se de parte da escravidão que os subjugava. Eram criados dos médicos. O doutor ficava a dormir descansado porque tinha lacaios para resolverem tudo.

Afinal, as novas competências (técnicas) sempre tiveram ou não muito a ver com aquilo que os outros já não queriam fazer? Quem sobrava? O macaco do enfermeiro! Hoje já não é assim e os enfermeiros não fazem mais do que aquilo que lhes compete; fazem é menos e se realizassem intervenções de enfermagem adequadas às necessidades das pessoas, pois pode crer que não lhes sobrava tempo para devaneios de querer mais funções, mais… Afinal os enfermeiros querem dar às auxiliares o trabalho sujo da enfermagem para depois irem fazer o trabalho sujo dos médicos. Olhe, eu não quero fazer consultas – se quisesse fazer consultas teria ido para medicina. Aliás, gabo a pachorra dos médicos de estarem sentados um dia inteiro a ouvir histórias desde a varicela à demência senil, e a passar receitas. Detesto esse trabalho e prefiro ajudar as pessoas nos cuidados de higiene, na alimentação, no conforto, étc.; e também gosto de zelar pela arrumação, pela limpeza, pelo bom ambiente nas enfermarias. Dos médicos só quereria o salário e mais nada. Detesto fazer as tarefas que dependem da prescrição deles; detesto ser obrigada a administrar tratamentos fúteis e inúteis; detesto que escrevam na folha de terapêutica “BANHO” ou “LIGADURA LAXA”. Se fossem eles a realizar essa tarefas, não me chateava nada.

"Irrita-me a heterogeneidade conceptual/formativa/opinativa que ainda prevalece no seio da classe."

O pensamento único é muito mau… Para quem já viveu num país com uma ditadura marxista leninista, as suas palavras arrepiaram-me. A diversidade é enriquecedora, quer ao nível conceptual (as discordâncias às vezes iluminam zonas de sombra muito interessantes), quer formativo. Tenho colegas com experiências interessantíssimas a nível de formação – até de base - que eu não tenho.
Quanto às diferenças de opinião, as pessoas são livres de pensar e opinar, desde que não ofendam os outros. Se tivéssemos que ser todos da mesma opinião, em vez destes comentários no seu blog, apareceria uma sucessão de “Améns!...” Ora, isso é contrário à liberdade de expressão e típico do ambiente de bajulação com o qual muitos de nós estão traumatizados.

"Irrita-me que a escolas fomentem o serventilismo em detrimento da dignidade profissional."

Não é expectável que as escolas venham dizer aos estudantes que na vida profissional vão ser uns revolucionários para depois irem para o olho da rua! As mudanças fazem-se em todas as direcções, desde que as pessoas queiram mudar. Já se perguntou à classe de enfermagem se os enfermeiros querem ter mais funções? Não, não vale contar apenas com a opinião de meia dúzia de indivíduos que foram para enfermagem enganados. Pergunte-se a uma amostra significativa e haverá surpresas.

"Irrita-me que se escolha apenas o caminho da dimensão psico-sócio-espiritual em Enfermagem, desprezando a sua dimensão bio-orgânica, química e farmacológica!"

O problema é que não há aqui escolha entre dois caminhos: o que há é uma dificuldade em ver valorizada a primeira dimensão que focou e uma clara rejeição ao segundo. A rejeição não se faz por palavras, como sabe.

"Irrita-me que os Enfermeiros só se apercebam dos erros estratégicos depois deles terem sido cometidos."

Pois é, mas a estratégia é isso mesmo – é um caminhar pela selva, pata ante pata, de orelhas em pé, cauda esticada, pêlo eriçado… à defesa ou ao ataque, mas sempre sem certezas.

VV
 
Há muitas formas de adquirir e actualizar conhecimentos sem ser necessário recorrer a cursos pelos quais de pagam verdadeiras €€€€. Algumas são gratuitas e disponiveis na NET. Por vezes é uma questão de procurar.

O post e este ultimo comentário não são antagonicos, mas apenas se complementam.....
 
"prefiro ajudar as pessoas nos cuidados de higiene, na alimentação, no conforto, étc.; e também gosto de zelar pela arrumação, pela limpeza, pelo bom ambiente nas enfermarias"


É ISTO MESMO QUE PREOCUPA O DR. ENFERMEIRO E A MIM! ACHO QUE É ISTO A QUE ELE SE REFERE COMO HETEROGENEIDADE CONCEPTUAL!! ESPANTA-ME EXISTIREM ENFERMEIROS ASSIM COMO A VV. NÃO VAMOS A LADO ALGUM!
 
VV:

Em muitos hospitais e serviços, o que eu vejo é os enfermeiros a ficarem com tudo o que ninguém quer...incluindo algumas tarefas das AAM!

A Srª VV (pelo discurso parece prof de enfermagem) pensa mesmo que os médicos querem "chutar para fora" competências como:

- Suturar (nem que sejam pequenas suturas);
- Gessos;
- Instrumentista e 1º ajudante de cirurgia;
- consultas de vigilância.

Não vive, nem conhece a realidade!

No post anterior alguns colegas falam que a DGS diz que a imobilização de um doente tem de ser prescrito pelo médico e Srª ainda julga não estamos a perder competências e a perder capacitação técnica e de juizo, para podermos tomar ao nossas decisões.

Quando a colega(o) tem pela frente um pequena lesão traumática simples, mas que necessitava de ser suturada, o que faz?

Se um doente num hospital tiver dor de cabeça porque dormiu mal durante a noite , o que faz?

Se quiser fazer um penso como profissional liberal e o doente lhe pedir uma receita para comprar o produto, o que faz?

e mais ...

mas a resposta é só uma:

Chama o médico.

Como que a profissão evolua assim?

Continue a ensinar o seu alunos a fazer lindos processos de enfermagem com lindas prescriçõe de enfermagem, como:

- Gerir ambiente;
- administrar terapêutica prescrita pelo médico;
- dar apoio emocional;
- Lavar o doente com água tépida (já experimentei com vinho frio mas não resultou...)

...

E aguarde, pois qualquer dia, fruto de enfermeiros com um determinado pensamento, ainda vamos assistir a prscrições médicas como a higiene e a mobilização, a acabar na arrumação do quarto do doente.

A culpa de tudo o que se está a passar é dos enfermeiros, principalmente dos que têm mais responsabilidades:

Enfermeiros profesores;
enfermeiros directores;
enfermeiros supervisores;
enfermeiros chefes;
enfermeiros especialistas;
outros enfermeiros - que são quem menos culpa tem e que são a larga maioria (muito, mas muito mal pagos e muitos claramente explorados...)
 
Por definição, estratégia é como os recursos serão movidos para se atingir determinado objectivo. Ora, neste caso não se pode pedir a cada enfermeiro que delineie uma, para a orientação, progressão para a profissão. No entanto, compete antes à adormecida Ordem dos Enfermeiros e a alguns enfermeiros em cargos de destaque, conceber essa estratégia e mobilizar os enfermeiros para tornar os seus objectivos reais. Na prática sabemos que não existe estratégia pelo menos no que concerne à questão das competências...
Naturalmente, devido a esta lacuna existe uma chuva de ideias, onde existem os conservadores e os progressistas. Mas objectivamente temos vindo a assistir (durante largos anos) à "ocupação" de áreas até aí à responsabilidade da enfermagem. Ao invés, do que seria de esperar, a enfermagem não tem evoluído nas suas competências, pelo menos de forma oficial... Sabemos que temos muitas acções que realizamos, que legalmente não serão nossas, mas as desempenhamos bem e já algum tempo, mas então, porque não as reclamarmos para nós, não necessariamente, em exclusividade. O não reconhecimento oficial e legal, leva a que todo este tema esteja um pouco nublado…
W acha que vamos por os enfermeiros a realizarem intervenções cirúrgicas? É lógico que as outras profissões deixam cair o menos lhes convém. Agora ao aceitarmos vamos de certeza evoluir. A alternativa é a estagnação. Podemos ver o assunto de outra maneira, porque não reclamam os enfermeiros para si, o que se acham capazes de realizar e até o que já realizam há largos, mas sem o devido reconhecimento. Acha que em instituições de acção social não é dignificante e importante (mas com o devida responsabilidade) que o enfermeiro de forma independente administre soroterapia, medicação (antipirética, antidiarreica, analgésica, etc.), altere esquemas de insulina, escolha o princípio activo (tratamento) para feridas… Creio que será a mudança passará por fazermos actividades que ainda não fazemos ou fazemos e não nos reconhecem como nossas. Obviamente, é necessário vontade e estratégia por parte da OE e dos enfermeiros que apoiem.

Desassossego
 
Só tenho "pena" que alguns dos comentadores que surgem em blogs , por vezes se escondam das suas responsabilidades quando é preciso participar em greves em Reuniões, em eventos onde se decide a profissão.

Ficar sentado sem participar ou discutir assuntos nos corredores é mesmo muito mau.

Se Enfermagem precisa de saber, assumam este saber no dia a dia, lutem contra o que está errado, mas façam-no participando e não só falando!!
 
"O post e este ultimo comentário não são antagonicos, mas apenas se complementam....." Complemento o que disse em acima.... Ambas traduzem a realidade, mas duas realidades...Versão de quem trabalha e a versão Escolastica....

O Colega lifepassenger tem a sua razão. Somos ums classe que fala muito, escreve muito, mas pouco participamos. Falta saber o porquê da pouca participação. Damo-nos coragem uns aos outros nos blogo´s, nos serviços, nos corredores, mas por vezes esquecemo-nos de dar coragem a "nós" proprios na hora da acção. Depois dizemos, a culpa é de todos. Não é de todos, mas de uma grande maioria que por um motivo ou por outro simplesmente se deixa arrastar, maioria essa que está cansada de lutar, desmotivada e apenas quer viver o dia a dia e sem trazer ou fazer ondas, com medo das repercurssões! A estagnação é a alternativa á mudança. A enfermagem acompanhou a evolução tecnologica e do conhecimento humano nas suas varias vertentes, mas pouco ou nada Inovou.
Mudou, mas não INOVOU!

O Colega Desassossego disse:
"Creio que será a mudança passará por fazermos actividades que ainda não fazemos ou fazemos e não nos reconhecem como nossas. Obviamente, é necessário vontade e estratégia por parte da OE e dos enfermeiros que apoiem."
Mudava a palavra Mudança, para Inovação! Já era um bom principio isso acontecer, já era uma forma de Inovar.

A Enfermagem precisa de Inovar, a mudança não basta nos tempos que correm!
 
Dr. enfermeiro em que ponto esta a carreira de enfermagem? O Ministerio da Saúde não entregou proposta nenhuma ou os sindicatos ainda não a revelaram? Se não porque? Alguem me sabe dizer?
 
Ontem houve reunião entre Sindicatos e Governo.. Aguardam-se ecos sobre o que se terá passado nesta reunião.
 
irrita-me é seres enfermeiro e pensares que és drº
 
A reunião não era para dia 14 de Novembro entre o governo e os sindicatos?

Nuno
 
ao comentário das 10:18

Onde é que existe formação gratuita disponível na net, credível e reconhecida pelas instituições onde trabalham os enfermeiros? Estudar para aumentar conhecimentos, ainda vá...; mas, "formação contínua", no sentido de abrangência e implicações que a expressão tem...

ao comentário das 10:42

Uma equipa de enfermagem assemelha-se a um bosque, onde, se cantassem apenas os pássaros mais bonitos e os que cantam melhor, estaríamos perante um silêncio ensurdecedor. Nós tabém somos assim: há profissionais para todos os gostos. Uns gostam mais de máquinas, outros de mesas de cabeceira, outros estão-se nas tintas para tudo; como trabalhamos à vez, vamo-nos revezando e as coisas vão andando num registo mais ou menos linear...

ao comentário das 11:18

Não se irrite. Não diga que eu não vivo nem conheço a realidade. Não insinue que eu possa ser professora ou que ande a ensinar os meus alunos não sei quê, não sei quê mais. Não fale do que não sabe. Só deixa a descoberto misérias que deve guardar para si. Não deixe que as reservas mentais que tem em relação às pessoas que têm outras opiniões inquinem os seus argumentos. Assim nem dá para trocar impressões!...

Eu nunca fiz trabalho de aam. Pode-me dar exemplos de casos que ilustrem essa sua afirmação?

Não me diga que ficou a saber assim há tão pouco tempo que a "contenção física" - que não é só imobilização mas também isolamento - das pessoas que estão doentes implica "partilha de responsabilidades"! Pois, essa medida só perde por ser tão tardia, embora já tenha barbas. Concordo em absoluto, subscrevo e até lhe digo mais: numa destas noites recusei-me a imobilizar um doente porque a senhora doutora não quis sair do aconchego da sua cama para vir escrever no processo do doente que ele devia ser "amarrado". Foi um escândalo e uma irritação! Sabe, é que eu li a circular e compreendi o alcance do que lá está. Contrariamente ao que pensa, eu sou enfermeira e já vi muita coisa. Não gostaria que um qualquer me amarrassem, a mim ou a alguém, para poderem estar "mais descansados"; ou que me fizessem uma fractura de ambas as clavículas por me "amarrarem" a uma maca e depois elevarem a cabeceira porque eu estava com dispneia; ou que me pusessem um lençol à volta do tronco e viessem dar comigo pendurada na cama com o corpo flectido sobre o lençol e toda babada, urinada, azul e morta! Compreende que estas práticas não podem continuar restritas a um profissional, a um serviço; tem que haver envolvimento e responsabilização partilhada para que haja testemunhas e não se vá pelo caminho mais fácil. Leia a circular e pense antes de colocar na linha da frente o protagonismo que pensa que deve ter. E sobretudo, não se irrite.

VV
 
A questão da contenção física e da circular:

Não se trata de partilha de responsabilidades, trata-se de um prescrever e o outro executar - tem de ler a circular novamente (se o médico prescrever para imobilizar um doente e o enfermeiro não imobilizar de quem é a responsabilidade? - que grande partilha de responsabilidades !!! Ninguém gosta de imobilizar ninguém mas se trabalhar diariamente com uma população doente e cada vez mais idosa e com as demências próprias da idade, por vezes é o último recurso.

Sabe, o mundo muda e as pessoas evoluem, porque felizmente há ainda quem se vá irritando e não fica impávido e sereno a ver a caravana passar!

Irrite-se, por favor!
 
Sr.ª Prof. de Enfermagem VV:

Compreenda uma coisa - ninguém vai pagar como licenciado a alguém que passe a maior parte do tempo a fazer camas, cuidados de higiene e mudar fraldas - pode-lhe dar outros nomes. É preciso centrarmo-nos noutras competências, muitas não necessariamente novas. A enfermagem tem vindo a perder para outras áreas competêcias técnicas próprias da enfermagem.

Se não quer que a enfermagem desapareça ou que se torne uma verdadeira nulidade, então irrite-se com muita força!
 
Caro Vítor, para mim nomenclatura é indiferente, nós sabemos o que é preciso. Somos poucos, veja-se no blog somos quase sempre daí a inovação estar oxidada... Mas acredito que o que aqui escrevemos é o pensamos no seio das equipas, várias vezes expus o que penso a colegas. Com certeza foi pouco consequente, mas pelo menos talvez tenha posto algumas cabeças a pensar... e "quando um homem se põe a pensar, não há só gaivotas em terra"...
Irrita-me mais, ainda, quando alguns colegas recusam fazer algumas coisas, não por estigma de competências ou responsabilidade, mas antes porque não querem ter mais trabalho...

W não respondeu sobre a autonomia que existe, ainda não devidamente legal e reconhecida, por exemplo na realização de pensos, administração de terapêutica...

desassossego
 
BOas!!!Alguem me pode dar boas novas (ou nao) acerca da evolucao ( ou nao) da contra-proposta do MS?!Em que ponto estamos?

Agradecido
MS
 
Cara Profª Drª NÃO-ENFERMEIRA VV:

Ignorando outras barbaridades, como é que pode dizer/escrever/PENSAR "por favor não se irrite"?

Concerteza não pertence á classe de enfermagem e tem total desconhecimento do clima que a profissão atravessa...

Ora a interpretação que se tira daquele post finalizando com "por favor não se irrite" é:

"Caro colega, voçê está bem não está? então porque se chateia?"


"Irrita-me que estes platelmintes da enfermagem não vão para a reforma" (DE)
 
Prescrevo:
Alprazolam 0,5 mg 3x dia
Diazepam 10 mg SOS
As Melhores,

P.S. Confie em mim que sou enfermeiro
 
Desgraçado do enfermeiro!

Tem um doente agitado, em abstinência alcoólica, retira soros O2, atira-se da cama abaixo, está com desequilíbrio, ...

O que faz o coitado do enfermeiro?

O médico prescreve medicação que não surte efeito (é o habitual …) e cada vez que o enfermeiro o chama diz para o tentar sossegar, que ele quando (se) tiver tempo já lá vai...

Se dá medicação não prescrita, leva nas orelhas da OE, da OM e afins...

Se não dá, o doente ou foge ou aleija-se ...e quem é o culpado?

Ahh! Vou imobilizá-lo, até tenho uma cenas próprias para o efeito ...novo problema não pode pois o médico prescreveu para não imobilizar (é um acto susceptível de prescrição médica, segundo a referida circular que já referiram)

O melhor é tomar o enfermeiro (sugestão de outro colega):

Alprazolam 0,5 mg 3x dia
Diazepam 10 mg SOS

para não se irritar…

ops! Também é preciso receita médica!

O que fazer segundo a VV?

Lavar o chão, dar banho e dar-lhe a mão rezando três avé Marias.

Eu adoro o psico-social e não suporto colegas que são mal educados com os doentes, a profissão necessita de gente que cuida de gente, e de humanidade...mas também necessita de gente inteligente, perspicaz, astuta e que se IRRITE com esta minimização que fazem do enfermeiro como profissional.
 
Alguém sabe em que ponto está a negociação para a nova carreira de enfermagem com o ministério da saúde?
Foi, ou não entregue, por parte do ministério, a proposta da nova carreira?
Já agora, concordo inteiramente consigo, Dr. enfermeiro, e já perfilho e divulgo essa doutrina há vários anos...
CONTINUE...
 
Doutor enfermeiro volte a questão que mais interessa a todos os enfermeiros nesta altura. Carreira de enfermagem. Em ponto é que esta a negociação. Existe ou não proposta do governo!?
 
Se tem alguma novidade sobre a carreira, por favor, divulgue.
Obrigado.
 
"Onde é que existe formação gratuita disponível na net, credível e reconhecida pelas instituições onde trabalham os enfermeiros? Estudar para aumentar conhecimentos, ainda vá...; mas, "formação contínua", no sentido de abrangência e implicações que a expressão tem..."

Há outras fontes que não a NET. Esta foi a titulo exemplificativo..

Alguem disse:Procura e Encontrarás...

Colega desassossego, concordo com o que diz! Subscrevo até! Mas teremos que Inovar. Não "oxidar"! O colega Nel disse algo de importante. Este blog pode ser o ponto de partida...
Saudações colega desassossego
 
Pois é, o problema é que todos queremos ser muito importantes, não é? Todos queremos ser respeitados, que nos venerem cá para o alto da nossa iminência!... Os heróis!!!
Mas a verdade é que há uma certa essência de ser pessoa que falta a muito boa gente; pena é que muitos desses tenham escolhido (ou foram empurrados pelas circunstâncias)uma profissão em que têm à mão gente fragilizada a quem pensam que podem fazer o que lhes apetecer. Mas mesmo assim enganam-se porque há muito boa gente alerta. E se querem ser outra coisa, deixem esta profissão onde um dia pensaram que poderiam ser "alguém". Isto não é para todos e há muitos que andarão por aqui a arrastar-se, a lamentar-se, a desvalorizar outros, só porque sairam frustradas as suas aspirações e nunca tiveram coragem para enfrentar as suas insuficiências. Vai ser penoso, para eles e para os doentes que lhes passarem pelas mãos. Já os estou a imaginar, agoniados e tristes...

Quanto aos pensos e à autonomia dos enfermeiros, é uma questão sobre a qual tenho muitas reservas, não porque não seja uma área perfeitamente ao alcance da profissão, mas pela fraca qualidade técnica que actualmente têm muitos desses procedimentos. Conheci um enfermeiro (jovem) que tinha muitos bons resultados com a aplicação de alcóol em escaras! Já para não falar na aplicação de "ulcermin" e outras porcarias, numa base meramente empírica e desprovida de qualquer ética. Gostava de saber se o fariam a um seu familiar. Se calhar até faziam. Não basta erguer bandeiras a dizer que se percebe muito de feridas e pensos, quando na realidade as coisas são muito diferentes do que se pretende dizer. A avaliação do estado da ferida, a limpeza das feridas, a assépsia, a escolha de tratamento, a mudança de penso, são apenas alguns dos pontos onde há um longo caminho a fazer; depois passamos à parte seguinte: é que apenas 20% da cicatrização depende de condições locais, isto é, dos pensos. Os restantes 80% têm a ver com as condições sistémicas relacionadas com infeccção, circulação, nutrição, parte emocional, condições de repouso, étc. Depois, tratar de uma ferida é também prevenir o aparecimento de outras feridas e nisso também ainda há um longo caminho a percorrer: ainda é raro o enfermeiro que, ao fazer um penso a um pé diabético, inspecciona o OUTRO pé, por exemplo. Portanto, sobre isto muito haveria a discutir.

As coisas não são bem como queremos nem estamos a brincar ao faz de conta, sabiam?

VV
 
parabéns mais uma vez,dr enfermeiro sou enfermeiro e sinto essa irritabilidade e tenho pena que a maior parte de nós não sinta isso.

quanto aos enfermeiros dos centros de saúde fala-se já algum tempo no enfermeiro de família que até hoje não foi implementado,o enfermeiro nesta area têm muito a fazer na promoção da saude e prevenção da doença.Como funcionam os nossos domicilios vão num taxi este está a cobrar e os enfermeiros estam preocupados porque numa tarde têm 30 ou mais domicilios e têm que correr e quanto mais cedo acabarem melhor é para eles como para o taxista ,isto é enfermagem curativa e nada mais.compreendo que é um trabalho duro e que deveria ser estruturado de outra maneira .não metem pessoal,as condições de trabalho nos domicilio são duras.nós sabemos que os medicos fazem domicilios pelo telefone ou por receitas,o unico técnico de saúde que o utente vê é o enfermeiro que passa a correr que até devia voltar duas ou mais vezes ver esse utente mas devido ao sistema é impossível, logo eu digo mais sr.dr.enf os cuidados de saúde primarios deveriam de ser dos enfermeiros tendo um ou dois médicos era suficiente para estes receitarem,copiarem exames, preencherem os papeis para encaminharem os doentes para os diferentes hospitais ,já que os enfermeiros ainda não podem fazer isso, porque promoção e prevenção nos centros de saúde os Doutores não fazem.Já repararam que ao lado de um centro de saúde está sempre um consultório médico, porquê será ?" quanto á taxa de mortalidade aumentar" os srºs drs dos centros de saúde sabem fazer manobras de ressuscitação? Têm algum carro de emergencia ? têm medicação de urgencia ? Têm desfibriladores? NÃO TÊM NÂO SABEM E NEM QUEREM SABER (nota-este meu conhecimento é da região Norte-) flor
 
Dr. Enfermeiro

Um dos seus melhores posts até agora.

Subscrevo cada letra, ... cada palavra.

Uma coisa é clara: há uma enorme heterogeneidade entre nós.

A mim irrita-me que ainda haja gente que não o entenda.

Quanto ao ivestimento na formação, basta ir à net. É grátis (ou de borla). Está lá tudo. É preciso é uma coisa que uns temos mais que outros: vontade!

Já uma vez lhe lancei este desafio: porque não se candidata a um cargo dirigente na ordem? Dê a cara. Vai ver que o apoio que tanto receia não ter na hora da verdade, aparece. Surpreenda-se. Surpreenda-nos.

Também me irrita que alguém tão capaz, não arrisque um dia destes, quando houver oportunidade.

É que a heterogeneidade pende sobretudo para o lado dos menos capazes, portanto, aos mais aptos cabe...

Cumps
 
OH Flor és uma idiota!
 
Ó caríssimo anónimo das 8:58.

Alprazolam 0,5 mg 3x dia
Diazepam 10 mg SOS

para não se irritar…

ops! Também é preciso receita médica!

O que fazer segundo a VV?

Lavar o chão, dar banho e dar-lhe a mão rezando três avé Marias.

Só me merece dois comentários: brilhante e hilariante.

Ri-me como já não ria há muito tempo. Enfim, dirão alguns, há gostos pra tudo

Cumps
 
W:
Pelo que diz todos os enfermeiros não têm capacidade de raciocinar, de realizar formação, da visão holística, do todo mais que a soma das partes, como tanto apregoam as escolas retoricamente ou não, será que todos os professores leccionam o que leccionavam há 10, 5 anos atrás com as mesmas cábulas, mas agora em formato power point? Será que os professores enfermeiros não se desligaram da prática da enfermagem? Não existirá excesso de ética no curso de enfermagem, não estaremos a formar éticos em vez de enfermeiros?

A vontade de evoluir não deve ser confundida com vontade de ser outra coisa, não.
Vejamos os enfermeiros australianos, ingleses, norte-americanos que pela sua evolução não deixaram de ser enfermeiros? Não deve ter complexo de inferioridade, podemos ser enfermeiros e ser "alguém", é mais que legítimo, porque não?
Acho que até fazem falta enfermeiros em cargos políticos quer a nível local ou nacional, apenas pelo prestígio que podem conferir à profissão, pelo consequente destaque. Será por sermos uma profissão complexada ou maioritariamente feminina?

No que concerne à autonomia/independência, compreendo as suas reservas, mas deve assentar nos pilares da responsabilidade e conhecimento.
Mas aqui as escolas deviam ter um papel exigente, como deixar passar pela sua lente, pessoas ainda sem o conhecimento apurado, serão das cadeiras e provas rotinizadas? Falta de teste prático, falta de locais de estágio adequados, falta de bons orientadores? Porque as escolas não fornecem uma bagagem mais ampla com visão estratégica das necessidades dos enfermeiros na prática? Se eles possuírem o conhecimento necessário já concorda que estão aptos?
Tenho feito formação nas áreas que penso ser mais importantes. O empirismo, companheiro da enfermagem, deve ser combatido. Porque é que a maioria da investigação em enfermagem não é consequente na prática real da enfermagem? Porque os enfermeiros não sabem e ou não querem fazer investigação? Porque as escolas, quem ensinam os enfermeiros a realizar investigação, os orientam para temas muito teóricos?

Ninguém detém todo o conhecimento, isto é válido para todas as profissões, agora irrita-me é quando existe uma necessidade de conhecimento e não se busca satisfazê-la.

O que é facto, é que existem campos abertos onde os enfermeiros já entram e devem entrar, porque a OE não os apoia e fornece formação e certifica quem quer ir mais além?

Têm existido progressos no concerne aos cuidados de saúde primários, contudo o enfermeiro de família, ainda não é uma realidade plena. Talvez, porque o enfermeiro ainda está muito ligado ao ficheiro médico... Mas concordo que é uma área onde se pouco tem evoluído... Falta de capacidade, de vontade, de coragem, de apoio por parte da OE, falta de elementos para implementar projectos inovadores? Existirá uma lacuna em não responder de forma plena às necessidades de educação para a saúde das populações prestando cuidados de saúde a nível da prevenção primária, tentando evitar inúmeras situações como pé diabético (W costuma fazer pensos? tem formação? faz por recita médica? ou usa a via empírica padronizada? porque há tão pouca investigação de enfermagem nesta área?)... Vejamos as visitas domiciliárias de cariz "preventivo" ou de conhecimento do indivíduo/família que quase não existe. A educação para a saúde não está bem fomentada, não tardam aí os técnicos de educação para a saúde…

W agradeço o seu contributo, conservador, de quem os jovens não têm nada a dar, mas que nos permite uma discussão mais ampla e um "conflito" saudável.

Desculpem o alongamento.
Desassossego
 
Também acho que o post e o comentário da VV são complementares.
É neles que residem as alternativas: o questionamento e o apontar caminhos, e pô-los em prática...a sério leiam com atenção!
 
O comentário do Colega Desassossego mericia ser colocado em post.
O post do DE e do comentário do Colega Desassossego, esses sim se Complementam...
 
VV tem uma visão muito conservadora da enfermagem.

Todas as dúvidas que coloca nas capacidades dos enfermeiros são igualmente válidas para outros técnicos de saúde.

Mas, cara VV, a nível da execução de pensos (por exemplo) se não fossem os enfermeiros a mudarem, e alguns a irritarem-se, ainda hoje tudo o que era úlcera de pressão levava com DAKIN prescrito pelo cirurgião (e com que base científica?)

Actualmente há muitos enfermeiros a saber muito sobre úlceras e feridas.

Como em todas as profissões há os bons e os maus.

Vamos deixar de nos menosprezar, está bem?

É preciso actualização constante, por isso é que possuímos um diploma de curso superior (até é de licenciado, pasme-se)
 
Os comentários da VV - são mesmo esses que me "irritam", e simultâneamente, me envergonham.
Pelo conservadorismo. Pela falta de visão. Pela resistência à mudança. Pela fixação numa Enfermagem que já é passado.
 
Doutor enfermeiro , parabéns pelo seu blog. Nem sempre concordo com o que escreve mas é inegável que colocou muita gente a reflectir sobre enfermagem. Em relação a este post e alguns comentários, na minha opinião existe percepções diferentes sobre o conceito do que é enfermagem e ser enfermeiro. Penso que o conceito de enfermagem como profissão que têm duas vertentes ( dimensão técnica e dimensão relacional)está obsoleto. A profissão de enfermagem têm como objectivo "o diagnóstico das respostas humanas à doença e aos processos de vida a partir do qual se concretiza um processo de cuidados profissional em parceria com a pessoa/cliente"- Prof Abel Paiva.... Se olhar para enfermagem nesta perspectiva não é possível dissociar as duas vertentes existentes no nosso desempenho.

Em relação á irritação que os enfermeiros provocam por utilizaram argumentos pouco válidos e não basearem a sua prática na evidência, concordo plenamente consigo...neste aspecto penso que algumas escolas têm muita culpa.

Em relação à prescrição de pastilhas....A pergunta que faço é porquê acha importante?....pela visibilidade que vai dar? ou porque no EUA os economistas da saúde repararam, motivados pela falta de médicos, que ficava mais barato terem enfermeiros ( nursing practitioners) a prescreverem 19 fármacos, devidamente treinados em escolas de medicina. Se queremos visibilidade penso que devemos centrar-nos nas áreas onde produzimos ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem.......a visibilidade está aí e não em prescrever 19 pastilhas que se calhar já são de venda livre e qualquer pessoa pode "prescrever"(comprar).
 
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Porque é que um enfermeiro não pode prescrever um paracetamol ou um penso hidrocolóide extrafino?

E porque (ao mesmo tempo) os farmacêuticos podem administrar injectáveis?

A área da enfermagem é diferente da medicina, quem quiser diagnosticar e tratar doenças, o curso adequado é medicina, e terá a nobre e importante profissão de médico. Mas a saúde não se esgota em diagnosticar doenças e no seu tratamento e é por isso que existem mais profissionais de saúde com áreas algumas vezes sobrepostas, naturalmente.

Não existem áreas sobrepostas entre dietistas e nutricionistas?

E entre engenheiros civis e arquitectos?

E entre assistentes sociais e educadores sociais?

E entre os variadíssimos cursos de engenharia?

E entre psicólogos e psiquiatras?

E quer mais exemplos?

O amigo da 1:44 tem medo é de concorrência, será?

Melhore o seu desempenho profissional, seja humano, dedicado e competente com os seus doentes que não terá problema nenhum, só agradecimentos e sensação de dever cumprido. Agora se for médico do estilo "brutamontes", arrogante e inseguro - aí terá problemas com a pseudo usurpação de 2 ou 3 funções já defendida pelo autor do Blog.
 
Se quer exercer competências na área de Medicina Geral e Familiar porque não tira Medicina em Vez de Enfermagem? Admito que haja alguns Enfermeiros bem posicionados para desempenhar funções mais especializadas, não podemos é generalizar... E o verdadeiro trabalho de Enfermagem, quem faz? Os maqueiros? Deixemo-nos de demagogias... O enfermeiro deve orgulhar-se da sua função de CUIDAR do doente!!!
 
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Trabalho num serviço de Medicina e penso que para fazermos a diferença no sistema de saúde não precisamos de mais funções, precisamos sim de assumir e desempenhar melhor o nosso papel, que não sendo o de "gerir o ambiente" é o de gerir o doente. Aquilo que à partida poderá parecer uma dificuldade (ou seja o facto de actuarmos em muitas áreas que se interligam com as de outros profissionais: médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais etc) é na realidade a nossa grande mais valia. Quem é que passsa mais tempo com o doente? O nutricionista elabora a dieta, o fisioterapeuta passa meia hora com o doente, o médico quinze minutos, a assistente social fala uma vez durante todo o internamento com a família, NOS somos presença constante!
Deixemos pois de nos limitarmos a dar banhos para cumprir calendário e passemos a gerir o nosso doente. Como? Avaliando a sua condição física e psicológica ( humor, estado nutricional, estado da pele,etc),estimulamdo-o na realização das AVDs,zelando pela sua segurança.
Claro que para isso precisamos ter conhecimentos cientificos, reconhecer analiticamente, por exemplo um doente desnutrido, saber quais os efeitos secundários e interacções medicamentosas dos farmacos que administramos (as vezes já era bom que soubessemos a que se destinam os medicamentos que injectamos aos nossos doentes...), recohecer um traçado cardiaco anomalo num monitor cardiaco, conhecer e praticar as boas práticas de actuação que minimizam o risco de infecção hospitalar etc, etc...
 
Aqui está uma oportunidade para debater ideias, a ser aproveitada também por aqueles que ainda não deram o “triplo salto”. Mas isso implica deixar a ofensa, que provém de um nível instintivo e não requer outra habilitação que não seja um profundo sentimento de inferioridade, de lado; não se quedar na intelectualidade e tentar avançar para uma experiência de “saltos quânticos”.

Se for para nos censurarmos, então estamos num registo mais político (luta de poder?), do que numa troca saudável de ideias.

Não considero que o meu contributo para o debate (sério) seja conservador nem tenho reservas em relação aos “jovens” profissionais, como eu. Tenho aprendido muito com gente mais antiga e com colegas recém-formados. Sou pragmática. Tento analisar as coisas sob várias perspectivas. Vejo nos outros seres humanos, gente que merece todo o respeito. Admiro os elefantes – têm as orelhas grandes e a boca pequenina. Desconfio de “alimentos embalados”. Sou contra o pensamento único e normalmente desconfio das liturgias.

Vivo mais vezes incomodada do que acomodada. Quando achei que devia, queixei-me, para o Ministério da Saúde e outras entidades com responsabilidades públicas, sobre condições de trabalho (coisa que muito poucos de nós fazemos, porque falamos, falamos, mas quando chega a vez de dar a cara, escondemo-nos com medo de perder), que foram resolvidas. Já me dispus a fazer uma greve de fome por tempo indeterminado e quando fiz a comunicação formal à instituição, o problema foi resolvido.

Gostava de saber: quantos dos enfermeiros que se IRRITAM tanto, dão a cara?

A avaliar por este blog, não serão muitos, o que é pena. Com tanta conversa, tanta revolta, afinal somos o quê? Somos todos uma massa anónima de gente? Liderados por quem? Andamos todos a aplaudir o quê? Tudo o que é dito é abençoado?

Não sou chefe, não tenho cargos nem faço parte de comissões.
Ah! … Também não sou professora, docente, nem trabalho no ensino, mas respeito essas pessoas, embora nem sempre esteja de acordo com os métodos utilizados e os conteúdos transmitidos. Também “não tenho alunos”, que é uma coisa que está muito na moda.

Compreendo a ambição de se querer mais dinheiro, mais reconhecimento social, mais prestígio, de nos destacarmos dos ascendentes da profissão – tudo isso é humano. Mas não sinto que a enfermagem esteja preparada para assumir algumas das funções reivindicadas no post, e sobretudo rejeito a ideia de que o faça deixando para outros, aquilo que é a essência dos cuidados de enfermagem ou por razões meramente económicas. Defendo que se especifique e delimite o campo de intervenção da enfermagem e o que se entende por “cuidado de enfermagem” ou, em alternativa e pela aversão que se parece avolumar em relação ao conceito de “cuidado”, “acto de enfermagem” se quisermos continuar a usar a terminologia dos médicos.
Talvez isso nos ajude a compreender como tem sido abusivamente usada a bandeira da “multidisciplinaridade”, quantas vezes para justificar a fraca assistência de enfermagem: não vem a dietista, não me compete a mim fazer ensinos sobre alimentação a pessoas que tomam ACO; não vem o fisioterapeuta, não faço levante ao doente porque não me compete; não vem a assistente social, não me compete resolver problemas da família; não vem não sei quem, também não me compete não sei quê. Pois, foi assim que o cuidado, no meu entender, de tão espartilhado que começou a ficar, passou a dispensar o enfermeiro de muitas das tarefas que a ele competem. Estão a chegar os novos licenciados em secretariado para acolher os doentes e encaminhá-los nas altas clínicas; estão na forja cursos para AAM (“acção médica”? porquê “acção médica”?), com competências para tudo e mais alguma coisa (se forem auxiliares de enfermagem, tudo bem).

Salvaguardando as devidas distâncias na metáfora que vou utilizar, diria que os profissionais que têm vindo a “assaltar” a casa, não têm entrado pelas janelas nem pelos telhados; entram habitualmente, convidados ou não, pela porta da frente, que muitas vezes fica bem escancarada.

E sobre a prevenção… Há um caminho ainda mais longo a fazer. A prevenção não é (só) aquilo que temos vindo a dizer uns aos outros. A “prevenção” pode ser o maior embuste ideológico, mas como sempre nos contaram uma só versão da história, não foi? É que as outras versões parecem-me muito mais credíveis. Mas essas não vêm à baila. Porquê?

E já agora… também não concordo com a terminologia de "enfermeiro de família", como sempre a reboque nos conceitos médicos mesmo quando estes começam a deixar de fazer sentido.

Do que se fala quando se fala de "família"? É que também está a desaparecer essa mentira em que se quer apoiar uma nova filosofia de cuidados. O "enfermeiro de família" é o quê? Intervém em que aspectos da vida das pessoas, de que pessoas, como, em que contextos e com que legitimidade? É que, ainda por cima, já nem nas zonas rurais há essa coisa de “família”. Família é o pai, a mãe e as crianças? Tudo atendido pelo mesmo médico? Pelo mesmo enfermeiro? Porquê? Onde estão os estudos que mostram vantagens desse modelo comparativamente a outros? Onde está a liberdade de escolha? Talvez devêssemos pensar no inverso e olhar para os estudos que mostram justamente que a eliminação destas “portas de entrada” não aumenta custos na saúde e produzem ganhos bem mais significativos. Talvez por isso continuemos naquele registo tradicional do “médico de família”…

Autonomia na prescrição terapêutica? Conheço a realidade inglesa e nisso concordo em absoluto com o colega Nuno Abreu.

Quanto à contenção física, não podia haver reivindicação mais infeliz do que autonomia para fazer essa barbaridade. É a cereja no topo do bolo. Espero que não queiramos passar a decidir a sedação terminal, e, com todas as perversidades que estas atitudes podem esconder, começarmos a reclamar que A EUTANÁSIA É NOSSA!

A circular é muito clara e não obriga, em ponto nenhum, à obediência, tal como não temos que obedecer a nenhuma prescrição que nos suscite dúvidas. Eu própria me recusei a imobilizar um doente numa destas noites, e a médica não me mordeu. E para quem está contra esta regulação e queira aprofundar o assunto, sugiro os relatórios de Bristol, Kent e Cantebury por exemplo. Se quiserem ir ainda mais longe, leiam também o que se passou com a (jovem) enfermeira Christine Malèvre. Verão como é necessário estar alerta para tanta coisa que se pode passar entre as paredes das instituições de saúde e como é fácil entrarmos na engrenagem, como se fossemos uma espécie de Eichmann.
E, só para terminar, sugiro que usem (pelo menos) um nickname qualquer como eu para ser mais fácil nos descompormos uns aos outros.

Cumprimentos,

VV

PS
... E por favor, não se irritem (i.e., não se assanhem, não se agastem, não se azedem, não se abespinhem,... Sejam felizes e bem dispostos!
 
É pá deixem-se de tretas...
E a carreira?
A carreira, senhores...
 
VV:

Gostei mais do que escreveu agora apesar de continuar a discordar de boa parte.

Quando tiver mais tempo explicarei porquê.

O meu Nickname é:

O ABESPINHADO

Cumps
 
Abespinhado:

Adorei a forma como assumiu a sua identidade.

Ainda bem que discorda porque nada do que eu digo é para obter concordâncias; basta-me que vejam apenas o que eu disse, que me acompanhem sem esforço e sem entesourar. E de preferência, sem ofender.

VV
 
doutor enfermeiro,
pode retirar o meu comentário das 5:53, que está repetido adiante? Obrigada
(e não se irrite)

VV
 
Ao ex.mo colega NUNO ABREU:

"A profissão de enfermagem têm como objectivo "o diagnóstico das respostas humanas à doença e aos processos de vida a partir do qual se concretiza um processo de cuidados profissional em parceria com a pessoa/cliente" - Prof Abel Paiva"

Não gosto do Prof. Abel Paiva. Basta ouvir ou lê-lo. Escreve imenso para não dizer anda. Lembre-se disto: se ele estivesse totalmente correcto a Enfermagem em Portugal não estaria como está (com uma míriade de técnicos a subsitutir enfermeiros). Um utente quer profissionais que resolvam os seus problemas de saúde. Pergunte a doente com EAM num directo de um SU de qualquer hospital...
É necessário um contexto personalizado e humano nos cuidados? Sem dúvida. Basta "revestir" a prestação de cuidados da tónica necessária. Não se esqueça que os cuidados holísticos já se ensinam nas faculdades de medicina... ou seja...


"Em relação à prescrição de pastilhas....A pergunta que faço é porquê acha importante?....pela visibilidade que vai dar? ou porque no EUA os economistas da saúde repararam, motivados pela falta de médicos, que ficava mais barato terem enfermeiros ( nursing practitioners) a prescreverem 19 fármacos, devidamente treinados em escolas de medicina. Se queremos visibilidade penso que devemos centrar-nos nas áreas onde produzimos ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem.......a visibilidade está aí e não em prescrever 19 pastilhas que se calhar já são de venda livre e qualquer pessoa pode "prescrever"(comprar)."


É muito mais do que isso. (Antes de mais não são 19 fármacos. No RU, por ex, a lista já estende a mais de 100! E não são só farmacos. São exames complemntares de diagnóstico, etc... lá sim, ouve a expressão "o meu Enfermeiro". Cá, nos moldes actuais, nunca vai ouvi-la!) É autonomizar-se em relação ao médico. É não depender do médico para tudo.
Já viu se o arquitecto dependesse do engenheiro, como o enfermeiro depende do médico?
O Enfermeiro depende da autorização médica para quase tudo.
Um exempo: "crioterapia" - aplicação tópica de gelo. Muitos julgam ser uma prescrição autónoma do Enfermeiro. Não é. Para já, qualquer analfabeto o faz, em seguida, a prescrição médica tem sempre mais valor do que a Enfermagem para qualquer circunstância. Se um Enfermeiro desejar aplicar gelo e o médico não autorizar, o gelo não será aplicado. Ponto final.

Percebe o que quero dizer quando me refido a... autonomia?
 
Boa noite digníssimos.
Espero que desta vez o Doutor Enfermeiro não me apague o comentário.
Relembro que “o suor da testa dos médicos” ainda hoje é limpo pelo enfermeiro. Enfermeiro circulante para ser mais preciso.
Enfermeiros a prescreverem? Claro que são capazes. Mas a questão não é essa. A questão é: porquê o “assalto às funções médicas”?
Sugere enfermeiros a substituir clínicos gerais? Claro que são capazes! Como alguém diria: MACACO TREINADO, FAZ DE TUDO!
Pergunto: porque não, daqui a meia dúzia de anos, termos enfermeiros a fazer transplante hepático, cardíaco e renal? Estão com medo?
Dúvida existencial: o blogue não é, quase na sua totalidade, um manifesto de irritação? Ou será que é só este post?

Saudações “incisivas”,
Senhor Doutor Cirurgião da Naifa.
 
Tenho vários passatempos, mas confesso que adoro passear pela Net.
Os comentários ao post anterior assustaram-me pelo volume, e vejo que neste, as coisas para lá caminham.
Bem espremidinhos talvez se consiga “um beliscão” na pessoa visada. É provável que nem dê por isso.
Quanto ao blogue, cada vez mais original. Uma verdadeira Banda Desenhada do tipo Asterix.
Acho que já todos nos habituamos às personagens:

Doutor Enfermeiro
Flor
Vigilante
Nel
Guidinha
Vanda
Lifepassenger (e a Vera…)
Magistral Estratega
W (adorei a parte das “avé marias”)
Emplastro (aquele que está sempre a perguntar: “COMO É QUE ESTÁ A CARREIRA?”)

Saudações “penetrantes”,
Senhor Doutor Cirurgião da Naifa.
 
O Naifas tem razão, eu sou enfermeiro circulante e só este mês já mudei 3 pensos e sete tampões enquanto as sua colegas doutoras lancetavam o sr. doente.

Foi obra, para não falar do anestesista que foi ao WC a meio da cirurgia e lá tive de sacudir a ... do sr. dr.

Cumps VV, não me esqueci da resposta ...mas agora apeteceu-me "chatear" o naifas, e continuo com pouco tempo...sou enfermeiro!


Abespinhado
 
Quem é que falou em mim sem a minha autorização e que ainda por cima não escreveu o meu nome todo e me irritou de tal maneira que até uma série de amigos meus me alertaram logo que o meu nome tinha vindo à baila e ainda por cima pelas mãos de um que se diz cirurgião e que só espero que as tenha lavado porque sou muito nogenta e até fiquei horrorizada com aquela coisa de limparem o suor das testas e sacudir tampões e coisas que eu nem sequer imaginava que aconteciam na sala de operações onde eu pensava que eram todos amigos ponto de interrogação

Guidinha21
 
Então e eu? Não entro na história? Ó naifas, esqueceste-te de mim? Já não te lembras de mim? Eu existo, ok? Vê lá se queres confusão? Não repitas a gracinha.

anónimo
 
Lei 99/2003 -Código do trabalho ( sem alterações)

Igualdade e não discriminação

DIVISÃO I

Disposições gerais

Artigo 22.o - Direito à igualdade no acesso ao emprego e no trabalho

1 - Todos os trabalhadores têm direito ao igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção profissionais e às condições de trabalho.
2 - Nenhum trabalhador ou candidato a emprego pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual, estado civil, situação familiar, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical.

Artigo 23.o Proibição de discriminação

1 - O empregador não pode praticar qualquer discriminação, directa ou indirecta, baseada, nomeadamente, na ascendência, idade, sexo, orientação sexual, estado civil, situação familiar, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical

2 -...

3 - Cabe a quem alegar a discriminação fundamentá-la, indicando o trabalhador ou trabalhadores em relação aos quais se considera discriminado, incumbindo ao empregador provar que as diferenças de condições de trabalho não assentam em nenhum dos factores indicados no n.o 1.

Artigo 24.º Assédio

1 - Constitui discriminação o assédio a candidato a emprego e a trabalhador.

2 - Entende-se por assédio todo o comportamento indesejado relacionado com um dos factores indicados no n.º 1 do artigo anterior, praticado aquando do acesso ao emprego ou no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, com o objectivo ou o efeito de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.

Artigo 26.º Obrigação de indemnização

Sem prejuízo do disposto no livro II, a prática de qualquer acto discriminatório lesivo de um trabalhador ou candidato a emprego confere-lhe o direito a uma indemnização, por danos patrimoniais e não patrimoniais, nos termos gerais

Artigo 28.º Condições de trabalho

1 - É assegurada a igualdade de condições de trabalho, em particular quanto à retribuição, entre trabalhadores de ambos os sexos.

2 - As diferenciações retributivas não constituem discriminação se assentes em critérios objectivos, comuns a homens e mulheres, sendo admissíveis, nomeadamente, distinções em função do mérito, produtividade, assiduidade ou antiguidade dos trabalhadores.

3 ....

Artigo 29.º Carreira profissional

Todos os trabalhadores, independentemente do respectivo sexo, têm direito ao pleno desenvolvimento da respectiva carreira profissional.
 
Esta discussão toda resume-se a esta " La Paliçada.." - nem um mau médico será alguma vez um bom enfermairo, nem um bom enfermeiro será alguma vez um mau médico !!!

Colegas enfermeiros : façam realmente ENFERMAGEM,que já fazem muito e cumprem o objectivo real da profissão. O resto ...
 
A colega VV por acaso conhece a teórica do TIME para a preparação do leito da ferida (mais conhecida como TIME FOR WOUND PREPARATION)?

Sou um enfermeiro NOVO, sou LICENCIADO e tive 3 cadeiras que ensinam a pensar cientificamente e a diagnosticar feridas...de todo o tipo!

Escreva a teórica referida em cima no "google" e clique em "pesquisar"..e espante-se com a evolução das ciências de enfermagem!
Sim, não foi só a Nightingale que estudou a prestação de cuidados e a essência do cuidar...

Melhores comprimentos!
 
EXmo Dr Enfermeiro

Não estou aqui para defender o prof Abel Paiva, simplesmente acho que a definição de enfermagem que ele criou, é para mim a mais actual.
Em relação ao seu comentário " Um utente quer profissionais que resolvam os seus problemas de saúde. Pergunte a doente com EAM num directo de um SU de qualquer hospital" reparo que mais uma vez a visão que têm, é assente apenas nos problemas médicos....para mim problemas de saúde envolve tudo, desde EAM (diagnóstico médico) , até auto controlo ansiedade ineficaz ( diagnóstico de enfermagem). A ênfase que deu á emergência no tratamento do EAM não faz dela mais importante como por exemplo dotar um prestador de cuidados de conhecimentos para prevenir a aspiração do seu familiar. É que ambas as intervenções salvam vidas,apenas a intervenção de enfermagem não têm a mesma visibilidade.

Em relação ao seu comentário "O Enfermeiro depende da autorização médica para quase tudo" , têm toda a razão, mas apenas para a área interdependente. O problema está que a maior parte dos enfermeiros limitam-se a fazer esta área, daí a percepção que enfermagem têm de evoluir no sentido de retirar competências aos licenciados em medicina. Atenção que eu não sou totalmente contra esta evolução, só acho que devemos explorar aquilo que já é nosso. Não se irrita quando um enfermeiro conferencia com um médico acerca de qual o melhor ansiolítico a utilizar ( porque até percebe alguma coisa de farmacologia)e não é capaz de ensinar medidas para auto controlo da ansiedade... é mais cool discutir pastilhas e mostrar ao médico que sabe alguma coisa de farmacologia do que .....prestar cuidados de enfermagem.......

Se quisermos credibilidade, visibilidade e aumentar a importância no contexto da saúde em Portugal, devemos criar mais conhecimento científico na disciplina de enfermagem que seja aplicável em medidas concretas à população. Não me parece que conquistar técnicas/prescrições, aos licenciados em medicina, beneficie a população....só o Estado, por que fica mais barato....
 
Foi uma surpresa agradavel, uma honra receber um comentário no blog vianense http://www.porquedeixeideserenfermeiro.blogspot.com/, do famoso administrador de DOUTOR ENFERMEIRO.
Como descobriu este blog?
Algumas vezes tinha ouvido falar no "doutor enfermeiro", finalmente visitei e após uma curta leitura confirmo a sua grandeza.. (em todos os aspectos.. 280132 visitantes é obra!!) não me quer emprestar a lista dos seus contactos??!! ainda tenho poucos..
Irei começar a visitar com mais frequência para ver se apreendo algumas ideias para aplicar no blog recente de ca de cima.
Agora pedia é que me explicasse o que quis dizer com "Ex.mo colega,a liberdade do outro acaba onde a deixar-mos acabar."
Até breve
Do companheiro de lutas cibernáuticas
Guilherme de Carmo
 
... so mais uma coisa.. não te irrites tanto! (é mais facil tratar-te por tu),realmente são lamentáveis, tristes, desanimadoras, etc, etc.. algumas situações que falas.. mas não te irrites que isso envelhece!
Abraço
GuilhermedeCarmo
 
Haja Deus!
Seguindo a linha de Henri Bergson, que é o 20º volume duma colectânea que um jornal fez, mmo depois de uma destruição total o "elan vital" que a natureza contém, repõe a vida nos mesmos ou em moldes diferentes.
Mmo que a destruição da Enfermagem fosse total, o "elan vital" viria repor a verdeira enfermagem, que não se compadece com definições pseudocientíficas, mas com necessidades de humanizar, isto é; tornar humano o que o não é.
Ora esta disciplina é muito própria da essência da Enfermagem.
Alguém será capaz de invocar no catecismo dos catedráticos, com quem aprendeu João Cidade a humanizar os cuidados aos doentes mentais amarrados em celas?
Humanizar essa área foi a sua inspiração "científica"!!!
É evidente que os enfermeiros estão a licenciar-se. E mmo que os distraídos não se apercebam de que esta circunstância lhes permite usarem em proveito próprio e com a mesmo legitimidade de outros licenciados os benefícios da investigação científica, que vai fazer evoluir a profissão, a verdade é que isso está a preocupar os tatalistaristas que estavam habituados a jogar no totobola com 13 triplas e prémio garantido.
Hoje estão preocupados com a concorrência em áreas onde se julgavam reis e senhores, ou no dizer do Dr. António Simões (cirurgião), no "quero, posso e mando".
A concorrência só não é mais efectiva, por enquanto, porque os enfermeiros são formados por professores de circunstância, na maior parte dos casos. Os que sobram fazem parte do tal "elan vital" Bergsoniano, que vão revolucionar o paradigma em pleno estertor da morte, e fazer emergir um novo paradigma, já criado.
São estes choques entre paradigmas extintos e emergentes que estimulam críticas claramente bacocas de bem vindos e mais bem intencionados ignorantes, os únicos que no dizer de Pessoa, "são verdadeiramente felizes, só que não o sabem, por isso mesmo...
É evidente que a "dita medicina familiar" não passa de uma meta adiada, por influência de médicos e indústria farmacêutica.
Já pensaram no prejuizo que seria para as farmácias e para os congressos de médicos, à procura da ciência em instâncias paradisiacas, se os enfermeiros tomassem desde já, o seu lugar nos cuidados básicos de saúde, imprópriamente classificados de medicina familiar?
Os médicos estão a criar um novo tipo de médico de que aqueles voluntários da universidade do Algarve podem ser um bom exemplo, para suprirem uma carência que o médico tradicional não tem capacidade de preencher.
Noutros paises isto não foi possível. E em Portugal, quando os Enfermeiros e a sua Ordem e as suas escolas e os seus professores, souberem decifrar a diferença entre "servir" e "servil", que para os mais estudiosos se pode dizer noutros termos: de "concepção" ou de "execução", os comentários neste blog ou noutro qualquer da especialidade, serão bem diferentes.
Para já e numa apreciação muito sumária denotam que o pachorrento dromedário está a despertar para a realidade.
Cada sistema tem a sua lógica e o da saúde orienta-se no sentido dos enfermeiros.
Os imputs, a black box e os outputs só têm a palavra enfermeiro.
O "tomba-louceiros-parte-cadeiras Correio de Campos de má-triste-saudosa-memória" tenta inventar um sistema, no seu fio-condutor para a saúde, livro cuja leitura se recomenda em fotocópia, pois não vale o dinheiro que custa nas livrarias, quer implantar através dos seus prosélitos, ainda em acção, uma espécie de Unidades de Saúde Familiar, agora nos hospitais para os médicos ganharem mais dinheiro, confundindo os problemas de saúde, aparentemente, com os dos médicos.
Na prática e usando a lógica no racíocínio, se ganharem mais dinheiro por fazerem ianda menos, como propõe CC, podem usar uma parte desse dinheiro, ganho à custa dos enfermeiros emparedados, na criação de grupos de hospitais privados tipo Frofa, uma nova tentativa de aplicar os capitais anónimos de médicos que ganham 2.555€, nas 24 horas.
A Hermengarda chama. Vou atendê-la, como merece. Mas volto.
 
W pelo que conta, tem mais coragem do que a maioria de nós... A maioria de nós é acomodado.

Pelo que vemos parece que alguns enfermeiros necessitam de mais conhecimentos, de actualizações para a sua prática, será que o novo modelo de desenvolvimento profissional vai ajudar na recertificação de competências? Por outro lado sabemos que há enfermeiros que reúnem uma bagagem de conhecimento e formação impressionantes. Talvez exista uma heterogeneidade muito grande de conhecimento no seio dos enfermeiros.
Quando falo em campos abertos quero dizer, por exemplo, em instituições de acção social, onde o médico raramente comparece, o enfermeiro fica com responsabilidades acrescidas, que muito bem desempenha. Agora toda a formação que se realizar é sempre útil. Não quero ser outra coisa senão enfermeiro, e é a necessidade que leva a evoluir. Defendo as actuais competências dos enfermeiros devem manter-se, incluindo algumas novas e reconhecimento de outras tantas. É inevitável.
A área verdadeiramente e legalmente, ainda independente, que enfermagem possui, é a educação para a saúde que está subaproveitada.

Para os que falam das pastilhas, digam-me quantas intervenções não farmacológicas desenvolvem para resolução dos problemas dos utentes ou limitam-se a administrar os fármacos prescritos pelo médico. Daqui podemos entender que as intervenções não farmacológicas estão subaproveitadas ou são uma mito teórico... Daqui podemos, também, crer que a medicação que os enfermeiros administram de forma independente, muitas vezes por necessidade, por falta de médico, deve ser reconhecida e porque não com aporte de formação.
Para mim os princípios fundamentais são a responsabilidade e o conhecimento. Não digo que sejam todos os enfermeiros a prescrever, mas apenas os que queiram e tenham formação.

A enfermagem tem sido assolada por "invasões" de outras profissões, como por exemplo os técnicos de análises, que em hospitais vão colhendo sangue e há enfermeiros que até ficam contentes por lhes dar menos trabalho...
Para o anónimo da medicina, reconheço a qualidade e importância dos cuidados de enfermagem, mas às vezes somos demasiadamente teóricos, metafísicos, platónicos... Diga-me além dos cuidados de higiene, posicionamentos, alimentação, quanto tempo passa no apoio à resolução dos problemas do foro físico e psicológico, quanto tempo passa com as famílias, etc? Ou após os cuidados "normais" pouco tempo passa mais com o doente? Mas concordo consigo que temos uma posição privilegiada subsequente ao tempo que passamos com o doente. Estará subaproveitada?

Desassossego
 
Concordo com o colega que escreveu em cima que este blog é grande em tudo. Mandaram-me um mail com o link deste blog com a recomendação "lê isto", e deparei-me com um blog com umas dimensões que desconhecia na enfermagem: mais de 280 mil visitas (!!!), posts com 200 comentários, etc, etc, etc...

Admito que este post mexa com muita gente...

Não podia de deixar de lhe dar os meus parabéns ao Doutor enfermeiro!
 
"Em relação ao seu comentário "O Enfermeiro depende da autorização médica para quase tudo" , têm toda a razão, mas apenas para a área interdependente"


Dê um exemplo por favor, assim poderemos objectivar mais a nossa conversa.
Obrigado colega.
 
o Enfermeiro prescreve cuidados de enfermagem (Penso que esta frase é consensual). No seu exercício e baseado em dados observáveis da condição do doente, o enfermeiro faz diagnósticos e planifica intervenções com vista um resultado. A pergunta que se põe é: porque é que isto é importante para a nossa prática...vou dar um exemplo real que aconteceu há duas semanas. Foi diagnosticado a um prestador de cuidados " conhecimento sobre a prevenção do risco de aspiração não demonstrado",tendo sido alvo de um ensino estruturado relativo a esse foco. O Licenciado em medicina "comunicou" ao enfermeiro que o doente tinha alta, ao que este respondeu que o prestador de cuidados não tinha conhecimentos e habilidades para prevenir a aspiração e que precisava de mais tempo para dotar o PC de conhecimentos. O referido clínico respondeu que a decisão da alta era dele, por isso o enfermeiro não tinha que opinar. O enfermeiro não se resignou e "baseado em dados objectivos e bem documentado", comunicou ao director clínico a situação...resultado- a alta foi protelada três dias até o PC demonstrar capacidades para o cuidar.

Isto é enfermagem. O clínico ficou chateado, mas apercebeu-se que os enfermeiros não estão ali só para lavar doentes e cumprir prescrições médicas. Afinal enfermagem ( área autónoma)também têm peso nas tomadas de decisões, tal como a alta clínica.....E ainda estamos no começo desta nova forma de estar na saúde

Obrigado, espero ter sido elucidativo....é a discutir e a reflectir que podemos crescer...só é pena que alguns comentários aqui colocados não sirvam para nada
 
Algures num bloco operatório de Portugal…

Algalie o doente.
Desligue o rádio. Detesto ruído (rádio orbital) enquanto opero.
Dê-me uma pinça hemostática!
Envie esta peça para a Anatomia Patológica.
Quero um Nylon 3 zeros.
Faça o penso da ferida.
Logo que o Anestesista extube o doente, levem-no para o recobro.
Se precisarem de mim, liguem-me para o BIP…





Saudações,
Senhor Doutor Cirurgião da Naifa.
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Tem esse exemplo colega, eu tenho milhares onde o Médico se sobrepõe ao Enfermeiro, mesmo no que diz respeito aos cuidados de saúden(e mesmo de Enfermagem).

Pense sempre na dual Engenmheiro/Arquitecto. Nenhum deles depende do outro tão intensamente como o Enfermeiro depende do Médico e vê o seu respectivo exercício condicionado pelo mesmo.

Mas noto que, alguns colegas apresentam uma necessidade obssessiva e radical/extrema de se demarcar dos médicos, ainda que se dermarquem de qualquer forma, mas que se demarquem.

Em 2003 (num encontro de Enfermeiro), uma colega nossa defendeu que os Enfermeiros deveriam deixar de administrar fármacos! Justificação: se não nos libertarmos dessa tarefa, não nos libertamos da concepção bio-médica! Vê o exagero?
O caminho não é, nem será, nunca esse!
A Enfermagem tem que repensar o seu modelo.
Nos países onde os Enfermeiros prescrevem, onde fazem requesição autónoma (sabia que em muitos SU's portugueses são os Enfermeiro s fazê-lo?) de MCDT, a visbilidade e UTILIDADE dos Enfermeiros teve um incremento exponencial: de facto, as pessoas já dizem, vou "consultar o meu Enfermeiro"! Note que a precsrição de fármacos continua a ser baseado nos diagnósticos de Enfermagem.
 
Eu sei que têm milhares de exemplos em que é o contrário, mas também tenho a certeza que sabe que na maior parte das vezes os enfermeiros acomodam-se e não argumentam com premissas válidas. Só acho ( infelizmente não tenho dados científicos para sustentar a minha opinião) que a visibilidade também pode ser construída de outra forma. Em vez de adquirir competências cujo conhecimento se baseia apenas noutras disciplinas da ciência, porque não desenvolver a nossa com estudos ( não me refiro a teses de mestrado, refiro-me a investigação a sério) dos quais se possam generalizar os resultados para a população. Imagine políticas de saúde baseadas em estudos feitos por enfermeiros....não acho que estamos longe desta realidade, e na minha opinião ( que vale o que vale) este é o caminho.

E agora uma pergunta um bocadinho provocadora....Se o seu filho estiver doente, quer que ele seja observado por quem? pelo enfermeiro que pode prescrever 100 medicamentos ou por um clínico...Não quer dizer que o enfermeiro não seja competente nesta área, mas os seus conhecimentos são limitados nesta área...

E acredite colega que se algum dia prescrever-mos fármacos será sempre porque somos mais baratos e não porque nos é reconhecida mais competência...
 
Porque não construir a visibilidade das duas formas?
Porque vezes a necessidade (como a escassez de médicos) levam os enfermeiros a presprever e adiminstrar medicação de forma independente. Qual é alternativa? Os utentes não solucionarem os seus problemas de saúde?
Desassossego
 
leia-se prescrever em vez de "presprever"
 
Desculpem-me lá, mas por muito licenciados que sejam, os enfermeiros serão sempre detentores de um curso "médio".
 
O tal da naifa disse: " (...)Uma verdadeira Banda Desenhada do tipo Asterix. Acho que já todos nos habituamos às personagens:

Doutor Enfermeiro; Flor; Vigilante; Nel; Guidinha; Vanda; Lifepassenger (e a Vera…);Magistral Estratega; W (adorei a parte das “avé marias”; Emplastro (aquele que está sempre a perguntar: “COMO É QUE ESTÁ A CARREIRA?”).

As analogias que utiliza e o tipo de frustração latente, que evidencia nas suas intervenções neste blog, leva-me a concluir que:

O tal da naifa sofre de ANOSOGNOSIA, não só do conhecimento mas também da própria frustração que o torna no mínimo bizarro.

Falo claro nessa sua vontade inconsciente de ser ENFERMEIRO.

Essa incapacidade da satisfação pessoal do seu "eu" deixa-o num sofrimento atroz de obstipação crónica intelectual.

Que o leva a um sem número de ruminações ocas, resultantes de um débil raciocínio.

Neste contexto o défice de serotonina, dopamina, acetilcolina, etc. é francamente notório, devido ao diminuto número de neurónios.

Logo não é de estranhar que queira desempenhar um papel de protagonismo juntos de outros profissionais, como forma de colmatar o seu sentimento de inferioridade/frustração.

Como forma de melhorar a sua auto-estima proponho: que estude a diferença entre as várias espessura dos fios de sutura,

entre os vários tipos de fio, nomeadamente o nylon monofilamentar, o polímero de polipropileno, o polibuster e a seda.

Já agora não se esqueça de ver também qual é a diferença entre uma agulha do tipo "tapercut" e uma agulha do tipo "taperpoint",

é claro se tal for capaz.
 
O diferencial entre médico e enfermeiro há-de sempre existir, tal como o diferencial entre o crescimento económico de Portugal e o resto da Europa! Os Médicos vão sempre crescer a um maior ritmo do que o crescimento de enfermagem e o fosso entre estas duas classes será cada vez maior! Como os Enfermeiros não têm capacidade de o transpor, só lhes resta atirarem-se para ele!
 
Qual a diferença entre um enfermeiro e um clinico geral, farmaceutico,scretário,técnico,segurança...ou outra profissão qualquer. Em 1º lugar: a formação. E já é o suficiente para explicar pq se fala em "cada macaco no seu galho". Se hover necessidade para que uns passem a desempenhar a função de outros ex: enfermeiros que prescrevem ou médicos que fzem cuidados de enfermagem,não haverá problema..simplesmente façam os enfermeiros estudar outras áreas para as quais não têm competência actualmente. Idem para os médicos. ou para qualquer outra profissão, não? Parece uma verdade de Jacques de la Palice.
Talvez a questão seja..há essa necessidade? E havendo, serão possíveis as reconversões? Interesses à parte!uma discussão fundamentada e desinteressada por favor, que já vai chegando de opinadores sentimentais e interesseiros prepotentes!

Só mesmo quem não conhece as profundezas da formação médica ou de enfermagem, as especificidades de ambas, é q pode sugerir tal sobreposição de funções sem justificar minimamente..
 
como é que o naifada se lembrou de mim ? já disse varias vezes é um frustrado ,gostava de ser enfermeiro ou teve alguma paixão por uma enfermeira e não foi correspondido...

os enfermeiros para ele não prestam no entanto passa os seus tempos livres aqui a meter a colher só pode ser um miserável medico de familia.Acertei? flor
 
Desassossego:

Não sou contra a prescrição de drogas, mas nem é uma prioridade dado o estado em que a enfermagem ainda se encontra entre nós, nem justifica o abandono das várias dimensões do ser humano, alvo do cuidado profissional das enfermeiras e dos enfermeiros. Talvez essa mudança vá ocorrendo em realidades distintas, mas nunca por uma revolução, uma exigência colectiva, uma imposição.

Tenho reservas quanto ao novo modelo de desenvolvimento profissional. Teoricamente interessante, mas que na prática não seja um mero instrumento ao serviço do facilitismo e do lucro fácil. Já somos suficientemente explorados para que continuem a "bater no ceguinho".

Não creio que sejamos demasiado teóricos, metafísicos, platónicos; o trabalho (actual) dos enfermeiros têm muito pouco dessas características. Nem sei se isso é bom ou mau. Sei que no meu dia a dia faço tudo ao mesmo tempo - não há medicação, higienee, alimentação, étc., para um lado e relação, família, parte social para outro. Como o ratio enfº/doente é inadequado às necessidades dos doentes e às capacidades humans dos enfermeiros (*), tento aproveitar cada momento para falar com as pessoas. Reservo a avaliação de sinais vitais para a hora em que os familiares/acompanhantes estão presentes para aproveitar e falar um pouco; talvez não seja a estratégia mais adequada, mas é a possível.

(*) estou a falar de um enfermeiro para 17/20 doentes com todos os graus de dependência em cuidados de enfermagem.

VV
 
VV disse

(*) estou a falar de um enfermeiro para 17/20 doentes com todos os graus de dependência em cuidados de enfermagem.


Esse rácio é um "crime". Os seus superiores ou estão distraídos ou são incompetentes.
 
Estudos americanos recentes afirmam que um rácio enfermeiro/doente superior a 1:5 ( nos serviços cirúrgicos )aumenta em 7% a taxa de mortalidade dos doentes no pós -operatório imediato e 3% nos 05 dias seguintes à intervenção cirúrgica. Muitos hospitais estão aliás a "propagandear " racios de pessoal médico e de enfermagem adequados como forma de mais valia da qualidade dos cuidados que presta por forma a atrair mais clientes.
 
Da minha experiência diária, num serviço de medicina, um rácio enfermeiro/doente superior a 1:6 nos turnos da manhã, 1:9 nos turnos da tarde e 1: 13 nos turnos da noite é "brincar" aos cuidados de enfermagem...
 
W:
Agradeço-lhe o estímulo verdadeiro e interessante que deu a esta discussão, se todos fornecessem ideias ou pensamentos dignos desse nome, a reflexão sairia mais enriquecida.
Quero apenas dizer-lhe compreendo as suas dificuldades, também as vou tendo, e quantos e quantos enfermeiros não as terão... Também, tenho de concordar, que os enfermeiros estão demasiado ocupados para cumprir todo o seu potencial, até para as competências actuais...
Contudo, impõe-se a pergunta, porquê tanto a nível de equipas não há mais exigências, reivindicações, como a nível de classe, fundamentalmente nesta altura, particularmente importante em que se negoceia a carreira?

Desassossego
 
PS-de Post Scriptum e não do outro:
(*) esqueci-me de explicar o que se pode entender por "CINICO", derivado de "CANINO". Trata-se duma escola de ética cujos seguidores se faziam anunciar na rua, ladrando como os cães.
Acreditavam na metempsicose ou transmigração das almas. Por isso um deles avisava outro menos experiente: não batas nesse cão porque pelo ladrar reconheci nele a voz de um amigo meu que morreu a semana passada.
 
«"A profissão de enfermagem têm como objectivo "o diagnóstico das respostas humanas à doença e aos processos de vida a partir do qual se concretiza um processo de cuidados profissional em parceria com a pessoa/cliente" - Prof Abel Paiva"
Não gosto do Prof. Abel Paiva. Basta ouvir ou lê-lo. Escreve imenso para não dizer anda.»

CARO DE
Tenho uma crescente admiração pelo Mega trabalho que desenvolve aqui, e no fundo, pela missão e preocupações que expressa, mas jamais concordo consigo qd se refere ao Prof. Abel Paiva, pois eu aconselho-o a ouvi-lo com mais atenção, porque ele é um dos pensadores em Enfermagem em Portugal, não duvide, é preciso escutá-lo bem e articular o que ele diz com a essência da Enfermagem.
Creio que um dos problemas da nossa profissão é que andamos 'desfocados' em relação ao que realmente interessa à Enfermagem.
A sério, vale a pena reflectir sobre isto! Não posso concordar com as Avé-Marias, com a amão na mão, mas tb não concordo com "as pastilhas" para resolver o problema do doente.
É mais profundo que esta dicotomia simplista.
PS
 
Já agora aí vai uma ajudinha para a apreciação do Prof. Dr. Abel Paiva e a sua eficácia.
Concordo que tenta ser inventivo mas como não exerce o que inventa faz como os outros. Só palavras, só palavras ocas a exprimirem raciocínios vazios.
Uma das suas aventuras foi a parceria que fez com uma tal Helena Mota, que faz de supervisora no HSJ.
Abel precisava de fazer uns estudos sobre "cipe" e afins.
Estudou, colaborou estudaram uma e outro.
Obteve os resultados do seu estudo, até entrou no extinto IGIF onde negociou uma forma de pôr os enfermeiros a terem acesso a uns programas tipo "sape".
Sabem o que é "cipe" no HSJ?
Sabem quantos milhares de horas os enfermeiros desse hospital já gastaram para a econtrar (à cipe, claro)?
Sabem o que é "sape"?
Conhecem onde se aplica sem problemas de computador, de corrente de autorização?
Se não sabem perguntem ao pensador Abel Paiva.
Oxalá cheguemos depressa aos pensadores que também actualizam os seus conceitos, isto é; que passem da teoria à prática; que transformam a potência em acto.
Não é o caso.
Sabe cuidar da sua imagem ao ponto de impressionar almas puras e ingénuas. E fica por aí, ou muito próximo.
Não é de pensadores que a Enfermagem precisa
A Enfermagem precisa de actores, agentes que pensam, mas agem.
Se tivermos de escolher entre os dois polos do binó,io colocamo-nos mais do lado dos que agem.
Isto não é para quebrar a inocência do defensor do Abel; é mais para manter a credibilidade interpretativa do DE, repondo a verdade do "bluf" que é o tal professor, que bem precisa de crítica isenta de quem o conheça bem, para ver se ainda é recuperável, ou se é mais um coveiro da enfermagem.
Eu conheço-o bem e estou com o DE.
 
Já agora aí vai uma ajudinha para a apreciação do Prof. Dr. Abel Paiva e a sua eficácia.
Concordo que tenta ser inventivo mas como não exerce o que inventa faz como os outros. Só palavras, só palavras ocas a exprimirem raciocínios vazios.
Uma das suas aventuras foi a parceria que fez com uma tal Helena Mota, que faz de supervisora no HSJ.
Abel precisava de fazer uns estudos sobre "cipe" e afins.
Estudou, colaborou estudaram uma e outro.
Obteve os resultados do seu estudo, até entrou no extinto IGIF onde negociou uma forma de pôr os enfermeiros a terem acesso a uns programas tipo "sape".
Sabem o que é "cipe" no HSJ?
Sabem quantos milhares de horas os enfermeiros desse hospital já gastaram para a econtrar (à cipe, claro)?
Sabem o que é "sape"?
Conhecem onde se aplica sem problemas de computador, de corrente de autorização?
Se não sabem perguntem ao pensador Abel Paiva.
Oxalá cheguemos depressa aos pensadores que também actualizam os seus conceitos, isto é; que passem da teoria à prática; que transformam a potência em acto.
Não é o caso.
Sabe cuidar da sua imagem ao ponto de impressionar almas puras e ingénuas. E fica por aí, ou muito próximo.
Não é de pensadores que a Enfermagem precisa
A Enfermagem precisa de actores, agentes que pensam, mas agem.
Se tivermos de escolher entre os dois polos do binó,io colocamo-nos mais do lado dos que agem.
Isto não é para quebrar a inocência do defensor do Abel; é mais para manter a credibilidade interpretativa do DE, repondo a verdade do "bluf" que é o tal professor, que bem precisa de crítica isenta de quem o conheça bem, para ver se ainda é recuperável, ou se é mais um coveiro da enfermagem.
Eu conheço-o bem e estou com o DE.
 
O caro "menif " disse o que disse...do professor Abel Paiva. Tem o seu direito de opinião. O que não pode é concluir que conheçe realmente o seu pensamento para a enfermagem. Pelo que escreve não percebeu nada do que eventualmente tenha ouvido, lido ou lhe tenham comentado.

Mas reforço o que disse anteriormente - você tem direito à sua opinião...O que ela não pode ser é considerada a "lei geral" que pretendia que fosse com a sua argumentação.

Cumprimentos
 
Concordo com tudo mas estais habituados a lamber a cereja, fazei o que vos compete.
 
ao nosso colega nuno, não deves ter filhos... porque senão já terias recorrido aos nossos colegas da pediatria quando tiveses o teu filho doente... é que os teus colegas da pediatria iriam logo a tua casa para ajudar em vez de fazeres uma consulta por telefone, com a devida prescrição farmacológica, feita pelo pediatra.
Também conheço o nosso dignissimo abel... ainda estou para ver qual será o futuro dos enfermeiros que ele defende...
 
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