quarta-feira, janeiro 14, 2009
Seminário: "Controlo e Prevenção das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde"
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A Enfermagem é talvez das profissões onde mais se investe em pós-graduações, mestrados e doutoramentos.
Mas que Formação é esta a que procuramos?
Inscrevi-me num mestrado em Epidemiologia. Quando comentei com alguns colegas, uns não sabiam o que isso era, outros diziam que não tinha muito a ver com a Enfermagem.
Será preciso invocar Florence?!?!?!
Há colegas nossos a tirar mestrados e especialidades (por exemplo na Católica), que em vez de fazerem um trabalho de investigação, preferem fazer “estágios”. É assim que vai a nossa Enfermagem. A tal onde se investe na “Formação”... Há até quem diga que vai ter de “defender a tese” em público... Perguntamos um pouco sobre que tema aborda essa tese e ouvimos: “apliquei uns questionários aos colegas... outros preenchi-os eu... aquilo também só tem de ter 50 páginas...”
Há enfermeiros e enfermeiros; há investigadores e investigadores; oiço pessoas a dizer que “fazem investigação”, mas isso faz-me pensar nos algarvios que dizem que sabem fazer francesinhas. Serão como as que se fazem no Porto?
Raquel
Mas que Formação é esta a que procuramos?
Inscrevi-me num mestrado em Epidemiologia. Quando comentei com alguns colegas, uns não sabiam o que isso era, outros diziam que não tinha muito a ver com a Enfermagem.
Será preciso invocar Florence?!?!?!
Há colegas nossos a tirar mestrados e especialidades (por exemplo na Católica), que em vez de fazerem um trabalho de investigação, preferem fazer “estágios”. É assim que vai a nossa Enfermagem. A tal onde se investe na “Formação”... Há até quem diga que vai ter de “defender a tese” em público... Perguntamos um pouco sobre que tema aborda essa tese e ouvimos: “apliquei uns questionários aos colegas... outros preenchi-os eu... aquilo também só tem de ter 50 páginas...”
Há enfermeiros e enfermeiros; há investigadores e investigadores; oiço pessoas a dizer que “fazem investigação”, mas isso faz-me pensar nos algarvios que dizem que sabem fazer francesinhas. Serão como as que se fazem no Porto?
Raquel
A enfermagem passou simplesmente a ter acesso à formação académica, algo que lhe esteve, injustamente, vedado durante muitos anos. Não censuro essa possibilidade que se abriu, muito embora a qualidade da formação não seja boa em todos os lugares nem todas as pessoas que decidem continuar a estudar têm a mesma capacidade ou as mesmas possibilidades familiares para o fazer como se calhar gostariam de fazer.
Penso que eu todas as áreas académicas há aspectos mais positivos e outros menos positivos. Eu pessoalmente tenho essa experiência porque também já estudei fora dos meios da enfermagem.
Sempre houve e haverá charlatões em todas as áreas, gente que não sendo capaz se vale de tudo para ir em frente, pessoas que enganam os outros, procuram passar por cima, tentam dar uma imagem que não corresponde ao que na verdade são e sabem, e por aí... Não é por acaso que há universidades (mesmo em Portugal) cujos estatutos têm cláusulas específicas sobre a anulação de trabalhos copiados (quero dizer, indecentemente plagiados), outras que já dispõem de software para detectar as burlas, étc. Há até a possibilidade de se criarem agências de certificação da originalidade dos trabalhos que os alunos apresentam, algo que já existe em vários países e que penso que ainda ninguém se lembrou de fazer cá (um bom negócio!). Há também uma série de estratégias para controlar a qualidade de uma investigação, se valer a pena perder tempo com isso porque a verdade é que a maior parte dos trabalhos não serve literalmente para nada.
Agora, o que se pode questionar é se, gente que cuida de gente não terá que ter uma outra postura perante a aquisição e renovação de conhecimentos e competências. Embora muitos discordem, defendo que há uma certa moralidade que deve presidir às nossas consciências quando decidimos estudar: para seguir em frente, é com honestidade, humildade e muito trabalho. Ainda acredito que o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho, é mesmo no dicionário.
Quanto à Universidade Católica referida na mensagem da Raquel, não há opção entre estágio ou trabalho de investigação. O estágio é para todos os estudantes da especialidade, assim como a apresentação do relatório desse estágio; o que há é a opção de apresentação e discussão pública do relatório desse estágio para os que queiram completar o mestrado. Naturalmente que, dependendo das opções, os estágios e os relatórios também serão diferentes.
A "defesa" pública da tese é apenas para quem elabora uma tese e não se designa por "defesa" pois supõe-se que não haverá lá nenhuma batalha, senão um mero ritual iniciático ao que é hoje um dos penúltimos graus académicos: o grau de doutor. Há sim uma apresentação e discussão de ideias, fundamentada nos métodos seguidos pelo investigador e nos resultados a que essa investigação conduziu.
Nos mestrados (académicos), o que se faz é apresentar uma mera dissertação. E mestrado hoje em dia não é nada de extraordinário - é 12º ano do meu tempo. Muitos enfermeiros recém-formados estão a optar (e bem) por continuar já para o mestrado porque licenciatura já é quase o mínimo que se pode ter.
VV
Penso que eu todas as áreas académicas há aspectos mais positivos e outros menos positivos. Eu pessoalmente tenho essa experiência porque também já estudei fora dos meios da enfermagem.
Sempre houve e haverá charlatões em todas as áreas, gente que não sendo capaz se vale de tudo para ir em frente, pessoas que enganam os outros, procuram passar por cima, tentam dar uma imagem que não corresponde ao que na verdade são e sabem, e por aí... Não é por acaso que há universidades (mesmo em Portugal) cujos estatutos têm cláusulas específicas sobre a anulação de trabalhos copiados (quero dizer, indecentemente plagiados), outras que já dispõem de software para detectar as burlas, étc. Há até a possibilidade de se criarem agências de certificação da originalidade dos trabalhos que os alunos apresentam, algo que já existe em vários países e que penso que ainda ninguém se lembrou de fazer cá (um bom negócio!). Há também uma série de estratégias para controlar a qualidade de uma investigação, se valer a pena perder tempo com isso porque a verdade é que a maior parte dos trabalhos não serve literalmente para nada.
Agora, o que se pode questionar é se, gente que cuida de gente não terá que ter uma outra postura perante a aquisição e renovação de conhecimentos e competências. Embora muitos discordem, defendo que há uma certa moralidade que deve presidir às nossas consciências quando decidimos estudar: para seguir em frente, é com honestidade, humildade e muito trabalho. Ainda acredito que o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho, é mesmo no dicionário.
Quanto à Universidade Católica referida na mensagem da Raquel, não há opção entre estágio ou trabalho de investigação. O estágio é para todos os estudantes da especialidade, assim como a apresentação do relatório desse estágio; o que há é a opção de apresentação e discussão pública do relatório desse estágio para os que queiram completar o mestrado. Naturalmente que, dependendo das opções, os estágios e os relatórios também serão diferentes.
A "defesa" pública da tese é apenas para quem elabora uma tese e não se designa por "defesa" pois supõe-se que não haverá lá nenhuma batalha, senão um mero ritual iniciático ao que é hoje um dos penúltimos graus académicos: o grau de doutor. Há sim uma apresentação e discussão de ideias, fundamentada nos métodos seguidos pelo investigador e nos resultados a que essa investigação conduziu.
Nos mestrados (académicos), o que se faz é apresentar uma mera dissertação. E mestrado hoje em dia não é nada de extraordinário - é 12º ano do meu tempo. Muitos enfermeiros recém-formados estão a optar (e bem) por continuar já para o mestrado porque licenciatura já é quase o mínimo que se pode ter.
VV
Repare que eu nem sequer estou a pôr em causa a formação que se faz na Universidade Católica. Aliás, saem de lá muitos e bons profissionais.
Apenas quis dizer que de entre todos, há uns que deveriam ter mais vergonha na cara.
Pelo que expús, percebe-se claramente que aquilo a que uns chamam “defesa da tese”, mais não é do que “apresentação e discussão de ideias”. O que quis chamar a atenção é o “eco” que por vezes se pretende dar a alguns feitos, tornando-os quase divinos, quando na verdade eles são perfeitamente triviais.
Continuo a achar que os enfermeiros devem investir na formação. O futuro encarregar-se-á de mostrar quem faz verdadeira investigação.
Quanto à tese de mestrado ser “equivalente” ao 12º ano, parece-me um nadinha exagerado.
De facto, mestrados e doutoramentos não são nada do outro mundo. A prova disso é que há pessoas que conseguem fazê-los. Mas isso não invalida que exijam bastante esforço.
Ou melhor: se forem tirados em determinadas instituições, o esforço é garantido e o sucesso logo se verá. Noutras, o “sucesso” está garantido à partida. Lamentavelmente...
Raquel
Apenas quis dizer que de entre todos, há uns que deveriam ter mais vergonha na cara.
Pelo que expús, percebe-se claramente que aquilo a que uns chamam “defesa da tese”, mais não é do que “apresentação e discussão de ideias”. O que quis chamar a atenção é o “eco” que por vezes se pretende dar a alguns feitos, tornando-os quase divinos, quando na verdade eles são perfeitamente triviais.
Continuo a achar que os enfermeiros devem investir na formação. O futuro encarregar-se-á de mostrar quem faz verdadeira investigação.
Quanto à tese de mestrado ser “equivalente” ao 12º ano, parece-me um nadinha exagerado.
De facto, mestrados e doutoramentos não são nada do outro mundo. A prova disso é que há pessoas que conseguem fazê-los. Mas isso não invalida que exijam bastante esforço.
Ou melhor: se forem tirados em determinadas instituições, o esforço é garantido e o sucesso logo se verá. Noutras, o “sucesso” está garantido à partida. Lamentavelmente...
Raquel
Então vai haver um evento na Escola Superior de Saúde de Setúbal, e nem se ouve falar da Sr.ª Enf.ª (?) Lucília?
Àh, é verdade, o tema abordado é “Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde”. Talvez não seja assunto que domine!!! Talvez quando alguém se lembrar de fazer (mais um) debate sobre ÉTICA (e a sua NÃO aplicação no dia a dia!), a ilustre filósofa se digne a aparecer...
Ou então, talvez quando Arístocles (vulgo Platão) vier visitar o amigo (e mestre) Sócrates ali de S. Bento (Lisboa)!!!!!
Àh, é verdade, o tema abordado é “Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde”. Talvez não seja assunto que domine!!! Talvez quando alguém se lembrar de fazer (mais um) debate sobre ÉTICA (e a sua NÃO aplicação no dia a dia!), a ilustre filósofa se digne a aparecer...
Ou então, talvez quando Arístocles (vulgo Platão) vier visitar o amigo (e mestre) Sócrates ali de S. Bento (Lisboa)!!!!!
Estes seminários deviam era ser dirigidos aos administradores dos Hospitais da Universidade de Coimbra, pois estes é que andam a gerir os internamentos no hospital de acordo com as camas vagas,e não de acordo com a especialidade.Imaginem o que acontece quando juntamos um doente com uma infecção respiratória com um doente do foro cirurgico.Dá para questionar se se interna por o doente precisar, ou para evitar que se diga que há serviços a rebentar pelas costuras como as medicinas e pneumologias e que o hospital não responde às solicitações da população que serve.(realmente fechou-se internamentos de C.Saúde e alguns Hospitias distritais e agora querem tapar o sol com a peneira com o anunciado pacote para a saúde das U.C.Continuados pelo PM Sócrates).
Essas mentes brilhantes que estão à frente de EPE`S que alguém lhes faça luz,os esclareça que é provável que o tempo de internamento aumente, com o internamento de doentes indiscriminadamente e compulsivamente em serviços,somente pela cama vaga,a deslocalização médica das especialidades, retire esses mesmos médicos de assistirem com qualidade no seu local de internamento(uma vez que cada especialidade tem que tratar dos doentes que estejam nos outros serviços internados),que o prejuizo económico seja maior com a deslocalização de meios,pessoal e material do seu lugar de origem e que o risco de infeções hospitalares aumente exponencialmente à miscelânea de internamentos atabalhoados sem pés nem cabeça.
saudações cordiais de Enfermeiro farto da vilanagem e usurpação de tudo o que havia de bom
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Essas mentes brilhantes que estão à frente de EPE`S que alguém lhes faça luz,os esclareça que é provável que o tempo de internamento aumente, com o internamento de doentes indiscriminadamente e compulsivamente em serviços,somente pela cama vaga,a deslocalização médica das especialidades, retire esses mesmos médicos de assistirem com qualidade no seu local de internamento(uma vez que cada especialidade tem que tratar dos doentes que estejam nos outros serviços internados),que o prejuizo económico seja maior com a deslocalização de meios,pessoal e material do seu lugar de origem e que o risco de infeções hospitalares aumente exponencialmente à miscelânea de internamentos atabalhoados sem pés nem cabeça.
saudações cordiais de Enfermeiro farto da vilanagem e usurpação de tudo o que havia de bom
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