terça-feira, abril 27, 2010

Heterogeneidade... patológica!

"Vivemos todos sob o mesmo céu, mas nem todos temos o mesmo horizonte"
Konrad Adenauer.................... 
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Um dos principais (entre muitos outros) problemas da Enfermagem é a heterogeneidade - de ideias, de estratégias, de formação, de comportamentos, de tudo. 
A variabilidade e a diversificação são factores componenciais que fazem parte da matriz de qualquer entidade, estrutura, classe ou organismo. Útil e desejável... até ao limite do patológico.
Surpreende-me como na classe de Enfermagem não há congregação ou convergência relativamente a quase nada! Mesmo no que diz respeito a matérias que, supostamente, ninguém alguma vez suporia que assim fosse!
O universo é pródigo em exemplos de que a verdade absoluta não existe, mas a Enfermagem é igualmente profusa no que diz respeito à anarquia ideológica. Aliás, a adjectivação "anárquica" não traduz a sua real caracterização, eu diria que pende, severamente, para "selvática"
Quando os onze jogadores de um jogo de futebol chutam a bola ao sabor da rosa-dos-ventos, torna-se difícil vencer qualquer jogo! E se alguns desses jogadores, a meio da partida, vestem a camisola do adversário.... então, pergunto, será que vale a pena?
Um exemplo? Há colegas nossos que afirmam, sem pejo ou prolixidades, que os Enfermeiros  são bem remunerados... e não concordam com qualquer aumento! 
Quando nós, nem sequer nesta matéria, reunimos consenso, expliquem-me, francamente, como vamos orientar o nosso rumo? 

Comments:
Tente lá centrar a observação do seu post... Fiquei confuso, embora concorde genéricamente com a generalidade por si proferida...
 
SOMOS VITIMAS DA FALTA DE CARISMA DOS NOSSOS LIDERS E REPRESENTANTES.ESTES ENLEIAM-NOS EM CASMURRICES PESSOAIS E EM,RECALCAMENTOS E COMPLEXOS DE INFERIORIDADE HISTÓRICOS, PARA FAZEREM VALER O SEU ORGULHO PESSOAL.VEJAM O SITE DO SE E DO SIPE.QUANDO OS PROBLEMAS DE UMA CLASSE SE TRANSFORMAM EM ORDINARICES DE INDOLE PESSOAL,A FALTA DE RUMO É O CAMINHO,E A DIVERSIDADE DE PENSAMENTO É A LEI,COM PREJUIZO(E QUE PREJUIZO) PARA A ENFERMAGEM.TENHO 50 ANOS MAS ACHO QUE JÁ É TEMPO DESTA CORJA QUE ESTÁ EM LUGARES DE TOPO NA ENFERMAGEM IR PARA A REFORMA E DAR LUGAR A PESSOAS JOVENS QUE VEJAM A ENFERMAGEM PELO PELA NECESSIDADE DE RESOLUÇÃO DOS SEUS PROBLEMAS,E NÃO PELO LADO DOS INTERESSES EGOÍSTAS E INDIVIDUAIS,DESTES "DINAUSSAUROS" QUE PARA NADA PRESTAM NA ENFERMAGEM CONTEMPORÃNEA.
 
Esses idiotas enfermeiros que se acham bem remunerados, mudem rapidamente de profissão, o que se ganha agora nem "paga a responsabilidade jurídica dos actos" perante o utente, nem paga contudo a responsabilidade na prestação de cuidados de saúde especializados, considero-me um enfermeiro perito na área urológica, e não ganho no hospital para as responsabilidades que me fazem correr, 26 anos de serviço com uma base de 1610€, com responsabilidades de além de prestar cuidados ser em quase todos os turnos responsável de equipa e portanto gerir a unidade de internamento, a funcionar ainda no mesmo serviço de urologia o serviço de nefrologia...quando se vêm muitos com os "sapatinhos da noite" a aquecer bem descansadinhos e a ganhar balúrdios em casa, pois o enfermeiro que está no serviço aguenta-lhe as pontas e recebe os doentinhos "internados por telefone"...nós não ganhamos pelas responsabilidades que actualmente assumimos, e quem isso vê com olhos de ver, são os doentes e familiares que connosco contactam diariamente e nos vêm actuar, inclusive quando quase se pede por favor para alguém que está a ser pago intervir, muitas vezes enxovalhando o enfermeiro, claro ficam logo mansos quando alguém lhes lembra que existem tribunais...já estive num e sei muito bem que registos de saúde o juiz deu mais valor...aos dos enfermeiros que ajudaram a condenar e a se fazer justiça
 
A diversidade de ideias é caracterísctica da pós-modernidade em que vivemos. Tem aspectos positivos e negativos. É algo que se inscreve numa lógica evolutiva quando suscita momentos de crescimento e desenvolvimento no mundo, seja da enfermagem ou de qualquer outra coisa; é francamente dispensável quando é factor de estagnação ou de retrocesso.

Mas a pluralidade de opiniões não dispensa consensos em pontos chave, e é aqui que nós andamos um pouco perdidos. Não nos entendemos no plano das ideias estratégicas e não conseguimos, no plano táctico, ter uma postura que dê realmente conta da nossa importância na saúde. Vivemos uma realidade muitas vezes mascarada por artifícios de momento:

1. Duplo e triplo emprego, que cria a falsa ilusão de que até não se ganha mal;

2. Intervenção ao nível do que se podem considerar "cuidados mínimos" (e a prova disso é não notarmos nós mesmos os efeitos das greves nos serviços) porque não temos condições para mais ou quando temos não é exigido nem esperado que um simples enfermeiro faça muito mais do que habitualmente faz (e para muitos chegar a enfermeiro.. Upa, upa! Já foi muito bom!...);

3. Grande competição no seio da classe, numa lógica de "vale tudo", para aceder a migalhas de prestígio (i.e., comissões de tudo e mais alguma coisa, fazer parte de não sei quê mais, dar umas aulas, fingir que se tem alunos em estágio e tal e tal) inalcansáveis na prestação de cuidados muitas vezes - reconheçamos - por pura falta de profissionalismo.

Quando esta é a nossa ideologia, somos nós que mascaramos a realidade e alienamos as nossas consciências da pior maneira.

Não me surpreende assim que alguns sintam que 1200 euros seja uma benesse, algo que paga o seu trabalho; na verdade, qual é o elemento distintivo que os valoriza? Qual é o seu papel na equipa de saúde que não é realizável por outros?
Um oftalmologista opera as cataratas, algo que um ortopedista ou um técnico de análises não sabe fazer; um enfermeiro faz o quê que outros não saibam fazer?

É na resposta a esta última pergunta que está a valorização económica do trabalho. Conheço colegas que não estão muito motivados para lutar por mais do que o mínimo (e mesmo assim os1200 já era tão bom!...) - mas o trabalho deles é capaz de reflectir justamente a sua honestidade, humildade e falta de visão.

VV
 
greve e mais greve...
 
tenho que acreditar que quem diz que NÃO merecemos aumento salarial, ou não é nosso colega, ou então é louco!

Não acredito que haja um único enfermeiro a dizer que ganha o que merece! E a haver quem o escreva aqui no blog, não é enfermeiro. Simples.
 
Esta "heterogeneidade - de ideias, de estratégias, de formação, de comportamentos, de tudo" deve-se, em grande parte, à falta de conhecimento sobre "O que é Ser Enfermeiro?"!!!

Vocês sabem???
 
Fico a pensar se, esses indivíduos não serão os dois ou três "colegas" com quem trabalho, que nem 500€ mereciam ganhar... Essa é que é o cerne da questão senhores enfermeiros! Falta muito brio profissional... são meia dúzia a remar por milhares.
 
Obviamente que somos mal pagos.Dito isto é também verdade que o nosso timing reivindicativo não podia ser pior.
Por mim aceitava faseamento de 1 revalorização justa. Custa-me fazer greves com a economia nas ruas da amargura.Claro que há muito onde poupar dinheiro, mas não é por outros estarem mal que ficamos com razão.Essas situações de proveitos exagerados devem acabar.Numa sociedade justa os sacrificios devem ser de todos e não de alguns.
 
Pois eu sou enfermeiro e nao tenho problemas em dizer que para a Realidade Portuguesa, os enfermeiros sao bem pagos. Ou melhor dizendo, ha enfermeiros que sao muito bem pagos para o nivel de cuidados que prestam e grau de responsabilizacao que querem assumir.

O problema esta nesta nocao de "que todos temos que ser iguais" e nao haver lugar ao reconhecimento do merito.
Por outro lado, sem aumentarmos o nosso valor social tambem de nada vale pedir por mais dinheiro, e nao me parece que o vamos fazer enquanto alguns membros da nossa classe continuam a passear-se pelas enfermarias, a beber cafe entre uns cigarros e umas conversas e nao se aproximam de quem pode e nos deve dar valor...o doente e suas familias.
 
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