domingo, julho 11, 2010

Enfermeiros todo-o-terreno (JN)


Num dia normal de trabalho, faz entre 22 e 28 visitas a doentes com os mais diversos problemas. "Cerca de 90% dos nossos utentes têm mais de 65 anos e as complicações associadas à idade: úlceras varicosas, ou seja, feridas devido a má circulação, e pés diabéticos, mas também existem muitos acamados e dependentes."

O grande número de casos que tem para atender é a maior dificuldade com que este enfermeiro se depara: "Gosto de dar toda a minha disponibilidade às pessoas, conversar com elas, saber como vai a vida, porque tudo influencia o estado de saúde, e com este volume de trabalho, é difícil".

De Vila Franca de Xira para Chaves, muda o cenário, rareia a população, multiplicam-se as distâncias. No Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Alto Tâmega e Barroso - que abrange sete centros de saúde de seis concelhos -, os 110 mil utentes dispersam-se por quase 3.000 quilómetros quadrados.

Assistência 365 dias por ano

Não são poucas as vezes que o Enfermeiro João Barbadães Pereira e os seus colegas da Equipa de Cuidados Continuados Integrados do Centro de Saúde n.º 1 de Chaves fazem quase duas horas de viagem para visitar os doentes que seguem, todos os dias do ano, incluindo fins-de-semana e feriados. "Recentemente, acompanhei uma senhora, durante um ano, duas vezes por dia, duas horas de cada vez. Estabelece-se uma relação de grande proximidade. Quando algum dos nossos utentes parte, é como se fosse um familiar", diz João Pereira.

Se no Interior os idosos estão sós devido às migrações, no Litoral, a solidão tem causas diversas, mas resultados idênticos. "Quando o doente está em casa, recupera muito melhor. Tenho utentes que melhoram quando os filhos estão de férias e passam mais tempo com eles. A minha prioridade é reabilitar o mais possível e treinar os cuidadores para que o doente fique em casa", explica António Fernandes, enfermeiro da USF de Santa Clara, Vila do Conde.

"Psicólogos" da família

"No domicílio, criam-se laços afectivos que não se fazem no hospital. Somos o amigo a quem podem recorrer quando têm problemas, não só de saúde, mas de todo o género. Os idosos estão cada vez mais sozinhos e desprotegidos", conta o Enfermeiro Bruno Azevedo, da USF de S. Simão da Junqueira, em Vila do Conde. "Sabem quando vamos e estão à nossa espera para conversar um bocadinho. Somos um pouco psicólogos, tanto dos doentes como das famílias", acrescenta este profissional, que faz as visitas de táxi porque a USF não tem meios para comprar mais uma viatura.

Um dos pontos mais importantes para João Pereira é apoiar as famílias. "É fundamental que os cuidadores sintam que não estão sozinhos. O meu lema é chegar sempre com um sorriso e, ao despedir-me, ver sempre um sorriso na cara de quem fica." link

Comments:
Quero, aqui agradecer e testemunhar,de como os enfermeiros do centro de saude de Chaves, equipe do jõao em especial; o excelente trabalho no apoio ao DomiciliO dos nossos idosos, em especial nas aldeias lá bem do interior,Cimo de Vila da Castanheira-DADIM ,colegas isto fica na fronteira com MONTESINHO, mas que graças aos nossos colegas de CHAVES ,eu, tive o previlegio de manter a minhazinha, durante 2 anos acamada ,com as melhores apoios Tecnicos e humanos ,nunca pensei ser possivel ,pois aqui Porto ,nunca seria possivel.
apoio foi de excelencia, visitas dimiciliarias;visitas dos visinhos amigos e familiares,até ao convivio com as crianças ,neta e outras suas amigas, que ajudaram a ultapassar os momentos dificeis da avo Candida Tomás, elas brincavam na cama dormiam e até alimentavam a AVõ, não permitiam que eu enfermeira, mariana filha de visita não alimenta-se por seringa avozinha ,mas sim com a colher como o Jõao ensinou; tudo isto foi possivelcom o apoio dos enfermeirosas crianças com apoio da ne com ensinamentos eassistencia visitas dos vizinhosnos a minhã foi dado pelos enfermeiros.
Quero aproveitar esta oportunidade,para agradeçer aos colegas,que infelizmente ainda não tive a oportunidade de vos conhecer,os meus agradecimentos,por serens tão bons profissionais e serens enfermeiros com tanta dignidade.
um abraço
 
Sem dúvida que a verdadeira enfermagem é mais praticada em cuidados de saúde primários. Aquela parte do "enfermeiro amigo", "como se fosse um familiar", "laços afectivos", é que não me agrada e então a do "chegar sempre a sorrir", é como diz o outro: "never trust a smiling nurse".
 
Ponham a catequista da ministra da saude e os seus colegas a fazerem isto...85% do orçamentado na saude para pagar salarios a médicos...eles que levantem o cú da cadeira e vão trabalhar---
 
Serens????,
Leiam - se conseguirem - o comentário do anónimo das 5:21.Parece ser de uma enfermeira . Apreciem a construção gramatical,avaliem a ortografia, a forma e a qualidade da escrita... e depois, tentem perceber porque é que somos licenciados de 2ª,3ª...Que vergonha DE, não tem pejo em publicar comentários destes - cheios de erros, com uma qualidade de escrita da língua portuguesa ao nível de um iletrado...O que é que pretende com isto? Expor e humilhar ainda mais a classe?...
 
Cuidados de saude centrados nas necessidades das pessoas.
Muito empenho da enfermagem.Poderiamos fazer mais e melhor se as "mentes iluminadas" deste Pais assim deixassem
Sara
 
Eu não quero manchar os elogios expostos ao colega mas eu também sou Enfº numa UCC, nos CContinuados e não consigo visitar 28 utes. numa jornada de trabalho de 7-8h. Dá 4 utes/h + deslocações (algumas distam cerca de 20Km entre utes)..!! Não duvido que o colega João trabalha muito- eu também o faço- mas acho muita "produtividade" 28 utes por dia ou então os dtes vivem porta com porta!? Ou o colega faz muitas horas extraordinárias?
 
bla, bla, bla...

a carreira? negociações?? isso é que interessa. agora artigos em que cuidamos....bla...bla...bla....


enfim isto vai não tem solução....
 
Nem todos os jornais são como o Expresso
artigo J. Edgar Marques Da Silva
nosso colega

http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/cartasdoleitor/edicao-2010-07-09/217756-a-enfermagem
 
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