quinta-feira, dezembro 30, 2010

Os técnicos esfaimados.


Enviaram-me um sms a chamar a minha atenção sobre um post colocado num blog que se apelida de "Técnico de Ambulância de Emergência" (que dinheiro mal empregue). A denominação dispensa apresentações.
Ao longo do post o autor faz referências implícitas acerca da suposta posição dos Enfermeiros relativamente os Técnicos de Emergência Médica. Numa grande confusão, onde os pés aparecem no lugar das mãos, lá foi debitando uns clichés e muitas assumpções erróneas, muito próprias de quem vem. Já sabíamos que não sabiam escrever, não é novidade, agora descobrimos que interpretar não é seu forte.

Num enlevo de gáudio, lá brinda à criação dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (tal é a importância que até teve direito a capital letters).

Esta alma com sono deve andar,
porque ainda não se apercebeu,
que aquilo que anda a trautear,
já há muito nasceu.

Escrevi-lhe esta mensagem em forma de poema, porque o autor do tal blog até Fernando Pessoa cita. Como sabem (ou não), o Pessoa palrava unns ditos com o devido interesse (des)contextualizado, porque o seu estado era, invariavelmente, ébrio, além de que vários familiares apresentavam distúrbios psiquiátricos major. Tem uns poemas catitas, só isso. Adiante.

Os actuais Tripulantes de Ambulância já são Técnicos de Emergência, daí que não eu não perceba o que se vai criar. Já se lhes inventou – aos tais técnicos vindouros - acrónimos sem fim, tendo estacionado agora em TEPH. A questão é o perfil competencial.
Como são jovens na sua maioria, ainda da geração “ER” do Spielberg, elaboraram uma proposta de carreira que, após uma análise superficial (não é necessário mais), se conclui que plagiaram documentos que fazem parte da regulação da profissão de… Enfermagem. Há parágrafos quase inteiros que esvoaçaram com um copy-paste. No mínimo é plágio. Adiante novamente.

Outra questão que está mal compreendida é o facto dos Enfermeiros serem contra uma presumível carreira destes jovens esfaimados. Ninguém é contra a tal carreira, pelo contrário, todos têm direito a um enquadramento legal, uma matriz que permita regular minimamente a coisa.
O problema é que a tal perfil competencial é, mesmo para um míope, uma “cópia de carbono” do dos Enfermeiros.
Eles detestam (patologicamente) Enfermeiros, mas bem tentam a apropriação das proficiências da Enfermagem.
Como são profissionais "para-médicos" (tal como é um Técnico de Diagnóstico e Terapêutica qualquer), pensei que o tal ódio tivesse um vector comum aos profissionais que, em Portugal, estão autorizados à gestão e aplicação do Suporte Avançado de Vida (Enfermeiros e Médicos), mas afinal... contra os Médicos nada. A espuma só sai da boca quando de Enfermeiros se versa.
Há aqui qualquer um transtorno por diagnosticar.

Como já foi explicado trás, constestam-se as competências, não a criação de uma carreira. O exemplo espanhol é muito interessante. Alargou a formação dos seus Técnicos de Emergência (a formação que existia era muito díspar) através de um Real Decreto (Real-Decreto 1397/2007). Passarão a ter 2000 horas de formação!
Apesar disto, em Espanha ninguém usurpa o campo funcional dos Enfermeiros! A sua concepção assenta numa linha de complementaridade: não estarão capacitados para administrar medicação ou colocar IVs, intubar, colocar sondas ou drenagens de pneumotórax hipertensivo (nem agora, nem no futuro!) ... só podem fazer Suporte Básico de Vida e DESA, e "ajudar os Médicos e Enfermeiros em suporte avançado de vida" (citação do Real Decreto!).
.
Há quem teime em esquecer que a classe dos Técnicos de Emergência não é primária, ou seja (e traduzindo), em todos os países resultou de uma lacuna a preencher, um remedeio. Portanto, é fácil concluir que alguém que não existe, numa perpesctiva longitudinal, não é preferível a outro profissional, é só mesmo isso - um remendo.
Aliás, existem dois motivos apenas que explicam o fenómeno: são baratos e em certos países suprimem (com uma capacidade parcial) a escassez de Enfermeiros e Médicos. Não é o caso de Portugal.
Ou seja, sobra aquela explicação mais óbvia: são pasto para dar de comer a algum burro.

"Pedras no caminho? Guardo todas, porque com sorte ainda nasce um pintainho dentro de alguma"
DE

Comments:
Ninguem é contra?
olhem para o lado direito:

"Os Enfermeiros uniram-se contra a criação dos "paramédicos" em Portugal, e depois da Ordem dos Enfermeiros, foi a Associação Portuguesa da Enfermeiros de Emergência Pré-Hospitalar (APEEPH) que enviou um comunicado à imprensa, cimentando a união e a vontade da classe de Enfermagem, reafirmando que a proposta da criação dos referidos técnicos é "despropositada uma vez que, a prestação de cuidados de emergência pré-hospitalar deve ser assegurada pelos enfermeiros"!"
 
a alegada citação de Pessoa ainda por cima é falsa.
O nosso Pessoa não escreveu aquilo que muitos têm nos seus blogs - afirmado pelos literários de portugal que estudam com afinco a sua obra póstuma.
gracie
 
Se a enfermagem muda ao longo da história é natural que alguns dos seus tradicionais conteúdos transitem para outros profissionais, ou não?

Qual é a diferença entre esta transição e a cedência que levou, nos últimos anos, à delapidação indecente do conteúdo funcional de TODAS as categorias de enfermeiros?

Ou não estamos dispostos a abdicar das tarefas que mais nos aproximam dos médicos, enquanto aquelas que mais nos aproximam dos doentes já não nos importamos de ceder a outros?

É necessária uma reflexão (interna) séria para que não corramos o risco de nos ridicularizarmos a nós próprios e colocarmos (ainda mais) em causa a perenidade do nosso contributo no sistema de cuidados de saúde.

A exposição a que muitas vezes nos dispomos colocam-nos a jeito de sermos enxovalhados por gente que não tem nada a ver connosco.


Um Bom Ano 2011 e votos de que a Enfermagem em Portugal comece a enveredar por um caminho "sustentável".

VV
 
VIVA A ORDEM DOS ENFERMEIROS, VIVA O SEP. Os grandes donos da Enfermagem de Portugal que com os constantes tiros nos pés têm vindo paulatinamente a praticar a sua destruição.
Obrigado Mª Augusta, Obrigado José Carlos Martins, conseguiram destruir o que muitos, durante muitos anos construiram!
 
Onde estava a ordem dos enfermeiros.

Não se ouviu uma palavra sobre o acontecimentos.

E como ficou a situação?

micas
 
Caro DE.
Concordo com o pensamento aqui exposto. A solução TEPH é mais barata e em tempos de pensamento neoliberal vigente é difícil equilibrarmos a balança com o "q value" da hipótese óbvia e natural.
Advogo em favor da classe dos TEPH na medida em que devem estar enquadrados legalmente e identificada a sua margem de progressão laboral.
Para a frente com a definição da carreira destes profissionais. No entanto, e obviamente, discordo profundamente da redundância que é a proposta de formação da classe mencionada.

Redundante já que existe uma classe profissional devidamente enquadrada legalmente e estipulada na sua formação com a maioria das intervenções preconizadas na proposta. Ou seja é redundante criar e formar outros indivíduos numa área onde existe excedente de profissionais.
É redundante a formação que os TEPH preconizam e advogam, já existindo planos de estudos devidamente estruturados e em prática actualmente.
Para o próximo ano talvez, espero que e vou tentar contribuir para isso, amenizar um pouco os ânimos e desenvolver uma salutar discussão neste espaço, já que creio que é essa a intenção do autor.

Ah, Bom Ano Novo com boas saídas e melhores chegadas.
 
Curioso, em Portugal temos duas realidades... a dos Açores que um TAE pode administrar medicação e no continente que nada pode fazer! mas nos Açores a OE não diz nada! porque será? por ser uma ilha com clima agreste de certeza! Porque na madeira já não é assim...
 
Passo a explicar a quem não sabe:

Vai ser criada, ou melhor, já foi criada uma nova carreira: TEPH.
E digo nova, porque os TAE não desaparecem.
Podemos ter TAE e TEPH ao mesmo tempo.
Por isso a noticia no blog "que se apelida" de Técnico de Ambulância de Emergência, que fala da CRIAÇÃO da nova carreira está muito bem!
Já temos TAE's.
Agora vamos ter mais TEPH, com mais competencias.
Quem não quiser, ou não concluir a formação de TEPH, fica tal como está: TAE!

Percebeu agora?
 
Logo se verá no que isto dá.

Então e que conclusões ficaram da ultima reunião entre o INEM e a OE?
 
Ai credo. Não pude de deixar de comentar também no blog dos técnicos. Mas haja orgulho, que também nos falta a nós enquanto profissão, parece que andamos todos a remar em sentidos confusos e águas agitadas.

O sentido da criação desta nova classe ou algo parecido é ter enfermeiros mais baratos com menos direitos. Enfim, um claro contra-censo, assustador quando olhamos o futuro.

Creio que aqui se encontra assim uma explanação concisa e coerente, e um ponto que serve de alerta a toda uma classe que deveria prestar atenção focando.se nos assuntos essenciais para a sua sobrevivência.

Um último aspecto - este o menos importante de todos, embora seja no qual discordo - embora compreenda a necessidade de retirar a importância ao pessoa. Pessoa foi sem sombra alguma, um génio. Mesmo bêbado e drogado. Mas foi um génio e um mestre. Embora fique triste por o ver citado em publicações de tão baixo conteúdo como no caso dos técnicos.
 
Ninguem fala da reunião porque não interessa revelar que correu mal para os enfermeiros e que como já aqui foi dito o TEPH já está confirmado.

O que eles la foram fazer foi falar sobre os diplomas !

E parece que não correu bem para os enfermeiros, pois não faz sentido dar formação aos técnicos em farmacologia "diploma que já foi aceite" e depois não autorizar a sua administração!

Seria quase como ensinar a um técnico de analises, como se faz a colheita de sangue e depois proibir de efectuar essa colheita e ficar dependente de outro profissional para a fazer!

Estão de acordo que os TEPH saibam farmacologia mas administrar já não!?

Então ainda seria pior que actualmente, porque actualmente os TAE não tem farmacologia na sua formação de base, e no dia a dia ficam a ver os doentes morrer á espera de uma VMER ou que o doente entre em PCR para ligarem o DAE, e se isto for para a frente, já terão o conhecimento mas por num papel está escrito que não podem fazer vão deixar morrer o doente!

Como é óbvio este cenário está fora de questão, por isso se a farmacologia já passou, agora os actos LOGICAMENTE SO TEM É DE PASSAR TAMBÉM!

E é neste sentido que a OE la esteve nessa reunião, ARRANJAR UMA MANEIRA PARA QUE OS ACTOS SEJAM EFECTUADOS nem que dai se tenha de aumentar as horas de formação a estes futuros profissionais.

Relembro que o TEPH já está criado e é oficial, o que se discute agora é o conteúdo funcional.
 
Pena é que o Sr. "Doutor Enfermeiro" não tenha também sido compelido a controlar a sua, esta sim, esfaimada parvalhice prosaica e concentra-se em tentar pôr a sua eventual inteligência a elaborar argumentos sem as tais excrescências que me parecem ter um único objectivo (e não é preciso ser psicólogo ou sociólogo para se perceber) tentar afirmar-se numa supremacia nas lides de argumentação a que vamos assistindo e quer parecer ser portador de uma razão suprema aos olhos dos seus seguidores. A continuar neste registo seria sem dúvida mais profícuo você começar a pensar num suicídio colectivo da sua seita.
Não seria preciso dizer-lhe (pensando melhor nem sei, pela sua cegueira crítica...) que de assertivo nada teve e portanto vergonha devia ter para pedir assertividade a outros.
Deixe-me tentar mais uma vez explicar-lhe que a lógica que assiste a outros em defender a competências de uma carreira é exactamente a mesma razão lógica que assiste aos enfermeiros em pedir mais competências (como querer substituir médicos nos cuidados de saúde primários, quer prescrever fármacos ou tomar como seus os actos médicos que já praticam por desatenção daqueles) ou o facto de não se importarem de perder determinadas (o facto de aceitarem a relançada carreira de auxiliares de enfermagem porque me parece vos dar jeito para tarefas que alguns enfermeiros dizem não ser deles porque não foi para isso que estiveram a estudar).
Bem senhor(gostava de poder juntar outros prefixos a isto mas o seu perfil humano ainda está muito obscuro) a sua tentativa de levar ao descrédito e de reduzir a uma insignificância não só algumas pessoas mas uma classe de trabalhadores dignos (pode lá os haver menos mas dentro da sua...bem você também o sabe) é simplesmente ridícula e desprovida de qualquer regra democrática o que faz com que seja aceite qualquer resposta e de qualquer tipo a comentários seus ou das pessoas que você quer fazer querer que defende (eles vão acreditando-já teve algumas deserções).
Proponho que para no futuro não se ache injustificado comece já agora argumentar de forma lúcida, com respeito pela inteligência de outros e esgrimindo argumentos lógicos ou não sem ter que inscrever lá a sua RAIVA.

Ha! e se não publicar este post pelo menos já o leu pois é esse o meu principal e único objectivo...faça-se um melhor ser humano em 2011 (eu sei que não é fácil pois por vezes temos apagar algum passado...)
 
Mas de quem é a culpa do "mongólico Pizarro"...que quando fala a glossea quase lhe saía boca tão natural como dizer asneirada...a saúde em Portugal está entregue a gente doente da cabecinha...tontos...
 
É... os enfermeiros é que são os detentores da verdade. Os outros não percebem nada disto.
enfim...
 
EmergÊncia pré-hospitalar entregue a técnicos de ambulância é a mesma coisa que por uma copeira a cozinhar, um oficial de justiça a advogar ou a ajuízar, um formador a dar aulas no Ensino Universitário.

Isto só é possível neste país governado por medíocres!
 
NEM TUDO É LOGICO... LEVA A BICICLETA... MAS LEMBRA-TE QUE SE SÓ MAIS TARDE DERES CONTA QUE OS PNEUS ESTIVEREM FURADOS NÃO VAIS LONGE... CONTINUAS A PÉ... :)
 
olhem me estes gajos.... existem pessoas a exercer enfermagem que não nem nunca estudaram para tal... apenas pk depois de um certo dia de revolta.... apeteceram dizer EU SOU ENFERMEIRO..... LOOOLLLLLOOOOOOLLL
 
Em primeiro lugar gostaria de felicitar o Doutor Enfermeiro pelo artigo escrito. Subscrevo quase a totalidade do que escreveu.

Não percebo o porquê de nascer o TEPH. Segundo o que li, esses profissionais irão fazer muitas coisas que são da competência dos enfermeiros/médicos. Ora, se a licenciatura são 4 anos (para alem de formações/pos-graduaçoes/pos-licenciaturas/especialidades/mestrados/doutoramentos) versando sobre inumeros conteudos, áreas e saberes, porquê habilitar legalmente esses TEPH para o exercicio de tais funções? Em que ficamos? Se temos profissinais que já recebem formação completa para as questoes da saúde (entre os quais os enfermeiros) porquê criar "técnicos" que aprendem apenas meia-duzia de capitulos daquilo que é uma licenciatura!? Formam-se novos profissionais com meia-duzia de tecnicas e pronto? Há tantos enfermeiros sem emprego porque não aproveitar esses? Porque ir criar novas profissoes onde ja as há?~

Isto não tem lógica. Façam o seguinte exercicio: por quem gostariam de ser socorridos? por um medico/enfermeiro (com ANOS de formação + prática hospitalar) ou por um TESPH(ou lá o que é) que lhes "ensinaram" a em meia-duzia de horas a fazer "umas coisas"!?

É redundante! (como já li atras)

Porque não exigimos uma melhor sociedade? Mais competente?
 
só cromos.. só invejas e ataques infundados. os técnicos... os enfermeiros. cada classe a lutar por si e a menospresar os outros. olhem.... livrem-se os técnicos de falar mal dos enfermeiros numa sala de operações. e livrem-se os enfermeiros encarcerados num carro a falar mal dos taes.. cada um no seu lugar portugueses do caralho. ninguem anda pa frente porque não se querem unir. os técnicos querem ser enfermeiros e os enfermeiros querem ser médicos. já toda a gente sabe disso. parem com as lutas parvas.. tanto ha taes jovens como enfermeiros jovens.
ha taes broncos e enfermeiros péssimos. há excelentes taes e enfermeiros espetaculares.. por isso bardamerda para os criticos e invejosos, que nunca se contentarão com nada mesmo.
fodam-se todos.
 
Caro DE então não fala da reunião da Ordem dos Enfermeiros com o STAE que se realizou ontem dia 13 de Janeiro, para encontrar um caminho para viabilizar o projecto?

Como é que o senhor vai manter aquela coluna á direita na pagina principal, a dizer mal do projecto, quando a sua ordem se se reúne para o viabilizar?

Olhe que isto que digo já á publico!
Não sabia?
 
Caro DE então não fala da reunião da Ordem dos Enfermeiros com o STAE que se realizou ontem dia 13 de Janeiro, para encontrar um caminho para viabilizar o projecto do TEPH?

Como é que o senhor vai manter aquela coluna á direita na pagina principal, a dizer mal do projecto, quando a sua ordem se se reúne para o viabilizar?

Olhe que isto que digo já á publico!
Não sabia?
 
Já fui TAE e adorei trabalhar com enfermeiros!
Só tenho pena que em vez de perderem tempo a dizer mal uns dos outros não parem para pensar em como os dois são necessários, cada um à sua maneira.
Experimentem trabalhar em conjunto e em equipa e pode ser que percebam o quão vantajoso isso é, principalmente para a vítima.
 
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