quinta-feira, março 15, 2012

Aumenta a entropia na Enfermagem...

Estamos agora a colher a falta de planeamento estratégicos para a profissão na última década:
*
A propósito desta última peça jornalística, o DE teve acesso ao anúncio de trabalho publicado:


Recordo-me há uns anos, os teóricos do apocalipse, vociferarem a "falta de Enfermeiros", "rácios inferiores à média europeia" e "a necessidade de haver mais Enfermeiros para que todos possam ver os seus direitos cumpridos (segundo afirmavam, até à data não eram em virtude da escassez de profissionais). Havia emprego pleno, salários razoáveis, exercício liberal com reconhecimento económico satisfatório, motivação e orgulho em ser Enfermeiros!
O que temos agora? Desemprego total, salários vergonhosos, falta de valorização, desprezo e humilhação - a banalização!
Não constatei melhoras secundárias ao aumento exponencial de Enfermeiros no país...  a anarquia reina e reina bem.

Comments:
e continuará a reinar... enquanto a ordem desregular, em vez de regular a profissão. Ora ai está uma prioridade de extrema importância, que dentro de pouco tempo, caso não seja corrigida a situação, levará à existência de uma profissão negligente... e não esquecer o contributo das chefias de enfermagem para a banalização e desprezo da profissão, pois permitem muitas vezes a desigualdade no mesmo local de trabalho
 
Precisamos de um Marinho Pinto na enfermagem. Ele bate com a mão na mesa: Dificulta a entrada de novos advogados na ordem ao máximo, Reclama com os juízes, Diz mal da Ministra da tutela, e.... goste-se ou não. ninguém lhe toca. E vai levando a dele avante...
 
a ENFERMAGEM TEM UM PROBLEMA GRAVE DE LIDERANÇA. Os chefes continuam a não tocar nos doentes, a passar o tempo de gabinete, em reuniões estéreis e não a defender o interesse do cidadão e dos profissionais.

Os especialistas são rapidamente endoutrinados nas funções de segundo elemento, passando a preocupar-se com a validade dos soros, com a torneira que pinga, a contar o dinheiro do café, a fazer peditórios para a água.

Os chefes de equipa são escolhidos pelos chefes e não pelos próprios enfermeiros e servem para o chefe descartar mais umas quantas daquelas que são SUAS RESPONSABILIDADES.

Os restantes elementos trabalham como querem. Se lhes apetece fazer levante ao doente, fazem; se não apetece fazer o penso hoje, fica para amanhã. Também, há os fisioterapeutas que agora são quase eles que gerem a promoção do autocuidado... Há as auxiliares que enfardam as refeições nos doentes que nem têm força para reclamar, mudam as fraldas sem sequer lavar os doentes, põem e dispõem sobre os cuidados e tratam os enfermeiros ostensivamente por TU, de preferência à frente do doente e familiares que é para ver QUEM É QUE MANDA AQUI! No entretanto, os Enfs ocupam-se nos negócios de copa, no face, a falar mal deste e daquele... Se o doente chateia, amarra-se! É normal. Se tocas muito à campaínha, ficas sem ela.

Tudo é normal quando não há regulação e a regulação não é da Ordem, é dos pares. E se o par chama a atenção porque as coisas não estão bem, é segregado por todos os meios e cria-se sobre a pessoa uma imagem que a prejudica. Se a pessoa tem arcaboiço para arcar com essa descriminação, coloca os interesses do doente à frente; mas normalmente não tem e não está ali para se sentir prejudicado, entendem?

Às vezes penso que escolhi mesmo uma profissão de cáca. Desculpem o desabafo, mas não vale a pena fingirmos que somos os maiores quando sabemos que deixamos as bocas secas por lavar, não mudamos as punções a menos que já haja ali um vergão na pele ou o doente arranque o soro (aí, amarra-se!), não nos preocupamos se o doente cardíaco fica a arfar depois de a auxiliar que veio da fábrica de chinelos ali ao lado lhe meter a comida pela goela abaixo em grandes colheradas de papa espessa e agoniante, não nos interessa nada que o doente seja capaz ou não de limpar a cara porque não há tempo e é mais fácil sermos nós a fazê-lo, não interessa se o doente é capaz de se levantar para ir à casa de banho porque é mais fácil dizer "faça na fralda!". Não existe repeito nem rigor no trabalho. Não há brio. Se a auxiliar deita a roupa para o chão, não interessa; se chega ali e destapa de repente o doente, é normal; se as mesas de cabeceira ficam um nojo, não me importo; se não mudam a roupa da cama que fica suada da noite, quero lá saber; se não limpam o colchão todo cheio de urina seca, temos pena... Se o doente só lava as mãos no banho e durante o dia anda a mexer na fralda, tem sangue ou expectoração, as unhas cheias de cáca, não interessa.

realmente, uma apreciação realista das coisas mostra que deixamos muito a desejar e depois dizemos mal das teorias, do que vem nos livros... É que realmente o que vem lá é a maneira como tudo isto se faz corretamente, e nós não estamos para ai virados. Criámos a nossa própria enfermagem e praticamos o que achamos que chega para receber o ordenadito.

Promovam uma boa liderança nos cuidados e vejam se continua o rega bofe em que tudo isto se está a tornar.
 
É a desgraça a que nos conduziu aparecimento de cogumelos, desculpem, quero dizer Escolas de Enfermagem. O negócio de meia-dúzia foi a ruína de uma Classe. E sobretudo os nossos colegas mais novos são os que mais pagam e fazem-no de 4 formas: 1) as exorbitâncias que pagavam em propinas em muitas dessas Escolas 2) a má formação que alguns receberam 3) o desemprego que se lhe seguiu 4)a precariedade da Profissão resultado da sua proletarizarão.

Só uma questão para o Colega Dr.Enfermeiro: o anúncio é verídico? É que se for roça o insulto e se é para ser assim devia-se escrever ao autor de tal barbaridade e pedir que o corrigi-se acrecentando-se na rúbrica "oferece-se" a seguinte alínea "cela para o Enfermeiro com vista para o pátio e direito a balde sanitário" passo a ironia (desculpem o meu desabafo Colegas mas se este anúncio é verdadeiro então creio que qualquer dia teremos Colegas a fugir para a Coreia do Norte porque lá sempre se está melhor)
 
" Colega Dr.Enfermeiro: o anúncio é verídico?"


Não, estimado colega, é um sarcasmo.
 
P.f. compreenda a minha pergunta pois apesar de me parecer bastante ridículo, já vi tanta coisa que até se torna difícil dizer o que é verdade do que é mentira.
 
Só tenho pena de infelizmente haver quem aceite propostas destas, para "ganhar" experiencia dizem, ou para se manterem " entretidos" enquanto não arranjam algo mais estável. já trabalho desde 2006 para o estado e ainda tenho contrato precário....é vergonhoso, mas é quase como no anúncio
 
quando é que se mudam as vagas? se se aumentou, também se diminui, é o ponto chave deste mandato
 
Lei do mercado...
 
O Bastonário que acompanhou o trabalho de enfermagem nas prisões nada disse mais uma vez.
 
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