quinta-feira, março 22, 2012
Taxas moderadoras em Enfermagem
Comments:
<< Home
Eu sempre fui contra estas taxas moderadoras que o governo decidiu colocar nos actos de Enfermagem (basta até ver comentários que fiz neste e noutros blogues a propósito do tema).
Infelizmente vi muitos colegas argumentarem que estas taxas eram uma valorização dos actos desempenhados pelos Enfermeiros, o argumento não poderia ser mais falso. Eu disse que se o valor das taxas se reflecti-se nos nossos vencimentos ainda poderia ser entendido como uma recompensa financeira pelo nosso trabalho mas da maneira como isto foi feito já estava à vista de quem quisesse ver que o resultado não seria bom:
1) como apontado e bem pelo nosso Bastonário temos doentes que procuram reduzir o número de intervenções porque não têm capacidade financeira para as suportar. O que é que daqui advém? A degradação da recuperação do estado de saúde daqueles que tratamos.
2) muita da população ao pagar estas taxas fica a pensar que o Enfermeiro "mete o dinheiro ao bolso e faz-se pagar bem"
Ah! Quantos colegas cegos convencidos que estas taxas eram um passo na dignificação da nossa Classe. Não poderiam estar mais enganados.
Aquilo que realmente dignifica o Enfermeiro é a execução exemplar do seu trabalho, dos actos que lhe competem (a propósito disto discordo do nosso colega Bastonário - bem sei que defende a sua dama - quando diz que a vigilância das gravidezes normais devia ser feita por Enfermeiros-Obstetras pois dá aquela ideia "enquanto as coisas correm bem, são normais o Enfermeiro pode acompanhar mas mal comece a correr mal lá vai o Enfermeiro chamar o sr. dr." e além do mais o campo da Enfermagem na Obstetrícia é tão vasto e com tantas especificidades que quem nele está já tem tanto para fazer que não precisa de fazer protocolos de vigilância das situações normais).
Mas voltando ao que dignifica a Enfermagem - é o trabalho, o desempenho das funções próprias da Enfermagem com brio que a dignifica. E para tal há que combater tudo aquilo que a tem deteriorado:
1) o número excessivo de Escolas de Enfermagem (algumas quase de vão de escada) que formam mal futuros profissionais e que formam em excesso proletarizando e banalizando a Profissão.
2) a cada vez mais usurpação por outras profissões de funções da Enfermagem com a falta de qualidade que todos sabemos e que negam aos doentes os melhores cuidados.
3) uma outra consequência do aumento excessivo de Enfermeiros - aqueles que não fazem nenhum e cujo o currículo é muito duvidoso mas por que têm boas cunhas até são colocados em funções em que ficam a "gerir" o trabalho daqueles que com sentido de aprumo desempenham as suas funções.
Enfim... quando será que acordamos e percebemos que a Enfermagem tem que voltar às suas origens? Que todas estas "novas" tendências embora possam sugerir progresso para a nossa Profissão não são mais do que meras miragens que hão de se revelar "rachas" nos pilares da Enfermagem? Será que só vamos acordar quando o edifício da Enfermagem não for mais que entulho de tanto "modernice" que lhe quisemos acrescentar? Sei que o que vou afirmar pode ser polémico mas creio que era bom que a Enfermagem recuasse 20 anos para recomeçarmos onde estávamos então e solidificarmos a nossa Profissão. Se o víssemos teríamos uma Profissão sem muitas destes acréscimos progressistas que tantos parecem apreciar é certo, mas teríamos algo sólido, só nosso, sem tantos a tentarem imiscuir-se no trabalho dos Enfermeiros e sobretudo teríamos Emprego, maior Dignificação da Classe, seríamos Respeitados e seriamos respeitadores daqueles com quem trabalhamos terminando-se com guerras e questiúnculas fúteis, teríamos melhor remunerações em vez de trabalharmos muitos a receber menos à hora do que uma empregada doméstica.
Não tenhamos medo de voltar às origens, temos mais a ganhar do que a perder (o que perderíamos seriam a ilusões que se hão de desfazer em fumaça) e seriamos uma Classe sólida e que ninguém ousaria substituir por "novos artistas" que vão surgindo.
Desculpem o meu longo desabafo.
Infelizmente vi muitos colegas argumentarem que estas taxas eram uma valorização dos actos desempenhados pelos Enfermeiros, o argumento não poderia ser mais falso. Eu disse que se o valor das taxas se reflecti-se nos nossos vencimentos ainda poderia ser entendido como uma recompensa financeira pelo nosso trabalho mas da maneira como isto foi feito já estava à vista de quem quisesse ver que o resultado não seria bom:
1) como apontado e bem pelo nosso Bastonário temos doentes que procuram reduzir o número de intervenções porque não têm capacidade financeira para as suportar. O que é que daqui advém? A degradação da recuperação do estado de saúde daqueles que tratamos.
2) muita da população ao pagar estas taxas fica a pensar que o Enfermeiro "mete o dinheiro ao bolso e faz-se pagar bem"
Ah! Quantos colegas cegos convencidos que estas taxas eram um passo na dignificação da nossa Classe. Não poderiam estar mais enganados.
Aquilo que realmente dignifica o Enfermeiro é a execução exemplar do seu trabalho, dos actos que lhe competem (a propósito disto discordo do nosso colega Bastonário - bem sei que defende a sua dama - quando diz que a vigilância das gravidezes normais devia ser feita por Enfermeiros-Obstetras pois dá aquela ideia "enquanto as coisas correm bem, são normais o Enfermeiro pode acompanhar mas mal comece a correr mal lá vai o Enfermeiro chamar o sr. dr." e além do mais o campo da Enfermagem na Obstetrícia é tão vasto e com tantas especificidades que quem nele está já tem tanto para fazer que não precisa de fazer protocolos de vigilância das situações normais).
Mas voltando ao que dignifica a Enfermagem - é o trabalho, o desempenho das funções próprias da Enfermagem com brio que a dignifica. E para tal há que combater tudo aquilo que a tem deteriorado:
1) o número excessivo de Escolas de Enfermagem (algumas quase de vão de escada) que formam mal futuros profissionais e que formam em excesso proletarizando e banalizando a Profissão.
2) a cada vez mais usurpação por outras profissões de funções da Enfermagem com a falta de qualidade que todos sabemos e que negam aos doentes os melhores cuidados.
3) uma outra consequência do aumento excessivo de Enfermeiros - aqueles que não fazem nenhum e cujo o currículo é muito duvidoso mas por que têm boas cunhas até são colocados em funções em que ficam a "gerir" o trabalho daqueles que com sentido de aprumo desempenham as suas funções.
Enfim... quando será que acordamos e percebemos que a Enfermagem tem que voltar às suas origens? Que todas estas "novas" tendências embora possam sugerir progresso para a nossa Profissão não são mais do que meras miragens que hão de se revelar "rachas" nos pilares da Enfermagem? Será que só vamos acordar quando o edifício da Enfermagem não for mais que entulho de tanto "modernice" que lhe quisemos acrescentar? Sei que o que vou afirmar pode ser polémico mas creio que era bom que a Enfermagem recuasse 20 anos para recomeçarmos onde estávamos então e solidificarmos a nossa Profissão. Se o víssemos teríamos uma Profissão sem muitas destes acréscimos progressistas que tantos parecem apreciar é certo, mas teríamos algo sólido, só nosso, sem tantos a tentarem imiscuir-se no trabalho dos Enfermeiros e sobretudo teríamos Emprego, maior Dignificação da Classe, seríamos Respeitados e seriamos respeitadores daqueles com quem trabalhamos terminando-se com guerras e questiúnculas fúteis, teríamos melhor remunerações em vez de trabalharmos muitos a receber menos à hora do que uma empregada doméstica.
Não tenhamos medo de voltar às origens, temos mais a ganhar do que a perder (o que perderíamos seriam a ilusões que se hão de desfazer em fumaça) e seriamos uma Classe sólida e que ninguém ousaria substituir por "novos artistas" que vão surgindo.
Desculpem o meu longo desabafo.
Caro DE pelos vistos o nosso bastonário não tem a mesma opinião que o colega no que diz respeito à aplicação das taxas moderadoras em enfermagem... primeiro era uma mais valia para a classe mas afinal...
Estou completamente em desacordo com a posição da Ordem. Proteja-se os doentes, mas sem esquecer os Enfermeiros! É inaceitavél que todas as actividades na área da saúde tenham taxa moderadora, excepto Enfermagem. Traduz-se claramente numa desvalorização da nossa actividade. Eu tenho um posto de Enfermagem, localizado a 5km do centro de saúde, e vejo recorrentemente o cliente de um injectavel, por exemplo, a ir-se embora porque 2,50€ é demais para uma "simples" injecção. Porque é que acontece? Porque NINGUÉM está preparado a pagar um acto de Enfermagem! Um sistema de saúde sólido tem que ter custos. Se as pessoas têm dificuldades financeiras de certeza que beneficiarão de isenção, é que bem vistas as coisas temos quase 7 milhões de isentos. Uma Ordem como deve ser apoiaria as taxas moderadoras, nem que seja para estarmos em igualdade com os outros profissionais de saúde. Uma Ordem como deve ser apoiaria o desenvolvimento de postos de Enfermagem privados, para termos uma rede de cuidados de enfermagem nacional muito forte com obvias vantagens para a população, e Enfermeiros não faltam. Tenho muita expectaviva nesta Ordem, espero que não se revelem mais uns esquerdistas, activos só para contrariar.. Obrigado
N. Alves
N. Alves
Estou a gostar muito de ver o trabalho desta OE, finalmente uma ordem que luta por nós e que tenta dignificar o nosso trabalho, além do que, está a tentar melhorar a saúde em Portugal.
anónimo das 9,28
De acordo. Aliás, não havia necessidade de taxas moderadoras em nada logo que se tivesse optado por investir na educação do cidadão.
VV
De acordo. Aliás, não havia necessidade de taxas moderadoras em nada logo que se tivesse optado por investir na educação do cidadão.
VV
A taxa moderadora tem como princípio ser um fator de moderação do consumo, cuja finalidade é, não o financiamento do setor, mas ajudar a evitar os abusos de consumo promovidos pelo próprio sistema de cuidados de saúde.
É um mecanismo que, procurando não vedar nem desincentivar o acesso aos cuidados quando estes são necessários, pretende introduzir na sua utilização alguma ponderação. Da pior maneira, no meu entender.
Por outro lado, comparar privado com público nesta discussão é algo que não me faz qualquer sentido.
O financiamento da saúde decorre dos impostos pagos pelo cidadão (público) ou do pagamento direto feito no ato do consumo (privado).
Nos serviços privados pode haver lugar a PAGAMENTO da intervenção de enfermagem realizada, no momento em que decorre o consumo, de forma isolada ou integrada no cuidado em geral (internamento, por exemplo); nos serviços PÚBLICOS, há PRÉ-PAGAMENTO dessa intervenção no momento em que o cidadão pagou os seus impostos. Nos serviços privados o cliente paga o que usa; nos serviços públicos o cidadão paga mesmo se não usa, por uma questão de solidariedade social e por outras razões que não interessa aqui explorar.
Nos serviços privados não há taxas moderadoras pois não interessa moderar o consumo, mas promovê-lo: pode haver mecanismos de incentivo ao consumo, altamente criticáveis no âmbito das especificidades da saúde, como os as acumulações de pontos nas farmácias, os orçamentos nos dentistas, nos medicamentos, a indução ao consumo pelas mais variadas maneiras que visam tão só fazer LUCRO FINANCEIRO com a necessidade em saúde das pessoas.
Nos serviços públicos também devem existir mecanismos de incentivo ao consumo, mas visando o LUCRO SOCIAL e não o financeiro. O que se pretende ganhar é saúde e não dinheiro, muito embora seja expetável um impacto positivo no setor económico logo que a população tenha melhores niveis de saúde.
Nestas diferenças está a impossibilidade de comparar o pagamento de um ato no setor privado e no setor público. A tendência deveria ser de eliminar todas as taxas moderadoras de consumo no setor público e ir introduzindo outros mecanismos de moderação mais avançados do ponto de vista social e cultural. Mas, ao defendermos o alargamento de taxas aos serviços de enfermagem estamos não só a castigar ainda mais o cidadão (que paga 2 vezes), como a dizer que não somos capazes, nós mesmos, de defendermos uma filosofia de cuidados avançada, limitando-nos a copiar o modelo instituido para os cuidados médicos. É um insistir no passado, uma clara incapacidade de ter novas ideias, um copiar de maus princípios, nada de inovador, mais do mesmo: e se o mesmo é mau, é mais do mau!
Seria mais oportuno desenvolver trabalho sobre as razões que motivam os abusos no consumo de cuidados de saúde para depois equacionar a melhor forma de orientar esse consumo, em vez de castigar cegamente as pessoas obrigando-as a olhar para a carteira no momento em que se sentem doentes.
VV
É um mecanismo que, procurando não vedar nem desincentivar o acesso aos cuidados quando estes são necessários, pretende introduzir na sua utilização alguma ponderação. Da pior maneira, no meu entender.
Por outro lado, comparar privado com público nesta discussão é algo que não me faz qualquer sentido.
O financiamento da saúde decorre dos impostos pagos pelo cidadão (público) ou do pagamento direto feito no ato do consumo (privado).
Nos serviços privados pode haver lugar a PAGAMENTO da intervenção de enfermagem realizada, no momento em que decorre o consumo, de forma isolada ou integrada no cuidado em geral (internamento, por exemplo); nos serviços PÚBLICOS, há PRÉ-PAGAMENTO dessa intervenção no momento em que o cidadão pagou os seus impostos. Nos serviços privados o cliente paga o que usa; nos serviços públicos o cidadão paga mesmo se não usa, por uma questão de solidariedade social e por outras razões que não interessa aqui explorar.
Nos serviços privados não há taxas moderadoras pois não interessa moderar o consumo, mas promovê-lo: pode haver mecanismos de incentivo ao consumo, altamente criticáveis no âmbito das especificidades da saúde, como os as acumulações de pontos nas farmácias, os orçamentos nos dentistas, nos medicamentos, a indução ao consumo pelas mais variadas maneiras que visam tão só fazer LUCRO FINANCEIRO com a necessidade em saúde das pessoas.
Nos serviços públicos também devem existir mecanismos de incentivo ao consumo, mas visando o LUCRO SOCIAL e não o financeiro. O que se pretende ganhar é saúde e não dinheiro, muito embora seja expetável um impacto positivo no setor económico logo que a população tenha melhores niveis de saúde.
Nestas diferenças está a impossibilidade de comparar o pagamento de um ato no setor privado e no setor público. A tendência deveria ser de eliminar todas as taxas moderadoras de consumo no setor público e ir introduzindo outros mecanismos de moderação mais avançados do ponto de vista social e cultural. Mas, ao defendermos o alargamento de taxas aos serviços de enfermagem estamos não só a castigar ainda mais o cidadão (que paga 2 vezes), como a dizer que não somos capazes, nós mesmos, de defendermos uma filosofia de cuidados avançada, limitando-nos a copiar o modelo instituido para os cuidados médicos. É um insistir no passado, uma clara incapacidade de ter novas ideias, um copiar de maus princípios, nada de inovador, mais do mesmo: e se o mesmo é mau, é mais do mau!
Seria mais oportuno desenvolver trabalho sobre as razões que motivam os abusos no consumo de cuidados de saúde para depois equacionar a melhor forma de orientar esse consumo, em vez de castigar cegamente as pessoas obrigando-as a olhar para a carteira no momento em que se sentem doentes.
VV
Vejo que o Doutor Enfermeiro ao defender o anónimo da 11:33 AM. é a favor das taxas moderadoras mas posso estar enganada.
É ou não é a favor das taxas moderadoras? Assuma uma posição, não se fique por meias palavras que deixam sempre a dúvida e que mostra que se pode inclinar para um lado ou para o outro conforme os ventos ou as modas.
Se é a favor das taxas e o Enf. Germano já vem falar contra será que as comadres se desenteram?
É ou não é a favor das taxas moderadoras? Assuma uma posição, não se fique por meias palavras que deixam sempre a dúvida e que mostra que se pode inclinar para um lado ou para o outro conforme os ventos ou as modas.
Se é a favor das taxas e o Enf. Germano já vem falar contra será que as comadres se desenteram?
Cada um faz o discurso mediante o seu interesse... eu concordo com as taxas... e até digo mais... sou contra a parasitose das isenções.
Ás pessoas só dão valor quando pagam... de outra forma estamos apenas presentes como "criado".
Eu também tive um doente hipertenso que deixou de tomar a medicação (menos de 5€ mensais) porque segundo ele tinha problemas economicos. Ao continuar a colher a história verifiquei que fumava um maço de MARLBORO por dia... comentários para que...
Ás pessoas só dão valor quando pagam... de outra forma estamos apenas presentes como "criado".
Eu também tive um doente hipertenso que deixou de tomar a medicação (menos de 5€ mensais) porque segundo ele tinha problemas economicos. Ao continuar a colher a história verifiquei que fumava um maço de MARLBORO por dia... comentários para que...
Ainda em relação às taxas moderadoras, que dados é que existem sobre alguma eventual sobre utilização ou outras formas de consumo inapropriado de cuidados de enfermagem, que justifiquem a introdução de mecanismos MODERADORES desse consumo?
Em que áreas (csprimários/hospitalares) existe sobre utilização? Porquê? Que respostas estão a ser equacionadas para resolver esse problema? O que é que os Enfermeiros, especificamente, apresentam como contributo ÚNICO da profissão para ajudar a resolver esses problemas?
Não pretendemos nós, Enfermeiros, que se aumente o consumo de cuidados de enfermagem visto que o atual padrão parece ser bastante inconsistente com o desejável e com as competências que temos?
Não vemos nós, Enfermeiros, uma oportunidade no aumento das taxas noutros atos, para nos mobilizarmos e apresentarmos o nosso trabalho como uma alternativa válida e por vezes mais importante do que meras análises, falsas consultas médicas, e autênticos calvários que o cidadão percorre para conseguir às vezes resolver um problema simples?
Porquê insistir no caminho dos outros? O que é que me interessa que agora as pessoas tenham que pagar não sei quanto para uma consulta de enfermagem ou uma intervenção mais técnica, quando na verdade isso as vai afastar mais do contato com o enfermeiro, criando até caminho para dispensar profissionais por falta de trabalho? Ninguém pode pensar que isto é sinónimo de trabalho gratuito, que pagam aos médicos e aos enfermeiros não, e tal e tal; o cidadão já pagou nos impostos e paga com a doença, muitas vezes fruto de insuficiente acompanhamento por parte do sistema (de saúde e doutros) que também tem responsabilidade na saúde das pessoas.
VV
Em que áreas (csprimários/hospitalares) existe sobre utilização? Porquê? Que respostas estão a ser equacionadas para resolver esse problema? O que é que os Enfermeiros, especificamente, apresentam como contributo ÚNICO da profissão para ajudar a resolver esses problemas?
Não pretendemos nós, Enfermeiros, que se aumente o consumo de cuidados de enfermagem visto que o atual padrão parece ser bastante inconsistente com o desejável e com as competências que temos?
Não vemos nós, Enfermeiros, uma oportunidade no aumento das taxas noutros atos, para nos mobilizarmos e apresentarmos o nosso trabalho como uma alternativa válida e por vezes mais importante do que meras análises, falsas consultas médicas, e autênticos calvários que o cidadão percorre para conseguir às vezes resolver um problema simples?
Porquê insistir no caminho dos outros? O que é que me interessa que agora as pessoas tenham que pagar não sei quanto para uma consulta de enfermagem ou uma intervenção mais técnica, quando na verdade isso as vai afastar mais do contato com o enfermeiro, criando até caminho para dispensar profissionais por falta de trabalho? Ninguém pode pensar que isto é sinónimo de trabalho gratuito, que pagam aos médicos e aos enfermeiros não, e tal e tal; o cidadão já pagou nos impostos e paga com a doença, muitas vezes fruto de insuficiente acompanhamento por parte do sistema (de saúde e doutros) que também tem responsabilidade na saúde das pessoas.
VV
eu sou a favor da cobrança de taxas moderadoras... a cobrança deve ser feita de forma ajustada (tal como acontece no meu serviço) e não por outra forma. Se lerem bem o documento que operacionaliza a medida irão ver que a ter que ser paga alguma taxa pelos serviços de enfermagem (e estão descriminados os isentos) esta só é paga 1 unica vez, pois as seguintes intervenções (como são por iniciativa do serviço)são isentas de pagamento de taxa. A ideia que se tem que as pessoas pagam para obterem serviços de enfermagem é redutora. Creio que um SNS sustentável só é possivel com o contributo de todos os que dele beneficiem. Eu até iria mais longe.... Mas atenção!!!! Se existe cobrança tem que haver QUALIDADE!!!!
Ainda bem que os utentes só gostam de pagar as taxas moderadoras pelas inumeras consultas médicas..lol
Fiquei baralhado: então aqui há uns meses, o nosso bastonário (e o Dr. Enf.) não era a favor das taxas moderadoras? Agora diz o contrário?
Então... decidam-se!
A favor ou contra? Este parece o blog de um sindicalista. Populista até não mais conseguir.
A favor ou contra? Este parece o blog de um sindicalista. Populista até não mais conseguir.
Trabalho nos CSP à alguns anos e inicialemente era contra as taxas moderadoras. Neste momento sou favor, porque de facto a maioria dos utentes com dificuldades economicas está isenta e acabaram os utentes usurpadores de cuidados de saúde de forma abusiva (por culta dos enfermeiros também. Agora é mais fácil organizar uma agenda ter um trabalho mais elaborado e estruturado. Deixou mais tempo para as consultas de enfermagem de vigilância. E aqui sim, há ganhos de saúde garantidos a médio longo prazo..
Ainda não notei a falta de utentes no centro de saúde para o que é realmente importante, a sua saúde e manutenção da mesma..
Enviar um comentário
Ainda não notei a falta de utentes no centro de saúde para o que é realmente importante, a sua saúde e manutenção da mesma..
<< Home