Doutor Enfermeiro

Toda a oferta no ensino superior devia ser repensada.
 

E a Enfermagem? Mas o que tem feito a OE acerca do assunto?
O Enf Germano Couto bem que se lamuria nas entrevistas, dizendo que há excesso de oferta formativa e até afirma haver más Escolas. Mas e faz alguma coisa para inverter este curso kamikaze que leva a coisa? Não, bem pelo contrário deixa lá para as calendas fazer uma auditoria à qualidade das Escolas, algo que seria uma mais-valia para pressionar o fecho de algumas "distribuidoras de diplomas" e ajustar o número de vagas às necessidades do país e não dos paçundos que fazem do desemprego dos outros e da precariedade da Enfermagem o seu bem vantajoso ganha-pão.
Fica-me apenas uma dúvida: porque deixa o Enf Germano Couto esta auditoria para o final do mandato (em vez de a fazer urgentemente pois a situação assim o exige)?
Será que é porque esta pode ser uma mais-valia nas próximas eleições? Afinal sempre é um bom mote para uma campanha - prometer inverter-se a situação do desemprego fazendo a única coisa inteligente - cortar o mal pela raíz.
Ou será que o facto de estar ligado a tantas Escolas faz do nosso Bastonário um dos membros interessados no lobby da Escolas? É que não é só ele que lá está, a Enfª Lúcia Leite, seu braço direito, também tem interesses aqui, e outros que lá estão...
Se a Maria Augusta e restantes incompetentes não tiveram mão nesta balbúrdia, parece-me certo que também não vai ser esta OE que vai mudar seja o que for.
Por isso mesmo, havemos de continuar a ver posts iguais daqui a 10, 15 ou mais anos.

JP
 

Há uma coisa que eu não percebo:

O Germano é uma pessoa com um percurso mais ou menos conhecido.
O Doutor Enfermeiro, diz quem trabalha em Gaia, também é uma pessoa com crédito.
Só não entendo como pode haver espaço na actual Ordem para pessoas ligadas ao grupo BES, que permitiram contratações totalmente escandalosas no Hospital de Loures (Cristina Mesquita).
Ou espaço para pessoas que na campanha, deram apoio a outra lista (Costa Dias – Hospital da Luz; spot da OE).
Ou pessoas ligadas à (fábrica) Universidade Atlântica (Presidente da SRSul).

Não vislumbro uma mudança para melhor no seio da classe…
 

Digam-me lá: faz algum sentido, por exemplo, gastar 750 milhões de euros com a formação de licenciados de enfermagem para depois serem exportados, pro bono, para Inglaterra, Luxemburgo, EUA e Arábia Saudita? Actualmente exitem quse 65 mil enfermeiros com cédula profissional na Ordem dos Enfermeiros e estão empregados 40 mil no sector público... que loucura é esta. Cada licenciado fica nos 4 anos de curso Superior perto de 50 mil euros ao contribuinte português. Fechem-se 90% das Escolas Superiores de Enfermagem...
 

Abram escolas que ainda há poucas. Quando o custo do trabalho de enfermagem chegar perto dos 0,00 € (zero euros), ai sim, deve-se pensar em fechar meia dúzia de escolas. Aliás, a profissão podia passar a ser constituída por professores e estagiários, assim teríamos um grande investimento em investigação em enfermagem e serviços embutidos de novos saberes...
 

É como dizem os colegas JP e das 10:57, não haverá mudanças nesta área.

O desemprego continuará a aumentar e a qualidade dos cuidados de enfermagem vai diminuir significativamente, não porque se deixem de formar bons enfermeiros (ainda há escolas que fazem um trabalho de qualidade) mas porque por cada enfermeiro que sai com um excelente nível de formação saem 2 ou 3 estarolas que tiraram um curso num Piaget (4 Escolas), Fernando Pessoa (2 Escolas), Instituto Superior de Saúde do Alto Ave, Universidade Atlântica, Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis, CESPU (2 Escolas),Instituto Politécnico de Portalegre, Escola Superior de Saúde de Santarém, Instituto Politécnico de Beja e tantas outras que não aqui não refiro.

Entre públicas e privadas em Portugal Continental e Ilhas contamos com mais de 40 escolas!!!
Destas só 10 a 15 é que têm formação com qualidade e bastavam estas para formar todos os enfermeiros para responder às necessidades do país.
Como consequência vemos alunos finalistas mal preparados para a vida profissional. Inseguros, sem brilho, sem brio e com pouca bagagem teórico-prática.
Mas o pior é que a culpa não é deles.
A culpa é deste fenómeno que a Ordem dos enfermeiros permitiu, a culpa é das suas Escolas e dos seus planos curriculares que passam por campos de estágio em Lares, Consultas externas e Unidades de cuidados continuados. Isto até ao último ano de curso, sem que os alunos passem por serviços cruciais para a aprendizagem, como por exemplo internamentos de cirurgia e medicina.

Ainda recordo o tempo em que haviam escolas de enfermagem que só admitiam alunos com uma nota mínima de 17. Eram raras as escolas com nota mínima de acesso abaixo de 14.
Hoje com 9,6 val. já se vai para enfermagem.

Perdeu-se por completo o rumo, as escolas estão pura e simplesmente a formar para o desemprego ou emigração.

A enfermagem está a ir pelo pior caminho possível em Portugal...
Se anterior OE permitiu esta palhaçada, a actual OE está por via dos interesses particulares dos seus membros presa aos interesses daqueles que decidiram fazer do ensino da enfermagem não algo de excelência mas um lucrativo comércio, uma venda de "canudos" que bem podiam "calçar uma mesa ou cadeira com uma perna mais curta (um pouco à semelhança de algumas dessas pseudo-escolas)"
 

Concordo plenamente com o Zé Mário.
Neste momento temos um número de vagas em Enfermagem completamente desajustado à nossa realidade.

Concordo que felizmente ainda existem as boas escolas de Enfermagem, mas actualmente existe uma banalização enorme do curso de Enfermagem.

Há que repensar o número de vagas, há que ter coragem de fechar escolas que não oferecem qualidade e que colocam por exemplo, alunos a fazer estágios de pediatria em creches e que permitem que os mesmos cheguem ao 4ºano sem terem feito uma única vez mts das práticas de Enfermagem.

Que a OE tome uma posição quanto a isto e que o Enf. Germano tenha a coragem de o fazer. Não adianta, nem tão pouco interessa dizer que enfermagem está "assim ou assado", há que tomar medidas sem olhar aos interesses de minorias. O que está em causa é tb a dignidade da nossa profissão, que tal como já foi dito por alguém, não tarda está a custo zero.

Se é preciso fechar as privadas, que se fechem e até mesmo se for necessário fechar algumas públicas...força. As coisas não podem é continuar da mesma forma.

Infelizmente em Portugal não é necesário ter boas notas para ser Enfermeiro. Basta apenas ter dinheiro para comprar a Licenciatura.

É hora de dizer BASTA.
 

convença o bastonário
 

Em toda a Enfermagem, exceptuando aqueles que vivem de "dizerem que dão umas aulas", há um sentimento unânime de que há Escolas a mais, Vagas a mais e Escolas com qualidade a menos. O próprio Bastonário já o disse (tanto que se formam Enfermeiros a mais como há Escolas que não são dignas desse nome). Porque é que numa questão tão essencial, senão mesmo a mais urgente face ao crescente desemprego e emigração não se toma uma atitude?
Esta era uma promessa do Enf. Germano que cada vez mais me parece que há de ficar por cumprir.
Por favor, a bem da dignidade da Classe, da qualidade dos Cuidados de Enfermagem que se tomem medidas urgentemente não podemos esperar mais 3, 6 ou até mais anos até que uma Ordem dos Enfermeiros resolva este problema.
 

“ Anónimo disse...
Digam-me lá: faz algum sentido, por exemplo, gastar 750 milhões de euros com a formação de licenciados de enfermagem para depois serem exportados,(...)?Fechem-se 90% das Escolas Superiores de Enfermagem...”

“ (...) Ainda recordo o tempo em que haviam escolas de enfermagem que só admitiam alunos com uma nota mínima de 17. Eram raras as escolas com nota mínima de acesso abaixo de 14. “
Hoje com 9,6 val. já se vai para enfermagem. “

Os vendilhoes da Enfermagem! O total descrédito duma profissão, a troco de Euros..!
 

E depois formam-se vassalos e vassalas , prontos e prontas para tudo desde que que o médico fique satisfeitinho.Doentologia, coragem, profissionalismo, defesa da classe , união...já eram...Venha o fim do mês, e "prostitua-mo-nos" sistemáticamente...