sexta-feira, maio 18, 2012

Questões de tempo.

"As grávidas de baixo risco e os doentes crónicos poderão vir a ser seguidos por Enfermeiros e não por médicos. De acordo com o I, a Ordem dos Enfermeiros espera que a alteração à lei fique concluída até ao fim do ano

O Bastonário diz que o Governo revelou já abertura total, falta apenas criar um grupo de trabalho para aplicar a medida. Por definir está ainda o número de utentes a cargo de cada enfermeiro, as competências e a autonomia de prescrição" link

Comments:
E a remuneração será a mesma? Isto vai ser lindo... Espero que finalmente ganhemos a dignidade, que há tanto tempo proporcionamos aos outros e a nós, ninguém.
 
Falta também generalizar essas competências e autonomia para as outras Especialidades, p.ex. Reabilitação.

até que enfim que a coisa vai andando a bom rumo!!
 
No jornal "I" vem referido que as gravidezes de baixo risco vão ser acompanhadas pelos Enfermeiros de Família. Atenção que isto não pode ser assim, é gravíssimo se for pois estes nossos Colegas têm outras funções, apenas os Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica é que têm competências para fazer o acompanhamento das grávidas e não os Colegas generalistas ou os Colegas Especialistas em Saúde Familiar.
 
O titulo do post resume a minha opinião sobre o tema. Não faço intenções de me armar em Médico, até porque é uma profissão que não quereria para mim, mas enquanto enfermeiro estou disponivel para passar continuações de receitas médicas a doentes crónicos controlados, seja hipertensos ou diabéticos, se não estiverem controlados encaminharei para o Médico de Familia.
 
então e a redução das vagas?
Posição do Bastonário antes e depois das eleições?
Posição do DE?
 
Centro Hospitalar Barreiro Montijo cria Grupo de Trabalho para "troca da fralda".
 
Bem, esta é daquelas notícias, que em vez de informar, DESINFORMA!

Na manchete, a ideia que passa é a de que se vai vedar o acesso de grávidas de baixo risco aos médicos.

Na página 29, percebe-se logo no título, que a Sr.ª jornalista Marta Reis não está muito a par da realidade da saúde em Portugal.

Curiosamente, uma notícia que parecia trazer à ribalta os especialistas em saúde materna, começa por falar em saúde familiar, nos lares de idosos e no excesso de escolas.

Não foram esquecidos os 3500 jovens enfermeiros que este ano terão sérias dificuldades em encontrar emprego. Diz a peça, que o bastonário sabe que há escolas sem qualidade.
Pois bem, diga quais são. Haja coragem!

Insiste-se na comparação (tonta) entre os médicos de família e os enfermeiros de saúde materna. Onde ficam então, os enfermeiros de saúde comunitária?

No final, mais uma vez a história dos “rácios”. Quando é que esta gente ganha tino? Ainda não perceberam que Portugal está em crise. Nos próximos 4 a 5 anos, tentemos segurar os empregos que existem. Dar trabalho a “12 mil profissionais” é simplesmente UTÓPICO!
 
Fala-se com insistência na prescrição por Enfermeiros Especialistas, e eu pergunto, porquê especialistas?
Onde está a formação acrescida detes profissionais em áreas como a terapêutica ou mesmo a semiologia? Neste aspecto a Especialização actual não fornece conhecimentos acrescidos comparativamente ao curso de Licenciatura.
Por outro lado esta medida aparece num momentos de forte contenção financeira pelo que não é expectável que os Enfermeiros sejam remunerados em acréscimo por estas .
Será que isto é assim tão bom para nós?
Não estaremos a oferecer algo gratuitamento quando tal deveria ser pago ?
Se querem que os Enfermeiros ofereçam o pacote Premium em vez do Pacote Básico o Ministério deve pagar por ele (é como a TV Cabo).
E para concluir, em vários países da África são os enfermeiros que em algumas zonas diagnosticam, medicam e até operam os pacientes, sendo estes os verdadeiros campeões da autonomia profissional.
 
Uma notícia que tem um misto de euforia e de receio... euforia porque FINALMENTE temos um ministro que vê o potencial da enfermagem e que acredita em nós.... enfrenta os poderes instalados ao afirmar essas coisas.... Parabéns! medo porque a jornalista pos um pouco as maos pelos pes pois quase da a entender que 0os enfermeiros de familia vao seguiir a gravidez e não sera assim até porque não têm competência para tal... Bem haja à intervenção do bastonário que vem repor a ideia no sítio ao afirmar que a competência é dos EESMO.... boa notícia pois divulga os valores da poupança desta medida POR BAIXO sem perda e ate GANHO nos cuidados oferecidos às grávidas, como provado por diversos estudos a nível mundial. Boa notícia porque tb fala dos lares das escolas e dos tramites que a OE está a desencadear para resolver essas situações.... Alguém reconhece a OE? alguém consegue compará-la com a anterior? é que havia quem dizia que EnfermagemPrimeiro era a continuidade..... Parabèns OE. nota: claro que a OM ja se pronunciou contra! e o Germano assertivamente ja deu o recado com antecedência: espera que o governo não se rebaixe ao corporotivismo instalado....
 
Poderá esta questão ser argumento para a guerilha médicos/ governo...
Atacar de lado e abrir mais uma frente de combate aliada... Já puseram os gestores não clínicos e os farmacêuticos contra os médicos. Agora só falta os Enfermeiros.

Muito bem, melhor só contratando o inimigo, ou uma equipa de mercenários... Muito Old School.

De facto se cada um se centrasse no seu papel clínico, substituindo
progressivamente e em nome da meritocracia e da prossecução do
interesse público, a gestão de comando profissional e corporativista
para o New Public Managment, de certo obteriamos ganhos para todos Win-win.

Consta ser este o modelo em uso nos países mais desenvolvidos, urge este debate, agora que constatamos que o nosso país desceu de 12º para 34º?? apenas um pouco acima do limiar dos países de leste.

Basta deste modelo sem sustento nem sustentabilidade.
 
Acho muito bem e creio que pode ser uma mais valia. Mas as equipas não se devem fechar a Médicos e Enfermeiros. Deveria haver a bem de uma melhor Saúde, até porque cada vez mais há que apostar na Prevenção e Educação outros profissionais como o Nutricionista de Família (quanta doença não se previne com correcta alimentação), Fisioterapeutas, Podologistas e outros. São muitos os Profissionais altamente qualificados que ainda têm pouca representação no SNS e que são bem necessários.
 
Esperemos que depois de implementada esta medida os enfermeiros tenham o bom senso de deixarem de barafustar contra a administração de injectáveis e medição de glicemias ou pressões arteriais nas farmácias. Pois se já agora essa postura é ridícula (já que nem sequer são actos exclusivos da enfermagem) então passará a ser anedótica na medida em que se podem ser atribuídas aos enfermeiros funções até agora dos médicos porque não se há de poder fazer estes actos nas farmácias.

João Martins
 
Ha que ter cuidado com este tipo de noticias. Este ministro move-se exclusivamente por motivos economicistas, pelo que nao me admiro se proceder a atribuicao destas competencias aos EESMO mas sem o correspondente nivel salarial, que alias nao esta contemplado na nova carreira. Vamos ter como ja se sucede em algumas EPE's enfermeiros especialistas a desempenhar funcoes como tal e a ganhar enquanto enfermeiros de nivel I? Estou para ver...ate porque o Bastonario vai logo dizer que essas discussoes sao para ter com os Sindicatos passando o "balde" para outros de um "problema" que ajudou a criar! Convem estar atentos!
 
O aceso à prescrição farmacológica e pedido de exames deve ser competência de enfermeiros especialistas e não de generalistas. Quem menoriza a formação obtida nos cursos de especialidade, não sabe do que fala porque nunca lá esteve ou então não aproveitou o que lá andou a fazer.

A prescrição não deve ser apenas na continuidade da prescrição médica, mas deve decorrer do diagnóstico de problemas de saúde que não necessitam de cuidados médicos.

A prescrição não deve invalidar todas as restantes vertentes da prática de enfermagem nem deve estar circunscrita aos centros de saúde. Nos hospitais há cada vez mais necessidade de o enfermeiro intervir precocemente na resolução de problemas que serão posteriormente orientados para o médico. Estou a falar de situações de descompensação cárdio respiratória por exemplo, em que em muitos lugares o enfermeiro não inicia a terapêutica que pode fazer a diferença entre a vida e a morte, entre o sofrimento e o conforto, entre uma vida posterior com alguma qualidade e sequelas gravíssimas, e espera que o médico chegue para lhe dizer para fazer o que o enfermeiro já fez em centenas de situações similares.
Há uma espécie de acordo tácito para o enfermeiro "avançar", mas que não engloba todos os médicos nem todos os enfermeiros; mesmo para iniciar um procedimento básico como a desfibrilhação, não é comum ser o enfermeiro a fazê-lo mesmo em ambiente hospitalar. O enfermeiro assume um certo risco de ser enxovalhado e incomodado quando coloca em questão o poder médico e inicia terapêutica, mesmo estando defendido pelo código deontológico, e sabendo que está a agir em prol da vida do doente. Esta é a realidade e muitos enfermeiros não querem arriscar e esperam para administrar um diurético de urgência, fazer um anti-hipertensor, um broncodilatador, um simples soro fisiológico.

Este passo na prescrição vem dismistificar esse poder médico, à custa do qual arriscaria pensar que estão justificadas muitas situações de agravamento de estados de doença, muitas situações que poderiam ser resolvidas precocemente com benefício para o doente, muitas situações de má prescrição médica. É bom em todos os sentidos que se reforce a formação na área da farmacologia e da patologia médica, porque a enfermagem, talo como a medicina, precisa de conhecimentos de várias áreas do saber para dar uma resposta ética e justa à sociedade.

VV
 
Objectivamente esta notícia não é boa para ninguém:
A mera e simplória acção de secretariado em copiar medicação JÁ PRESCRITA é redutor para a enfermagem, nem sei se esse acto cabe na definição de prescrição, talvez, se for com o argumento de libertar os CLÌNICOS para outras funções, então ponham os tecnicos de farmácia a vender a mm medicação, sempre se poupam os enfs para outras funções e poupamos papel, que se for do macio...
Objectivamente, já hoje os enf assumem ficheiros, o que equivale a dizer que já hoje há consultas de enfermagem direccionadas para gravidas, HTA, diabetes, SI, PF, etc... só não há o acto de secretaria...
Eventaulmente, a notícia sugere que os MGFs vão ficar proibidos de consultar grávidas, hipertensos, diabéticos; por outro lado, e o mais importante... qual vai ser o papel do doente ou grávida??? não vão eles exigir continuar a ser consultados pela equipa de saúde!!!
Será que, com o eventual excesso de médicos, isso não será prejudicial para a enfermagem, será que vamos ter médicos em casa e indiferenciados e enfs tb indiferenciados a desempenhar funções até agora clínicas....????
Será que vamos ter um SNS low-cost e aberto aos indigentes... será que td isto, no fundo, não será mais uma forma de desviar grávidas ou doentes para consulta de especialidade (no privado, CLARO)???
OBJECTIVAMENTE este blog há muito que perdeu a clarividencia de raciocínio, prostituindo-se a uma ordem sem nível nem estratégia que, efectivamente defenda os enfermeiros e ... os utentes do SNS.
Talibã das Beiras: Objectivamenete... Sempre ao mais alto nível.
 
"Objectivamente esta notícia não é boa para ninguém"


Objectivamente, é nestes moldes que os melhores sistemas de saúde do mundo operam.
 
Caro João MArtins, penso que deve ser farmacÊutico e por isso lhe perdoou a sua ignorância quanto às competÊncias dos enfermeiros e enfermeiros especialistas pois, não é da sua competÊncia sabê-las.... daí ser mais um a dizer o que já se explicou 1.000.000 de vezes e mesmo assim, continua a dizer-se que vamos roubar competências aos outros.... se não sabe ler, sugiro um caderninho e ir á escola.... logo a sua ideia de acrescentar poder às farmácias usurpando funçoes aos outros é ridícula... até sugiro fazerem ciruggias na farmácia... porque não? ponha-se no seu lugar|!!!! e quanto ao talibã das beiras.... um comentador que em tempos idos gostava muito e ultimamente so diz coisas insensatas desilude-me
 
Os enfermeiros sabem interpretar ecografias?
 
Caro anónimo das 07:41:00 PM, deixe-me ver se entendi o seu raciocínio:

- se aos enfermeiros passam a ser atribuídas funções que até agora eram desempenhadas pelos médicos (algo que se calhar estes últimos entenderão como usurpação das suas funções) está tudo ok?

- mas se alguém faz actos como administração de um injectável, medição de uma pressão arterial ou de uma glicemia é um "Aí meu Deus! Que caiem o Carmo e a Trindade" como se estes gestos fossem um exclusivo dos enfermeiros.

Isto de ter 2 pesos e 2 medidas é muito engraçado. Pensarem que são uns supra-sumos, os únicos detentores do conhecimento...

Sabe que os Farmacêuticos tem formação para estes gestos. Que não são "bênçãos" dos deuses do olímpo dadas unicamente aos enfermeiros?
Sabe que inclusivamente há enfermeiros (se calhar não são enfermeiros, são uns seres muito estranhos que ninguém sabe quem são mas que têm um cartãozinho com umas palavras indecifráveis - "ordem dos enfermeiros" - se souber-me traduzir para português fico-lhe grato) que dão formação àqueles míseros mortais que os deuses decidiram privar das águas da fonte do conhecimento?

Agora a inconsistência do seu raciocínio vem bem plasmada nesta pequena pérola:

"até sugiro fazerem cirurgias na farmácia... porque não?" como se os gestos que atrás referi e uma cirurgia fossem duas coisas que estão no mesmo patamar de complexidade. Lindo!

João Martins
 
Lamentável é ter-se passado a ideia de que as grávidas vão ser acompanhadas pelos Enfermeiros de Família. Com todo o respeito pelos Colegas Generalistas e pelos de Saúde Comunitária mas simplesmente não têm qualificações/competências para o fazer. Apenas os Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica é que são os únicos qualificados para o fazer e não os Enfermeiros de Família. Quem leu a notícia pode ter ficado com uma ideia errada nesta matéria
 
Onde estão os conteúdos científicos nos currículos de Especialidade que habilitam os Enfermeiros a prescrever e a efectuarem o seguimento de doentes crónicos? Na Ética? Nas metodologias de Investigação? Na Enfermagem avançada (que não é mais do que revisitar novos e velhos modelos de Enfermagem)?
Especialistas ou não, todos os Enfermeiros que poderão prescrever terão de efectuar formação/acreditação complementar, pois actualmente não existe na Enfermagem nenhum plano formativo que habilite os Enfermeiros para estas práticas.
As Especialidades em enfermagem sempre foram uma oportunidade perdida, um vácuo de conteúdos pertinentes (excepto a SMO e a Reabilitação)pois as Escolas que as ministram sempre se quiseram afastar do modelo biomédico (que contempla a prescrição e o follow up de patologias crónicas). Agora é este modelo biomédico que vem trazer alguma perspectiva de evolução na Enfermagem, mas essa evolução processa-se ao nível de uma trasnferência de competências inter-classes e não por uma criação de novos campos de actuação na Enfermagem. A tal Investigação em enfermagem, apresentada como motor do desenvolvimento da profissão,no final de contas, não serviu para nada, pois dela nada resultou para a profissão.
Talvez seja tempo de admitir que somos uma profissão dependente de outras, sem mecanismos de produção de competências próprias e originais e que crescemos com aquilo que conseguimos absorver das profissões adjacentes.
 
Haja alguém que chame a coisa pelo nome,ou seja ABSURDO.... algumas especialidades de enfermagem mais parecem cursos de filosofia.
O que anda a vender a ESEL quando abre inscrições para a especialidade médico-cirurgia oncológica; especialidade médico-cirurgia nefrológica;especialidade médico-cirúrgica no idoso se quando consultamos o site da ordem dos enfermeiros no colégio das especialidades estas não existem? Como é possível que a ordem dos enfermeiros não atue perante esta situação?
 
Anónimo das 18:00h,

Quanto às questões que coloca no primeiro parágrafo:

1. Não existe uma área disciplinar com essa orientação simplesmente porque não existe essa função na enfermagem. Mas há um conjunto de conhecimentos que os enfermeiros especialistas obtêm, muito válidos, que facilitam a formação complementar para os habilitar para essas funções.
Ser especialista não é sinónimo de "especial", mas, para quem aproveita, este patamar da formação dos enfermeiros permite-lhes aceder a um conjunto de saberes que muitos já detinham de forma fragmentada e que aqui se organizam numa lógica que ajuda o profissional a desenvolver uma ideia de conjunto, coerente, a um nível de complexidade acima do trivial dos cuidados de enfermagem que habitualmente se prestam nos serviços. É expectável que o enfermeiro especilista esteja preparado para agir com uma perspicácia mais apurada, que consiga separar os acontecimentos, analisá-los e voltar a reuni-los, retirando sentidos às suas observações e agindo de acordo com as melhores evidências disponíveis. Está melhor preparado para isso e nada do que aprende na especialidade o desvaloriza.

2. Na Ética há fundamentos muito válidos para que o enfermeiro cumpra o seu papel de forma válida e justa. É por debatermos a nossa postura à luz da ética que somos capazes de reivindicar a aplicação da escada da analgesia da oms, questionamos a sedação terminal e rejeitamos os cocktails líticos, questinamos as ordens de não reanimação ou agimos na lógica do slow code ou blue code. A ética ilumina as consciências e por isso estamos preocupados com as catástrofes e as doenças crónicas, as vacinas e as feridas, a desnutrição e a polimedicação, as condições económicas e as políticas de saúde, a corrupção nos hospitais e os maus tratos nos lares, a violência doméstica e a escolaridade da população, a droga e os acidentes, étc. Porque somos Enfermeiros, estamos na sociedade e preparados para, pelo menos no no desempenho do nosso papel, reivindicarmos e agirmos por uma vida melhor. A especialidade também nos ajuda a ter uma visão abrangente, expôr as nossas ideias, conhecer as realidades de outros profissionais, termos um discurso ao nivel de uma enfermagem apta e útil para o futuro.

3. As metodologias de investigação são essenciais, já não digo para que saiba fazer investigação, mas para que saiba ler um estudo de forma crítica e que saiba valorizar na sua prática o que pode melhorar com os resultados da investigação.

4. A enfermagem avançada (para mim apenas "enfermagem", embora compreenda que na realidade existe de fato uma enfermagem com um sentido mais superficial e técnico e outra mais densa e consistente com as finalidades mais tradicionais da disciplina e da profissão), não contém os conhecimentos que permitem a prescrição e seguimento dos doentes crónicos, mas ajuda a fundamentar a atitude que o enfermeiro pode ter junto das pessoas. Com ou sem a prescrição de medicamentos, não há nada na enfermagem avançada que contrarie os desígnios da profissão.

É expectável que haja uma forte resistência à mudança, vinda de fora da enfermagem, de dentro da profissão, e dentro das próprias pessoas. Não estamos preparados para mudar porque neste registo a que nos habituámos as coisas vão andando razoavelmente calmas.
Exemplo disso é a valorização que os próprios enfermeiros dão às duas especialidades que referiu, desvalorizando o que é diferente de si, daquilo que pensam responder ao ideal de profissão que culturalmente foram construindo no seu pensamento. O que se enquadre naquele modelo está bem, o resto não são capazes de assumir como elemento de evolução. É humano ter esta limitação, mas no equilíbrio caótico da Natureza há sempre o oposto e é assim que existe evolução.

A vida é feita de mudança e aqui o que é importante realçar é que a enfermagem pode evoluir sem deixar de estar junto das pessoas, de as ajudar nas suas dificuldades, de as orientar e apoiar nas suas decisões.

VV
 
"Os enfermeiros sabem interpretar ecografias?”

"Anónimo disse...
Onde estão os conteúdos científicos nos currículos de Especialidade que habilitam os Enfermeiros a prescrever e a efectuarem o seguimento de doentes crónicos? Na Ética? Nas metodologias de Investigação? Na Enfermagem avançada (que não é mais do que revisitar novos e velhos modelos de Enfermagem)?
Especialistas ou não, todos os Enfermeiros que poderão prescrever terão de efectuar formação/acreditação complementar, pois actualmente não existe na Enfermagem nenhum plano formativo que habilite os Enfermeiros para estas práticas.”


É, os enfermeiros especialistas, quanto à questão da prescrição farmacológica, terão que fazer como fizeram os enfºs em Espanha, que realizaram cursos de complemento para essas áreas.

Problema resolvido ; )
 
Em Portugal ou somos todos uns espertalhoes ou então uns grandes burros!!! Nos países mais desenvolvidos (canada, estados unidos e muitos da Europa) os Enfermeiros podem administrar medicação de forma autónoma sem qualquer tipo de problema! tiram a especialidade e aprofundam conhecimentos na farmacologia e são AUTÓNOMOS!ou seja para quem tanto fala em anos de formação são 4 anos de curso mais 1.5 ou 2 anos de especialidade agora façam-lhe as contas!só ao fim de 5.5 anos ou 6 é que poderá prescrever!Mas prontos os outros países (mais desenvolvidos) é que estão mal e nós sempre correctos a dar de mamar aos médicos e as farmácias! Aos senhores das farmácias lembrem-se que vocês produzem e vendem medicação é essa a vossa função intervenção directa nas pessoas (invasiva e não invasiva)é para médicos e enfermeiros!Falem mas falem com exemplos de países onde estas medidas já estão em pratica a décadas!
 
VV, o que escreveu vem reiterar aquilo que disse; excepto as devidas e apontadas excepções, as Especialidades não trazem nada de novo, não ensinam nada, apenas fazem os Enfermeiros "reflectir" naquilo que já sabiam. Mas essa reflexão não é possível apenas no "ventre" da especialidade: é algo que tem de ser efectuado continuamente, pois faz parte da dinâmico do exercício da profissão.
Como queremos nós fazer valer as Especialidades, que actualmente se tiram num ano, quando nem ainda os 4 anos de Licenciatura são devidamente valorizados e explorados?
Será que alguém acredita que um ano de especialidade, tirada parcialmente longe da arena onde o profisional cresce, adiciona mais competências ao seu portefólio do que 10 ou 15 anos de experiência paralelizada com o estudo autónomo?
Em muitos settings de Cuidados não vejo o especialista munido com essa tal perspicácia aumentada na decisão relativamente aos não especialistas, porque essa tal perspicácia adquire-se em contexto, em cronologia e em reflexão contínua.

Mal vamos se necessitamos de ir novamente à escola buscar a ética, a reflexão e o exercício da decisão: isso significaria que o nosso dia a dia, nos nossos serviços, é terreno estéril que nada produz, desperta ou move.

O processo de certificação de competências, a ser levado a diante (mas que parece adormecido por agora) iria por certo revelar "Especialistas" desconhecidos em diversas áreas, daqueles que não foram à Escola "pagar" para que os deixassem "reflectir" mas que no seu espaço de decisão e actuação demonstram diáriamente perspicácia e argúcia de avaliação e mobilização de parcelas do Saber.

Já que estamos numa de copiar o modelo Médico, copie-se também o modelo das suas Especialidades, esse sim, lógico , útil e eficaz, com resultados comprovados, ou será que a eles, por não voltarem aos bancos da Faculdade, lhes falta a capacidade de análise e de agir baseados na evidência?
 
Muito boa tarde,
Ácerca de 20 que sou enfermeiro. Já enquanto estudante me apercebi da problemática - falar mal! - nunca nada estava bem, enfim, uma panoplia de situações que me desagradavam em absoluto.
Acreditei que depois de profissional,as coisas mudariam. Ok, enganei-me! - apenas mais uma frustração a somar a outras tantas...! Sou enfermeiro Especialista, mas a especialidade mao me retira o Titulo de enfermeiro, pois continuo a se-lo. (Espero nao ser agredido e ofendido). Ora, o que mais vejo neste Blogue e mais uma vez dizer mal, uma vez dos médicos, outras dos farmaceuticos e curiosamente, muitas vezes, agridem-se mesmo os proprios enfermeiros. Pergunto: como é possivel esta violencia, vinda de gente que cuida de gente? Há pouco reparei que também se começa, a falar mal da Filosofia e da Ética. Pois, acreditem que nos faz falta, e muito! E, sao discilpinas que deviam ser ministradas nos cursos da saude e em todos os anos, - sério! só tinhamos a ganhar. Se tivessemos essa formação, talvez nao viessemos a publico com argumentos tão agressivos.
Espero nao ser mal interpretado; apenas quiz manifestar a minha modesta opiniao.
Só mais uma questão: - Afinal o que entendem como estando bem? Sim, porque me parece que tudo está mal (...)

Cumprimentos cordiais,

Antonio Manuel Patronilho (ACES - Sacavém)
 
“...e quanto ao talibã das beiras.... um comentador que em tempos idos gostava muito e ultimamente so diz coisas insensatas desilude-me”

É, passar para o lado dos médicos dá nisto.. esquece-se rapidamente das suas origens, e cuspir no prato onde comeu parece-lhe mais fácil ; )
 
anónimo das 4:56
Discordo. A especialidade não é tirada num ano, “parcialmente longe da arena onde o profissional cresce, adiciona mais competências ao seu portefólio do que 10 ou 15 anos de experiência paralelizada com o estudo autónomo”. A especialidade é um curso denso, com uma componente clínica interessante e o aproveitamento das oportunidades depende muito da atitude do indivíduo.
Sou bastante cautelosa perante o argumento da experiência e do estudo autónomo. A primeira pode conter perversidades que subvertem completamente a sua utilidade; o segundo, o estudo autónomo, pode ser uma falácia porque na realidade existe alguma consulta para retirar uma dúvida ou outra, existe um trabalhito para constar na formação, e uns “cursos zitos” para aumentar o currículo e pouco mais.

“Mal vamos se necessitamos de ir novamente à escola buscar a ética, a reflexão e o exercício da decisão: isso significaria que o nosso dia a dia, nos nossos serviços, é terreno estéril que nada produz, desperta ou move.”
A ética e a reflexão não decorrem apenas das experiências de trabalho, mas de tudo o que dá forma à nossa vida; a própria expressão artística, as experiências pessoas, o contato com as vivências da população, os problemas triviais do dia a dia, o que aprendemos nas conversas com os outros, o que ouvimos na escola… Tudo nos ajuda a apurar o sentido ético e a capacidade de reflexão. O que se passa no terreno pode até tender a embrutecer os profissionais, a torna-los autómatos – faz falta que por vezes consigamos suspender o nosso papel como profissional, voltarmos a ser simplesmente pessoas, e sermos capazes de regressar como enfermeiros melhor preparados para lidar com as outras pessoas.

O processo de certificação de competências, é, na minha opinião, uma maneira de ganhar dinheiro fácil (não sou ingénua ao ponto de acreditar que as escolas e a OE não vão taxar “devidamente” o processo) e, noutra perspetiva, uma forma de alguns dos que sempre colocaram a família em primeiro lugar, o duplo e o triplo emprego (salvaguardando as justas exceções), obtenham, por um punhado de papéis, uma certificação que custou aos colegas esforço pessoal, dinheiro e sacrifícios da família.

Não sei quais são os resultados comprovados dos médicos que possam ser comparados aos dos enfermeiros no que toca à especialidade, se mesmo no caso das gravidezes de baixo risco a evidência mostra que os enfermeiros estão bem.
Quanto aos médicos ainda, se “por não voltarem aos bancos da Faculdade, lhes falta a capacidade de análise e de agir baseados na evidência?”, sim. Falta. Agem muitas vezes sem estarem a par da melhor evidência científica, são manipulados pelos estudos dos laboratórios e respetivo interesse comercial, falta-lhes muitas vezes o sentido ético na ação, não se envolvem nas políticas das organizações quanto ao combate da infeção e outras – estão acima de tudo -, são os maiores.
Não somos nós que temos que os copiar, mas eles que têm vindo a olhar para a nossa formação com interesse. Temos formação superior na área da Dor partilhada com médicos, nos cuidados paliativos, no tratamento de feridas; tem havido um reforço na abordagem da ética na profissão médica, à semelhança do que se passou na enfermagem.
Temos a aprender uns com os outros, quando se partilha o melhor.

VV
 
Caro DR Enfermeiro:


Li uma noticia em que sanearam uma enfermeira ( que é dirigente sindical e que pertence á UGT ) nos dias de hoje isto é permitido ?

Qual o papel dos sindicatos se esta colega é dirigente sindical ?

Que país o nosso... Quem é que nos defende ? Já não há leis ?
 
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Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!