segunda-feira, julho 07, 2014
Bastonário dos Médicos a nú!
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Este magnífico artigo do José Manuel Fernandes (jornalista, ex-Director do Jornal Público) desmitifica aquelas trivialidades banais (passo a redundância) que se afirmam ou escrevem.
Este magnífico artigo do José Manuel Fernandes (jornalista, ex-Director do Jornal Público) desmitifica aquelas trivialidades banais (passo a redundância) que se afirmam ou escrevem.
Se o lerem encontrarão exactamente os argumentos e raciocínios que tantas vezes escrevi aqui neste blog, e servem, também, para recordar que devemos dar primazia às nossas capacidades críticas. Em cima encontrão o link para quem o desejar ler na íntegra (o que aconselho sobejamente!), mas não posso escusar a publicar alguns excertos:
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"José Manuel Silva, o bastonário da Ordem dos Médicos, está sempre zangado, quase sempre indignado e também ele já nos anunciou tantas vezes que o Serviço Nacional de Saúde estava em vias de acabar que só esperamos que seja mais certeiro quando faz o diagnóstico dos seus doentes. Porque nem o SNS acabou, nem vai acabar, mesmo que ele faça coro com um outro sindicalista eterno, também ele Mário, o Mário Jorge Neves da FNAM, o sindicato médico próximo da CGTP. Também ele anda a dizer o mesmo há pelo menos 12 anos, tantos quantos há de arquivo na internet de comunicados dessa federação sindical – é só consultar."
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"José Manuel Silva, o bastonário da Ordem dos Médicos, está sempre zangado, quase sempre indignado e também ele já nos anunciou tantas vezes que o Serviço Nacional de Saúde estava em vias de acabar que só esperamos que seja mais certeiro quando faz o diagnóstico dos seus doentes. Porque nem o SNS acabou, nem vai acabar, mesmo que ele faça coro com um outro sindicalista eterno, também ele Mário, o Mário Jorge Neves da FNAM, o sindicato médico próximo da CGTP. Também ele anda a dizer o mesmo há pelo menos 12 anos, tantos quantos há de arquivo na internet de comunicados dessa federação sindical – é só consultar."
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"Nos próximos dias 8 e 9 o José Manuel e o Mário Jorge vão estar juntos, e de braço dado, numa greve médica. Só que desta vez a greve não é unânime: o outro sindicato, o SIM, não aderiu. E explica porquê: “não se furta nem se furtará ao trabalho negocial, por menos visível e fotogénico que seja, por mais dissonante da política geral que possa parecer, mas passível de dar frutos”"
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"Se lermos o comunicado que emitiram esta semana a apelar à greve e à manifestação encontraremos uma diatribe contra tudo e contra todos, escrita num tom exaltado e desequilibrado e que arranca logo considerando que o SNS se degradou “muito mais do que outros sectores da governação”, e tudo “por mera opção política”. Isso mesmo: há uns facínoras no Governo que só querem mal aos médicos e aos doentes, “por opção política”."
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"Este retrato da Ordem não casa bem com a realidade. Basta olhar para alguns números. Em 2013 a taxa de mortalidade infantil desceu, o mesmo sucedendo com as taxas de mortalidade perinatal e neonatal, tudo indicadores seguros de que não há degradação dos cuidados de saúde, pelo contrário. Ao mesmo tempo, em 2012, a esperança de vida dos portugueses, calculada pelo INE, voltou a subir, pelo que parece que o ministro não anda por aí a matar velinhos. Mas há mais: registou-se nos últimos anos uma diminuição do tempo de espera para cirurgias em geral e realizou-se o maior número de sempre de transplantes pulmonares e cardíacos, só para referir duas frentes de actividade do SNS."
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"Há no entanto uma passagem no comunicado que é muito reveladora sobre as preocupações da Ordem. Escreve-se aí: “o Ministério tem patrocinado uma intensa campanha contra a dignidade de todos os médicos, usando os casos de alguns, que devem ser exemplarmente punidos, com notícias repetidamente transmitidas na comunicação social”. Eu traduzo: a Ordem está incomodada por terem sido apanhados médicos nas operações de combate à fraude no SNS."
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"Se da FNAM apenas se pode esperar o que se espera de um sindicato com uma orientação na linha da da CGTP, já relativamente à Ordem dos Médicos a expectativa era outra. De facto tempos houve em que o lugar de bastonário foi ocupado por figuras de referência não apenas da sua profissão, mas da sociedade portuguesa. Gente que tinha o seu próprio pensamento, gente vinda de áreas muito diferentes do ponto de vista ideológico, mas gente que sabia o lugar onde estava e conhecia as suas responsabilidades perante os médicos e perante o país. Não é isso que sucede nos dias que correm, e infelizmente não é só entre os médicos que se degradou a imagem do bastonário – basta pensarmos também na Ordem dos Advogados."
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"Não se espera de um bastonário que seja mais um líder sindical (...). Afinal a Ordem dos Médicos tem poderes delegados pelo Estado para certificar os seus profissionais, razão por que ninguém pode ser médico sem pertencer à sua Ordem."
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"Uma Ordem devia ser um lugar sereno e um bastonário alguém que se escuta com atenção porque tem coisas importantes a dizer – não alguém que exorta todos os médicos a “suspenderem a colaboração com o Ministério da Saúde, ACSS, ARS, DGS, Infarmed, Hospitais e ACES, bem como de quaisquer outros Grupos de Trabalho”. Como se pode escrever isto e, ao mesmo tempo, considerar que a Ordem é um “provedor do doente” e está a defender o SNS ultrapassa a minha compreensão."
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"A “defesa do SNS” não passa do manto usado para cobrir matérias puramente corporativas."
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"(...) degradação perceptível nas tomadas de posição da sua Ordem e do seu bastonário."
Comments:
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Doutor Enfermeiro, mas não era o senhor que tanto tem falado na degradação da qualidade do Serviço Nacional de Saúde? Afinal onde está a congruência? Ou o seu "amor" por este pseudo-artigo, apenas vem do facto de ser um ataque aos médicos? Todos sabemos que o bastonário da OM é um individuo cujo qual se pauta pelo mau tom, pela arrogância e, com certeza, tem uma enorme carência de serotonina e oxitocina. Todavia, tem razão em se queixar na perda de qualidade do SNS. E se o SNS não está ainda pior, deve-se aos bons médicos, enfermeiros, e restantes profissionais de saúde que têm feito muito, com poucos recursos. E isso é de louvar.
E, antes de terminar, gostaria de deixar bem claro que não sou médico. Sou sim, estudante de enfermagem, mas suficientemente capaz de perceber que o caminho pela profissão, não se faz por insultos verborreicos e baratos contra os restantes profissionais de saúde. Pense nisso, doutor enfermeiro.
E, antes de terminar, gostaria de deixar bem claro que não sou médico. Sou sim, estudante de enfermagem, mas suficientemente capaz de perceber que o caminho pela profissão, não se faz por insultos verborreicos e baratos contra os restantes profissionais de saúde. Pense nisso, doutor enfermeiro.
A OE, o seu bastonario e este blog há muito desisitiram de lutar pelo SNS. Preferem antes aproveitar-se do momento, fazer um pacto com o diabo em troca de umas poucas migalhas, e lucrar com isso quando os cidadãos ficam sem o unico serviço verdadeiramente de excelencia que tinham de forma gratuita ao ser dispor.
O sr. Enfermeiro prefere trazer a este blog uma opinião pessoal de um bandalho vendido há muito às cores do actual governo, e postar um comentario de um medico que nunca exerceu sequer medicina no SNS, preferindo grandes empresas privadas e que alem do mais, tresanda a salazarismo...
A unica esperança que ainda me resta e que os enfermeiros em geral se preocupem mais com os doentes e menos com querelas politicas, pessoas e populistas. Para isso é preciso ser-se enfermeiro e não "dr.enfermeiro".
O sr. Enfermeiro prefere trazer a este blog uma opinião pessoal de um bandalho vendido há muito às cores do actual governo, e postar um comentario de um medico que nunca exerceu sequer medicina no SNS, preferindo grandes empresas privadas e que alem do mais, tresanda a salazarismo...
A unica esperança que ainda me resta e que os enfermeiros em geral se preocupem mais com os doentes e menos com querelas politicas, pessoas e populistas. Para isso é preciso ser-se enfermeiro e não "dr.enfermeiro".
Será que errei no blog e entrei num blog de medicina? É que sobre enfermagem e a sua relação com esta noticia nem uma palavra...
boa, acertou em tudo neste post. cita um membro da opus dei, que em termos de prática clínica, não exerce e um jornalista.
Quer se queira ou não, quando conseguirem amordaçar os médicos, já não resta ninguém na área da saúde para exigir os mínimos.
Dinheiro, é a palavra chave para acabar com todos os problemas existentes. Dinheiro para as dividas, para os ordenaditos (aquela esmola mensal ou precária que também contribui para a dignidade de uma profissão, mas que no caso da ordem dos enfermeiros ignora persistentemente alegando que é função sindical).
Muito há para dizer, mas temos que ser "politicamente" correctos, para quem exerce "politica pouco clara"
Quer se queira ou não, quando conseguirem amordaçar os médicos, já não resta ninguém na área da saúde para exigir os mínimos.
Dinheiro, é a palavra chave para acabar com todos os problemas existentes. Dinheiro para as dividas, para os ordenaditos (aquela esmola mensal ou precária que também contribui para a dignidade de uma profissão, mas que no caso da ordem dos enfermeiros ignora persistentemente alegando que é função sindical).
Muito há para dizer, mas temos que ser "politicamente" correctos, para quem exerce "politica pouco clara"
Eu gosto é de ver o nivel de inteligencia da contra-argumentaçao médica... Que beleza...que delicia....
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