terça-feira, setembro 06, 2016
Ordem inicia processo de regulamentação do "extra-hospitalar".
Vi uma notícia da Ordem dos Enfermeiros, ilustrada com uma VMER, com a afirmação de que vão proceder à regulamentação da área.
Fiquei verdadeiramente satisfeito, pois é um domínio muito importante, onde muito Enfermeiros exercem e não existe um documento orientador.
Depois, li a notícia e... fiquei preocupado. As minhas preocupações são legítimas.
Segundo consta (numa notícia publicada a 26/08/2016), a Ordem nomeou um grupo de trabalho naquela semana, com o objectivo de ter um draft até 31 de Agosto, para "consulta pública".
Assim:
1 - Numa área de tamanha importância não consigo conceber como é que um regulamento desta índole seja projectado apenas numa semana! Porém, aguardo o resultado;
2 - Não percebi a menção à "consulta pública". Consulta de quem? Dos Enfermeiros? Do cidadão? De todas as outras classes profissionais?
Um regulamento desta categoria deve, sim, ser submetido à aprovação da Assembleia Geral e posteriormente, se aprovado, ser enviado para homologação do Ministério da Saúde;
3 - A área que se pretende regular é a do Pré-Hospitalar e não do "Extra-Hospitalar"!!
É um erro ou alguém se lembrou de alargar o âmbito da coisa?!
Se assim for, segue-se um trabalho hercúleo e gigantesco, pois há que definir, conceptualizar, regular e legalizar uma nova área de cuidados!
Como é óbvio, o que significado de "Extra-Hospitalar" tem de ser o mesmo para todo o sistema de saúde e para os 10 milhões de habitantes.
Cada classe não pode "criar" levianamente novos conceitos. Segue-se um longo e penoso trabalho legal, junto da Assembleia da República, etc, etc, etc. Tudo numa semana;
4 - A definição de competências acrescidas só pode ser atribuídas Enfermeiros Especialistas de acordo com o aprovado em Assembleia Geral. Muitos dos Enfermeiros do INEM não são especialistas, ao passo que outros nem dois anos de exercício profissional têm;
5 - Será preciso enorme atenção para não colidir com o regulamento de competência atribuído à especialidade de Pessoa em Situação Crítica, sob a pena de se tonar numa amálgama pouco clara e objectiva;
6 - O grupo de trabalho nomeado é muito pouco plural: recorre apenas a membros internos da própria Ordem e não é enriquecida com a experiência especialistas e know-how de especialistas externos!
Além disso, não abarca um representante de toda a extensão da área. Não existem membros em exercício em SIV's.
Fico receoso com a tendência do documento, pois entre os membros existem elementos que são proprietário de empresas de formação no Pré-Hospitalar, com antecedentes de formação a TAE do INEM, o que pode, eventualmente, levantar problemas de sobreposição e conflitos de interesses;
7 - Espero que não seja copy/paste do mesmo documento da congénere Ordem dos Médicos!
Temos o que merecemos infelizmente!
VEJA-SE CURRÍCULO DO DITO NUNCA ESTUDOU NUNCA PROGREDIU NA CARREIRA, ZERO DE TUDO E DE TODO, E QUER ELE REGULAMENTAR O QUE QUER QUE SEJA. QUE VÁ MAS É CULTIVAR-SE OU ESTEJA QUIETINHO PARA NÃO FAZER ASNEIRAS.
Agora são os TEPH - Técnicos de Emergência Pré Hospitalar.
São profissionais de saúde e a única classe profissional portuguesa dedicada exclusivamente ao pré hospitalar.
Got it?? ;-)
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