terça-feira, novembro 08, 2016

A CHUCadeira medieval.

Fonte (imagem): DC
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O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra é um paradoxo. Auto-intitula-se como o(um dos) melhor(es) do país, todavia, em boa verdade, em vários aspectos ainda se conserva na idade média.
Enquanto algumas classes (que fazem questão de solicitar o tratamento por "Professor", "Professor-Doutores", "Sua Majestade" e outras vaidades anedóticas, etc.) auferem salários principescos (fruto de prémios, incentivos, pseudo-trabalho extraordinário, prevenções 24/7, etc.), o CHUC ainda tem serviços que dividem auxiliares durante a noite!!
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Ainda tem serviços onde o stock é contabilizado manualmente pelos Enfermeiros prestadores de cuidados (os Chefes preferem estar no solário). Ainda tem serviços onde os EPI's são doseados como quem doseia ração.
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É um hospital tão pobre que as batas/fardas dos Médicos nem têm bolsos para um miséro estetoscópio.
É um hospital onde uns têm privilégios de estacionamento. Os outros têm de ir deixar o carro ao mato ou no lamaçal.
É um hospital onde os quartos dos Médicos são maiores do que as salas de trabalho dos Enfermeiros.
É um hospital onde os utentes internados é que se deslocam entre edifícios para ser observados pelo Médico, como consequência de uma filosofia médico-centrista elevada ao expoente máximo.
É um hospital onde as gavetas dos Enfermeiros Supervisores não têm fundo. Muitos dos documentos (pedidos de transferências, etc.) que lá entram... não saem mais. Acabam por fossilizar.
É um hospital onde os Enfermeiros especialistas co-adjuvam o chefe (que na realidade não precisa de ajuda) e não exercem a sua área específica. Oferecem-na objectivamente às varias classes de técnicos que florescem.
É um hospital onde os Enfermeiros não tem autonomia (os Médicos até prescrevem o sabonete). Para a prescrição de um paracetamol... ou está exigida em SOS ou é necessário uma panóplia de telefonemas. Nem as dietas podem prescrever.
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É um hospital com um intrincado e pré-histórico esquema de hierarquias, castas e vassalagens. Por lá, os Enfermeiros-Chefes pouco ou nenhum poder detêm. A única forma de se sentirem um bocadinho chefes de "alguma coisa" é exercer as résteas desse pouco poder para com os Enfermeiros, limitando ou proibindo trocas e outros malabarismos. Nos momentos em que o podiam mostrar (o tal poder) em prol da classe (perante os referidos "Professores"), fraquejam das pernas, ficam gagos ou com distúrbios intestinais. O resto do tempo é consumido em reuniões estéreis.
Há excepções à regra - bons chefes, líderes, mas estão embutidos num sistema pernicioso de rodas dentadas bem lubrificadas e tendenciosas.

Comments:
"É um hospital onde os Enfermeiros não tem autonomia (os Médicos até prescrevem o sabonete). Para a prescrição de um paracetamol... ou está exigida em SOS ou é necessário uma panóplia de telefonemas. Nem as dietas podem prescrever."

Lá está este gajo novamente com a história do paracetamol (e agora também as dietas?). Ainda não percebeu que se o doente é da responsabilidade do médico é através dele que todas as decisões têm de ser tomadas. Se um médico não prescreve um paracetamol a um doente que está ao cuidado de outro médico sem a autorização do mesmo, não será certamente o enfermeiro que o irá fazer de livre e espontânea vontade sustentado numa ideia delirante de deter as competências necessárias para a prescrição medicamentosa. Quando o doente estiver sob total responsabilidade do enfermeiro, este fará aquilo que bem entender. Até lá, Sr. Enf., nos CHUC ou noutro qualquer hospital deste país, se não estiver prescrito em SOS, faxfavor de me contactar antes de tentar assassinar o MEU doente com um fármaco excessivo/desnecessário/inapropriado.

Sem mais de momento,

Todos os Médicos de Portugal.

PS:
Para si, Rx: Carbonato de cálcio SOS.
 
Esse discurso parece saído dos textos aramaicos... felizmente os países desenvolvidos mudaram e todos os outros vão mudar, fruto da globalização.

É que noutros países os Médicos têm de pedir licença aos Enfermeiros, para observarem os doentes dos Enfermeiros.


 
Se o meu discurso parece saído de textos aramaicos, o seu parece saído de uma ala psiquiátrica...felizmente esses países existem apenas na sua imaginação. Em países exemplares, com um SNS sólido provedor de um excelente serviço assistencial e com bons resultados em saúde (i.e. Francês ou Alemão), os enfermeiros são renegados para actividades digas de um AAM português. Tal como deve, e deverá sempre continuar a ser. Mas para si esses países ditos desenvolvidos por todos, e não apenas por mim, não conferem nações desenvolvidos na sua mente obtusa. Isto porque o sr enfermeiro mede a qualidade do País/SNS por uma métrica enviesada, demasiado "enfermeiresca". Deste modo podemos concluir um de dois perfazimentos: ou que o sr enfermeiro é louco, ou é um génio incompreendido por todos. Dado o seu percurso profissional que será mais ou menos sabido, sem publicações, sem nada que o distinga dos demais excepto um retórica destiladora de ódio e frustração, eu aposto todas as minhas fichas no distúrbio psiquiátrico.
 
É só ir ao Reino Unido...
 
Primeiro, ao contrário de si que nunca lá pôs os pés (ambos sabemos que não o fez), eu fiz algumas rotações da especialidade por terras de sua Majestade. No Reino Unido os médicos não pedem permissão para observar os doentes dos enfermeiros, porque tanto lá como cá, o doente é dos médicos. Segundo, é só ir à Alemanha, com um SNS longe de se afundar como está de momento o inglês, onde os enfermeiros nem uma punção venosa estão autorizados a fazer.
Terceiro, é só ir a França, onde a confiança é tanta no enfermeiro que o curso tem 3 anos e dá para pouco mais que lavar rabos. E digo-lhe mais, a confiança é tanta nos enfermeiros, que a figura de parteiro é confiada a um profissional próprio com 5 anos de formação universitária médica, tal como medicina dentária, chamada de sage-femme.
Quer continuar? Por si tenho a noite toda.

 
Pronto, ligou a moderação, já sabemos o que isso significa: não gosta do que está a ler.
 
Naifas, sempre foste um péssimo profissional cheio de frustações dentro da cabecinha... deixas a enfermagem mais leve, mas a classe médica tem de levar com um frustadote... Viseu está mais feliz.
 
Os doentes são dos médicos? Que anedota...
Prescrição de um paracetamol por um médico? ! Porque?!
Então sendo um fármaco de venda livre... Estamos todos em risco!!! Lol
ALguém vos estragou o negócio e esquemas com esta "treta" das prescrições de alguns fármacos não serem sujeitos a receita médica...
Temos pena!
Trate-se! Vá a um médico! LOL
 
"Prescrição de um paracetamol por um médico? ! Porque?!
Então sendo um fármaco de venda livre... Estamos todos em risco!!! Lol"

E assim se torna pública a ignorância farmacológica dos enfermeiros.

Acetaminophen overdose is the LEADING cause for calls to Poison Control Centers (>100,000/year) and accounts for more than 56,000 emergency room visits, 2,600 hospitalizations, and an estimated 458 deaths due to acute liver failure each year

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15239078
 
Entre as regurgitações do proprietário deste blog e as baforadas dos seus seguidores, esta página não abona muito a favor dos enfermeiros...
 
O comentário do acetaminofeno não diz rigorosamente nada. Há que ser preciso com a informação (diz respeito a tentativas de suicídio?). Antes de mais, saber que todos os fármacos têm riscos, mas o do paracetamol são relativamente menores. Por isso mesmo, é um fármaco de venda livre. Até o excesso de chá pode provocar uma intoxicação e a morte.
 
Depois de ler estas barbaridades fico estupefacto com a estupidez dos enfermeiros. Eu sei que de patologia/farmacologia percebem pouco, mas é assim tão difícil perceber que sendo o médico A responsável pelo doente Z, não deve o enfermeiro XPTO, o médico B ou Deus prescrever seja o que for sem antes consultar o dito cujo? Vocês sabem lá qual é o plano do médico ou se o doente tem suspeita de malária, hodgkin, brucella, gilbert, crigler najjar e tantas outras condições em que o diagnóstico/saúde/tratamento pode ser afectado por paracetamol ou outro fármaco qualquer que à partida pareça inócuo. Irra que é preciso ser burro...
 
"É que noutros países os Médicos têm de pedir licença aos Enfermeiros, para observarem os doentes dos Enfermeiros."

LLLLOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLL!!!!!!!!!!!!!!!
 
Para quem não sabe o Paracetamol pode ser tóxico em doses terapêuticas em doentes com determinados problemas de saúde.
 
Para quem não sabe beber água pode fazer bué'da mal a doentes com determinados problemas de saúde.

Neste blog há cada vez mais conversas ridículas. É preciso uma valente remessa de anti depressivos ou talvez anti psicóticos para toda esta gente.

Parece conversa de adolescentes na fase da afirmação. Deixem-se de tretas e trabalhem para os doentes e não para o vosso umbigo!!
 
"É que noutros países os Médicos têm de pedir licença aos Enfermeiros, para observarem os doentes dos Enfermeiros."

Eh pa esta pérola é para imprimir e emoldurar.
 
Tem tudo a ver... Há uma clara relação entre o comentário e o estudo que partilha...
E assim se torna pública a ignorância ... dos médicos.
 
Oh Sr. entendido na matéria, então como explica os fármacos de venda livre?! Estamos todos em risco!
 
Pouco falta para só irmos à casa-de-banho arriar o calhau quando o médico prescrever... é um acto médico!
 
"Pouco falta para só irmos à casa-de-banho arriar o calhau quando o médico prescrever... é um acto médico!"

Sim é verdade, mas o limpar o cu já é ato de Enfermagem. Por isso caros Enfermeiros não se preocupem que têm sempre algo que fazer.
 
Os comentários não abonam a favor das duas classes profissionais em causa.
Ambas são necessárias e ambas complementam-se.
O médico não pode estar de costas voltadas para o enfermeiro, e vice-versa.
E o primeiro não pode usar da sobranceria como habitualmente usa para lidar/tratar com quem com ele se depara/convive.
As notas inflacionadas para entrar no curso de medicina faz da maioria deles seres vaidosos, arrogantes, prepotentes que facilmente se esquecem que o doente deve ser a primeira prioridade e que outros profissionais de saúde são pessoas como eles.
Haja bom senso.

 
"Sim é verdade, mas o limpar o cu já é ato de Enfermagem. Por isso caros Enfermeiros não se preocupem que têm sempre algo que fazer."

E o senhor leva com "atos de Enfermagem" no cu todos os dias e gosta...

LOL
 
Que nível!!!!!
 
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Não sei onde foram buscar estas ideias sobre os hospitais do Reino Unido. No hospital do NHS em que trabalho são os internos que tiram sangue, intubam etc, os enfermeiros não fazem praticamente nada que seja invasivo.
 
"No hospital do NHS em que trabalho são os internos que tiram sangue, intubam etc, os enfermeiros não fazem praticamente nada que seja invasivo."

É verdade, confirmo! E na França e Alemanha ainda é pior.
 

E SE FOSSEM TODOS À MERDA???
 
Que santa ignorância. Conheço hospitais em vários países da Europa e também vários profissionais de saúde por esse mundo fora.

Há realidades muito diferente entre os países. Ma Alemanha e por regra no leste da Europa só há geralmente um nível de enfermagem e nivelado muito por baixo com funções básicas assim como a sua formação e rendimento.

Na maioria dos restantes países há vários níveis de enfermagem e com diferentes formações e especialidades. Existem também muitos auxiliares de enfermagem com funções básicas e que fazem algumas atividades desempenhadas por enfermeiros. A verdade é que em Espanha, Inglaterra, países norte Europa, EUA, Canadá, etc... Os mais formados e especializados têm funções muito mais diferenciadas que em Portugal. Aproveitam-de os recursos. Alguém deve confundir auxiliares de enfermagem com enfermeiros "diplomados". Claro que em muitos países os médicos internos gostam de treinar técnicas como colheitas de sangue e...qual o problema. Em Portugal isso também acontece. O skill mix é muito comum em muitos países, podendo diferentes profissionais executar a mesma técnica deste que tenha obtido a devida certificação. E aqui há vários exemplos que podiam ser dados.

Carlos
 
Com conhecimento de causa...

Na grande maioria dos países a maior parte do trabalho na área de enfermagem é efectuado por auxiliares de enfermagem (medicação oral, cuidados de higiene, alimentação, etc...), existem depois em menor número enfermeiros com formação superior que executam tarefas mais diferenciadas e que supervisionam o trabalho dos auxiliares. Existem também ainda outros enfermeiros especialistas em determinadas áreas (ainda em menor número) e que executam trabalhos mais específicos e diferenciados, sendo estes últimos os que auferem um vencimento superior.

Em Portugal queremos ser todos especialistas e no futuro vamos acabar todos acabar a fazer e a ganhar como auxiliares de enfermagem.

A estratégia de desenvolvimento profissional para a enfermagem está completamente condenada ao fracasso.

O que proponho:

- Acabar com a quase totalidade das escolas de enfermagem e converte-las em cursos para auxiliares de enfermagem e outros cursos técnicos na área da saúde;
- Integrar as restantes escolas de enfermagem no ensino universitário onde se formariam os enfermeiros (1º ciclo - Licenciatura) e enfermeiros especialistas (2º ciclo - mestrado). Qualquer destes cursos implicaria um acesso à Ordem com exames e estágios/exercício profissional tutelado e limitado pelas vagas existentes na carreira.
- Alteração radical da carreira de enfermagem com a introdução de várias categorias de acordo com a formação/competências adquiridas;
- Obrigatoriedade de auxiliares de enfermagem que impliquem a prestação de cuidados a pessoas dependentes ou limitações várias ao nível da sua autonomia: lares de idosos, centros de dia, centros de apoio a pessoas com deficiência diversos, etc... Nestes locais teria sempre de existir um enfermeiro licenciado responsável pela supervisão dos cuidados.
- Criação de dotações seguras com rácios para cada uma das categorias e de acordo com a especialidade ( no caso dos enfermeiros especialistas).

Claro que isto nunca irá acontecer devido aos inúmeros interesses que se movem. Mas acredito que seria o melhor para os utentes e também para os enfermeiros.

FILIPE SANTOS


 
A resposta breve às propostas de Filipe Santos:

"- Acabar com a quase totalidade das escolas de enfermagem e converte-las em cursos para auxiliares de enfermagem e outros cursos técnicos na área da saúde;"

R: A valorização do valor dos Enfermeiros passa necessariamente pela redução dramática do seu número, transferindo para os auxiliares grande parte das competências actuais dos Enfermeiros, que podem muito bem ser feitas por profissionais com cursos médios, libertando os primeiros para a realização de competências mais complexas. O grande risco é ressuscitarmos este velho conceito, o dos auxiliares de Enfermagem, recriando uma pseudo-nova profissão que em breve iria entrar em competição directa com a Enfermagem.

"- Integrar as restantes escolas de enfermagem no ensino universitário onde se formariam os enfermeiros (1º ciclo - Licenciatura) e enfermeiros especialistas (2º ciclo - mestrado). Qualquer destes cursos implicaria um acesso à Ordem com exames e estágios/exercício profissional tutelado e limitado pelas vagas existentes na carreira."

R: ERRO 1: a especialidade é uma habilitação profissional e não académica, e como tal nunca deveria ser conferida por estabelecimentos de ensino mas pela OE mediante um internato em exercício profissional; Mestrado é uma coisa, especialidade é outra ERRO 2- A limitação de acesso à profissão de Enfermagem deve ser feito mais a montante, na limitação do número de vagas nos cursos e não (apenas ) depois da conclusão do curso.

"- Alteração radical da carreira de enfermagem com a introdução de várias categorias de acordo com a formação/competências adquiridas;"

R: Competências, que competências? Especialidade? Na esmagadora maioria dos casos os enfermeiros especialistas não apresentam de forma objectiva competências acrescidas relativamente aos enfermeiros generalistas nem trazem mais valia aos serviços. Porquê remunerá-los de forma diferente, quando a decisão de tirar uma especialidade foi exclusivamente do indivíduo?

"- Obrigatoriedade de auxiliares de enfermagem que impliquem a prestação de cuidados a pessoas dependentes ou limitações várias ao nível da sua autonomia: lares de idosos, centros de dia, centros de apoio a pessoas com deficiência diversos, etc... Nestes locais teria sempre de existir um enfermeiro licenciado responsável pela supervisão dos cuidados."

R: Na maioria dos casos os lares de idosos servem como extensão/substituto dos cuidados que deveriam ser prestados pela família. Como tal os auxiliares são os substitutos diretos dos familiares na prestação dos cuidados; se os familiares não são supervisionados pelos enfermeiros, os auxiliares, que até têm mais formação que os familiares, na realização destes mesmos cuidados também não o precisam de o ser.

"- Criação de dotações seguras com rácios para cada uma das categorias e de acordo com a especialidade ( no caso dos enfermeiros especialistas)."

R: E já agora a obrigatoriedade de em todos os turnos (noite inclusivé) existir sempre um enfermeiro especialista, pois em teoria a especialidade confere ao seu titular a capacidade de resolução de problemas mais complexos ao nível de cuidados de Enfermagem e orientação de equipas; ora, existe esta necessidade ao longo das 24 horas e não apenas durante as manhãs( pois quem tira uma especialidade almeja na sua maioria o horário fixo)
 
Vamos então para uma saudável troca de argumentos:

"O grande risco é ressuscitarmos este velho conceito, o dos auxiliares de Enfermagem, recriando uma pseudo-nova profissão que em breve iria entrar em competição directa com a Enfermagem."

Compreendo o receio... mas os auxiliares de enfermagem existem em quase todos os países do mundo, nomeadamente naqueles onde a profissão de enfermagem está mais desenvolvida. Nós somos a excepção e isso está a conduzir a um nivelamento por baixo. É uma questão pragmática, eu até posso concordar no óptimo que era sermos todos enfermeiros licenciados ou mestrados ou doutorados, mas não vão pagar ordenados desse nível a todos os enfermeiros. Nem em Portugal nem em nenhum outro país!!

"a especialidade é uma habilitação profissional e não académica, e como tal nunca deveria ser conferida por estabelecimentos de ensino mas pela OE mediante um internato em exercício profissional; Mestrado é uma coisa, especialidade é outra"

Nada do que afirma invalida na possibilidade de ser exigido um mestrado (numa determinada área) para iniciar um internato em exercício profissional. Já ouviu falar em mestrados profissionalizantes? Já reparou que depois de Bolonha todas as profissões se têm organizado a esse nível, nomeadamente a nível das especializações? A excepção é medicina, arquitetura, etc......porque já são mestrados integrados! Acho que os enfermeiros ainda não perceberam bem o que aconteceu em Bolonha!!! Eu quero que pelos menos os enfermeiros especialistas detenham a mesma habilitação académica que outras profissões da saúde.

"A limitação de acesso à profissão de Enfermagem deve ser feito mais a montante, na limitação do número de vagas nos cursos e não (apenas ) depois da conclusão do curso."

Concordo consigo e por isso é que seria importante acabar com a maioria dos cursos de enfermagem. Começa a Faltar qualidade e há oferta mais que excedentária. Só se o objectivo é formarmos para o estrangeiro (somos generosos!!!!)

"Competências, que competências? Especialidade? Na esmagadora maioria dos casos os enfermeiros especialistas não apresentam de forma objectiva competências acrescidas relativamente aos enfermeiros generalistas nem trazem mais valia aos serviços. Porquê remunerá-los de forma diferente, quando a decisão de tirar uma especialidade foi exclusivamente do indivíduo?"

Bem ... que grande confusão!!! As competências até parece que existem em forma de regulamento (pode-se sempre dicutir o conteúdo). Para os enfermeiros especialistas apresentarem mais competências e mais valia aos serviços é necessário fazer o que disse: mudar a carreira, retirar do seu trabalho funções que podem ser desempenhadas por auxiliares de enfermagem ou por enfermeiros generalistas e melhorar a sua formação, concentrando os bons professores em três ou quatro universidades do país e campos de excelência para o internato (é precisamente o contrário do que se passa agora...).

FILIPE SANTOS

 
saudável troca de argumentos Parte 2

"Na maioria dos casos os lares de idosos servem como extensão/substituto dos cuidados que deveriam ser prestados pela família. Como tal os auxiliares são os substitutos diretos dos familiares na prestação dos cuidados; se os familiares não são supervisionados pelos enfermeiros, os auxiliares, que até têm mais formação que os familiares, na realização destes mesmos cuidados também não o precisam de o ser."

Simplesmente não percebo nada do seu argumento. Nos lares quem supervisiona e avalia os cuidados dos auxiliares que lá trabalham são na generalidade assistentes sociais, sendo que grande parte do trabalho que os auxiliares fazem está relacionado com a base da enfermagem: auto cuidado, AVD, prevenção de complicações. Há cada vez mais IACS nos lares. A higienização de utentes e equipamentos é uma questão técnica da área de enfermagem. Quem dá indicações para a prevenção de quedas e úlceras de pressão? Sabe que na esmagadora maioria dos países quem exerce estas atividades são precisamente auxiliares de enfermagem supervisionados por enfermeiros "diplomados". Será que nós isoladamente estamos certos? sabe que há cada vez mais idosos dependentes? Com cuidados diversos ao nível da saúde? É mais que óbvio que a gestão técnica dos cuidados dos lares deva recair sobre um técnico de saúde (parece-me o enfermeiro aquele que mais está vocacionado para essa função). Falta de visão e de entender a realidade!!!

"E já agora a obrigatoriedade de em todos os turnos (noite inclusivé) existir sempre um enfermeiro especialista, pois em teoria a especialidade confere ao seu titular a capacidade de resolução de problemas mais complexos ao nível de cuidados de Enfermagem e orientação de equipas; ora, existe esta necessidade ao longo das 24 horas e não apenas durante as manhãs( pois quem tira uma especialidade almeja na sua maioria o horário fixo)"

Também não percebi... então os engenheiros deviam fazer os pilares. Os médicos deviam estar sempre presentes nas enfermarias. Os engenheiros mecânicos deviam trabalhar em todos os turnos na industria automóvel e apertar os vários parafusos. Vou dar um exemplo simples (opinião minha, claro) num vulgar serviço de medicina com 25 camas deveria ser obrigatório garantir no mínimo a presença de 1 enfermeiro de reabilitação nos turnos de M e T 7 dias por semana. Deveria se garantir que o responsável do serviço fosse especialista em médico cirurgica ou reabilitação (Há enfermeiros de saúde materna e obstérica a chefiar serviços de medicina...) e que existam na equipa enfermeiros especialista em médico cirúrgica com atividades específicas durante a manhã e depois vários enfermeiros generalistas e a grande maioria deveriam ser auxiliares de enfermagem. Eu já estive num serviço de medicina numa manhã com 6 médicos, 4 enfermeiros e 2 auxiliares - e parece-me coisa habitual neste país!!!! Não se pode trabalhar bem assim. Como sabe o grande maioria dos doentes de medicina são muito dependentes e necessitam de serem posicionados frequentemente, alimentados, auxiliados na eliminação, etc... Quem vai fazer isto os 6 médicos? Dos 4 enfermeiros se um for especialista vai ter tempo para a exercer? E como há poucos auxiliares até aposto que os enfermeiros ainda vão dar uma ajudinha... Vai ficar muito por fazer em áreas que deveriam ser dos enfermeiros.

Se acha que o caminho é esse... eu lamento mas não concordo e defendo uma mudança radical, que não vai acontecer pelos vários interesses instalados. Vamos todos perder com isso, pois se pensar bem é algo sem qualquer sentido!!

FILIPE SANTOS

 
Vocês vivem todos no mundo da lua...
 
Concordo no geral com o Filipe, mas pela minha parte estou-me a lixar para a enfermagem. Não confio mínimamente em sindicatos e ordens. Limito-me a fazer o melhor que sei, mas o meu objectivo é mesmo o dinheiro, mas como ganho pouco lá tive que arranjar uma segunda profissão que me dá muito mais prazer. Quem tira especialidades neste momento é porque não gosta de dinheiro. Para não estarem na carreira era melhor nem existirem. A vida é boa demais para me deprimir com os problemas dos enfermeiros.
 
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