terça-feira, julho 04, 2017
Um dia destes... choramos!
A Ordem dos Enfermeiros apresentou um vídeo interessante - com um apelo internacional ao Primeiro-Ministro António Costa - relativo à contratação de Enfermeiros. Existem tantas formas inteligentes e coerentes de demonstrar a necessidade de admissão de Enfermeiros... e a Ordem escolhe uma comparação com os rácios da OCDE????
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Se o Governo for oportunista chapa com técnicos auxiliares de saúde (espécie Auxiliares de Enfermagem) no SNS e depois contabiliza-os como pessoal de Enfermagem, que é essencialmente como se faz na OCDE (muitos países até incluem os desempregados nestas contas)!!
Assim, ficamos todos contentes com os rácios de Portugal (e com muito mais Enfermeiros no desemprego)!!
Sejam hábeis e visionários, existem tantas estratégias de provar a necessidade de contratação de Enfermeiros... os rácios da OCDE não é, de certeza, uma delas!!
Um dia destes... choramos!!
Comments:
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Ups... Não se fez o TPC... (Mais uma vez) e opta-se pelos caminhos fáceis e demagógicos e populares. A OE não faz o seu papel e quer assumir o de outros (entenda-se sindicatos) e o resultado não poderá ser bom.
Existe uma coisa chamada norma para o cálculo de dotações seguras, até está publicado em diário da república e tudo... É só fazer as contas e deixar de inventar... Mas para isso é preciso saber fazê-las... Ou até saber que a coisa significa e o poder legal que tem.
As dotações seguras deveriam ser por especialidades. Se assim fosse ... se existisse a categoria de enfermeiro especialista de SMO: esta situação dos blocos de parto era vista de forma completamente diferente.
Nunca irei compreender muito do que foi negociado na nossa carreira e restante legislação. Sei de fonte segura que foram os próprios enfermeiros que recusaram a categoria de especialista.
Também sei que protelaram o aumento equivalente à licenciatura até a altura em que já não havia nada para ninguém ...
Em relação ao eterno problema das quotas, para os médicos não existem para a especialidade. Mesmo que existam na enfermagem, desde que justas e que permitam uma real hipótese de quem investir em formação possa atingir essa categoria, não vejo grande problema. Avanço para os 50%.
Tenho amigos do meu ano na PSP e na GNR (entraram para lá com o 12º ano) e têm agora vencimentos bem superiores aos meu devido a terem evoluído na carreira. Os enfermeiros estão sempre na mesma... estou no 1º escalão com especialidade, um mestrado e a acabar um doutoramento e mais de 15 anos de experiência.
Nos não evoluímos na carreira porque os nossos representantes também não evoluem na mentalidade...
Nunca irei compreender muito do que foi negociado na nossa carreira e restante legislação. Sei de fonte segura que foram os próprios enfermeiros que recusaram a categoria de especialista.
Também sei que protelaram o aumento equivalente à licenciatura até a altura em que já não havia nada para ninguém ...
Em relação ao eterno problema das quotas, para os médicos não existem para a especialidade. Mesmo que existam na enfermagem, desde que justas e que permitam uma real hipótese de quem investir em formação possa atingir essa categoria, não vejo grande problema. Avanço para os 50%.
Tenho amigos do meu ano na PSP e na GNR (entraram para lá com o 12º ano) e têm agora vencimentos bem superiores aos meu devido a terem evoluído na carreira. Os enfermeiros estão sempre na mesma... estou no 1º escalão com especialidade, um mestrado e a acabar um doutoramento e mais de 15 anos de experiência.
Nos não evoluímos na carreira porque os nossos representantes também não evoluem na mentalidade...
Por todas e mais algumas razões sou a favor da carreira com a categoria de especialista.
Se formos analisar a legislação e documentação existente o enfermeiro especialista já está hierarquicamente acima do enfermeiro sem o título de especialista, nomeadamente através dos conteúdos funcionais da própria carreira e das competências específicas definidas pela OE. Apenas cortaram a categoria e o $$$. E isso não faz nenhum sentido ...
Mas de qualquer forma acho que a luta deve ser de todos e não vamos lá com divisões!
Se formos analisar a legislação e documentação existente o enfermeiro especialista já está hierarquicamente acima do enfermeiro sem o título de especialista, nomeadamente através dos conteúdos funcionais da própria carreira e das competências específicas definidas pela OE. Apenas cortaram a categoria e o $$$. E isso não faz nenhum sentido ...
Mas de qualquer forma acho que a luta deve ser de todos e não vamos lá com divisões!
Que grande confusão. Trabalho no estrangeiro como enfermeiro e cá é habitual a existência de várias categorias, incluindo a de especialista. Fugi de Portugal, não pela falta de emprego, mas pela falta de respeito por quem investe em formação. Aqui se estudas mais és compensado por isso, mesmo a nível académico. Ter um mestrado tem de ter repercussões na carreira, contar como extra na avaliação de desempenho, no acesso a determinadas categorias ou cargos de chefia (mesmo que sejam pequenas equipas). Traz motivação, respeito e torna as regras mais claras sem compadrios - que é o que se passa em Portugal!! Pelo que e tem chegado de colegas em Portugal cada um interpreta a carreira de enfermagem à sua maneira e criam-se injustiças e conflitos desnecessários.
A enfermagem está à beira da desgraça total. Quem assinou a estrutura de carreira de 2009 deveria ter um pingo de vergonha. O grande declínio da enfermagem surgiu a partir daí, juntamente com o completo excesso de oferta de cursos, incluindo para especialidades e mestrados. Não estamos sintonizados com a realidade.
É verdade que se for lida toda legislação com atenção, eu não tenho grades dúvidas da hierarquia na profissão... só que a carreira deveria ser completamente clara e não é!! E isso não é bom para a profissão. Era preferível não existir nenhuma categoria na carreira (acabar com o principal...) e a hierarquia na profissão fosse feita através de cargos ocupados, por concurso e com obrigatoriedade de ter determinadas qualificações (especialidades, mestrado, outras formações...). As regras devem ser claras para todos e o acréscimo de funções mais diferenciadas/especializadas deve ser compensado. Por outro lado a justificação de não existir categoria de especialista para poderem todos os especialistas terem o tal suplemento, não me parece com sentido, até porque pode perfeitamente existir uma categoria de enfermeiro especialista com acesso universal mediante a condição de ter o título. Isso já existe e existiu noutros casos e carreiras. O governo também pode (não existindo a categoria de especialista)criar condições extra para o acesso ao suplemento: nº de anos a exercer a especialidade, rácios, etc... É uma explicação que não cola!!!
E a ideia dos enfermeiros serem todos especialistas não me parece vinculada à realidade das necessidades. Também são necessários generalistas. Há até quem não queira a especialização.
Neste momento de uma eventual reestruturação da carreira é fundamental garantir que exista uma hierarquia que funcione e com critérios bem definidos e justos. E com concursos transparentes!
É mais que emergente valorizar a formação e o investimento dos enfermeiros, quer a nível das especialidades (categoria) , mas também ao nível dos mestrados (bonificação avaliação desempenho). Já agora olhem também para experiência profissional, que também deve ser valorizada e deveria ser corrigida a situação de quem não fez a licenciatura (na altura deveria ter-se valorizado quem a fez e os antigos bacharéis ficarem com um carreira subsistente e impossibilitados de progredir na actual carreira).
É verdade que se for lida toda legislação com atenção, eu não tenho grades dúvidas da hierarquia na profissão... só que a carreira deveria ser completamente clara e não é!! E isso não é bom para a profissão. Era preferível não existir nenhuma categoria na carreira (acabar com o principal...) e a hierarquia na profissão fosse feita através de cargos ocupados, por concurso e com obrigatoriedade de ter determinadas qualificações (especialidades, mestrado, outras formações...). As regras devem ser claras para todos e o acréscimo de funções mais diferenciadas/especializadas deve ser compensado. Por outro lado a justificação de não existir categoria de especialista para poderem todos os especialistas terem o tal suplemento, não me parece com sentido, até porque pode perfeitamente existir uma categoria de enfermeiro especialista com acesso universal mediante a condição de ter o título. Isso já existe e existiu noutros casos e carreiras. O governo também pode (não existindo a categoria de especialista)criar condições extra para o acesso ao suplemento: nº de anos a exercer a especialidade, rácios, etc... É uma explicação que não cola!!!
E a ideia dos enfermeiros serem todos especialistas não me parece vinculada à realidade das necessidades. Também são necessários generalistas. Há até quem não queira a especialização.
Neste momento de uma eventual reestruturação da carreira é fundamental garantir que exista uma hierarquia que funcione e com critérios bem definidos e justos. E com concursos transparentes!
É mais que emergente valorizar a formação e o investimento dos enfermeiros, quer a nível das especialidades (categoria) , mas também ao nível dos mestrados (bonificação avaliação desempenho). Já agora olhem também para experiência profissional, que também deve ser valorizada e deveria ser corrigida a situação de quem não fez a licenciatura (na altura deveria ter-se valorizado quem a fez e os antigos bacharéis ficarem com um carreira subsistente e impossibilitados de progredir na actual carreira).
A nossa carreira deve ter um enquadramento semelhante aos outros técnicos da saúde, deve enquadrar os especialistas e criar uma estrutura hierárquica com no mínimo 3 ou 4 categorias e com rácios obrigatórios.
Por mim a carreira, categorias, vencimentos e demais suplementos (pelas 40 horas, ou 42, trabalho extraordinário, pela exclusividade, pela interioridade, ...) deve ser igual aos médicos...mas como aceito que os médicos são superiores e têm mais tempo de formação, blá, blá ... faço um desconto de 35%! Ou até posso negociar mais ...
Aceitam?
Sou enfermeiro especialista, com mestrado, trabalho no interior, aceito trabalhar 40...ou melhor 42 horas e extraordinário nas urgências, opto pela exclusividade e ainda aceito participar no combate às listas de espera. Aliás já faço quase tudo a custo zero!!!
Vou comprar uma casa nova, carro e férias!!!
Aceitam?
Sou enfermeiro especialista, com mestrado, trabalho no interior, aceito trabalhar 40...ou melhor 42 horas e extraordinário nas urgências, opto pela exclusividade e ainda aceito participar no combate às listas de espera. Aliás já faço quase tudo a custo zero!!!
Vou comprar uma casa nova, carro e férias!!!
Não vejo outra forma de resolver isto se não for a forma "normal". Alterar a carreira, abrir uma categoria de enfermeiro especialista ou sénior ou outro nome que seja, e as pessoas concorrerem por CH/ hospital , centro de saúde / ACES. Nomeiam-se júris, os habituais critérios de seleção (sem entrevista para não se perder tempo) com tempo de serviço como enfermeiro, como especialista, nota de fim de curso, nota da especialidade, se tem mestrado, formação profissional, participação em projetos, grupos de trabalho, investigação, etc... Só assim existirá transparência e rigor. Não se metam com invenções! Noutros países isto já existe assim há muito tempo. A gestão disto médio e longo prazo deve ser feita através da aferição periódica obrigatória da necessidade de especialistas por serviços/departamentos. Desta forma os enfermeiros sabem com o que contam, mesmo se se continuar com as especialidades tiradas ad libitum (o que não concordo).
António
António
Se existem tantas formas para denunciar a falta de enfermeiros, porque não indicas-te, pelo menos uma?
VJM
VJM
Porque não conseguem os enfermeiros sair da cepa torta.
1º Somos a classe licenciada menos informada, estamos sempre à espera de sermos informados, quase nunca sabemos nada sobre legislação, sobre o trabalho da Ordem ou sobre o trabalho dos Sindicatos. Muitos de nós, ao fim de tantos anos de Ordem, ainda confundimos as funções da Ordem com as funções dos Sindicatos. A maioria de nós não lê documentos emitidos quer pela Ordem quer pelos Sindicados, acabando por seguir na onda dos oportunistas/populistas que apenas procuram protagonismo.
2º A grande maioria dos enfermeiros ainda não percebeu o significado de ter uma licenciatura (grau que confere poder de decisão e responsabilidade)e continuam súbditos dos senhores doutores. Livrar-nos de responsabilidade é mais fácil e prático.
3º As hierarquias de enfermagem em vez de lutarem pelos direitos da classe, apenas olham para o seu umbigo, com medo de serem destituídos do seu poleiro, muitas vezes conseguido à custa de fornicarem muitos colegas.
4º Os senhores professores do ensino de Enfermagem (muitos dos quais foram para as escolas, não para ensinarem enfermagem, mas para terem boa vida e librarem-se do trabalho árduo da classe.
5º Afirmar que os Sindicatos aceitaram/negociaram a atual carreira de Enfermagem é coisa de quem não sabe patavina do que diz. Os sindicatos não aceitaram nunca a carreira imposta pelo governo PS de Sócrates em 2009, de duas categorias enfermeiro, enfermeiro principal, foram convocadas na altura várias greves por todos os sindicatos, onde estavam os enfermeiros, que na altura, se encostaram ao comodismo e ao silencio. No entanto, o pessoal do SEP, num rasgo de inteligência, percebeu que afinal a carreira imposta não era assim tão má para os enfermeiro, uma vez que, bem negociada a grelha salarial poderia dar os seus frutos, ou seja, com a categoria antiga de enfermeiro, enf.º graduado, enfº especialista, enfº chefe, enfº supervisor, havia diferenciação salarial, mas como alguns sabem era irrisória, levava-se uma eternidade a progredir e muito raramente se atingia o topo de cada índice salarial. Com a atual carreira é possível progredir mais rápido, sem concurso, apenas pela acumulação de pontos e a probabilidade de atingir o topo de cada um dos dois índices é uma realidade para a maioria dos enfermeiros.
VJM
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1º Somos a classe licenciada menos informada, estamos sempre à espera de sermos informados, quase nunca sabemos nada sobre legislação, sobre o trabalho da Ordem ou sobre o trabalho dos Sindicatos. Muitos de nós, ao fim de tantos anos de Ordem, ainda confundimos as funções da Ordem com as funções dos Sindicatos. A maioria de nós não lê documentos emitidos quer pela Ordem quer pelos Sindicados, acabando por seguir na onda dos oportunistas/populistas que apenas procuram protagonismo.
2º A grande maioria dos enfermeiros ainda não percebeu o significado de ter uma licenciatura (grau que confere poder de decisão e responsabilidade)e continuam súbditos dos senhores doutores. Livrar-nos de responsabilidade é mais fácil e prático.
3º As hierarquias de enfermagem em vez de lutarem pelos direitos da classe, apenas olham para o seu umbigo, com medo de serem destituídos do seu poleiro, muitas vezes conseguido à custa de fornicarem muitos colegas.
4º Os senhores professores do ensino de Enfermagem (muitos dos quais foram para as escolas, não para ensinarem enfermagem, mas para terem boa vida e librarem-se do trabalho árduo da classe.
5º Afirmar que os Sindicatos aceitaram/negociaram a atual carreira de Enfermagem é coisa de quem não sabe patavina do que diz. Os sindicatos não aceitaram nunca a carreira imposta pelo governo PS de Sócrates em 2009, de duas categorias enfermeiro, enfermeiro principal, foram convocadas na altura várias greves por todos os sindicatos, onde estavam os enfermeiros, que na altura, se encostaram ao comodismo e ao silencio. No entanto, o pessoal do SEP, num rasgo de inteligência, percebeu que afinal a carreira imposta não era assim tão má para os enfermeiro, uma vez que, bem negociada a grelha salarial poderia dar os seus frutos, ou seja, com a categoria antiga de enfermeiro, enf.º graduado, enfº especialista, enfº chefe, enfº supervisor, havia diferenciação salarial, mas como alguns sabem era irrisória, levava-se uma eternidade a progredir e muito raramente se atingia o topo de cada índice salarial. Com a atual carreira é possível progredir mais rápido, sem concurso, apenas pela acumulação de pontos e a probabilidade de atingir o topo de cada um dos dois índices é uma realidade para a maioria dos enfermeiros.
VJM
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