sábado, maio 03, 2008

Entrevista ao "Doutor Enfermeiro"!


O site Forum Enfermagem teve a amabilidade de me convidar para uma entrevista. Uma partilha informal de opiniões e concepções em torno da Enfermagem que pode ser lida na íntegra aqui (ou pode ler em baixo).
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"Nesta edição especial não podíamos esquecer alguém que já se constitui um exemplo do opinion-maker não institucionalizado, suportado no anonimato. Falamos do autor do blog doutorenfermeiro".
in Forum Enfermagem



Qual a razão porque criou o seu blog?

É uma questão de evolução natural. Penso que os Enfermeiros devem sempre recorrer às melhores estratégias para a difusão de informação e partilha de experiências. A Internet é, sem dúvida, um óptimo canal. Fundamentalmente, foi a vontade de unir a classe e dirigir a sua atenção para tudo o que a rodeia (problemas, notícias, interesses, projectos, questões formativas, etc…), fomentou a necessidade em desenvolver um blog.

O que há algum tempo atrás, demorava semanas a ser espargido por toda a classe, hoje pode ser conseguido em tempo real, com as respectivas vantagens que daí advêm.
Hoje existem muitos blogs (é congratulante!), o que traduz a adaptação da classe às novas estratégias/dimensões tecnológicas.

Considera o mistério sobre a sua identidade, um factor importante no sucesso do blog?

A questão de identidade não se colocou inicialmente. O decorrer do tempo despoletou alguma curiosidade. Alguns colegas/leitores/comentadores começaram a questionar a minha identidade nos respectivos comentários. Outros, através de e-mails.
A questão do anonimato serve apenas para manter a equanimidade. Não passa pela falta de audácia em opinar publicamente sobre determinado assunto. Quem me conhece pessoalmente, sabe que a posição que defendo no blog é igual à que demonstro perante qualquer pessoa/instituição sem medos ou receios.


O que exige manter este blog actualizado e moderado diariamente? Que desafios encontra no dia-a-dia desta gestão?

Exige um grande esforço pessoal. Apesar de parecer um “projecto” pequeno e banal, faz-me despender muito do pouco tempo que disponho. Por vezes, sacrifico outros aspectos da minha vida para o efeito.

A necessidade em escrever posts com informações correctas (o que pressupõe pesquisas) torna a escrita de alguns artigos morosa. Outros - baseados na imprensa - são mais fáceis de conceber pois, diariamente, percorro vários jornais e revistas. Outros ainda, são fruto do desenvolvimento de algumas dicas que certos colegas me enviam por e-mail.

O acesso a determinadas informações segue, muitas vezes, o mesmo processo (dicas identificadas ou anónimas). Alguns posts, por absurdo que pareça, consomem vários dias na sua concepção, porque as informações em causa, mesmo que informalmente, são difíceis de obter (como por ex., o conteúdo de reuniões institucionais) ou porque a informação é excessiva e necessita de ser filtrada.

O que destaca mais no seu blog? Possui outros espaços cibernéticos que deseja partilhar?

Nada em particular, é um espaço que vale, modestamente, pelo seu todo. A tentativa em actualizá-lo diariamente é o que, talvez, mais destaque.

O que nos pode dizer quanto a estatísticas do site?

Não é algo que me preocupe em especial, embora seja gratificante constatar que o espaço é partilhado com cada vez mais Enfermeiros e outros leitores. Neste momento as visitas rondam as 145 mil, com uma média diária de 600-800 visitas. Em momentos de maior polémica, esta média poderá ser alvo de um incremento (certos artigos tiveram mais de 200 comentários!) e atingir mil visitas/dia. Tem um total de mais de 500 posts, muitos milhares de comentários e e-mails.

O aumento de visitas denota que a informação se dissemina cada vez mais, o que me deixa naturalmente satisfeito do ponto de vista pessoal e profissional.

No seu entender, que perspectivas positivas/negativas podemos ter face à resolução da nossa carreira?

Gostava de traçar uma perspectiva optimista, mas tendo em conta a actual conjuntura sócio-política e profissional, penso que poderemos encontrar algumas barreiras às nossas pretensões. Existe várias indefinições a esse nível, mas espero que haja sensibilidade por parte da tutela para pôr cobro às injustiças de que os Enfermeiros padecem. Julgo que a classe se deve unir em torno deste objectivo.

Por outro lado o excedente de profissionais de Enfermagem (e que daqui a alguns anos ainda será um problema maior), a desvalorização e banalização do nosso trabalho dificulta a negociação da mesma, especialmente no sector privado.

É imperativo que a par de uma nova carreira profissional, se imponha uma reestruturação de competências profissionais. O modo mais sensato de dinamização do sistema de saúde, implica a descentralização das competências médicas e redistribuí-las por outros profissionais. A elevada dependência em algumas vertentes, é um entrave ao desenvolvimento da nossa autonomia. Neste momento corremos o risco de ver a nossa profissão massacrada por intromissões de outros profissionais na nossa esfera profissional. Ao contrário de outras classes, a Enfermagem está a encontrar dificuldades na sua adaptação ao séc. XXI.

Temos de encarar a suposta nova carreira como um agregado de pressupostos que dependem de si mutuamente. Vejamos: o reconhecimento social adequado está intimamente relacionado com o incremento de responsabilidade e exigência profissional, que por seu lado implica uma formação mais rigorosa, que por sua vez é inerente a um salário compatível com a respectiva função, etc… Ou seja, para que a progressão seja sustentada terá que ser impulsionada nos vários níveis e dimensões profissionais. A progressão suportada apenas por um factor, não é seguramente a melhor solução.

Um exemplo prático: como podem os Enfermeiros encetar uma luta contra a dor, quando nem um simples Paracetamol (que é de venda livre (MNSRM)!), legalmente, é possível administrar sem prescrição médica? Conscientemente sabemos que as terapêuticas não farmacológicas têm uma eficácia e interesse relativo, daí que era natural a possibilidade de prescrever de certos fármacos. Não é uma questão de tomar o lugar do médico. É uma questão de aplicar as terapêuticas farmacológicas aos diagnósticos de Enfermagem. E neste exemplo concreto, se os Enfermeiros pretendem, realmente, investir nesta área, não é possível fazê-lo dependendo da vontade médica. E este exemplo é generalizável para todo o espectro de exercício dos Enfermeiros. A convenção de que só os médicos podem e devem prescrever tem de acabar em Portugal, tal como já acabou em muitos países.

Como interpreta a actual desunião que se sente na nossa classe? Que soluções?

Diria antes uma desorientação. No entanto, efectivamente, na nossa classe a unanimidade não é frequente. Mesmo quando se trata de assuntos aparentemente com pouca margem de discordância, existem sempre opiniões contestatárias. Se eu lhe disse que existem Enfermeiros que afiançam que os nossos salários já são demasiadamente elevados, ficaria admirado. Mas existem. E pensamos nós que este era um tema que primava pela consonância! Felizmente, neste caso concreto, as opiniões divergentes são raras.

Correntemente, a classe de Enfermagem está a ser assolada por uma multiplicidade de problemas que a constringem. Como estas “dificuldades” têm uma etiologia multifactorial, emergem opiniões distintas que tentam aclarar e resolver as diversas contrariedades. Para juntar a isto, existe também a heterogeneidade da classe (como por exemplo a nível formativo, profissional e concepcional), o que leva os colegas a perspectivarem a realidade de formas diferentes. Consequentemente, as soluções propostas também são diferentes.

A solução mais coerente é objectivar as concepções inerentes à profissão. Um exemplo prático: para mim parece lógico que os Enfermeiros possam realizar, legalmente, suturas simples. Para si pode não ser assim tão lógico. Agora diga-me, se nem no problema estamos de acordo, como podemos estar em relação à solução?

Se calhar até devíamos começar a falar em “acto de Enfermagem”. O “REPE” foi um avanço extraordinário, mas assenta numa matriz que começa a não dar resposta às necessidades.

Qual a sua opinião sobre o Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP)?

Julgo que se revelará um bom instrumento para o desenvolvimento profissional se forem resolvidos alguns problemas que o ameaçam. Desde logo, parece-me conveniente que as vagas de um presumível futuro internato de Enfermagem, sejam compatíveis com as vagas que o ensino superior reserva para o curso de Enfermagem. E se um dos objectivos do MDP é refrear o fluxo formativo de Enfermeiros através da limitação de vagas de acesso ao internato, a curto prazo constataríamos que esta solução seria outro problema. O que fazer aos milhares de licenciados em Enfermagem que não teriam lugar no respectivo? À semelhança da formação médica, o internato não deveria deixar profissionais de “fora”.

Ao invés, as vagas devem ser limitadas (e muito!) ao nível do acesso ao curso de Enfermagem, o que pressupõe a necessária negociação com a tutela. Há quem arrisque números e afirme que o internato deveria suportar apenas cerca de 1000-1500 vagas por ano (se quisermos ter uma formação com elevados padrões de qualidade e rigor).
Eu ia mais longe: julgo que esse número deveria ser coincidente com o número de vagas do ensino superior para a área de Enfermagem. Isto para deixarmos de brincar aos “cursinhos” de Enfermagem!

Deixo apenas uma nota final relacionada com um receio que me preocupa: espero que o MDP não se torne numa fonte de rendimentos baseados nos emolumentos inerentes às certificações e reconhecimentos formativos!

A Ordem dos Enfermeiros (OE) comemora os seus 10 anos. Que balanço faz?

Apesar do que frequentemente escrevo no blog, sou plenamente a favor das Ordens Profissionais. São uma mais-valia na regulação profissional. No entanto, a nossa “actual” Ordem pouco ou nada tem feito por essa regulação. Temos experimentado tudo: desde do desemprego (apesar desta ser uma atribuição da tutela, nos últimos anos não temos constatado qualquer tipo de medida para contestar e reverter este processo por parte da OE) traduzido por uma má regulação da oferta académica, às discrepâncias das exigências formativas, aos “campos de estágio” sem critérios pedagógicos, à usurpação de funções por parte de outras classes profissionais, à incapacidade de uniformizar planos de estudos e fazer cumprir posições públicas.

Por outro lado, temos uma Ordem que se resguarda em demasia de certos temas. Sabemos que certas questões, nomeadamente as relacionadas com o âmbito laboral, são do foro sindical, não fazendo parte das suas atribuições. No entanto, com frequência, a OE radicaliza esta questão, demarcando-se a todo o custo de certos assuntos que envolvem os sindicatos. Existem Ordens que acompanham os respectivos sindicatos na defesa da profissão ou mesmo na negociação de carreiras, embora seja compreensível que ambos intervenham dentro das suas competências. A maior parte dos problemas são multi-dimensionais, e existe “espaço” para todos intervirem.

Quais as suas expectativas relativas ao futuro da profissão?

Se seguirmos o actual “trilho”, poucas. Necessitamos de nos modernizar, de desenvolver instrumentos de intervenção profissional que permitam expandir a nossa autonomia. Urge melhorar a nossa formação, ajustando-a às necessidades. É imperativo reajustarmos a nossa esfera de competências. Hoje em dia, ainda somos ridiculamente dependentes nas mais variadas vertentes de actuação, tendo em conta o nosso nível formativo. É uma questão evolutiva. Pode aplicar aqui a Teoria de Darwin.

(Olhe um exemplo: o pré-hospitalar. Em Portugal, a emergência pré-hospitalar está demasiado centrada nos médicos. Os Enfermeiros, que muitas vezes nesta área, dão formação teórica e prática aos clínicos, no terreno estão paradoxalmente limitados! Se os Enfermeiros sabem, formam e têm o know-how necessário, porque é que não podem aplicar, legalmente e de forma independente, a sua experiência?)

Por outro lado, o desemprego fragiliza muito a classe. E para que as expectativas de futuro sejam boas, temos de resolver a “mãe de todos os males”. Depois temos aquela velha máxima: unidos, e sendo a maior classe profissional do sector da saúde, os Enfermeiros têm todas as possibilidades de fazer reconhecer o seu mérito.


Entrevista por Enf. Pedro Miguel Machado
(Roten_Boy)

Comments:
Só faltava mesmo era a sua identificação... acho que muita gente estava à espera disso...
 
Talvez um dia numa Biografia do Doutorenfermeiro :)
 
Excelente entrevista! Completamente de acordo!
 
estou a sua espera para ir votar para a ordem dos enfermeiros sem ser em branco ou nulo!
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
O interesse aguça a curiosidade... Abraço . Deixo um convite para vir dia 9 deste mês a uma tertulia onde estrão os 2 bastonários (enfermeiros e médicos).

http://cogitare.forumenfermagem.org/
 
" friend is a treasure

A friend is someone we turn to,

When our spirits need a lift.

A friend is someone we treasure,

For our friendship is a gift.

A friend is someone who fills our lives,

With beauty, joy, and grace.

And makes the world we live in,

a better and happier place.

Author Unknown."
 
Doutor Enfermeiro ,

Este Blog pela sua permanente actualização , tem permitido o acesso a informação que de outro modo , provavelmente , os enfermeiros não teriam conhecimento . A partilha é uma qualidade que actualmente está em desuso e a sua persistência em partilhar os pensamentos , ora pacíficos ora mais contundentes , são uma mais valia reconhecida.

Quanto ao anonimato permitir a equanimidade..estou de acordo já que permite a serenidade necessária para sem restrições desenvolver o conteúdo do Blog ; além disso essa equanimidade permite soltar as expressões do descontentamento , mais ou menos consentâneas com as situações menos felizes e até mesmo gravosas da Classe dos Enfermeiros.

Esta Classe dorme o sono do esquecimento e este Blog tenta acordar a consciência colectiva para os problemas que assolam a profissão.

Os variados aspectos dessa degenerescência forçada , a que os Enfermeiros estão " massacradamente " sujeitos , passa por muitas acções conjuntas mas o impacto dessas acções só serão visíveis perante a persistência da Classe , na defesa dos pressupostos tendentes a inverter a situação do desgaste da imagem.

Não está fácil..Amigo , pois estamos desunidos e pouco propensos à colaboração e reforço das sinergias tendentes a uma solução , que se não é fácil , é possível..bastaria para tal que os Sindicatos e a Ordem se sentassem à mesma mesa no intuito de encontrarem a resolução dos diferendos que nos separam e que nos unem...bastaria que os Sindicatos interagissem de modo a encontrarem as melhores soluções e resoluções que tardam em aparecer...

Parabéns Doutor Enfermeiro , que este espaço de intervenção livre , que tem extensão e expressão além fronteiras , permaneça na íntegra vivo e actual , na defesa da partilha e do respeito . Este Blog é já um Ícon

Um Abraço
 
Parabéns...excelente entrevista;)
 
Apesar do justificável anonimato, considero-te das pessoas mais transparentes na opinião sobre a Enfermagem Portuguesa e seus corpos "dirigentes"!

Grande Abraço,
 
Caro colega Dr. Enfº,

os meus parabéns pela excelente entrevista!!

Como nursing disse, seria excelente ter uma lista para a OE com o seu nome a encabeçar!

Saudações
 
"eu perturbo disse...
Caro colega Dr. Enfº,

os meus parabéns pela excelente entrevista!!

Como nursing disse, seria excelente ter uma lista para a OE com o seu nome a encabeçar!"

Já não estou só........
 
parabens pela excelente entrevista,

concordo que deve manter o anonimato,
sou uma leitora assídua do vosso blog
quero aqui dar os parabens pois está muito bem feito e ajuda de uma forma simples embora com muito trabalho a nossa classe a estar ilucidada em relação aos problemas que nos diz respeito.

Caro doutor enfermeiro,com a entrevista veio comprovar que é realmente "ENFERMEIRO" pois dá ...sem receber nada em troca.

um abraço.
 
Parabens pela entrevista.
A questão da identidade parece-me pouco relevante, desde que este espaço continue a ser um local de debate de ideias, concordando ou não, mas que se pense, fale e debata enfermagem.

Um abraço
 
Não o conheço em pessoa, mas sei quem é so sr. dr. enf. (os segredos não duram para sempre, lol), e não tenho pudores em afirmar que é tão carismático em pessoa como aqui no blog. Bom profissional, brilhante capacidade científica e técnica.
Admiro-o muito pelo seu sentido de classe, aliás, como todos o que o conheçem sabem!
Quantas guerras já não enfrentou por causa dos enfermeiros....
"Conheci-o" em 1998 e desde então o é um dos meus pontos de referência... basta ver o entusiasmo com que fala dos enfermeiros! vá lá, sr. dr. enf., pense lá na sua vida para 2011... bem sabe sobre o que estou a falar... todos os enfermeiros aqui sabem....
Parabéns.

Ana Sofia Martins
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Como sabe teria o meu apoio se fosse candidato, contudo teria de deixar a posição cáustica do anonimato... Outra boa candidata seria a Sr.ª Enf.ª Margarida de Barros, que tem, pelos menos, na escrita o carisma, o saber intervir, o defender a enfermagem...
Desassossego
 
Carissimo DE, tal como já tinha dito, a entrevista foca os principais problemas da enfermagem, bem como apontas caminhos para algumas soluções!

Haveria mais a falar, mas só estaria a repetir os colegas.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Estimado colega doutorenfermeiro,

Um grande, enorme bem haja!

JUNTOS POR UMA CAUSA, A NOSSA CAUSA.

Abraço a todos!
 
É frequente ouvirmos os Colegas dizerem: é preciso haver união!
Perfeitamente de acordo, até porque a união faz a força diz o Povo.
Mas todas as medalhas têm verso e inverso e se de um lado está a união e a lógica (a nossa) a puxar por nós; do lado inverso está a desunião a puxar pelos outros que somos também nós (nossos colegas).
Quem os comanda sabe disso. Sabe de que é a união que faz a força.
No que concerne a Sindicatos, quem um dia conseguir que os Sindicatos da Inter/CGTP adiram a lutas de classe, nós deixamos arrancar um dente a sangue frio. Ora nós temos um sindicato que até se arvora em bandeira da dita CGTP. Nunca promoverá outra união que não seja a sua, que acaba em desunião, pois nem todos temos de estar sujeitos a trabalhar para os interesses de partidos políticos como os do PCP que é useiro e veseiro em servir-se dos sindicatos, para fingir que está mais próximo dos interesses dos trabalhadores que os outros. Sobretudo os golas brancas só há pouco tempo com a crise da ferrugem é que passaram a ter algum valor para o PCP, por tradição o defensor dos golas azuis. Ora os enfermeiros usam gola branca, a mais branca que é possível.
Confio, apesar de tudo, na força dos outros sindicatos e num certo distanciamento do SEP na defesa duma carreira digna para os enfermeirois, como tem acontecido sempre, aliás. Ainda no tempo da MAS já o SEP não se responsabilizava pela assinatura de qualquer artigo de carreira. Ficavam para as contestações finais.
Falar de união quando se tem um Sindicato tão claramente dependente de interesses alheios a0s dos enfermeiros é pedir o impossível.
A culpa não é só deles: é também de quem os apoia com a sua filiação e quota.
E não é preciso ir a Cuba tirar as cataratas para se ver o que é, por de mais evidente e claro.
Mas não devemos dar a entender aos outros que estamos cônscios desta estratégia, ou melhor ainda; não devemos deixar perceber que é possível encontrar uma garganta para passar para o outro lado, mesmo na conjuntura actual.
As coisas simplificam-se se houver um esforço de todos, incluindo os colegas do SEP, para não nos desunirmos, apoiando os temas do nossos interesse exclusivo. Basta de andarmos a fazer de locomotiva dos outros comboios.
Quem não perceber isto ou é ou imita muito bem o que parece ser.
Parabéns DE pela permanência oportuna nas causas da Enfermagem.
Dá gosto trabalhar consigo e para si. Cá estarei para o ajudar com as minhas dicas, nos intervalos das minhas longas cavalgadas por terras de Covadonga.
 
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