quinta-feira, julho 23, 2009

Ora aqui está o caminho do futuro!!!


Espanha: "Los Enfermeros recetarán hasta 96 medicamentos link, realizarán cirugías menores ambulatorias (...) y indicarán pruebas diagnósticas" link

Fontes: El País e El Periodico

"Con esta medida, pionera en España y enmarcada en la Estrategia de Cuidados de la Consejería de Salud, se pretende dar una respuesta más ágil, cómoda y segura para aquellos ciudadanos que requieren cuidados a domicilio o tienen mayor relación clínica con los profesionales de enfermería, como es el caso de personas con tratamientos de anticoagulación oral o heridas u enfermedades crónicas.
La Junta prevé que más de un millón de pacientes crónicos o de cuidados a domicilio podrán beneficiarse de esta nueva modalidad. El decreto permite indicar a los profesionales de enfermería un total de 96 medicamentos comercializados en 400 presentaciones diferentes, así como de productos sanitarios para el cuidado de las heridas (vendas, gasas, apósitos estériles, etc.) y para la incontinencia urinaria.
..
Mas não só!
"El decreto da (...) cobertura legal y mayores competencias, que se verán recogidas ya en los planes educativos del curso 2009-2010. Entre las nuevas actividades, figuran la realización de cirugía menor ambulatoria en los centros de salud, el envío de pacientes al especialista o la indicación de pruebas diagnósticas." link
.
O meu aplauso para a medida estratégica! Todo foi muito bem operacionalizado. Além da prescrição farmacológica, o plano de estudos de Enfermagem, a partir do próximo ano lectivo contemplará novas perspectivas formativas, que reconhecerão, legalmente, aos Enfermeiros competências na realização de pequenas cirurgias, requisição de exames de diagnóstico e possibilidade de reencaminhamento médico. Quer seguir este blog há algum tempo, sabe muito bem que defendo precisamente este tipo de competências/funções.
Eu acredito piamente que o caminho da Enfermagem reside em iniciativas como esta! Não se trata de "imitar" os médicos! Visa propiciar a autonomia da Enfermagem na prestação de cuidados! Quem pensa que a prescrição farmacológica é uma função estritamente médica, então pensa (muito) mal. Raciocina sem ambição, horizonte e sem compreender a complexidade da propriedade comutativa deste sector! A evolução passa por este patamar e o futuro deixará esta questão absolutamente transparente.
Em todos os países que os Enfermeiros prescrevem, são inegáveis os benefícios impressos no respectivo sistema de saúde!

Comments:
para quando informações sobre a reuniao de dia 21??cumprimentos
 
Li num comentario anterior:

"que foi adiada a negociação..

ISTO É VERDADE?

NÃO HÁ QUEM AGUENTE, ESTOU FARTO DESTA M...."

Estamos todos fartos
 
Dr enfermeiros este post é interessante mas e da

CARREIRA NINGUEM PIA.....
 
Pois é, mas como todos os caminhos para o futuro este é mais um que vamos trilhar daqui a 20 anos ou mais!!!!!!!!

Estamos no século XXI mas as mentalidades por aqui andam muuuuuuuuiito atrasadas.
 
Os benefícios? Eu só consigo ver maiores taxas de interacções medicamentosas e de toxicidade, graças à pseudo-prescrição desses enfermeiros...
 
CONCENTRAMO-NOS NO ESSENCIAL:

- A CARREIRA??????????????????????

ALGUEM VIU?

MEUS AMIGOS SÓ A PARTIR DE NOVEMBRO!
 
PORQUÊ????

PORQUE É QUE UM PSICOLOGO GANHA MAIS DO QUE UM ENFERMEIRO?

PORQUE É QUE UM ENGENHEIRO GANHA MAIS DO QUE UM ENFERMEIRO?

PORQUE É QUE UM ASSIST. SOCIAL GANHA MAIS DO QUE UM ENFERMEIRO?

PORQUE É UM PROFESSOR GANHA MAIS DO QUE UM ENFERMEIRO?

E JÁ AGORA...

PORQUE É QUE UM AUXILIAR DE ACÇÃO MÉDICA GANHA MENOS??? DEVEM SER OS UNICOS... ACHO QUE FICAVA BEM AUMENTA-LOS
 
"Os benefícios? Eu só consigo ver maiores taxas de interacções medicamentosas e de toxicidade, graças à pseudo-prescrição desses enfermeiros..."

Se ler os estudos publicados no British Medical Journal, pode constatar que não tem razão.
 
a carreira??
nada?
mas se isto não é moer a paciência é o quê?
 
Parabéns aos enfermeiros espanhóis! Mas...estaremos nós à sua altura? Será que TODOS nós já consciencializamos a essência da enfermagem, ou seja o CUIDAR? Quando todos nós o tivermos feito, então sim serão bem recebidas as novas competências. Nunca será demais lembrar: TEMOS DE SER ENFERMEIROS DE PRIMEIRA E NUNCA MÈDICOS DE SEGUNDA!
 
quantas e quantas vezes nós prescrevermos sem escrever num receituário...
"o senhor está com dores? o que é que tem em casa? Então vai tomar isso 8/8horas..."
"a senhora está com queixas urinárias? ora faça um xixizinho para esse copo para eu fazer uma análise. Realmente está com uma ligeira infecção. Beba muita água e tem furandantina?"
"o seu menino está com febre, ou com dores de dentes? Olha..."
São dezenas de casos que nos passam pela mão que nós sem escrever nada "prescrevemos" algo!
 
A VER SE DAQUI A POUCO TEMPO, TAMBÉM OS ENFERMEIROS PORTUGUESES VÃO PASSAR A DESEMPENHAR ESTAS FUNÇÕES, IGUALMENTE HÁ MUITO DEVIDAS À ENFERMAGEM.

SERIA TAMBÉM UMA EXCELENTE MANEIRA DE LIMITAR A PREVARICAÇÃO ENTRE LOBBYS FARMACÊUTICOS E MÉDICOS QUE SE VÊM POR AÍ...
 
A meu ver tb é este percurso que temos de percorrer. Hj em dia dia pratica-se um enviesamento da pratica clinica, pk é que sou eu que observo, avalio a ferida, prescreve o tratamento a ser efectuado e dp tenho de ir pedir ao sr doutor que mo prescreva pk tem de vir da farmacia? Entao pk tem de ficar os outros com os louros se fui eu k tive todo o trabalho? As pessoas fora do contexto da saude ou com mentes retardadas n veeem k nos fazemos ja tudo isso só ninguem nos reconhece essas competências e esses potenciais?
estao preocupados com a carreira e eu também m estes assuntos tb sao importantes referir, vao comecar a ser discutidos em breve e nos o que vamos fazer?
 
Ou seja, o futuro dos enfermeiros é de gradualmente se converterem numa espécie de semi-médicos a retalho. Mas já que os enfermeiros fazem de tudo (o trabalho das AAM, dos psicólogos, das secretárias, etc.) porque não começar a fazer também o trabalho do médico?... Esperem aí; nós já fazemos o trabalho dos médicos mas não nos pagam como tal. Por isso fica a pergunta: quais os dividendos objectivos que poderemos almejar com esta suposta futura competência? É que se for para ter mais responsabilidades e não me pagarem por elas, digo peremptoriamente: NÂO OBRIGADO
 
Leiam o excelente artigo de Richard Horton, publicado na mais renomeada revista médica mundial "The Lancet" intitulado "Nurse-prescribing in the UK: right but
also wrong".
Fundamentalmente o artigo admite que há vantagens na prescrição medicamentosa por parte da Enfermagem mas há que haver alguma contenção e uma firme regulamentação. Por outro lado, este processo teria de ser necessariamente gradativo e deve englobar estratégias que visam dotar os Enfermeiros de novos "Skills" que permitam uma prescrição segura . Na Inglaterra, a febre súbita da prescrição de medicamentos por parte da Enfermagem tem mais a ver com agendas políticas que visam permitir o acesso rápido dos cidadãos aos cuidados de saúde e usar essa bandeira em estratégias partidario-propagandistas do que num processo verdadeiramente alicerçado em princípios sólidos e seguros que garantam um elevado nível de qualidade do serviço prestado.
Considero que de facto poderá haver condições em Portugal à abertura da prescrição "controlada" por parte de Enfermeiros (ou seja, não uma prescrição sem limites mas sim relativa a um determinado conjunto de fármacos e perante determinadas circunstâncias, para que não se caia numa lógica de curandeirismo selgagem, tão criticada relativamente a outras classes). No entanto os enfermeiros prescritores terão necessáriamente de ser submetidos a um processo de certificação de conhecimentos e competências na área da terapêutica (sob os auspícios de um organismo idóneo) para que lhes seja conferida a licença de prescrição. O grande problema é que esta distinção entre enfermeiros prescritores e não prescritores poderá enfatizar algumas assimetrias entre alguns grupos dentro da própria classe.


Para terminar deixo aqui um extrato do referido artigo em inglês:

"The views of nurses support a more careful approach
than that being advocated by government and the Royal
College of Nursing. Peter Nolan and colleagues recently
surveyed mental health nurses’ views about prescribing.
Many had serious concerns about the disadvantages of
nurse-prescribing.9 A third feared litigation and lack of
sufficient education and training. A quarter were
anxious about increased responsibilities and workload.
And one in 10 worried about less contact with patients,
lack of supervision, no remuneration, and that
prescribing was a disguised way of forcing nurses to
adhere to a medical model. These findings echo those
outside the UK.10 Taken together, this evidence, and the
uncertainties and arguments that flow from it, send a
clear message to government: slow down the process of
widening prescribing rights. Nurse-prescribing has too
much to offer the care of patients to let it founder
through hasty and politically expedient implementation"
 
A Enfermagem é uma disciplina do conhecimento e uma profissão eminentemente prática que foca a sua atenção na adaptação dos indivíduos e famílias às transições ao longo de todo o seu ciclo de vida. Não vejo onde é que a prescrição vem trazer mais-valias, a não ser para os enfermeiros que, pela lógica que imprimem aos cuidados que prestam, o façam numa postura marcadamente biomédica. Não conheço nenhum foco da prática de enfermagem que saia enriquecido com uma prescrição, seja ela qual for.

Os Enfermeiros já prescrevem: intervenções de enfermagem, que mais ninguém prescreve, para resolver as necessidades que identificam. Queremos praticar uma “Enfermagem Avançada”, e não uma “Prática Avançada de Enfermagem”.

Sejamos cientificamente honestos, por favor.
 
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